PRÁTICA PEDAGÓGICA EM QUÍMICA:

VIVÊNCIAS AMAZÔNICAS
A LENDA DA VITÓRIA RÉGIA
APLICADA AO ENSINO DA QUÍMICA.
Autores: Gilberto Farias de Abreu; Heloise Leal Monteiro e Witalo Rafael dos Reis Leal.
Universidade Federal do Pará, Campus de Ananindeua, Faculdade de Química.
Professora-Orientadora: Janes Kened Rodrigues dos Santos - Universidade Federal do Pará, kened@ufpa.br

INTRODUÇÃO LENDAS AMAZÕNICAS E O ENSINO DE QUÌMICA

A importância da contextualização dos temas químicos sociais é evidenciada, pelo interesse
despertado nos alunos quando se trata de assuntos vinculados diretamente ao seu cotidiano.
Enquanto que, de acordo com Lima e Silva (1997, p.6) “o trabalho descontextualizado tem se
mostrado com frequência, improdutivo para promover a formação de um cidadão”.
Neste contexto os pesquisadores Santos e Schnetzler (1996) apontam que “..a função do ensino de
química deve ser a de desenvolver a capacidade de tomada de decisão, o que implica a
necessidade de vinculação do conteúdo trabalhado com o contexto social em que o aluno
está inserido”(Santos e Schnetzler, 1996, p.28).
METODOLOGIA
Inicia-se o processo didático dialogando com os alunos sobre a Vitória Régia para levantar o
conhecimento prévio deles sobre o assunto, indagando se os mesmos conhecem a planta se sabem
alguma de suas características ou então conhecem a lenda. Com isso conta-se brevemente a
Estória, mostrando em seguida um apanhado geral sobre as características mais importantes da
planta , iniciando sua associação a química e mostrando os processos químicos que ocorrem.
A vitória-régia chega a um tamanho favorável graças à absorção de nutrientes dissolvidos na água
e também concentrados no fundo dos lagos amazônicos. O lodo no qual fixa suas raízes, porém, é
um ambiente com pouco ou nenhum oxigênio. Então a planta envia para baixo o oxigênio
produzido a partir da fotossíntese, na superfície de suas folhas. As ninfeias, realizam fotossíntese
e redistribuem o oxigênio até as raízes, liberando pequenas bolhas de oxigênio na água, elas
contribuem para a manutenção da vida nos lagos, realizando trocas gasosas e de nutrientes com
numerosas espécies de microrganismos presentes ao seu redor.
Neste contexto o ensino da química esta inserido na fotossíntese. A lenda pode ser introduzida
como suporte para iniciação ao assunto. O trabalho docente será realizado na associação à
química através da fotossíntese mostrando como a energia luminosa se transforma em energia
química. A partir do esquema da reação química que ocorre na fotossíntese abaixo:
gás carbônico + água + luz = glicose + oxigênio
Explica-se que quando a luz incide em uma molécula de clorofila, essa absorve parte da energia
luminosa que permite a reação do gás carbônico com água, produzindo carboidratos e liberando
oxigênio. Resultando na equação:
6 CO2(g) + 6 H20(l) + calor => C6H12O6(aq) + 6 O2(g)

RESULTADOS

A lenda da vitória-régia é uma lenda brasileira de origem indígena tupi-guarani.

Há muitos anos, em uma tribo indígena, contava-se que a lua (Jaci, para os índios) era uma deusa
que ao despontar a noite, beijava e enchia de luz os rostos das mais belas virgens índias da aldeia
- as cunhantãs-moças. Sempre que ela se escondia atrás das montanhas, levava para si as moças
de sua preferência e as transformava em estrelas no firmamento.

Figura 1: Figura esquemática da fotossíntese

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Foto 1: Foto da Victória Amazônica (Vitória Régia)
Uma linda jovem virgem da tribo, a guerreira Naiá, vivia sonhando com este encontro e mal
podia esperar pelo grande dia em que seria chamada por Jaci. Os anciãos da tribo alertavam Naiá:
depois de seu encontro com a sedutora deusa, as moças perdiam seu sangue e sua carne,
tornando-se luz - viravam as estrelas do céu. Mas quem a impediria? Naiá queria porque queria
ser levada pela lua. À noite, perambulava pelas montanhas atrás dela, sem nunca alcançá-la.
Todas as noites eram assim, e a jovem índia definhava, sonhando com o encontro, sem desistir.
Não comia e nem bebia nada. Tão obcecada ficou que não havia pajé que lhe desse jeito.
Um dia, tendo parado para descansar à beira de um lago, viu em sua superfície a imagem da
deusa amada: a lua refletida em suas águas. Cega pelo seu sonho lançou-se ao fundo e se afogou.
Trabalhar a partir do conhecimento prévio do aluno com base em suas vivencias regionais como
lendas e costumes, seguindo um contexto local, faz com que o docente consiga criar um ambiente
favorável para o ensino-aprendizagem. Desenvolve o pensamento crítico do aluno ao faze-lo
associar e discutir suas ideias e também resgata a abordagem de temas sócio científicos do
contexto regional amazônico o que está em falta atualmente em escolas públicas.
REFERÊNCIAS
JONH, Liana. Ninfeias e o valioso ar de sua graça. Em <http://planetasustentavel.abril.com.br/blog/biodiversa/ninfeias-e-o-valioso-ar-de-
sua-graca/>. Acesso em 02/02/2017 às 15:44.
MANSUÊTO, Luís. Desvendando os segredos da vitória régia como consegue flutuar? Por que não afunda quando fica exposta a chuvas
torrenciais? Pode ser levada pelas correntes de água?, Em <http://ambienteacreano.blogspot.com.br/2006/04/desvendando-os-segredos-da-
vitria-rgia.html>. Acesso em 02/02/2017 às 15:57.

A lua, compadecida, quis recompensar o sacrifício da bela jovem índia, e resolveu transformá-la SANTOS, W.L.P; SCHNETZLER, R. P. Função Social: O que Significa o Ensino de Química Para Formar Cidadãos? Química Nova na
Escola. N. 4, novembro, pg.28-34, 1996.
em uma estrela diferente de todas aquelas que brilham no céu. Transformou-a então numa
"Estrela das Águas", única e perfeita, que é a planta vitória-régia. Assim, nasceu uma linda planta
Agradecimentos:
cujas flores perfumadas e brancas só abrem à noite, e ao nascer do sol ficam rosadas.
IEMCI/FEMCI Prof. Dr. Jesus Brabo Coordenador PIBID-IEMCI