Você está na página 1de 18

Direito e Gênero

(aula 1)

Mariana Fischer
(marianafisch@gmail.com)
Direito e gênero

- Primeira parte: teorias feministas (pós-


estruturalistas, socialistas, liberais etc)

- Segunda parte: trabalho doméstico,


prostituição, reconhecimento das uniões
homoafetivas
Avaliação

• Prova dissertativa - 8 pontos

• Testes de verificação de leitura - 0,5 ponto por


teste (4 pontos no total)

• Comentários sobre os textos (0,5)


Cronograma do curso

• 07/01– Apresentação, contextualização, introdução ao pós-


estruturalismo
• 09/01- Simone de Beauvoir e o pós-estruturalismo
• 10/01 – Segunda onda do feminismo: Marx ou Foucault?
• 14/01 – Foucault, Butler e a teoria queer
• 16/01 – Feministas socialistas
• 21/01 – Feministas críticas e liberais
• 23/01 – Trabalho doméstico
• 28/01– Prostituição
• 30/01 – Uniões homoafetivas
• 04/01 – Prova dissertativa
Feminismos, movimento LGBTT e
teoria queer
Movimento feminista Movimento LGBTT
1900 - Primeira onda: direito ao
voto

1960 - Segunda onda: direito a


igualdade jurídica, econômica e 1969 – Revolta de Stonewall
social – Movimentos LGBTT

1980 - Terceira onda do


feminismo: direito à diferença

1990 - Teoria Queer


Pós-estruturalismo (contextualização)
• Kant e o projeto da modernidade (Sec XVIII):
superação do obscurantismo medieval pela
razão

-Hegel: qual é o papel da vida e dos afetos?

- Heidegger, Kierkegaard (angústia)


Estruturalismo francês
• 1916 - Ferdinand Saussure (linguística): uma
estrutura estabelece as relações entre os
elementos de toda e qualquer língua

• 1949 – Lévi-Strauss (antropologia): estruturas


determinam a reprodução de significados em
atividades de diversos grupos humanos
Estruturas Elementares do Parentesco
(Levy-Strauss)

Como? Você deseja casar com sua irmã? O que é


que há com você? Você não quer ter um cunhado?
Você não percebe que se você se casar com a irmã
de outro homem, e se outro homem se casar com
sua irmã, você vai ter pelo menos dois cunhados, ao
passo que se você se casar com sua própria irmã
não vai ter nenhum? Com quem você vai caçar, com
quem você vai plantar sua horta, a quem você vai
visitar?” (Levy-Strauss).
O Segundo Sexo (1949)
Contexto francês

• 1940 – 1944: Ocupação nazista

• 1944: Mulheres obtêm direito ao voto e


lutam pela legalização de métodos
contraceptivos
Segundo sexo
• O que é uma mulher? Um corpo? Um ideal?
Um nome? Uma função?

• Nominalismo: fuga inautentica

• Como encontrar a independência no seio da


dependência?
A perspectiva que adotamos é a da moral
existencialista. Todo sujeito coloca-se
concretamente através de projetos como uma
transcendência; só alcança sua liberdade pela
sua constante superação em vista de outras
liberdades; não há outra justificação da
existência presente senão sua expansão para um
futuro indefinidamente aberto. Cada vez que a
transcendência cai na imanência, há degradação
da existência em "em si", da liberdade em
facticidade; essa queda é uma falha moral, se
consentida pelo sujeito. Se lhe é inflingida,
assume o aspecto de frustração ou opressão. Em
ambos os casos, é um mal absoluto.
Todo indivíduo que se preocupa em justificar sua
existência, sente-a como uma necessidade
indefinida de se transcender. Ora, o que define de
maneira singular a situação da mulher é que, sendo,
como todo ser humano, uma liberdade autônoma,
descobre-se e escolhe-se num mundo em que os
homens lhe impõem a condição do Outro.
Pretende-se torná-la objeto, votá-la à imanência,
porquanto sua transcendência será perpetuamente
transcendida por outra consciência essencial e
soberana. O drama da mulher é esse conflito entre
a reivindicação fundamental de todo sujeito que se
põe sempre como o essencial e as exigências de
uma situação que a constitui como inessencial.
O Segundo Sexo

• Escolha pré-reflexiva: escolhas que fazemos e


apenas depois percebemos que as fizemos

• Estilos da carne
Michel Foucault
• Décadas de 1960 e 1970: Arqueologia –
estruturas dos discurso das ciências humanas

• 1970 a 1984: Genealogia - não há uma


posição externa às relações de poder; ênfase
em práticas; o poder produz modos de
subjetivação
Genealogia
• “o segredo é que que as coisas não têm
essência ou que sua essência foi construída
peça por peça a partir de figuras que lhe eram
estranhas”

• Não há loucura, não há crime (em essência),


mas falamos sobre loucos e criminosos...
Genealogia
• O devir da humanidade é uma série de
interpretações. A genealogia conta a história
dessas interpretações

• Valor, virtude, divindade ou eficiência são


estratégias de dominação

• Estratégias sem estrategistas


Liberdade
• Liberdade e individualismo: o indivíduo é um
dado

• Condições sociais da liberdade: determinado


regime normativo produz indivíduos, gera
corpos dóceis e produtivos
Sujeito?
• É uma forma de poder que faz dos indivíduos
sujeitos

• Sujeito: (i.) “sujeito a alguém pelo controle e


dependência”; (ii.) “preso a própria identidade
por uma consciência ou autoconhecimento”.

Você também pode gostar