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UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA

CAMPUS DE JI-PARANÁ
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA AMBIENTAL

AVALIAÇÃO DA EFICIENCIA DE UM
REATOR EM BATELADA SEQUENCIAL COM
EFLUENTE DE FRIGORIFICO

Feito por: Gian Lucas Santana Zardo

Orientado por: Alberto Dresch Webler

Ji-Paraná-RO, Julho de 2017.


1
INTRODUÇÃO

Existe uma grande preocupação para a


qualidade da água, tanto para o consumo e
juntamente o lançamento.
Dentre das tecnológicas avançadas, nesse
trabalho propôs fazer o tratamento com
SBR, permitindo a remoção de matéria
orgânica e juntamente a desnitrificação.
2
INTRODUÇÃO

msnoticias.com.br
O uso da água é essencial para manutenção da vida, no
entanto alguns usos desse importante recurso natural gera
efluentes, que necessitam de tratamento.
Um dos usos é no processo alimentício, citando a carne,
tendo seu uso industrial como é conhecido surgido nos
Estados Unidos (Picchi, 2005).
No estado de Rondônia existem industrias que usam a água
como insumo, podendo citar: Laticínios, Frigoríficos e outras
que tem o alimento como produto final
3
INTRODUÇÃO
Em Rondônia temos 17
frigoríficos (IDARON,
2013);
Indústria Frigorífica
O efluente frigorífico
possui caraterísticas como
alto teor de proteína e
nitrogênio;

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SANEATECH 4
INTRODUÇÃO
DESPEJOS DE EFLUENTES EUTROFIZAÇÃO
INDUSTRAIS EM CORPOS HIDRICOS

NECESSIDADE DE TRATAR O
PROCESSOS BIOLÓGICOS
EFLUENTE

 NITRIFICAÇÃO

 DESNITRIFICAÇÃO 5
OBJETIVOS

Tratamento de efluente de uma unidade da


indústria frigorifica do Estado de Rondônia.

Objetivos específicos
Caracterização;
Tratamento do efluente por reator batelada
sequencial, avaliando os parâmetros:
temperatura, pH, ORP, teor de sal,
condutividade elétrica, resistividade,
nitrogênio amoniacal, nitrito, nitrato e DQO.
6
METODOLOGIA
Foi construído um reator em batelada sequencial em
escala de bancada, usando materiais de baixo custo.

Objetivo de simular as condições que acontecem em


escala real, no laboratório de saneamento
ambiental- SANEAM no campus Ji-Paraná da
Universidade Federal de Rondônia (UNIR).

7
METODOLOGIA

O efluente foi coletado e armazenado em um


freezer em temperatura de 4ºC.

Alimentado e retirado do reator por bombas


peristálticas independentes, controlado por
temporizadores digitais com o objetivo de
automatizar o processo, outros dois
temporizadores para a automação da agitação e
aeração.

8
METODOLOGIA
Pelos temporizadores, foi realizada uma
programação para que durante um ciclo de 24
horas.

Tabela 3 -Tempo de cada ciclo no período de 24 horas

Enchimento 32 minutos*
Aeração 8 horas
Agitação 21 horas
Sedimentação 3 horas
Retirada 1 hora
9
METODOLOGIA

Esquema do Reator por Batelada:

O volume variável em 800 ml

O volume fixo em 975 ml

10
METODOLOGIA
 Determinação do nitrogênio amoniacal
Método de Nessler, 60µl de reagente de Nessler (KI
+ HgI + NaOH) é adicionado para cada 3mL de
amostra de efluente em tubos de ensaio.
 Determinação de nitrito
5ml de amostra diluída, sendo adicionado 0,1 ml de
sulfanilamida, Após 2 minutos, foi adicionado 0,1
de N-Naftil, possuindo coloração roseada, após 10
minutos
11
METODOLOGIA
 Determinação de nitrato
Retirado 1,25ml de efluente, sendo adicionados
0,250ml de brucina e 2,5ml de H2SO4, protegidas da
luz por 10 minutos.
 Determinação de DQO
Em um digestor, foi adicionado 1,5ml de solução
digestora em sequência adicionando 3,5ml de
solução de catalítica, com 2ml de água amostra.
Com a temperatura requerida de 150ºC, com a
espera de 2 horas, para realizar a leitura no
espectrofotômetro. 12
METODOLOGIA

Figura 5-Capela com objetivo de realização de determinações de Nitrogênio Amoniacal e DQO, com objetivo
de proteção contra gases voláteis, Laboratório de Química, UNIR Campus Ji-Paraná. Data: Março de 2017.
13
Fonte: Autor.
METODOLOGIA

 TABULAÇÃO DOS RESULTADOS


A tabulação foi realizada com o auxilio do
Microsoft Office Excel 2010, calculando
eficiência dos parâmetros estudados em
relação às características originais do efluente
bruto com valores de entradas e saídas.

14
RESULTADOS E DISCUSSÕES

 Caracterização do efluente no reator por


batelada sequencial
Análises de NH4+, NO2-, NO3-, DQO.
Entre os dias 21 de março de 2017 a 19 de maio
de 2017, foram realizadas analises do efluente
que foi tratado no reator por batelada. Sendo
que as análises de nitrogênio amoniacal, nitrito,
nitrato e DQO foram realizadas em menor
número, totalizando 9 analises 15
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Os resultados foram apresentados em formas de
tabelas e gráficos com objetivo de facilitar a
análise e comparação do efluente bruto e do
efluente tratado pelo reator por batelada
sequencial.
 Caracterização do efluente bruto
Foi realizada inicialmente a caracterização do
efluente bruto, conhecendo suas características
para verificar a empregabilidade do processo de
SBR.
16
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Tabela 4-Valores obtidos do efluente bruto (NH4+, NO2-, NO3-, DQO, ORP, PH, sal,
EC e Resistividade).

Parâmetro Concentração
Nitrogênio amoniacal – mg.L- 244
1

Nitrito - mg.L-1 <0,1


Nitrato - mg.L-1 3,1
Demanda química de 660
oxigênio - mg.L-1
Potencial de redução – mv -138,6
pH 9,82
Condutividade Elétrica – μS 0,022 17

Resistividade – Ω 50*107
RESULTADOS E DISCUSSÕES

Tabela 6-Valores obtidos pelas equações com seus comprimentos de ondas respectivos

Data NH4+ NO2- NO3- DQO

21/03/2017 104,4 mg/L <0,1 mg/L 0,57 mg/L <50 mg/L


28/03/2017 106,5 mg/L 0,8 mg/L 16,30 mg/L 90 mg/L
03/04/2017 99,9 mg/L 9,9 mg/L 14,14 mg/L <50 mg/L
18/04/2017 93,0 mg/L 0,5 mg/L 33,2 mg/L <50 mg/L
25/04/2017 38,7 mg/L <0,1 mg/L 5,87 mg/L <50 mg/L
03/05/2017 107,9 mg/L 10,7 mg/L 91,72 mg/L <50 mg/L
04/05/2017 139,4 mg/L 21,9 mg/L 72,13 mg/L 300 mg/L
11/05/2017 118,8 mg/L 19,9 mg/L 73,10 mg/L <50 mg/L
19/05/2017 140,2 mg/L 9,2 mg/L 84,47 mg/L <50 mg/L

Média 105,4 mg/L 8,1 mg/L 43,5 mg/L


18 82 mg/L
RESULTADOS E DISCUSSÕES

Figura 6-Comparativo entre o efluente bruto de tonalidade amarela forte e o efluente tratado após
passar pelo processo do reator por batelada sequencial, com uma coloração mais clarificada e sem
odor forte em relação ao efluente bruto. Data: Março de 2017, Fonte: Autor.

19
RESULTADOS E DISCUSSÕES

Figura 7-Gráfico da evolução dos dados de Nitrogênio Amoniacal, Nitrito, Nitrato e DQO, entre os meses
20
de Março e Maio de 2017.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
A média dos resultados de Nitrogênio amoniacal
foi de 105,4 mg.L-1, ainda resultado acima da
resolução CONAMA Nº430, que estabelece o
limite de 20 mg.L-1 .
Necessitando um tratamento complementar
para remoção do valor excedente. No entanto
deve-se ressaltar que o valor inicial do efluente
sem o tratamento foi de 244 mg/L, com o valor
médio comparado, foi removido 57%.

21
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Houve um aumento significativo de nitrito e
nitrato ao decorrer das análises realizadas,
acarretando em uma dificuldade em remoção de
nitrogênio, pela própria natureza do efluente,
que possui uma quantidade elevada de
nitrogênio.
A remoção de nitrogênio ficou atrelada a
remoção de nitrogênio amoniacal, sendo assim
condicionante a realização da nitrificação e
desnitrificação a partir da quantidade de
nitrogênio amoniacal 22
RESULTADOS E DISCUSSÕES

Figura 8- gráfico comparando a eficiência da remoção de Nitrogênio Amoniacal e Nitrogênio

23
RESULTADOS E DISCUSSÕES
O pH do efluente interferiu diretamente no
processo de nitrificação, sendo recomendada em
algumas literaturas em uma faixa de 7,0 a 8,5, nos
resultados obtidos, a média do pH foi de 8,39,
demonstrando que durante o período de analises,
entre 7,20 e 9,57.
12
10
8
6
4
pH
2
0
2-Apr
4-Apr
6-Apr
8-Apr
10-Apr
12-Apr
14-Apr
16-Apr
18-Apr
20-Apr
22-Apr
24-Apr
26-Apr
28-Apr
30-Apr
2-May
4-May
6-May
8-May
21-Mar
23-Mar
25-Mar
27-Mar
29-Mar
31-Mar

10-May
12-May
14-May
16-May
18-May
24
Figura 9- variação do pH durante o período, entre os meses de Março e
Maio de 2017
RESULTADOS E DISCUSSÕES

A aclimatação do efluente é visto uma tendência


da queda do pH durante o período, devido ao
desenvolvimento das bactérias oxidadoras de
amônia, aumentando as concentrações de
nitrito e nitrato, devido a oxidação da amônia

Nos parâmetros como potencial de redução


(ORP), com valores negativos, significou que a
solução aquosa tende a fornecer elétrons, com
um valor de -138,6 milivolts. 25
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Tabela 7-Comparação dos valores de pH e ORP com as eficiências em remoção

DATAS DE pH ORP (milivolts) Redução do Redução do ORP


ANÁLISE pH
21/03/2017 9,82 -138,6 Efluente bruto Efluente bruto

21/03/2017 9,81 -138,4 0% 0%


23/03/2017 9,75 -136,2 1% 2%
27/03/2017 9,62 -130,6 2% 6%
30/03/2017 9,58 -127,8 2% 8%
03/04/2017 9,08 -99 8% 29%
11/04/2017 9,05 -99 8% 29%
17/04/2017 8,65 -77,5 12% 44%
18/04/2017 8,56 -72 13% 48%
25/04/2017 7,83 -32,8 20% 76%
27/04/2017 8,46 -67,7 14% 51%
03/05/2017 8,41 -63,7 14% 54%
04/05/2017 6,33 -52,7 36% 62%
05/05/2017 8,46 -67,9 14% 51%
26
09/05/2017 8,4 -63,9 14% 54%
RESULTADOS E DISCUSSÕES

A correlação calculada com a redução de ambas as


variáveis analisadas pela correlação de Pearson ficou
em 0,870, demonstrando uma relação na redução do
pH alcalino para ácido e o ORP que possuía o perfil de
perder elétrons para ganhar elétrons.
O pH no período que ficou dentro do faixa entre 7,0 a
8,5, faixa considerada melhor eficiente para a
nitrificação, aumentando a remoção de Nitrogênio
Amoniacal e posteriormente aumento das
concentrações de Nitrito, Nitrato e DQO.
27
RESULTADOS E DISCUSSÕES
A Tabela a seguir, permite uma visão melhor entre
a remoção do Nitrogênio Amoniacal, Nitrogênio
ante a redução do pH, que teve uma linearidade
Tabela 8-Comparação da eficiência de redução do pH com a remoção de nitrogênio

Data Redução do Remoção NH4+ Remoção N


pH
21/03/2017 Efluente bruto Efluente bruto Efluente bruto

21/03/2017 0% 57% 58%

28/03/2017 2% 56% 50%

03/04/2017 8% 59% 50%

18/04/2017 13% 62% 49%

25/04/2017 20% 84% 82%

03/05/2017 14% 56% 15%


28
04/05/2017 36% 43% 6%
RESULTADOS E DISCUSSÕES
90%

80%

70%

60%

redução do pH efluente bruto


50%

40%
Redução do Nitrogênio Amoniacal efluente
bruto
30%

20% Remoção N efluente bruto

10%

0%
3/16/2017 3/26/2017 4/5/2017 4/15/2017 4/25/2017 5/5/2017 5/15/2017 5/25/2017

Figura 10- gráfico de dispersão entre as três variáveis em eficiência de remoção em


29
percentual, entre os meses de Março e Maio de 2017.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
A remoção de nitrogênio total foi atrelada a
remoção do nitrogênio amoniacal, relacionado
com o que foi comentado anteriormente e
mostrado em tabelas, devido com um pico muito
acentuado no começo do mês de maio, no
entanto devido ao processo de agitação ser
comprometido
Deve-se ressaltar que ele apresentou antes dos
problemas mencionados, uma boa remoção, o
que se se pode entender que com todos os
parâmetros externos em perfeita ordem, o reator
tem sua eficiência de forma satisfatória.
30
RESULTADOS E DISCUSSÕES

No efluente, até a segunda análise, não foi


encontrado teor de sal, o que ia de confronto
com as literaturas, devido a natureza do
efluente de frigorifico ter teores de sal, uma
característica que apenas na terceira análise foi
encontrada, com uma média de 3,8% no
efluente, como foi comentado no trabalho de
Feistel (2011).

31
RESULTADOS E DISCUSSÕES
5

4.5

3.5

Porcetargem de sal (%) 2.5

2
Sal
1.5

0.5

0
27-Mar
29-Mar
31-Mar
2-Apr
4-Apr
6-Apr
8-Apr
10-Apr
12-Apr
14-Apr
16-Apr
18-Apr
20-Apr
22-Apr
24-Apr
26-Apr
28-Apr
30-Apr
2-May
4-May
6-May
8-May
10-May
12-May
14-May
16-May
18-May
Datas das Análises

Figura 11- teores de sais no efluente tratado pelo reator de lodos ativados por batelada sequencial
entre Março e Maio de 2017. 32
RESULTADOS E DISCUSSÕES
A condutividade elétrica obteve um crescimento
acentuado, provavelmente devido ao ambiente
alcalino em sua maior parte do tempo, atrelado ao
pH.
Ao contrário a resistividade elétrica se comportou
de maneira inversa, tendo uma diminuição de
quase 100%, sendo assim as correntes elétricas
puderam ser melhor penetradas no material,
devido as reações que o efluente sofreu

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RESULTADOS E DISCUSSÕES

Tabela 9- Valores de Resistividade Elétrica e Condutividade Elétrica, em unidades de Ω e μS


respectivamente, durante o período analisado.

Datas de Análise Resistividade Elétrica (Ω) Condutividade Elétrica (μS)


27/03/2017 561 1783
30/03/2017 561 1783
11/04/2017 616 1625
17/04/2017 566 1765
18/04/2017 579 1722
25/04/2017 717 1325
27/04/2017 579 1729
03/05/2017 622 1595
04/05/2017 459 2178
05/05/2017 545 1836
09/05/2017 497 2010
34
11/05/2017 466 2147
19/05/2017 462 2190
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O reator obteve uma eficiência parcial, devido ao baixo tempo
operacional e fatores operacionais, como queima de
componentes.

Ressalta-se a importância de monitoramento pelo operador,


mesmo que seja um processo automatizado.

 Pouco tempo de aclimatação do sistema.

Porém o sistema apresenta um TRH baixo.

 Pode ser aperfeiçoado para melhor remoção de Nitrogênio.


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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Sugestões para aperfeiçoamento:


 Mudança do tempo de agitação ou aeração
 Mudar o volume do reator em escala de
bancada.
 usando um menor volume de efluente,
 Analisar outros parâmetros não estudados
como DBO e OD.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

CONAMA- Conselho Nacional Do Meio Ambiente. Resolução Conama Nº 430,


De 13 De Maio De 2011. Disponível Em: www.mma.gov.br/port/conama.
Acesso Em 26 Mar 2017.
FEISTEL, J.C; Tratamento E Destinação De Resíduos E Efluentes De Matadouros
E Abatedouros, Programa De Pós-Graduação Em Ciência Animal, UFG, 2011.
PICCHI, V. Desenvolvimento Histórico Do Abate De Bovinos. Revista
Nacional Da Carne. Ano XXIX Nº 342, P. 116-129, Agosto 2005.

37
AGRADECIMENTOS

38
MUITO OBRIGADO!!!

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