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João – Porto
Disciplina de Cirurgia da FMUP
Turma 7 - Grupo H
3 de janeiro de 2019
Infecções das Partes Moles - Superficiais
Abcesso
Superficiais Circunscritas/focais
Foliculite
Furúnculo
Carbúnculo
Impétigo
Ectima gangrenosa
Linfangite
Linfadenite
Hidradenite supurativa
Difusas Celulite
Erisipela
ABCESSO
Etiologia:
- Anaeróbios (+aeróbios);
- Staphylococcus aureus.
Sinais e sintomas:
ABCESSO
Infecções das Partes Moles - Superficiais
ABCESSO
Factores Predisponentes:
- Foliculite, furúnculo, carbúnculo, celulite;
- Trauma/queimaduras;
- Cateteres intravenosos...
Diagnóstico
- Clínico;
- Cultura da drenagem.
Infecções das Partes Moles - Superficiais
ABCESSO
Tratamento:
- Incisão e Drenagem;
- Antimicrobianos.
Complicações:
- Extensão local da infecção;
- Gangrena;
- Extensão da infecção à corrente sanguínea.
Infecções das Partes Moles - Superficiais
FOLICULITE
Etiologia:
Sinais e sintomas:
FOLICULITE
Diagnóstico:
Tratamento:
- Compressas quentes;
- Boa higiene;
- Antissépticos tópicos;
- Antimicrobianos.
Complicações:
- Furúnculo.
Infecções das Partes Moles - Superficiais
FURÚNCULO
Etiologia:
Sinais e sintomas:
- Frequente evolução: foliculite → furúncul → abcesso;
- Nódulo profundo e adjacente ao folículo piloso;
- Dor;
- Base eritematosa;
- Centro purulento e flutuante;
- Adenopatia regional.
Infecções das Partes Moles - Superficiais
FURÚNCULO
Tratamento:
Complicações:
- Furúnculo recorrente;
- Carbúnculo;
- Celulite;
- Gangrena;
- Fasceíte necrosante;
- Hidradenite supurativa;
- Flebite purulenta...
Infecções das Partes Moles - Superficiais
CARBÚNCULO
Etiologia:
- Staphylococcus aureus;
- Bacillus anthracis.
Sinais e sintomas:
- Febre;
- Mal-estar;
- Mialgias e linfadenopatias.
Infecções das Partes Moles - Superficiais
CARBÚNCULO
CARBÚNCULO
Infecções das Partes Moles - Superficiais
CARBÚNCULO
Tratamento:
Complicações:
- Feblite purulenta;
- Septicemia.
Infecções das Partes Moles - Superficiais
IMPÉTIGO
Etiologia:
- Staphylococcus aureus;
- Streptococcus pyogenes.
Sinais e sintomas:
- Eritema;
- Evolução pápulas → vesículas → pústulas;
- Ruptura espontânea → crosta seca amarela dourada;
- Prurido.
Factores predisponentes:
- Queimaduras, picadas de insecto, humidade;
- Crianças em más condições de higiene e clima tropical.
Infecções das Partes Moles - Superficiais
IMPÉTIGO
Tratamento:
- Cuidados higiénicos;
- Antibioterapia.
Complicações:
- Linfadenite/linfagite;
- Celulite;
- Bacteriemia;
- Glomerulonefrite.
Infecções das Partes Moles - Superficiais
ECTIMA GANGRENOSA
Etiologia
- Idiopática (50%);
- Mecanismos imunológicos.
Sinais e sintomas:
ECTIMA GANGRENOSA
Infecções das Partes Moles - Superficiais
ECTIMA GANGRENOSA
Diagnóstico:
Tratamento:
- Glicocorticóides;
- Antimicrobianos;
- Imunossupressores;
- Imunoglobulinas i.v.;
- Desbridamento.
Infecções das Partes Moles - Superficiais
Celulite
Qualquer idade
Membros
Agentes
- Streptococcus pyogenes (2/3)
- Staphylococcus aureus (1/3)
- Pseudomonas aeruginosa (mãos e pés)
- Haemophilus influenzae (face de
crianças)
Factores predisponentes
- Lesões cutâneas
- Micoses
- Diabetes
- Alcoolismo
- Obesidade
- Gravidez
- Alterações da drenagem venosa ou linfática
Celulite
Sinais e sintomas
- Eritema
- Edema
- Aumento de temperatura local
- Dor
- Bolhas
- Adenomegalia
- Abcedação
Terapêutica
- Antibioterapia
- Elevação da área atingida
- Evitar outros traumatismos
- Factores predisponentes
Complicações
- Linfangite e linfadenite
- Septicemia
Infecções das Partes Moles - Profundas
Conjunto de várias doenças infecciosas distintas mas com
patofisiologia, apresentação clínica e abordagens terapêuticas
semelhantes
Clostridium perfringens
Clostridium septicum
Clostridium bifermentans
outros
Etiopatogenia
- Tecido muscular aparentemente
com massa desvitalizada
normal
mínima (cirurgia, trauma)
- Colonização por Clostridium da PMN
- Colonização por Clostridium ambiental
intestinal
- Produção
Forte associação
de toxinas
com neoplasias GI
- C. septicum
Necrose tecidular
mais frequente e com
associação mais forte a neoplasias
- Toxicidade cardíaca
Miosite necrotizante (gangrena gasosa)
Sinais e sintomas
- Dor
- Febre ligeira
- Apatia
- Dor intensa
- Edema
- Vesículas e bolhas hemorrágicas
- Crepitações
- Taquicardia relativa
- Alterações do estado mental
- Odor adocicado
Estudo analítico
Imagiologia (Rx eTAC)
Exploração cirúrgica
Miosite necrotizante (gangrena gasosa)
Terapêutica
Complicações
- Hemólise generalizada
- Coagulação vascular disseminada
- Falência renal
- Síndrome de insuficiência respiratória
aguda
- Choque
Infecções das Partes Moles - Profundas
Fasceíte necrotizante
Mortalidade em média 70%
♂:♀ 3:1
38-44 anos
Raramente atinge crianças
Etiopatogenia
- Fáscias profundas com algum grau de
hipóxia (traumatismos, cirurgia recente,
comprometimento circulatório…)
- Proliferação de bactérias aeróbias gram -
e anaeróbias
- Comprometimento da função leucócitária
pela hipóxia
- Produção de gases (hidrogénio, metano,
azoto…)
- Necrose dos tecidos envolventes
Sinais e sintomas
- Necrose tecidular
- Descargas purulentas
- Dor intensa
- Produção de gás
- Progressão rápida através de
fáscias
- Ausência dos sinais inflamatórios
clássicos
Estudo analítico
Imagiologia (TAC e RM)
Biópsia tecidular
Fasceíte Necrotizante
Terapêutica
Complicações
- Choque séptico
- Colapso cardiovascular
- Falência renal
- Cicatrizes inestéticas
Infecções das Partes Moles - Profundas
Gangrena de Fournier
Forma de fasceíte necrotizante
Períneo, porções proximais dos MI e parede abdominal
♂ 50-70 anos com comorbilidades
Sinais e sintomas
- Prodromo de 2-7 dias com febre e letargia
- Aumento da dor, edema e eritema
- Crepitação subcutânea
- Gangrena e drenagem espontânea do conteúdo
purulento
Terapêutica
- Especial atenção à anatomia do
períneo
Complicações
- Dor associada a erecções
Outras Infecções dos Tecidos
Doença Pilonidal
Úlceras de Pressão
Úlceras de Estase
Pé Diabético
Infecção do Local Cirúrgico
Doença Pilonidal
Infecção adquirida
Abcesso/seio na região
sacrococcígea, que resulta do
crescimento de pêlos para
dentro da pele
Complicações:
Recorrência;
Infecção
necrotizante;
Degeneração maligna.
Doença Pilonidal
Tratamento
Não cirurgico;
Cirurgico:
Drenagem
Excisão
Prognóstico
Excelente
Úlceras de Pressão
Resultam de pressão
prolongada nos tecidos moles
sobre os ossos e consequente
necrose isquémica.
Prevenção:
Ospontos de pressão devem ser aliviados;
Mudar de posição a cada 2 horas;
Camas com sistemas de flutuação.
Tratamento:
Difícil e prolongado
Desbridamento de todo o tecido desvitalizado
Recobrir
Locaiscirurgicos devem ficar livres de pressão 2 a
3 semanas
Aumento da
susceptibilidade a
infecções por:
Neuropatia diabética
Diminuição da
sensibilidade dolorosa
Deformidades ósseas (pé
de Charcot)
Doença arterial periférica
Isquemia crónica
Imunodeficiência
Pé Diabético
Profilaxia e tratamento
Controlo da diabetes
Uso de calçado adequado
Antibioterapia
Cirurgia
Infecção do Local Cirúrgico
Risco de infecção:
Factores de risco do
doente
Contaminação da
ferida
Limpa (<2%)
Limpa-contaminada
(2%-5%)
Contaminada (5%-30%)
Infectada
Infecção do Local Cirúrgico
Clínica:
Prevenção:
Suturas.
Infecção do Local Cirúrgico
Tratamento:
Prognóstico
Abordagem do doente
com infecção das partes moles
História Clínica – Doença Actual
Modo de aparecimento;
Evolução cronológica;
Dor, prurido, alterações da sensibilidade;
Escorrências (supurativas, sanguinolentas, serosas);
Causa aparente…
História Clínica – Exposições
Idade
Viagens;
Ocupação profissional;
Passatempos;
Cirurgia recente;
Produtos tópicos;
Medicação;
Plantas irritantes;
Higiene pessoal;
Alcool e drogas;
História Clínica – Exposições
Residência;
Stress fisio/psicológico
Marisco ou água de mar;
Parto recente;
Traumatismo;
Mordeduras animais ou
humanas;
Estado imunológico;
Contacto com animais;
…
História Clínica – Comorbilidades
Diabetes mellitus;
Eczema;
Psoríase;
Dermatomicose;
Bypass com veia safena;
Linfedema crónico;
Estáse venosa;
Antecedentes locais;
…
Comorbilidades
Atenuam a clínica, encobrindo a severidade da infecção:
Ausência de taquicardia;
DM
Hiperglicemia
Imunidade
Vasculopatia Neutrófilos
Neuropatia
Regeneração
Inflamação:
Eritema;
Edema;
Calor;
Antibióticos
Dor,
Comorbilidades
A doença por Gram (-) em pessoas saudáveis é rara, mas bastante frequente nos
imunocomprometidos.
Exame Físico - Pele
Sinais inflamatórios:
Eritema, calor, dor e edema.
Sinais de infecção:
Flutuação;
Drenagem;
Odor…
Exame Físico - Pele
Simetria;
Crepitações;
Vesículas/Bolhas;
Pápulas/Pústulas;
Nódulos/Densificações;
Manchas/Cor;
Úlceras;
Lacerações…
Exame Físico – Sinais de Alerta
Bolhas violáceas;
Necrose;
Ulceração cutânea;
Angeoedema;
Hemograma;
Gasimetria;
Ionograma:
Bicarbonato;
Cálcio.
Creatinina;
Glicose;
Albumina…
Biópsia
Biopsia na celulite:
Só 20% das culturas é positivo;
Radiografia simples;
Ecografia;
TC;
RMN;
…
Radiografia Simples
Gás:
Músculo;
Tecido subcutâneo.
Alterações ósseas:
Osteolíticas;
Desformações.
Osteomielite.
Ecografia
Abcesso
Tomografia Computorizada
Infecção do compartimento
dos adutores, complicado
por Síndrome de
Compartimento.
Diagnóstico Cirúrgico
Histopatologia;
Cultura;
Antiobiograma…
OBJECTIVOS E ALERTAS:
Angeoedema;
Taquipneia;
Afundamento mental;
Linfangite;
Evidência de síndrome de
compartimento;
Hipocalcemia;
Falência multi-orgânica…
Ambulatório
Toxicidade sistémica;
Diabetes Mellitus;
Terapia imunosupressora/corticoterapia;
Obesidade;
Prótese;
Alcoolismo;
Idade avançada;
…
Tratamento Empírico
Nafcilina/dicloxacilina e.v.;
Azitromicina/claritromicina e.v.;
Clindamicina…
Tratamento Empírico
Vancomicina e.v.;
Regime ambulatório:
Amputação:
Infecção invasiva e virulenta de comportamento maligno;
Cirurgia plástica…
Desbridamento
Cirúrgico;
Mecânico;
Autolítico;
Enzimático.
Desbridamento
Fasciotomia
Terapia adjuvante
Oxigenoterapia;
Ventilação mecânica;
Hemodiálise (IRA);
Oxigénio hiperbárico;
Plasmaferese;
Imunoglobulinas IV;
PCR.
Prevenção
Traumatismo ligeiro:
Pé diabético:
Re-anastomose vascular;
Antibioterapia;
O pé diabético na DM;
CASO CLÍNICO
3 de janeiro de 2019
Serviço de Cirurgia do Hospital de S. João – Porto 3 de janeiro de 2019
IDENTIFICAÇÃO
MJCM
♂ 60 anos
Caucasiano
Profissão: Reformado (comerciante de produtos alimentar)
Residência: Gondomar
ANTECEDENTES PESSOAIS
Ex-fumador há 20 anos;
DM II diagnosticada há 10 anos;
Dieta, exercício e ADO, o qual suspendeu 1 ano.
Serviço de Cirurgia do Hospital de S. João – Porto 3 de janeiro de 2019
MOTIVO DA URGÊNCIA
Grave dispneia de esforço e astenia de agravamento contínuo com 1
mês de evolução. Edema dos M.I., inicialmente à direita e depois
também à esquerda de evolução mais recente.
Serviço de Cirurgia do Hospital de S. João – Porto 3 de janeiro de 2019
EXAME FÍSICO
Pálido, hidratado, sem sinais de cianose ou icterícia;
Sem tiragem. AP: sons simétricos, com crepitações inspiratórias e
expiratórias, mais abundantes nos QS e reduzidas no 1/3 inferior
direito. Sibilos bilaterais. Tempo de expiração ligeiramente prolongado;
AC: S1 e S2 normais, sopro aórtico e taquicardia;
EXAME FÍSICO
Abdómen: globoso e distendido, sem outras alterações;
MI: edema bilateral até à extremidade proximal da coxa mais
acentuado do lado direito;
MS: Contractura de Dupuytren em ambas as mãos;
MOTIVO DA URGÊNCIA
Manutenção da sintomatologia respiratória e agravamento do edema
dos M.I., em particular à direita, com acentuada inflamação da face
anterior-interna do 1/3 médio da coxa. Drenagem espontânea de
colecção purulenta, sugestiva de abcesso fistulado. Mancha de
tonalidade azulada sugere possível hematoma infectado;
Realização de ecografia à coxa direita e recolha de sangue para
análises clínicas;
O doente regressa a casa com o acordo de voltar no dia seguinte para
ser internado no Serviço de Cirurgia do HSJ – Porto.
Serviço de Cirurgia do Hospital de S. João – Porto 3 de janeiro de 2019
ECOGRAFIA – S.U.
Densificação dos tecidos moles da coxa direita, em particular da face
antero-interna com colecção complexa medindo 10X3,6cm de maior
diametro sugestiva de volumosa formação abcedada ou hematoma
infectado.
Serviço de Cirurgia do Hospital de S. João – Porto 3 de janeiro de 2019
Rx TORÁCICO
Broncopneumonia e
consolidação de
grandes dimensões
no 1/3 médio do
pulmão esquerdo,
(pneumonia lobar), dx
diferencial carcinoma
broncogénico. Sinais
de derrame pleural
nos ângulos
costofrénicos. Pedido
de TC torácico para
esclarecimento.
Serviço de Cirurgia do Hospital de S. João – Porto 3 de janeiro de 2019
TC TORÁCICO
Consolidação
pulmonar lobar dos
lobos superiores,
com broncograma
aéreo. Derrame
pleural bilateral de
médio volume.
Serviço de Cirurgia do Hospital de S. João – Porto 3 de janeiro de 2019
TC TORÁCICO
Achados
sugestivos de
hemorragia e
infecção pulmonar
em fase de
resolução, ainda
de considerar
carcinoma
broncoalveolar.
Pedido de
broncoscopia para
despiste de
neoplasia.
Serviço de Cirurgia do Hospital de S. João – Porto 3 de janeiro de 2019
Rx TORÁCICO
Sem imagens
significativas de
consolidação lobar e
sem sinais de
derrame pleural.
Alguns sinais de
fibrose do 1/3 médio
do campo pulmonar
esquerdo.
Desaparecimento da
imagem sugestiva de
massa neoplásica.
Serviço de Cirurgia do Hospital de S. João – Porto 3 de janeiro de 2019