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FARMACOLOGIA – Princípios

básicos

Pharmakon + Logos + Estudo dos


Fármacos
Objetivos?
• Conhecimento para o uso CORRETO e de
ABUSO;
• Métodos de administração;
• Identificação de sintomas de intoxicação;
• Reações Adversas e Colaterais;
• Interações Medicamentosas;
Drogas de origem
Vegetal/Animal/Microbiano
CINCHONA OFFICINALLIS

Quinina(Antimalárico).
Droga (drug = remédio,
medicamento, droga):
substância que modifica a
função fisiológica com ou sem
intenção benéfica.
Digitalis purpurea

Cardiotônico Antiarrítimico
Papaver somniferum

Codeína
Analgésicos centrais
Erythroxylum coca

Anestésicos
Atropa belladona

Atropina

Anticolinérgico
Antiespasmódico
Escopolamina
Penicillium sp

Potente
Antibiótico
Penicilina
Piper cubeba

Disfunção Erétil: Inibição


das Fosfodiasterases.
Cataranthus roseus L. (Vinca)

Antitumoral: Leucemias, Câncer de


pulmão, Mama, Testículos etc.
Bloqueio da Formação das Fibras do Fuso.
Taxus baccata e brevifolia

Tratamento Antitumoral do
câncer de mama e de ovário.
Estabilização dos Microtúbulos.
RUIBARBO - Rheum palmatum

• Atividade farmacológica: Laxante


• Indicações: constipação intestinal
CONCEITOS
IMPORTANTES EM
FARMACOLOGIA
“A Terapêutica é um torrencial de
Drogas das quais não se sabe
nada em um paciente de que se
sabe menos ainda.”

Voltaire(1694- 1778)
Princípio Ativo: substância química principal responsável pela
ação farmacológica, terapêutica do medicamento. Pode ter
mais que um no medicamento.

Medicamento – (medicamentum = remédio) : fármaco com


propriedades benéficas, comprovadas cientificamente: é toda
substância química que tem ação profilática, terapêutica e
auxiliar de diagnóstico.

Remédio – (re = novamente; medior = curar) é um termo amplo,


aplicado a todos os recursos terapêuticos para combater
doenças ou sintomas: ex. repouso, fisioterapia, psicoterapia,
acupuntura, substância animal, vegetal, mineral ou sintética; fé
ou crença; influência: usados com intenção benéfica.
Estudo dos fármacos: fonte, solubilidade, absorção, destino no
organismo, mecanismo de ação, efeito, reação adversa (RAM).

Fármaco (pharmacon = remédio): estrutura química conhecida;


propriedade de modificar uma função fisiológica já existente. Não
cria função.

Placebo (placeo = agradar): tudo o que é feito com intenção


benéfica para aliviar o sofrimento:
fármaco/medicamento/droga/remédio (em concentração
pequena ou mesmo na sua ausência), a figura do médico
(feiticeiro).
Os medicamentos de referência: São conhecidos como “de marca”, são
remédios que possuem eficácia terapêutica, segurança e qualidade
comprovadas cientificamente no momento do registro, junto à Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA).

Medicamento genérico: medicamento essencialmente similar de um


medicamento já aprovado (medicamento de referência), que cumpre
determinados requisitos.

Medicamento essencialmente similar de marca: medicamentos com nome


de fantasia (“marcas”) que à semelhança dos genéricos são aprovados com
base num processo abreviado essencialmente similar (dispensando a
avaliação de eficácia e segurança), mas que por razões várias não cumprem
os requisitos definidos para os genéricos (por exemplo, devido a opções
comerciais do titular da autorização).
Um genérico tem de ser essencialmente similar, mas um essencialmente
similar não tem de ser genérico.
Medicamento Genérico
Meia-vida - a meia-vida (T1/2) é o tempo necessário para que a
concentração plasmática de determinado fármaco seja reduzida
pela metade. Supondo então que a concentração plasmática
atingida por certo fármaco seja de 100 mcg/mL e que sejam
necessários 45 minutos para que esta concentração chegue a 50
mcg/mL, a sua meia-vida é de 45 minutos.
Efeito de primeira pasagem (EPP ou FPE) - é o efeito que ocorre quando há
biotransformação do fármaco antes que este atinja o local de ação. Pode
ocorrer na parede do intestino, no sangue mesentérico e, principalmente, no
fígado.

Steady state ou estado de equilíbrio estável - é o ponto em que a taxa de


eliminação do fármaco é igual à taxa de biodisponibilidade, ou seja, é
quando o fármaco encontra-se em concentração constante no sangue.

Clearance ou depuração - é a medida da capacidade do organismo em


eliminar um fármaco. Esta medida é dada pela soma da capacidade de
biotransformação de todos os órgãos metabolizados. Assim, se um fármaco é
biotransformado nos rins, fígado e pulmões, o clearance total é a soma da
capacidade metabolizadora de cada um desses órgãos, isto é, é a soma do
clearance hepático com o clearance renal com o clearance pulmonar.
Curva de concentração plasmática - é o gráfico em que se
relaciona a concentração plasmática do fármaco versus o tempo
decorrido após a administração. A área sob a curva ou extensão
da absorção é um parâmetro farmacocinético utilizado para
determinar a quantidade de droga após a administração de uma
única dose.
Compartimento central - é a soma do volume plasmático com o
líquido extracelular dos tecidos altamente perfundidos (como
pulmões, coração, fígado), onde a concentração da droga é
difundida instantaneamente.

Compartimento periférico - formado por tecidos de menor


perfusão, este compartimento precisa de mais tempo para que
seja atingido um equilíbrio de concentração. São tecidos como os
músculos, a pele, tecido gorduroso, entre outros.
Efeito Colateral x Efeito Adverso

Consiste na ação provocada pelo Este efeito é previsível, e é explicado pelo


fármaco diferente daquela mecanismo de ação dos fármacos.
esperada por ele. Não é
relacionado relacionado à ação
principal do medicamento e não é
explicado pelo mecanismo de
ação. Além disso não pode ser
associado a erros de medicação.
EX: Dor de cabeça causada pela
losartana.
Indução enzimática - é uma elevação dos níveis de enzimas (como
o complexo Citocromo P450) ou da velocidade dos processos
enzimáticos, resultantes em um metabolismo acelerado do
fármaco. Alguns fármacos têm a capacidade de aumentar a
produção de enzimas ou de aumentar a velocidade de reação
das enzimas. Como exemplo, podemos citar o Fenobarbital, um
potente indutor que acelera o metabolismo de outro fármacos
quanto estes são administrados concomitantemente.

Inibição enzimática - caracteriza-se por uma queda na velocidade


de biotransformação, resultando em efeitos farmacológicos
prolongados e maior incidência de efeitos tóxicos do fármaco. Esta
inibição em geral é competitiva. Pode ocorrer, por exemplo, entre
duas ou mais drogas competindo pelo sítio ativo de uma mesma
enzima.
Metabólito - é o produto da reação de biotransformação de
um fármaco. Os metabólitos possuem propriedades
diferentes das drogas originais. Geralmente, apresentam
atividade farmacológica reduzida e são compostos mais
hidrofílicos, portanto, mais facilmente eliminados. Em alguns
casos, podem apresentar alta atividade biológica ou
propriedades tóxicas.

Excreção ou eliminação - é a retirada do fármaco do


organismo, seja na forma inalterada ou na de metabólitos
ativos e/ou inativos. A eliminação ocorre por diferentes vias e
varia conforme as características físico-químicas da
substância a ser excretada.
Farmacotécnica

Química Farmacêutica
Biomedicina
Farmacognosia
Farmacogenética
Farmacologia
O que são Formas Farmacêuticas?
Forma farmacêutica : é a forma final de como um medicamento se
apresenta: comprimidos, cápsulas, injetáveis, etc. Normalmente as
drogas não são administradas aos pacientes, no seu estado puro ou
natural mas sim como parte de uma formulação, ao lado de uma ou mais
substâncias não medicinais que desempenham várias funções
farmacêuticas. Esses adjuvantes farmacêuticos têm por finalidade,
solubilizar, suspender, espessar, diluir, emulsionar, estabilizar, preservar,
colorir e melhorar o sabor da mistura final. Com a finalidade de deixar o
fármaco agradável ao paladar e eficiente.
O que são Formas Farmacêuticas?

A Forma Farmacêutica, além de sua classificação


por estado físico, também é classificada pela
forma de uso, Exemplo:

• Uso Interno (via oral e enteral)


• Uso externo (vias tópicas, supositórios)
• Uso Parenteral (vias invasivas, por meio de
injeções, sondas, catéter, etc...);
O que são Formas Farmacêuticas?
Fórmula ou formulação: É o conjunto de componentes
prescritos ou composição de uma especialidade farmacêutica.
• Ex: XAROPE DE HIDROXIZINE

FÓRMULA
• Cloridrato de hidroxizine....................... 0,1%
• Xarope simples..........................q.s.p. 100mL
INDICAÇÃO: anti-histamínico; ansiolítico; sedativo;
antipruriginoso; antiemético.
Formas Farmacêuticas: Composição
Excipientes
• Qualquer material além dos ativos que existem numa formulação farmacêutica.

Funções são:
- Ajuste do volume e massa da formulação;
- Coerência física de partículas com drogas ativas;
- Controle de
desintegração de comprimidos;
- Proporcionar camada protetora;
- Eliminar gosto;
- Colorir (para identificação visual), - - Controlar liberação dos princípios ativos.

Ex: Conservantes, agente tampão, flavorizantes, umectantes, solvente, corante, agente


acidulante ou alcalinizante, adsorvente, propulsor de aerossol, edulcorante.
Formas Farmacêuticas: Composição

VEÍCULOS - Líquidos
Todo componente de uma formulação que serve para
dissolver, suspender ou misturar-se homogeneamente
com outros ingredientes para facilitar sua administração
ou tornar possível sua confecção.
• Medicamento oficial: é aquele que faz parte da
Farmacopéia;

• Medicamento oficinal: é aquele que é preparado na própria


farmácia, de acordo com as normas e doses estabelecidas por
Farmacopéias ou formulários e com uma designação uniforme.
Exemplos: tintura de iodo, ácido ascórbico, etc.

• Medicamento magistral: é aquele que é prescrito pelo


médico e preparado para cada caso, com indicação de composição
qualitativa e quantitativa da forma farmacêutica e da maneira de
administração.
FORMAS PARA USO INTERNO

Via oral

• Sólidos: Pós, Aglomerados, Pastilhas, Comprimidos,


Cápsulas, Drágeas, Granulados etc;

• Líquidos: Soluções: simples, compostas, xaropes,


elixires, Dispersões, Emulsões, suspensões etc;
FORMAS PARA USO EXTERNO

• Cutâneo (tópico)
• Pomadas
• Cremes
• Loções
• Retal (supositórios)
• Vaginal óvulos, comprimidos, geleias;
• Oftalmológico
• Otorrinolaringológico
FORMAS PARA USO PARENTERAL
• Grandes volumes
- (nutrição parenteral prolongada)
• Pequenos volumes (ampolas, injeções)
- Intramuscular
- Intravenoso
- Intraraquidiano
- Intradérmico (implantes).
Formas farmacêuticas sólidas
• Pós: como preparação farmacêutica, um pó é uma
mistura de fármacos e ou substâncias químicas
finamente divididas e na forma seca. Alguns pós são
destinados ao uso interno e outros ao uso externo. Os
pós podem ser administrados sob a forma simples ou
serem ponto de partida para outras formas
farmacêuticas como papéis e cápsulas
Drágeas: são formas farmacêuticas obtidas pelo
revestimento de comprimidos. Para este fim se utiliza
diversas substâncias, como: Queratina, ácido esteárico,
gelatina endurecida com formaldeído.

Tabletes ou comprimidos: são formas


farmacêuticas sólidas de forma variável,
cilíndrica ou discóide, obtidas por compressão
de medicamentos mais o excipiente. Os
comprimidos com massa entre 60mg e 600mg
são a forma farmacêutica mais utilizada, por
ser a via mais apropriada. Os comprimidos são
dissolvidos no estômago pelos sucos
digestivos.
Cápsulas: são formas farmacêuticas sólidas as
quais uma ou mais substâncias medicinais e ou
inertes são acondicionadas em um
invólucro à base de gelatina. As cápsulas gelatinosas
podem ser duras ou moles.
• São administradas por via oral e possuem as
propriedades de desintegrarem-se e dissolverem-se
no tubo digestivo.
Duras: usadas para drogas sólidas. Os invólucros vazios são feitos de uma mistura
de gelatina, açúcar e água e podem ser transparentes ou coloridas. São formadas
por duas peças que se unem após o enchimento com a droga pulverizada. São
utilizadas para substâncias secas e granulosas (Ex.: Adalat: nifedipina).
Podemos fazer cápsulas com revestimento entérico com a finalidade de se
evitar a desintegração no estômago, sendo a desintegração no intestino. Usada
também quando a substância é irritante da mucosa gástrica, podendo provocar
náuseas e vômitos.
Elásticas ou moles: são cápsulas preparadas com película de gelatina
com adição de glicerina ou sorbitol para tornar a gelatina elástica.
Podem ser de várias formas e são usadas para conter líquidos,
suspensões, materiais pastosos ou pós.
Supositórios: são preparações farmacêuticas sólidas, à base
de substância fundível pelo calor (37ºC) natural do corpo,
destinado a ser introduzido no reto, gerando amolecimento ou
dissolução do fármaco. O excipiente mais usado é a manteiga
de cacau (lipossolúvel) junto com a glicerina gelatinada
(hidrossolúvel). Uso local ou absorção sistêmica.

Óvulos: são formas farmacêuticas obtidas


por compressão ou moldagem para
aplicação vaginal, onde devem se dissolver
para exercerem uma ação local. O
excipiente em geral é a glicerina
Formas farmacêuticas semi-sólidas
• Pomadas: são preparações farmacêuticas de consistência
pastosa, destinadas ao uso externo, contendo uma ou mais
substâncias terapeuticamente ativas incorporadas a
excipientes adequados. Os excipientes podem ser de 4
classes: oleaginosos (vaselina), absorventes (lanolina),
emulsivos (cremes) ou hidrossolúveis (polietilenoglicóis).
Podem ser adicionados a agentes conservantes,
estabilizantes, corantes e aromatizantes inócuos.

• Cremes: são emulsões líquidas viscosas do tipo óleo e água ou


água e óleo. O agente emulsionante geralmente é um sabão.
Formas farmacêuticas líquidas
• Soluções: são preparados líquidos obtidos por dissolução de substâncias químicas
em água.
• Loções: são soluções que se impregnam na pele; veículo é aquoso e usado sem
fricção. Sua fluidez permite aplicação rápida e uniforme sobre uma ampla superfície;
• Emulsão: forma farmacêutica líquida de aspecto cremoso feito com a mistura de um
líquido em óleo. Utiliza-se agentes emulsionantes como: goma arábica e gelatina.
• Suspensão: são formas farmacêuticas que contêm partículas finas da substância
ativa em dispersão relativamente uniforme. Deve ser agitado antes do uso. Ex.: leite
de magnésio
• Extratos fluidos: solução hidroalcoólica de constituintes solúveis de drogas vegetais,
onde 1ml representa 1g.
• Injeções: são preparações estéreis de soluções, emulsões ou suspensões
destinadas à administração parenteral.
VIA ENTERAL - ORAL
A administração de medicamentos por via oral é
a mais utilizada, segura e econômica, além de
ser bastante confortável, sem apresentação de
dor, por exemplo. No uso dessa via, os
medicamentos podem ter apresentação em
comprimidos, cápsulas, pós ou líquidos; eles se
espalham pelo corpo principalmente através do
intestino, assim como os alimentos, quando
comemos. Porém, a administração de
medicamento por via oral não é indicada em
pacientes que apresentem náuseas, vômitos,
que tenham dificuldade de engolir ou
desacordados, pois poderiam engasgar ou o
medicamento não chegar ao intestino para ser
absorvido. A via oral pode ser utilizada para um
efeito local (trato gastrointestinal) ou sistêmico
(após ser absorvida pela mucosa do intestino e
atingir o sangue).
VIA ENTERAL - SUBLINGUAL
Os medicamentos sublinguais são absorvidos
rapidamente pela mucosa sublingual. Nessa
forma de administração, o medicamento (em
comprimidos ou gotas) deve ser colocado
embaixo da língua e deve permanecer ali até a
sua absorção total. Essa via é utilizada para
administração de medicamentos em algumas
urgências, como ataque cardíaco. Nessa
situação, o medicamento tem que chegar
rapidamente ao coração; entretanto, é
importante saber que nem todo medicamento
tem características que possibilitem sua
utilização por essa via, que é descrita na bula
como “sublingual” ou pelo símbolo SL.
VIA ENTERAL - RETAL
Os medicamentos administrados por via retal são
os supositórios. São receitados quando a pessoa
não pode tomar o medicamento por via oral.
Nem todos os medicamentos podem ser
administrados por essa via.
Eles podem ter efeito local ou sistêmico,
entretanto essa via não é bem aceita pelos
pacientes sob alegação de incômodo,
preconceito, restrições culturais etc.
VIA PARENTERAL - Intravenosa
Diretamente na corrente sanguínea por uma
veia. A aplicação de medicamentos por essa
via pode variar desde uma única dose até uma
infusão contínua, como aqueles medicamentos
que se dissolvem no soro e ficam pendurados
ao lado da cama do paciente. Por apresentar
efeito mais rápido, é a primeira opção durante
emergências. Outra justificativa para a
administração por essa via é que muitos
fármacos não conseguem ser absorvidos pelo
intestino, sendo necessário o uso dessa via.
Alguns medicamentos, como antibióticos ou os
usados para o tratamento do câncer, são
formulados apenas em apresentações
injetáveis.
VIA PARENTERAL - Intramuscular
É indicado para medicamentos de aplicação
única ou de efeito mais prolongado, como o
caso de anticoncepcionais injetáveis; devem
ter pequeno volume. Não tem efeito tão
imediato, se comparada com os
medicamentos administrados por via
intravenosa, mas são bastante eficientes.
Alguns cuidados devem ser tomados:
observação da indicação de uso dos
medicamentos, pois medicamentos
contraindicados para via intramuscular, caso
sejam administrados por ela, podem causar
danos musculares irreversíveis. Dependendo do
medicamento, a administração por via
intramuscular pode causar dor no local de
aplicação.
VIA PARENTERAL - Subcutânea
Na via subcutânea, os medicamentos são
administrados debaixo da pele, no tecido
subcutâneo. Nessa via, a absorção é lenta.
As regiões de injeção subcutânea incluem
as regiões superiores externas dos braços, o
abdome, a região anterior das coxas e a
região superior do dorso. Os locais de
administração dessa via devem ser
alternados para que haja a absorção
necessária do medicamento. É uma via
muito utilizada para administração de
medicamentos contra trombose (heparina)
e para diabetes (insulina). Os pacientes que
mais fazem uso dessa via são os bebês e
idosos, por dificuldade de punção em suas
veias.
VIA PARENTERAL - Nasal
É a via que se estende desde a mucosa nasal até os
pulmões. Pode ser utilizada para efeito local
(descongestionante nasal ou medicamento para
asma) ou sistêmico (anestesia inalatória). Tem a
vantagem de realizar a administração em pequenas
doses com rápida absorção. A administração pode
ser na forma de gás ou pequenas partículas líquidas
(nebulização) ou sólidas (pó inalatório). Essa via é
bastante utilizada para problemas respiratórios. Para
esse uso, a administração é feita pela boca,
utilizando a comunicação existente entre pulmões e
boca. Mas, como o medicamento está em forma de
gás ou pó, ao invés de engolir, como a comida, ele
percorrerá o trajeto do ar da respiração, passando
pela traqueia até chegar aos pulmões.
VIA PARENTERAL - Ocular
Para utilização desta via os medicamentos devem ser de
aplicação local. Os medicamentos para a via ocular se
apresentam sob a forma de colírio ou pomadas. Já os
medicamentos utilizados por via nasal se apresentam na forma de
solução (como os descongestionantes nasais); os medicamentos
administrados pela via auricular são apresentados na forma de
solução otológica.
Sistema Terapêutico:

• ALOPATIA – a palavra vem do grego (allos= outro;


pathos=doença). As doenças são tratadas com a produção
de uma condição ou antagonistas incompatíveis com o
estado patológico a ser tratado.

• HOMEOPATIA – a palavra vem do grego (homoios=


semelhante; patheia=sofrimento). As doenças são tratadas por
substâncias capazes de provocar sintomas similares aos das
doenças “(Similia Similibus Curantur). Foi criada pelo médico
alemão Dr. Samuel Hahnemann (1755-1843).
DIVISÃO DA FARMACOLOGIA

FARMACOCINÉTICA FARMACODINÂMICA
FARMACOCINÉTICA

Conceito: Estuda o caminho do fármaco no


organismo, desde a sua entrada até a sua
saída;

A D M E
Absorção; Distribuição; Metabolismo;
Excreção
Absorção
Conceito: É a velocidade e magnitude que o fármaco deixa o
local de administração e chega até a corrente sanguínea;

Biodisponibilidade

Conceito: “A extensão com que uma droga atinge seu local


de ação”. É a quantidade de fármaco que efetivamente
atingiu a corrente sanguínea;
Transporte de Fármacos pela Membrana
Transporte de Fármacos pela Membrana
Transporte de Fármacos pela Membrana
Transporte de Fármacos pela Membrana
pH dos compartimentos biológicos
Mucosa gástrica – pH 1 (aproximadamente)

Mucosa intestinal – pH 5

Plasma – pH 7,4

A equação de Henderson-Hasselbach pode ser empregada


na previsão do comportamento farmacocinético de fármacos

Não HA
Ionizada

Ionizada H+ + A-

Meio
Meio intracelular
extracelular
“Constante “ EQUAÇÃO DE
pka “grau de dissociação” (ionização) HENDERSON-HASSELBALCH

ácido

base

Fármacos com caráter ácido se acumulam no


compartimento com pH mais básico e fármacos
com caráter básico se acumulam no Ácido fraco, terá boa absorção num meio ácido
compartimento com pH mais ácido. (pH ácido), pois, há uma ionização menor, AAS.
Relação pH e pka

Polaridade Molecular, ionização e ph do meio:

pH > pka (plasma/intestino)


Ácido: Forma ionizada
Base: Forma não - ionizada (B)

pH < pka (estômago)


Ácido: não – ionizado (HA)
Base: ionizado
Pka – Bases e Ácidos (TABELA DE Pka para ácidos e bases)
EXEMPLO: Ácido Fraco
Ácido Acetil Salicílico - AAS

Ácido orgânico fraco, pKa 3,7

HASac + H2O = ASac- + H3O+

Rapidamente absorvido no estômago.


Eliminado na forma de saliciliato.
Alcalinização da urina aumenta a
eliminação de salicilato.

Inibe a biossíntese das prostaglandinas !


EXEMPLO: Base Fraca
Anestésicos Locais
Base Fraca - pKa em torno de 8 a 9,9

Bloqueiam de modo reversível a condução de impulsos ao


longo dos axônios dos nervos e outras membranas excitáveis que
utilizam canais de sódio com principal meio de geração de
potenciais de ação.

Forma não- ionizada no Plasma e Intestino


Rapidamente Absorvida

Xilocaína
Fatores que podem influenciar no processo de absorção
• Ligados à via de administração
– Área da superfície absortiva (Via Ocular, Via Oral, Via Pulmonar....)
– Circulação sanguínea no local de administração – DELTÓIDE X
GLÚTEO; ANESTÉSICOS COM E SEM VASO CONSTRITOR;
- Quanto ao pH do Tecido de Absorção
PORTANTO

Fármaco Básico, melhor absorvido em pH


básico; Ex: Fenobarbital, Prometazina...

Fármaco ácido, melhor absorvido em pH ácido;


Ex: Ácido Acetil Salicílico
Obs: PARA O FÁRMACO SER MELHOR
ABSORVIDO ELE DEVE PERMANECER NA SUA
FORMA MOLECULAR E NÃO IONIZADA.
PORQUE??????????????????????????
• Ligados ao fármaco
– Solubilidade do fármaco – fatores que influenciam: • pH
no local de absorção
• Tamanho e forma das partículas
• Forma química (sal ou cloridrato)
• Forma farmacêutica (solução, xarope, suspensão,
comprimido, cápsula)
• Adjuvantes farmacotécnicos (diluentes, estabilizantes
aglutinantes...)
– Concentração do fármaco no local de absorção
– Estabilidade química
– Grau de ionização
Fatores que podem influenciar no processo de absorção

• Ligados ao indivíduo
– Efeitos de líquidos lumiais (pH, muco, viscosidade, proteínas
– Tempo de trânsito intestinal
• Esvasiamento gástrico
• Alimentos
• Repouso e exercício
• Circulação entero-hepática
– Metabolismo de primeira passagem
– Condições patológicas (aumento ou dim da motilidade
intestinal, retenção no estômago).
DISTRIBUIÇÃO
Quanto maior for a irrigação sanguínea, maior será a
taxa de distribuição para o tecido alvo.
DISTRIBUIÇÃO
DISTRIBUIÇÃO
Funções das proteínas Plasmáticas:

1 – “Diluir” o fármaco na corrente sanguínea


2 – Reter por mais tempo o medicamento na C. S., pois você consegue
distribuir o medicamento para + tecidos. (Distribuição Democrática);
Condição nutricional do indivíduo??????
A quantidade de fármaco que se liga as proteínas
plasmáticas vai depender de três fatores:

- Concentração do fármaco livre;


- Afinidade do fármaco pelos locais de ligação
- Concentração das proteínas
Tipos de fármacos e ligação as proteínas
plasmáticas
METABOLIZAÇÃO
Conceito: É a biotransformação que ocorre
no fígado principalmente. Porém: Podem participar
do metabolismo: pulmões, rins, pele, córtex adrenal, cérebro e intestinos.

• É uma reação química catalisada por


enzimas que transformam o fármaco em
ATIVO, ou INATIVO; + ATIVO.
METABOLIZAÇÃO
• A fração ativa, circulará livre ou ligada as proteínas
plasmáticas até o receptor para fazer seu efeito.

• Muitos fármacos (bases ou ácidos fracos) são lipossolúveis


e por isso não são rapidamente eliminados.

• Por isso, devem ser conjugados ou metabolizados a


compostos mais polares e menos lipossolúveis para serem
excretados.
Fases do Metabolismo
Reações bioquímicas envolvidas no metabolismo dos
fármacos
 Fase 1:
- Alteram a reatividade química
- Solubilidade aquosa

Oxidação, Redução e Hidrólise

Fase 2:
- Ainda mais a solubilidade promovendo a eliminação

Conjugação
Reações bioquímicas envolvidas no metabolismo dos
fármacos
Sistema de enzimas do citocromo P450:

• Citocromo P-450 e citocromo P-450-


redutase;

• É denominado oxigenase de função


mista;

• Um átomo de oxigênio é incorporado


ao fármaco na forma de -OH,
enquanto que o outro é incorporado
a água.

■ Pode acelerar acentuadamente o


metabolismo hepático de fármacos.
Reações bioquímicas envolvidas no metabolismo dos
fármacos
• Fase II: reações de conjugação.

• Um conjugado endógeno é unido ao grupo polar adicionado


na fase I.

- São eliminados mais facilmente.


• Metabólitos conjugados na fase II levam à formação de produtos
inativos e polares (altamente ionizados).

- Morfina-6-glicuronídeo: metabólito ativo:

Produz menos EA de náuseas e vômitos provavelmente devido sua


maior polaridade (falhe em alcançar os centros do vômitos).
Biotransformação: Conjugação

Em geral, os glicuronídios são inativos, sendo rapidamente


excretados na urina ou na bile por sistemas de transportes
aniônico.
Os glicuronídios eliminados na bile podem ser hidrolizados
por B-glicuronidases intestinais ou bacterianas, podendo
ocorrer reabsorção do fármaco livre (recirculação entero-
hepática).

A recirculação entero-hepática pode prolongar


acentuadamente a eliminação de um fármaco.
Biotransformação
Vários fármacos e substâncias ambientais podem
induzir ou inibir o Sistema Enzimático Microssomal.

Inibidores

- Inseticidas organofosforados
- Tetracloreto de carbono
- Ozônio
- Monóxido de carbono
- Cimetidina
- Omeprazol
Biotransformação
Vários fármacos e substâncias ambientais induzir ou
inibir o Sistema Enzimático Microssomal.

Indutores

- Barbitúricos
- Fenitoína
- Hidrocarbonetos policícliclos aromáticos
(Bezopireno)
- Hidrocarbonetos halogenados (DDT)
- Nicotina
- Etanol (ingestão crônica)
Fatores Ambientais que afetam a Biotransformação
1. Genéticos
O metabolismo de alguns fármacos é geneticamente
controlado:
- A acetilação da isoniazida
- Hidrólise da acetilcolina

2. Propriedades químicas do fármaco

Certos fármacos são capazes de estimular ou inibir o


metabolismo de outros fármacos:

- Fenobarbital estimula o metabolismo da difenil-hidantoína


Fatores Ambientais que afetam a Biotransformação
3. Via de administração
A via oral pode resultar no extenso metabolismo hepático de alguns
fármacos (efeito de primeira passagem);

4. Dieta
A inanição pode causar depleção das reservas de glicina e alterar o
mecanismo de conjugação com a glicina.

5. Posologia
As doses tóxicas podem provocar depleção das enzimas necessárias
para as reações de detoxificação.

6. Idade
O fígado é incapaz de detoxificar fármacos, como o cloranfenicol, em
recém-nascidos, o que não ocorre em adultos.
Fatores Ambientais que afetam a Biotransformação
7. Sexo
Os homens jovens são mais sujeitos à sedação produzida por barbitúricos do
que as mulheres.

8. Doença
- A presença de hepatopatia diminui a capacidade de metabolizar os
fármacos.
- A doença renal diminui a excreção de fármacos

9. Diferença entre espécies


Os achados experimentais em animais não são necessariamente observados em
seres humanos.

10. Ritmo circadiano


Em ratos e camundongos, o metabolismo de alguns fármacos segue o ritmo
diurno. Pode ocorrer também em seres humanos.
Excreção
A excreção dos fármacos refere-se ao processo pelo
qual um fármaco ou metabólito é eliminado do organismo.

O rim é o mais importante órgão de excreção.

O trato biliar e as fezes constituem importantes vias de


excreção de alguns fármacos que são metabolizados no
fígado.

Também podem ser excretados no ar expirado, suor,


saliva, lágrimas e leite (são lipossolúveis e não-ionizados).
Secreção Tubular
• Constitui o mecanismo mais efetivo para a eliminação renal
dos fármacos;
• 80 % dos fármacos que chegam ao rim são apresentados aos
carreadores:
- Para substâncias ácidas;
- Para substâncias básicas.

• O fármaco que se encontra na luz tubular pode voltar ao sangue por


difusão passiva;
• Substâncias com alta lipossolubilidade (elevada permeabilidade
tubular) são excretadas lentamente;
• As substâncias altamente polares (baixa permeabilidade tubular) irão
permanecer no túbulo e a concentração aumentará até ficar cerca
de 100 vezes mais alta na urina do que no plasma.
Excreção biliar e circulação êntero-hepática

As células hepáticas transferem diversas substâncias (incluindo


fármacos) do plasma para a bile através de sistemas de transporte que
se assemelham aos do túbulo renal e que envolvem a glicoproteína P.

Vários conjugados de substâncias hidrofílicas (particularmente


glicuronídios) concentram-se na bile e são transportados até o intestino,
onde o glicuronídio é habitualmente hidrolisado, liberando mais uma vez
a substância ativa;

O efeito desse processo consiste em criar um “reservatório” de


substância recirculante, que pode atingir cerca de 20 % da substância
total no corpo, além de prolongar a sua ação.
FARMACODINÂMICA
Conceito: A farmacodinâmica estuda a inter-relação da
concentração de uma droga e a estrutura alvo, bem como o
respectivo mecanismo de ação. No que concerne ao mecanismo
de ação, os fármacos podem ser classificados em dois grandes
grupos.

A - Fármacos estruturalmente inespecíficos, cuja atividade resulta


da interação com pequenas moléculas ou íons encontrados no
organismo. As ações dessas drogas dependem, em última análise,
de suas propriedades físico-químicas tais como a solubilidade, o
pKa, o poder oxi-redutor e a capacidade de adsorção.
FARMACODINÂMICA
B - Fármacos estruturalmente específicos, cuja atividade resulta da
interação com sítios bem definidos apresentam, portanto, um alto
grau de seletividade. As drogas desse grupo também apresentam
uma relação definida entre sua estrutura e a atividade exercida.

RECEPTORES

“Receptores são estruturas moleculares altamente especializadas,


que tem no organismo afinidade de interar-se com substâncias
endógenas com função fisiológica, e que podem também reagir
com substâncias exógenas, que tenham características químicas e
estruturais comparáveis às substâncias que ocorrem naturalmente
no organismo.”2
FARMACODINÂMICA
FARMACODINÂMICA
Agonista: ligante que se acopla a um receptor e produz um
efeito (ex: histamina);
Agonistas Totais: Produzem efeitos máximos (não ultrapassados por outras
drogas);
Agonistas Parciais: Produzem efeitos máximos menores do que o
conseguido com o agonista total (não é aumentado mediante ao
aumento da dose).
FARMACODINÂMICA
Antagonista: ligante que se acopla a um receptor e não produz
efeito (ex: antihistamínicos);
FARMACODINÂMICA
AÇÕES INESPECÍFICAS
Drogas que independem de receptores

• Agentes quimicamente reativos: Antiácidos, quelantes,


hipoclorito de sódio;

• Agentes fisicamente reativos: Sulfato de magnésio/Hidróxido


de magnésio (laxante);

• Constituintes bioquímicos falsos (análogos a substratos


naturais): 5-bromouracil (Análogo da timina) – aumenta taxa de
mutação e freqüência dos distúrbios cromossômicos;
FARMACODINÂMICA
AÇÕES ESPECÍFICAS
Drogas que dependem de receptores

1 - Fármacos que interagem com enzimas;

2 - Fármacos que interagem com proteínas


carregadoras;

3 - Fármacos que interferem com os ácidos nucléicos;

4 - Fármacos que interagem com receptores


FARMACODINÂMICA
FARMACODINÂMICA
FARMACODINÂMICA
Receptores Acoplados à proteína G
FARMACODINÂMICA

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