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TCC2 Engenharia Civil

2018.1

ABATIMENTO DE CARGA POLUIDORA PROVENIENTE DE


LANÇAMENTO DE EFLUENTES EM RIOS INTERMITENTES-
REGIÃO SEMIÁRIDO

CAMILA ALMEIDA DE SANTANA


Cássia Juliana Torres
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO
1.1 Objetivos
1.1.1 Objetivo geral
1.1.2 Objetivos específicos
2.REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 Água: uma visão do panorama Brasil
2.2 Semiárido e suas peculiaridades
2.5 Tipos de fontes de poluição dos corpos d’água e processo de depuração em rios
2.6 Modelagem matemática
2.7. Formulação matemática
2.8 Tratamentos de esgoto – efluente doméstico
3.METODOLOGIA
3.1 Area de estudo
3.2 Levantamento de dados hidrológicos e dados de qualidade de agua
3.3 Modelagem matemática - QUAL-UFMG
3.3.1 Construção e simulação dos cenários de tratamento de esgoto
3.3.2 Calibração do modelo
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
4.1 Diagnóstico da bacia hidrográfica do rio salitre
4.2 Cálculo da vazão de esgoto gerada nos munícipios
4.3 Abatimento da carga poluidora (MODELO QUAL-UFMG
5. CONCLUSÃO
6. REFERÊNCIAS
ANEXOS
INTRODUÇÃO

• Qualidade de água em bacia hidrográficas;


BH-> Unidade de Gestão da paisagem ambiental
Qualidade da agua -> Processos naturais e humanos (Poluição Hídrica)
Lei 9.433 de 97 conhecida como a Lei das Águas que institui a PNRH
• Processos de autodepuração em rios, direcionado para rios
intermitentes;
Controle da poluição -> capacidade de autodepurar
Restabelecimento hidrológico
• Conceito de rios intermitentes;

• Dificuldade dos órgãos gestores na emissão de outorga de


lançamento de efluentes  Lacuna na Resolução CONAMA
430/2011
Normas especificas região semiárido devido a escassez de recursos hídricos
OBJETIVOS

OBJETIVO GERAL

Avaliar o comportamento de rios intermitentes mediante lançamento de


efluentes provenientes de Estações de Tratamento de Esgoto (ETE), tendo
como estudo de caso a bacia hidrográfica do rio Salitre, semiárido baiano.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• Identificar na literatura modelos de qualidade de água disponíveis como


suporte para análise de processos de abatimento de cargas poluidoras;
• Aplicar um modelo de qualidade da água para avaliação de processos de
autodepuração de efluentes em rios intermitentes;
• Analisar a emissão da outorga de lançamento de efluentes para rios
intermitentes mediante a Resolução CONAMA 430/2011.
REFERENCIAL TEÓRICO

• Água: Uma visão do panorama Brasil;


• Semiárido e suas peculiaridades;
• Gestão de Recursos Hídricos;
• Outorga para lançamento de efluentes;
• Tipos de fontes de poluição dos corpos
d’água e processo de depuração em rios;
• Modelagem matemática;
• Tratamento de esgoto.
METODOLOGIA- ÁREA DE ESTUDO

Localiza-se ao Norte da Bahia


Nascente: Morro do Chapéu
. Foz: Juazeiro – Rio São Francisco
• Bacia de domínio rural,
apenas três municípios zona
urbana:
- Umburanas;
- Ourolândia;
- Várzea Nova.
• Divisão da bacia: Alto, Médio
e Baixo
• Bacia semiárida, onde o rio
principal é intermitente.
• Bacia Estadual: Domínio
Gestor - INEMA

Fonte: INEMA (2017)


METODOLOGIA – LEVANTAMENTO DE DADOS HIDROLÓGICOS E
DADOS DA QUALIDADE DA ÁGUA

1- Levantamento do diagnóstico da bacia

1.1 – Identificação das fontes de poluição e usos de água da bacia


(Resíduos Sólidos, esgotamento sanitário, mineração, atividades pastoris, lavagem de
roupas e utensílios domésticos na margem do rio)
1.2 – Diagnóstico

2- Levantamento de dados hidrológicos e de qualidade de água.


2.1 Qualidade da água – Proença(2004), Pessoa (2013) e Torres (2014);

2.2 Hidrológico – fluviométricos – ANA(Hidroweb)


Posto 01 (Hidroweb), demais postos gerados SMAP (modelo hidrológico) Torres(2014)
3- Calculo da Vazão de Esgoto para Ourolândia, Umburanas e Várzea Nova

Qesg = (População do município)*(Coef.Retorno)*(per capta de água)

Onde:
• Per capta utilizado para os cálculos foi de 100L/hab.dia;

• Coeficiente de retorno de 80% de acordo com o Decreto nº 6.296 de 21 de março de


1997 que dispõe sobre a outorga de direito de uso de recursos hídricos, infração e
penalidades e NBR 9649 (1986)

3.1 Definição dos parâmetros de qualidade - Jordao e Pessoa (2009)


METODOLOGIA – LEVANTAMENTO DE DADOS HIDROLÓGICOS E
DADOS DA QUALIDADE DA ÁGUA

4. Levantamento das ETE para serem testadas


4.1 Alternativas:

- Reator UASB + Terras Úmidas Construídas (Wetlands);


- Reator UASB + Lagoa polimento em série.

5. Simulação Modelo – QUAL-UFMG

5.1 Análise dos dados de qualidade presente no rio com a vazão sem
lançamento de esgoto;
5.2 Análise de dados com lançamento de esgoto ( Lançamento bruto –
abatimento pelo próprio rio).
5.3 Análise dados com ETE
RESULTADOS E DISCUSSÕES

1. Diagnóstico:

• Principais fontes de poluição


• Principais usos da água
• Análise dos parâmetros de qualidade da água Proença ( 2004)

Bacia predominantemente rural, inexistem aterros sanitários, extração de minérios,


cultivo de sequeiros.

2. Cálculo da vazão de esgoto


Quadro 1 : Vazão de esgoto dos Munícipios em estudo
Município Qesg(m³ /s)
Várzea Nova 0,012154
Ourolândia 0,015726
Umburanas 0,015793
Fonte: Adaptação de Torres (2014)
RESULTADOS E DISCUSSÕES

Analisando a perspectiva da vazão mínima do rio Salitre


0,24m3/s (TORRES, 2014), observa-se que a baixa vazão
não tenderá a diluir todo efluente lançado, em especial,
em período de leito seco.

3. Abatimento de carga Pontual e Difusa

Foi realizado o cálculo do abatimento da carga de esgoto médio para as


alternativas propostas no estudo: Alternativa 1(Reator UASB +
WETLANDS) e Alternativa 2 (Reator UASB + Lagoa Polimento) que estão
dispostos no Quadro 02 e 03.
RESULTADOS E DISCUSSÕES

Quadro 2: Abatimento de carga de esgoto médio para Alternativa 01


Parâmetros(mg/L) Eficiência Alternativa 1: Abatimento de
Reator UASB + carga
WETLANDS (Esgoto
Médio)

DBO 0,90 200 mg.L 20 mg.L

N Total 0,575 40 mg.L 14 mg.L

P Total 0,25 10 mg.L 7,5 mg.L

Coliformes 3,5 1000 NMP.100mL- 285,71NMP.100mL-


1.100m-1 1.100m-1

Fonte: Próprio autor


RESULTADOS E DISCUSSÕES

Quadro 3: Abatimento de carga de esgoto médio para Alternativa 02


Parâmetros(mg/L) Eficiência Alternativa 1: Abatimento de
Reator UASB + carga
WETLANDS (Esgoto
Médio)

DBO 0,82 200 mg.L 26 mg.L

N Total 0,575 40 mg.L 14 mg.L

P Total 0,25 10 mg.L 7,5 mg.L

Coliformes 3,5 1000 NMP.100mL- 285,71NMP.100mL-


1.100m-1 1.100m-1

Fonte: Próprio autor


RESULTADOS E DISCUSSÕES

De forma geral, comparando as duas alternativas


propostas, observa-se maiores reduções das cargas
poluidoras para a Alternativa 01 (Reator UASB +
WETLANDS).

Além desses fatores, não está sendo avaliado os aspectos


relacionados a execução e operação da ETE em questões
mais práticas, uma vez que para alcançar a eficiência
proposta pelo tratamento deve-se ter uma correta
execução, operacionalização e manutenção da ETE.
RESULTADOS E DISCUSSÕES

4. Abatimento das Cargas pelo Modelo QUAL-UFMG

Figura 2: Abatimento de carga sem implantação de ETE para parâmetro DBO

Fonte: Próprio autor Várzea Nova 41,7km


Ourolândia 70,2km
Umburanas 129 km
RESULTADOS E DISCUSSÕES

Figura 03 -Abatimento de carga sem implantação ETE para o parâmetro Coliformes

Fonte: Próprio autor


Várzea Nova 41,7km
Ourolândia 70,2km
Umburanas 129 km
RESULTADOS E DISCUSSÕES

Figura 04 - Abatimento de carga sem implantação ETE para nutrientes


(Nitrogênio total e fósforo total)

Fonte: Próprio autor


Várzea Nova 41,7km
Ourolândia 70,2km
Umburanas 129 km
RESULTADOS E DISCUSSÕES

Figura 05: Abatimento de carga sem implantação ETE para frações de nitrogênio e
fósforo

Fonte: Próprio autor


RESULTADOS E DISCUSSÕES

Figura 06: Abatimento de carga (DBO) com implantação da ETE

Fonte: Próprio autor


RESULTADOS E DISCUSSÕES

Figura 07: Abatimento de carga (DBO) de carga difusa em função da


implantação da ETE
Comportamento do rio Salitre Considerando ETE instalada - carga difusa
(DBO)
180

160

140

120
mg/l

100

80
60

40

20

0
-10 10 30 50 70 90 110 130 150 170 190 210 230 250 270 290 310 330 350
Distância (Km)

Fonte: Próprio autor


RESULTADOS E DISCUSSÕES

Figura 08: Abatimento de carga (Coliformes) de carga difusa em função


da implantação da ETE

Comportamento do rio Salitre Considerando ETE instalada - carga difusa (COLIFORMES)


180

160

140

120
mg/l

100

80

60

40

20

0
-10 10 30 50 70 90 110 130 150 170 190 210 230 250 270 290 310 330 350
Distância (Km)

Fonte: Próprio autor


CONCLUSÃO

• Inaplicabilidade dos parâmetros definidos na Resolução CONAMA;

• Intermitência e salinidade dos seus rios e às características sociais e


econômicas;

• O objetivo geral desta pesquisa foi desenvolver uma metodologia de apoio


para avaliar o comportamento de rios intermitentes mediante lançamento de
efluentes provenientes de Estações de Tratamento de Esgoto (ETE);

• O alcance do objetivo proposto foi possível em função da utilização de um


conjunto de ferramentas que técnicas através do modelo QUAL-UFMG de
forma a analisar a emissão da outorga de lançamento de efluentes para rios
intermitentes;
CONCLUSÃO

• Foram aplicadas soluções individuais sem tratamento em corpo hídrico,


bem como as alternativas coletivas “Reator UASB + terras úmidas
construídas (Wetlands)” e “Reator UASB+lagoa de polimento”, que
resultam em redução da carga poluidora afluente, no entanto em períodos
de seca o Rio Salitre não possui capacidade de autodepuração.

• De tal maneira, diante do presente estudo, torna-se inviável à aplicação da


Resolução CONAMA 430/2011, sendo necessário a sanção de medidas
especiais que considerem a natureza de “leito cheio e leito seco” nas
vazões dos corpos hídricos receptores de efluente em regiões semiáridas,
sendo necessário uma normativa que englobe o ambiente como todo e
sua formação de bacia hidrográfica.
REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO

AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS (ANA). Sistema Nacional De Informações Sobre Recursos


Hídricos – Snirh no Brasil: arquitetura computacional e sistêmica / Agência Nacional de
Águas - Brasília: ANA, 2009.145 p.: il. – (Cadernos de recursos hídricos; 6). Disponível
em: http://pnqa.ana.gov.br/Publicao/IMPLEMENTA%C3%87%C3%83O%20DO
%20ENQUADRAMENTO.pdf. Acesso em: 04 jan. 2013.
ANA- Agência Nacional das Águas Panorama do Enquadramento dos corpos d’água.
Caderno de Recursos Hídricos, n °5. Brasília/DF, 2007.
ANA - Agencia Nacional de Águas, Resolução nº 219, de 6 de julho de 2005.
ANDRADE, L.N. Autodepuração dos Corpos D’Água. ES. Programa de Pós-Graduação em
Engenharia Ambiental, Universidade Federal do Espirito Santos, 2010.
ARAÚJO, Lincoln et al. Bacias Hidrográficas e Impactos Ambientais. In: Qualitas Revista
Eletrônica. UEPB, v. 8, n. 1. 2009.
ARAÚJO, S.M.S. A Região Semiárida do Nordeste do Brasil: Questões Ambientais e
Possibilidades de Uso Sustentável dos Recursos. PB. Universidade Federal de Campina
Grande. Publicado em Rios Eletrônica- Revista Científica da FASETE ano 5 n. 5, 2011.
AZEVEDO, G. Experiência Internacional - A gestão de recursos hídricos em corpos de
água intermitentes na Austrália, México e Índia. Publicação de Resultados da Oficina “A
Gestão de Recursos Hídricos em Corpos de Água Intermitentes” Brasília, DF; 2010.
Obrigado!

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