Você está na página 1de 34

GESTÃO

de
RESÍDUOS HOSPITALARES
RESÍDUOS HOSPITALARES

 “Os resíduos produzidos em unidades de prestação de


cuidados de saúde, incluindo as actividades médicas
de diagnóstico, prevenção e tratamento da doença,
em seres humanos e animais, e ainda as actividades
relacionadas”.

Decreto-lei n.º 239/97, de 9 de Setembro


 Por cada 20 toneladas de papel
reciclado, poupa-se o corte de 15 a 20
árvores;

 10 garrafas de água podem dar origem a


1 par de calças de poliester;

 A energia que se poupa ao reciclar uma


lata de metal dá para ver televisão
durante 3 horas;

 1 tonelada de vidro velho dá origem a 1


tonelada de vidro novo e por cada
tonelada de vidro reciclado poupa-se 1,2
toneladas de matéria prima e 150l de
petróleo.
Mobilização da equipa
Potenciar uma melhor multidisciplinar para
gestão de resíduos um “comportamento
ambiental”

OBJECTIVOS

Otimização das Minimizar quantidade


estruturas e e perigosidade dos
operações de gestão resíduos a depositar
de resíduos em aterro
Promoção de novas condutas no manuseamento
dos resíduos

Redução
e Facilitar Diminuir
a custos de
Separação na
valorização tratamento
origem
Enquadramento Legal:

•Define os grupos de resíduos


Despacho
hospitalares, tipos de embalagens a
Ministerial n.º
utilizar, modo de armazenamento dos
242/96 de 13
resíduos e o destino para cada um dos
de Agosto
grupos definidos

Decreto-Lei n.º
239/97, de 9 de • Regras para a gestão de resíduos;
Setembro

Portaria n.º • Lista Europeia de Resíduos,


209/2004, de 3 Características de Perigosidade, Códigos
de Março Operações de Gestão de Resíduos
Registo da produção de resíduos hospitalares
 O conhecimento real dos quantitativos produzidos por
cada unidade de saúde é um dos elementos relevantes
para a consecução dos objetivos de uma gestão
adequada dos mesmos.

 A produção deve ser alvo de registo contínuo na


unidade de saúde, de acordo com o Despacho n.º
242/96, de 13 de Agosto, com a Portaria n.º 178/97, de
11 de Março e com o Decreto-Lei n.º 178/2006, de 5 de
Setembro.

 Este registo deve ser guardado e disponibilizado às


entidades e enviado, anualmente, à Direção Geral da
Saúde, até 31 de Janeiro do ano imediato àquele a que
se reportem os respetivos dados.
Conceitos
• Resíduo que apresente, pelo menos, uma
Resíduo característica de perigosidade para a saúde ou para
perigoso o ambiente, nomeadamente os identificados como
tal na Lista Europeia de Resíduos

• Processo que altere as características de resíduos


de forma a reduzir o seu volume/perigosidade e
Tratamento
facilitar a sua, valorização ou eliminação após a
recolha

• Operação de reaproveitamento de resíduos


prevista na legislação em vigor, nomeadamente,
Valorização
utilização principal como combustível ou outros
meios de produção de energia
FONTE: www.igaot.pt - Inspecção-Geral do Ambiente e Ordenamento do Território (IGAOT) - MAOTDR (Ministério do Ambiente, do Ordenamento do Território e do Desenvolvimento Regional)
Objetivos fundamentais de uma política
integrada de gestão de resíduos:

PREVENÇÃO VALORIZAÇÃO

Maximização
quantidades
Quantidade
recuperadas

Minimização de
Perigosidade resíduos enviados
para eliminação

(Instituto dos Resíduos – Estratégia Nacional de Gestão de Resíduos)


ECCOPONTOS
AMARELO AZUL

O ecoponto O ecoponto Azul é o


Amarelo é o contentor onde
contentor onde devem ser colocadas
devem ser as embalagens de
colocadas as papel e cartão.
embalagens de
plástico e de metal.
VERDE

O Ecoponto Verde é
o local onde devem
ser colocadas as
embalagens de vidro
PLÁSTICO

 Todo o tipo de embalagens de plástico


(garrafas, garrafões, frascos de água,
de sumos, de óleos alimentares, de
vinagre, de detergentes e de produtos
de higiene);
 Embalagens de cartão tetra pak para
alimentos líquidos (pacotes de sumos,
leite e vinho);
 Sacos de plástico limpos;
 Embalagens vazias de soros sem
medicação;
PLÁSTICO

 Esferovite limpa;
 Aerossóis vazios (“sprays”).
 Invólucros de plástico (pacotes de
massa e arroz, plásticos que envolvem
pacotes de leite);
 Embalagens de metal (latas de
conserva de alimentos, latas de
bebidas);
 Sacos metalizados (de batata frita e
de bolachas);
CARTÃO/ PAPEL

 Jornais e revistas;
 Papel de escrita;
 Listas telefónicas;
 Cadernos e livros;
 Embalagens de cartão liso, compacto e canelado
(caixas de cereais e invólucros de cartão);
 Sacos de papel e papel de embrulho.
VIDRO

 Todo o tipo de embalagens de vidro (garrafas, frascos,


garrafões, boiões de água, sumos, leites, produtos de
conserva e iogurtes).
CLASSIFICAÇÃO DOS
RESÍDUOS SÓLIDOS HOSPITALARES

GRUPO 1: RESÍDUOS EQUIPARADOS A GRUPO 2: RESÍDUOS HOSPITALARES NÃO


URBANOS PERIGOSOS

Não apresentam exigências especiais no Não estão sujeitos a tratamentos


seu tratamento. específicos, podendo ser equiparados a
urbanos.
RESÍDUOS NÃO PERIGOSOS
RESÍDUOS PERIGOSOS

GRUPO 3: RESÍDUOS HOSPITALARES DE GRUPO 4: RESÍDUOS HOSPITALARES


RISCO BIOLÓGICO ESPECÍFICOS

Resíduos contaminados, ou sujeitos de


contaminação, susceptíveis de Resíduos de vários tipos de incineração
incineração, ou de outro pré obrigatória.
tratamento eficaz, permitindo
eliminação como resíduo urbano.
Grupo I
Resíduos equiparados a urbanos não apresentam exigências
especiais no seu tratamento
Resíduos provenientes de serviços gerais (gabinetes, salas
de reunião, salas de convívio, instalações sanitárias,
vestiários, entre outros…);

Resíduos provenientes de serviços de apoio (oficinas,


armazéns entre outros…);

Embalagens e invólucros comuns (papel, cartão, mangas


mistas e outros de idêntica natureza)

Resíduos provenientes da hotelaria resultantes de


confecção e restos de alimentos servidos a doentes, não
incluídos no Grupo III
Grupo II
Resíduos não perigosos, podendo ser equiparados a urbanos

Material de proteção Individual utilizado nos serviços


gerais de apoio, com exceção do utilizado na recolha de
resíduos;

Fraldas e resguardos descartáveis não contaminados e


sem vestígios de sangue;

Material ortopédico (talas, gessos e ligaduras gessadas


não contaminados e sem vestígios de sangue);

Embalagens vazias de medicamentos ou de produtos de


uso clínico ou comum, com exceção dos incluídos no
Grupo III e IV; Frascos de soros não contaminados, com
exceção dos do Grupo IV
Grupo III
Resíduos hospitalares de Risco Biológico
São resíduos contaminados, ou suspeitos de contaminação,
susceptíveis de incineração ou de outro pré-tratamento eficaz,
permitindo posterior eliminação como resíduo urbano

Todos os resíduos provenientes de enfermarias de


doentes infetados ou suspeitos, de unidades de
hemodiálise, de blocos operatórios, de salas de
tratamento, de salas de autópsia, de anatomia
patológica, de patologia clínica e de laboratórios de
investigação, com exceção dos do Grupo IV;

Todo o material utilizado em diálise;

Peças anatómicas não identificáveis;


Grupo III
Resíduos hospitalares de Risco Biológico
São resíduos contaminados, ou suspeitos de contaminação,
susceptíveis de incineração ou de outro pré-tratamento eficaz,
permitindo posterior eliminação como resíduo urbano

Resíduos que resultam da administração de sangue e


derivados;

Sistemas utilizados na administração de soros e


medicamentos, com exceção dos do Grupo IV;

Sacos coletores de fluidos orgânicos e respetivos


sistemas;
Grupo III
Resíduos hospitalares de Risco Biológico
São resíduos contaminados, ou suspeitos de contaminação,
susceptíveis de incineração ou de outro pré-tratamento eficaz,
permitindo posterior eliminação como resíduo urbano

Material ortopédico (talas, gessos e ligaduras gessadas


contaminados ou com vestígios de sangue, material de
prótese retirado a doentes);

Fraldas e resguardos descartáveis contaminados ou com


vestígios de sangue;

Material de proteção individual utilizado em cuidados de


saúde e serviços de apoio geral em que haja contacto com
produtos contaminados (luvas, máscaras, aventais, entre
outros…).
Grupo IV
Resíduos específicos de incineração obrigatória

Peças anatómicas identificáveis, fetos e placentas, até


publicação de legislação específica;

Cadáveres de animais de experiência laboratorial;

Materiais cortantes e perfurantes (agulhas, cateteres e


todo o material invasivo);

Produtos químicos e fármacos rejeitados, quando não


sujeitos a legislação específica;

Citostáticos e todo o material usado na sua manipulação


e administração.
Tratamento
Grupo III

Desinfeção Incineração

Térmica Química Térmica


(Autoclave e Micro- (Gás ou Vapor em (combustão 900ºC)
ondas) banhos químicos)
INCINERAÇÃO
O que é ? Vantagens Desvantagens

É a queima do lixo • Redução do volume  certos resíduos libertam


em fornos especiais. inicial de resíduos até gases tóxicos (filtros e
Processo térmico de cerca de 90%; equipa/ especiais ) » processo
decomposição dos mais caro;
resíduos em que os • Destrói os microrganismos
materiais orgânicos que causam doenças,  Gera também emissões
são gaseificados. contidos principalmente de dióxido de carbono,
no lixo hospitalar e agente causador do
industrial; efeito estufa;
No primeiro estágio,
são submetidos a
• Aproveitamento da  Não permite reciclagem
temperaturas de
energia; (fim de ciclo» ultimo lugar
650-800ºC e no da hierarquia de gestão de
segundo estágio à resíduos);
• Ausência de odores.
temperatura de
1100ºC.  Opinião negativa da
população
DESINFECÃO » AUTOCLAVAGEM
O que é ? Vantagens Desvantagens

• Consiste em • Redução de 70% a 80% do  Ineficiente relativamente


manter o material volume inicial de resíduos; a produtos químicos e
a uma temperatura radioativos;
• Permitem enviar os
elevada e em
resíduos para o circuito
contacto com vapor  Utilização restrita a
normal de RSU (sem perigo
de água, para resíduos de risco
para a saúde pública);
destruir potenciais biológico;
Ag. Patog. ou • Os efluentes podem ser
reduzi-los a um enviados para rede de  Não permite reciclagem
nível que não esgoto (possuem apenas carga (fim de ciclo» ultimo lugar
constitua risco. orgânica, mas estão isentos de da hierarquia de gestão de
Podem ser prévia contaminação); resíduos)
ou posteriormente • Custos inferiores à
complementados incineração;
com trituração,
e/ou compactação. • Aproveitamento da
energia.
RESÍDUOS LÍQUIDOS
FORMOL
• É um gás à temperatura ambiente, incolor, irritante
e que apresenta um odor sufocante, pungente e
característico, que é detetável a baixas
concentrações .

• É um agente de fixação que reage com tecidos e


previne a sua degradação.
Fonte: http://repositorio-aberto.up.pt

ANIOXYDE • Desinfetante de alto nível possui um pH neutro não


libertando ácido acético para a atmosfera.
• Atividade bactericida, fungicida e viricida em 10
minutos e esporicida em 30 minutos.
• Tem uma capacidade de desinfeção total garantida
para aproximadamente 50 endoscópios e/ou uma
utilização até 14 dias, desde que o banho seja
monitorizado com as respetivas tiras teste
Fonte: http://www.airliquidemedicinal.pt/pt/produtos-e-servicos/higiene-hospitalar/instrumentos.html
RESÍDUOS LÍQUIDOS

RECOMENDAÇÃO

“É de todo conveniente que, nas ações inspetivas a efectuar


…, se continue a ter em atenção a necessidade de
contentorização de substâncias perigosas, nomeadamente,
líquidos provenientes dos diversos equipamentos laboratoriais,
formol, produtos desinfectantes … entre outros”.

Fonte: http://www.IGAOT.pt
GRUPO I / I I GRUPO I I I GRUPO I V RECICLAGEM

Peças anat. NÃO identific. Emb.iogurtes/sumos/leite/…


Sistemas soro / sangue/ …
Máscaras ventilação facial Embalagens Papel / Plástico
de produtos:
Cimento ósseo  Ligasure,;
Restos de comida “Sacos” de urina  Duplo J;
“Sacos” de hemoderivados  PTA / PTJ;
Talas / gessos / ligaduras Drenos (Redivac e outros)  Sevoflurano, ;
Peças anat. IDENTIFICÁVEIS  ...
(s/ sangue) Máscaras - EPI
Compressas/papel c/ Betadine Frascos de Cal Sodada Plástico mangas mistas
Papel das mangas mistas Ampolas de injetáveis Embalagens “metalizadas”
Seringas SEM medicação
Batas (procedi/ não invasivo) Seringas COM medicação Embalagens de detergentes
Frasco SF mesa operatória Frasco de soro com medicação
Barretes (cabelo) Frascos desinfetantes vazios
Frasco de soro vazio
CONSIDERAÇÕES FINAIS

É fundamental o desenvolvimento de diferentes práticas de gestão


de resíduos hospitalares que permitam a redução da quantidade
de resíduos a tratar e possibilidade de optar por processos de
tratamento alternativos à incineração.

A evolução que se verificou nos conceitos que suportam a gestão dos


resíduos hospitalares determinou a necessidade de uma classificação
que garantisse uma separação mais seletiva na origem e permitisse
o recurso a tecnologias diversificadas de tratamento.
CONSIDERAÇÕES FINAIS

Uma questão de bom senso

A separação dos resíduos hospitalares é fundamentalmente uma


questão de bom senso, de responsabilidade e de hábito.

O sucesso da triagem depende de todos os profissionais de saúde,


que como produtores de resíduos sólidos hospitalares têm a
formação necessária para os identificar e separar correta e
eficazmente.
CONSIDERAÇÕES FINAIS

Uma questão legal

Os resíduos sólidos hospitalares são objeto de regulamentação


especifica publicada em Diário da Republica. Os despachos do
Diário da Republicanº242/96, de 13 de Agosto e nº 761/99, de 31 de
Agosto, estabelecem regras para a gestão dos resíduos sólidos
hospitalares.
CONSIDERAÇÕES FINAIS

Uma questão económica

Ao separar criteriosamente os resíduos produzidos, alcançamos


economias devido a:

 Redução da quantidade de resíduos suscetíveis de


tratamento especifico;

 Redução dos custos de tratamento;

 Recolha seletiva de resíduos recicláveis;

 Promoção da imagem ecológica da Instituição de Saúde.


LINHAS DE FORÇA PARA O FUTURO

 Prevenção e separação na origem

 Optimização da gestão das estruturas


existentes

 Reforçar a correcta triagem dos


resíduos

 Mobilização de todos como


funcionários e como cidadãos para
um novo comportamento

Você também pode gostar