Você está na página 1de 12

O corpo como instrumento e alvo do poder:

análise das relações entre discurso e disciplina


na constituição dos corpos dóceis e úteis

Geilson Fernandes de Oliveira


Marcília Luzia Gomes da Costa Mendes
Marcos de Camargo Von Zuben
Discussões sobre o corpo na obra de Foucault:

Até o século XVIII – Suplícios, punições, penas e castigos


aos corpos considerados fora do padrão, desviantes ou
anormais.

A partir do século XIX – Novos dispositivos de controle e


governo dos corpos: as disciplinas.
De acordo com Foucault, a partir do século XIX os
corpos passam a ser alvos da disciplina, devendo ser
formados, reformados e corrigidos, para dessa forma,
tornarem-se dóceis e úteis.

Foucault vê o corpo não por um viés orgânico ou


biológico, mas como um campo onde vários
dispositivos operam.

As disciplinas como novas estratégias para controle


dos corpos e dos sujeitos.
Incidência direta das relações de poder na constituição
dos corpos.

“Não é a primeira vez, certamente, que o corpo é objeto de


investimentos tão imperiosos e urgentes; em qualquer
sociedade, o corpo está preso no interior de poderes muito
apertados, que lhe impõem limitações, proibições ou
obrigações” (FOUCAULT, 1972, p. 117).
Relações entre poder, discurso e sujeito.

Conforme Foucault (2011) é o discurso que incentiva e


promove práticas, instaura verdades, constitui objetos,
organiza saberes e dá vida aos sujeitos e às coisas,
legitimando-os.

Discurso e relações de poder

Formações discursivas e ordens do discurso.


Reflexões sobre os discursos em torno dos corpos na
contemporaneidade.

*Blogs femininos
Blog Tips4life, de Gabriela Pugliesi -
http://www.tips4life.com.br/

Blog da Mimis, de Michelle Franzoni -


http://blogdamimis.com.br/

Em ambos os blogs, evidencia-se o culto a modelos de


corpos discursivamente estabelecidos, principalmente
pelo campo da mídia.
Principais abas e sessões dos blogs:

Sessão Raio X,
Perguntas e respostas,
Alimentação,
Receitas,
SuperAção...
Os blogs como ferramentas que impulsionam o controle e
disciplinamento dos corpos. Um novo agente para a
atualização e reatualização dos discursos.

O imperativo dos modelos, instituição dos corpos não


correspondentes como não saudáveis (doentes) ou anormais.

Sugestões de mudanças: os medicamentos – diuréticos e


suplementos.
Estabelecimento de modelos de corpos discursivamente
estabelecidos.

O caso do Brasil: país em que as pessoas mais recorrem a


intervenções cirúrgicas.

Este campo de relações contribui para uma vivência não


verdadeira com o corpo, no sentido de que não se busca
um “corpo livre”, mas continuamente submetido às
práticas de controle e disciplina
Meu corpo é o contrário de uma utopia, é o que nunca está sob outro céu, é o
lugar absoluto, o pequeno fragmento de espaço com o qual, em sentido estrito,
eu me corporizo. [...] Mas, todas as manhãs, a mesma ferida; sob os meus
olhos se desenha a inevitável imagem que o espelho impõe: rosto magro,
costas curvadas, olhos míopes, careca, nada lindo, na verdade. Meu corpo é
uma jaula desagradável, na qual terei que me mostrar e passear. É através de
suas grades que eu vou falar, olhar, ser visto. Meu corpo é o lugar irremediável
a que estou condenado.

Foucault, Michel. Conferência O corpo utópico, 1966. Disponível em:


http://www.ihu.unisinos.br/noticias/38572-o-corpo-utopico-texto-inedito-
de-michel-foucault

Obrigado!

Você também pode gostar