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POR QUE ESTUDAR

SENSAÇÃO E PERCEPÇÃO?

• Importância histórica do tema para a filosofia e


Psicologia;
• Um dos processos considerados básicos;
• Fonte de contato com o mundo externo;
• Fonte primeira de conhecimento;
O QUE É SENSAÇÃO? E
PERCEPÇÃO?

• Diferentes conceituações;
• Diferentes formas de abordar:
Fisiologicamente;
Psicologicamente;
Relação entre diferentes processos (S-M;
Motivação, linguagem, etc).
PARA PENSAR: O QUE
PERCEBEMOS?

1. O que a percepção é capaz de nos fornecer?

2. Como entendemos que a percepção funciona?

3. Qual a relação entre percepção e realidade? Há alguma relação?

4. A percepção é uma função inata ou aprendida?

5. A percepção é igual para todos os seres vivos?


PERCEPÇÃO E
REALIDADE – SENSO
COMUM

OBJETO REAL
PERCEBEDOR

PERCEPÇÃO
O REALISMO INGÊNUO – ATÉ
O SÉCULO XVII
Como era entendida a percepção?

Como uma forma de contato com os objetos em si mesmos. Percebemos o mundo tal
qual ele é. As percepções são entendidas como bases confiáveis de conhecimento
MUDANÇA NO ENTENDIMENTO DA
PERCEPÇÃO
O conhecimento da física moderna

=
informações sobre a realidade dos fenômenos.

Descompasso entre o conhecimento da física e experiência subjetivas acerca


de um mesmo fenômeno  nova forma de conceber a percepção.
A TESE DA REPRESENTAÇÃO – SÉCULO
XVII E XVIII

A percepção é enganadora. Os objetos existem (realismo), mas não se apresentam de


forma direta para nós.

Conhecer é representar internamente os fenômenos externos.


REALIDADE NATURAL ≠
REALIDADE PERCEBIDA

Realidade natural Realidade percebida

O mundo tal como nós o


Realidade em si mesma
experimentamos
De ordem psicológica/
De ordem física/objetiva
mental

A confusão entre o que percebemos (realidade percebida) e a realidade


natural.
O APARATO ORGÂNICO INTERAGE COM O
MUNDO E PRODUZ A PERCEPÇÃO – SÉCULO
XIX

O percebedor constrói o mundo pelo seu corpo, por uma interação entre as
características do mundo (estímulos) e de seu aparato orgânico (órgãos sensoriais +
cérebro)
Nossos meios de receber impressões são absurdamente
escassos, e nossas noções dos objetos que nos cercam são
infinitamente estreitas. Vemos as coisas somente na
medida em que somos construídos para vê-las e não
podemos fazer ideia alguma de sua natureza absoluta. Com
cinco débeis sentidos, queremos compreender o cosmos
ilimitadamente complexo, enquanto outros seres, com uma
gama de sentidos diferente, mais ampla ou mais possante,
não apenas poderiam ver de modo diferente as coisas que
vemos, como também ver e estudar mundos inteiros de
matéria, energia e vida que jazem próximos de nós, mas
que não podem ser detectados com os sentidos que temos.
(H.P. LOVECRAFT – Do Além)
https://www.youtube.com/watch?v=2wUp-IY56Qk

(vsauce – o seu vermelho é o mesmo que o meu?)


KANT E O SURGIMENTO DA
PSICOLOGIA
Filósofo prussiano
Áreas de estudo: ética, estética, conhecimento.

Objetivo: Delimitar parâmetros para o


conhecimento e, mais especificamente, para a
ciência.

Conhecimento X Ciência
OS VETOS KANTIANOS À PSICOLOGIA
(EM PRINCÍPIOS METAFÍSICOS DA CIÊNCIA DA
NATUREZA): Respostas aos
Vetos Kantianos vetos
Teoria das
energias nervosas Afirmação da sensação como objeto
1 – Objeto específicas - de estudo da Psicologia;
Müller

Método da
Método para isolar as sensações ou
Introspeção
2 – Método Experimental -
percepções diretas, da influência de
nossas experiências passadas;
Helmholtz

Lei que pretende demonstrar a


3 – Formalização Lei de Weber-
relação entre sensação e estímulo
matemática Fechner
físico.
A Tarefa da Psicologia do
século XIX

Físico  fisiológico  psicológico (mental)

Ex: Onda luminosa  excitação sensorial  percepção de um objeto

Para as ciências físicas uma luz é uma certa frequência de onda. No entanto,
nossa experiência é de uma certa afetação perceptiva que pode, até mesmo,
ser dolorosa.
DEFINIÇÃO HEGEMÔNICA DE SENSAÇÃO E
PERCEPÇÃO
São estágios do processamento realizado pelos sistemas sensoriais (visão, audição,
olfato...)
DEFINIÇÃO HEGEMÔNICA DE
SENSAÇÃO E PERCEPÇÃO

Sensação:
Alterações causadas nos receptores sensoriais devido à influência de estímulos. Os
receptores produzem sinais neurais que são encaminhados ao cérebro.

Percepção:
Processamento, organização e interpretação dos sinais sensoriais, levando a uma
representação interna do estímulo.
REPRESENTAÇÃO DO MUNDO

Sensação + percepção = representação do mundo


A FRAGMENTAÇÃO DO ESTUDO
FISIOLÓGICO

Divisão do corpo em sistemas sensoriais (Visão; Tato; Audição; Olfato;


Paladar)

Atomismo
O CONCEITO DE SENSAÇÃO
 Conceito importante historicamente por ser central na teoria de Müller
e na psicologia clássica

 Efeito de estimulação do organismo;

 Os órgãos sensoriais respondem aos estímulos (externos ou internos) e


os convertem em sinais a serem transmitidos ao cérebro.

 Sensação de origem externa – sentidos

 Origem interna – fome, sede, sono; causadas por inflamações, etc


COMO SURGE A SENSAÇÃO?

Estímulo  órgão sensorial responsivo 


transdução  impulsos neurais
TRANSDUÇÃO

Processo pelo qual receptores sensoriais produzem impulsos neurais a partir de


estimulação química ou física.
TRANSDUÇÃO
OLHO Ondas luminosas

OUVIDO Ondas sonoras

PELE Pressão, dor e temperatura

Reações químicas produzidas por


NARIZ moléculas gasosas

LINGUA Reações químicas


COMO SURGE A SENSAÇÃO?

Alguns estímulos que não são ótimos para certos


órgãos podem gerar sensações. No entanto, não
importa como o órgão é estimulado, ele sempre libera
uma energia de um tipo que lhe é específico.

Luz, pressão ou estimulação mecânica sobre o


nervo ótico sempre levam a sensações visuais.
PSICOFÍSICA: RELAÇÕES MENSURÁVEIS
ENTRE ESTÍMULOS E SENSAÇÕES
Limiares sensoriais: absoluto e de diferença.

1. Limiar absoluto:
 Intensidade mínima necessária para a sensação;
 Varia de pessoa para pessoa
LIMIAR
Sentido
ABSOLUTO
Alto de uma montanha,
Visão numa noite escura e sem Uma vela a 48 km
nuvens

Ouvir o tic-tac de um relógio a seis


Audição Em silêncio
metros

Sentir a asa de um mosquito a 1 cm


Tato Ao ar livre
de distância da sua bochecha.

Em um apartamento de três O cheiro de uma única gota de


Olfato comodos perfume

Uma colher de chá de açúcar


Paladar diluída em dois galões de agua
PSICOFÍSICA: RELAÇÕES MENSURÁVEIS
ENTRE ESTÍMULOS E SENSAÇÕES
2. Limiar de diferença/diferença apenas perceptível (DAP)

A quantidade mínima de mudança no estímulo para


detectarmos uma diferença.
A capacidade de detectarmos uma diferença entre dois
estímulos
LIMIAR DE DIFERENÇA OU DIFERENÇA APENAS
PERCEPTÍVEL
PSICOFÍSICA: GUSTAV FECHNER E A
FORMALIZAÇÃO MATEMÁTICA

Lei Weber-Fechner: A sensação cresce


Gustav Fechner - (1801-
proporcionalmente ao 1887)
S = k . ∆I / I logaritmo da intensidade
ou do estimulo físico.
S = k . log I Um mesmo estímulo que varie
em intensidade segundo uma
S - sensação
progressão geométrica,
K - constante
produz sensações cujas
I – intensidade do estímulo
intensidades variam em
progressão aritmética.
LEI DE WEBER FECHNER
A IMPORTÂNCIA DA LEI DE
WEBER-FECHNER

Estabelecer uma relação matemática entre a grandeza


física do estímulo e a intensidade da sensação.

 Elo matematicamente instituído entre um fenômeno físico


e sua contraparte psicológica.

Possiblidade de surgimento de uma Psicologia


Experimental baseada no modelo das ciências naturais

 mensuração objetiva das sensações.


ADAPTAÇÃO SENSORIAL E ECONOMIA
PERCEPTUAL

Os sistemas sensoriais estão voltados para a detecção de


mudanças.

Se um estímulo for apresentado de forma continua, as


respostas sensoriais a ele tendem a diminuir.

Sons constantes (ruídos), cheiros  tendem a se tornar fundo


ADAPTAÇÃO SENSORIAL E
ECONOMIA PERCEPTUAL

Quando um estímulo cessa


subitamente, há uma grande resposta
sensorial.

Quando um estímulo surge, há uma


grande resposta sensorial
PARA REVISAR
Em dupla ou individualmente responda as questões abaixo:

1. Qual a diferença entre sensação e percepção?


2. O que é o processo de transdução?
3. Em que consiste o limiar absoluto? E o limiar de diferença?
4. Em que consiste a adaptação sensorial?
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
GAZZANIGA, M. HEATHERTON, T. A ciência psicológica: mente, cérebro
e comportamento. Cap. 5.

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