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Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio

Grande do Norte - Campus Apodi


Curso Técnico em Agricultura

Cultura do tomate
Hélida Campos de Mesquita

Aula da Prof.ª D.Sc. Maria Zuleide de Negreiros

Apodi-RN
2016
CULTURA DO TOMATE
1.Origem, domesticação e rotas de migração
2.Importância Econômica
3.Botânica
3.1.Taxonomia
Classe: Dicotiledoneae
Ordem: Tubiflorae
Família: Solanaceae
Gênero: Lycopersicon
Subgêneros: Eulycopersicon e Eriopersicon
Espécie: Lycopersicon esculentum Mill
Origem e rotas de propagação do
tomate

(Adaptado de NUEZ, 1995)


Produção de Tomate no Mundo 2013
Exportação de hortaliças no Brasil em
2014
Divisão regional da produção de tomate
para processamento no mundo
90% da produção de tomate para processamento
estão concentradas em apenas 10 países:

USA (9,50 M de t)
Itália (4,80 M de t)
China (3,80 M de t)
Espanha (1,75 M de t)
Turquia (1,30 M de t)
BRASIL (1,16 M de t)
Portugal (1,00 Mil t)
Grécia (850 Mil de t)
Chile (650 Mil t)
Tunísia (600 Mil t)

*Estimativa WPTC 2006


Situação da Produção de Tomate, 2006

(64,61%) (73,67%)

Elaboração: Embrapa Hortaliças, 2008


Produção de mudas
em bandejas

Transplantio
mecanizado
Colheita mecanizada
3.2. Anatomia da planta
3.2.1. Sistema Radicular
3.2.2. Parte Aérea
Caule Hábitos de crescimento

Indeterminado Determinado

Posição dos ramos florais


Constituição das unidades de fonte e dreno

Folhas Flores Frutos


Crescimento indeterminado (A)
e determinado(B)
Porte de planta determinado (spsp)
Flor completa do tomateiro (A) e inflorescência com
flores em diferentes estádios de desenvolvimento (B)

Pétala Pistilo
Estames

Cone
de
anteras

Sépalas Aborto de flor


Ovário

Camada de
abscisão
Caracterização de lóculos em fruto de tomate:
dois, três, quatro e plurilocular
Anatomia do fruto do tomateiro
Morfologia e anatomia da semente de
tomate

A – Detalhe de sementes envolvidas por líquido gelatinoso na cavidade


locular do fruto;

B – Forma e tamanho de sementes de tomate revestidas por tricomas;

C – Anatomia de uma semente de tomate.


Composição do fruto de tomate maduro e cru

1 UI = 0,6µg de β-
caroteno
Valor nutricional dos frutos de tomate
•Licopeno (C40H56)
•Doa elétrons para os radicais livres
•Protetor sobre a carcinogênese

A cultura do tomate. DCV - Esalq


4. Fatores climáticos

4.1.Temperatura
Ciclo do tomateiro
4.2.Umidade relativa do ar
4.3.Luminosidade
5. Cultivares
5.1. Tomate de consumo in natura
5.1.1. Santa Cruz
5.1.2. Salada
5.1.3. Saladinha
5.1.4. Saladete ou italiano
5.1.5. Cereja
5.2. Tomate para indústria
- Hábito de crescimento
- Sólidos solúveis
- Viscosidade
- Coloração: teor de licopeno (5 a 8 mg 100g-1 de polpa)
- Cobertura foliar
- Acidez: pH < 4,5
- Firmeza
- Concentração de maturação
- Retenção de pedúnculo: “sem joelho”
- Formato e tamanho do fruto
*Cultivares com frutos do tipo periforme e oblongos:
frutos pelados inteiros e para produção de tomate em cubos;

* Qualquer formato: produção de polpa concentrada

- Resistência a doenças
Tomate Santa Cruz
Tomate Salada
Italiano e Cereja
Tomate Santa Cruz
H. Débora

Tomate Italiano
H. Andrea

Tomate Salada
H. Carmen
Híbrido Delta Híbrido SM 16

Híbrido Aliança
IPA-6
Tomate Híbrido
Sweet Million

Tomate Híbrido
Sweet Million
Tomate Industrial
Tomate Industrial

Viradoro

H. Hypel 45
6. Nutrição Mineral e Adubação
6.1.Funções dos nutrientes, respostas à adubação e
sintomas de deficiência
6.2. Níveis adequados de nutrientes nas folhas
6.3.Extração e acúmulo de nutrientes
Deficiência de Nitrogênio

Deficiência de Potássio

Deficiência de Fósforo
Deficiência de Cálcio

Deficiência de Magnésio Deficiência de Boro


Fruto -oco
Níveis de macro (g kg-1) e micronutrientes (mg kg-1)
nas folhas, adequados para a cultura do tomateiro
Quantidade de nutrientes na parte aérea e nos
frutos e extração de nutrientes (kg) por t de
frutos na cultivar Santa Clara

Acúmulo total Acúmulo no fruto Extração


Nutriente total
(g planta-1) (g planta-1) (kg t-1 de
fruto)
N 10,288 5,656 (55%) 2,17
P 1,622 0,869 (54%) 0,34
K 17,994 10,001 (56%) 3,79
Ca 10,124 0,494 (5%) 2,13
Mg 1,463 0,307 (21%) 0,31
S 2,437 0,494 (20%) 0,51
Zn 0,025 0,005 (20%) 0,0052
Cu 0,171 0,004 (2,3%) 0,0361
Fe 0,098 0,022 (23%) 0,0207
Mn 0,108 0,003 (3,4%) 0,0228
FAYAD et al. (2002)
Manejo da fertirigação de tomate em cultivo
protegido

Dias após o plantio Quantidade de nutrientes po


(kg/ha)
N P2O5 K2O Ca Mg
1 a 14 0,18 0,40 0,50 0,12 0,09
15 a 29 0,50 0,50 1,15 0,25 0,35
30 a 50 0,91 0,50 3,00 0,60 0,80
51 a 72 1,10 0,30 3,00 1,00 1,00
73 a 87 1,15 0,30 3,20 1,10 1,00
88 a 101 1,25 0,30 4,00 1,20 1,00
102 a 144 1,25 0,30 4,25 1,40 0,80
Total 142 52 440 134 109
7. Sistemas de Produção em Campo Aberto e
em Ambiente Protegido

7.1. Escolha da área e operações de preparo do solo


- Local de fácil acesso
- Disponibilidade de água
- Solo

- Aração – Calagem – Gradagem- Marcação dos sulcos

7.2. Implantação da cultura

7.2.1. Produção de mudas

7.2.2. Transplantio
Marcação dos sulcos – irrigação por sulcos
Marcação dos sulcos - irrigação por gotejamento
Implantação da cultura
7.2.3. Espaçamento
Tomate para consumo in natura: a)1,0-1,30x0,50-0,70m
(Campo aberto);
b)1,0-1,10x0,30-0,35m
(uma haste); 1,0-1,10x0,40-0,50m (duas hastes) (Casa-
de-vegetação);

Tomate para indústria: a)1,0-1,50x0,20-0,40m


b)1,20-1,30x0,50-0,60x0,30m
8. Sistemas de Condução
8.1. Tomate para mesa
8.1.1.Sistemas de condução das plantas para
cultivares de crescimento indeterminado
8.1.2.Sistemas de condução das plantas para
cultivares de crescimento determinado
8.2. Tomate industrial
9. Práticas culturais
9.1. Amontoa
9.2.Desbrota
9.3.Tutoramento e amarrio
9.4.Poda ou capação
9.5. Raleio de frutos
Sistemas de condução para cultivares de
crescimento indeterminado
Sistema de condução para cultivares de
crescimento determinado
Desbrota
Tutoramento: Cerca-cruzada
Detalhe do amarrio em tomateiro
Tutoramento: Estacas Individuais na Vertical
Tutoramento: Vertical - Fitilho
Tutoramento: Vertical
- Fitilho

Tutoramento: Cerca-
cruzada
Tomateiro conduzido de forma
adensada (1,0 x 0,40 x 0,40 m):
após a terceira ou quarta
haste floral;

Tomate do Grupo Salada a poda


apical seja feita após a emissão
de 7 a 10 pencas

Frutos graúdos

Poda ou Capação
9.5. Raleio de Frutos

Tamanho x qualidade

Grupo Santa Cruz, Saladinha ou Saladete: 6 a 8 frutos até a


quarta ou quinta penca; nas pencas superiores 4 a 6 frutos por
haste floral

Grupo Salada: 4 a 5 frutos até a terceira penca; nas pencas


superiores 3 a 4 frutos por haste floral
9.6.Poda de folhas
9.7.Cobertura do solo
9.8.Irrigações
9.9. Controle de plantas daninhas
9.9.1. Medidas preventivas
9.9.2. Medidas de erradicação
9.9.3. Medidas de controle
10. Distúrbios Fisiológicos
10.1. Murcha por osmose
10.2. Murcha por asfixia
10.3. Queda de flores e frutinhos
10.4. Frutos ocos
10.5. Ombro verde
9.8. Irrigação
9.8.1. Necessidade de água
- Período de maior exigência
- Manejo de irrigação: Tensiômetro
Fase Vegetativa até 70 kPa (30 kPa)
Fase Frutificação 15 a 20 kPa
Fase de Maturação até 40 kPa
(Solos arenosos, esses limites devem ser reduzidos em cerca de 30%)
9.8.2. Métodos de irrigação: - aspersão
- sulcos (baixa eficiência (25 a 50%)
- gotejamento fertirrigação (economia
de mão-de-obra, economia e eficiência dos nutrientes, flexibilidade de
aplicação, controle da quantidade de nutrientes, boa uniformidade de
distribuição dos adubos no solo)
- Salinidade: o limite máximo da salinidade do tomateiro sem registrar
perdas na produtividade 2,5 dS/m

Murchamento foliar, queimadura no ápice e dos bordos das folhas e


morte da planta.
9.9.3. Medidas de controle plantas daninhas
 Culturais: - Seleção de cultivares
- Manejo da adubação
- Rotação de culturas
- Sistema de plantio
- Cobertura morta
 Mecânico
 Físico
 Químico: Herbicidas Identificar as plantas daninhas
Pulverizador exclusivo
Herbicidas registrados
Relação de herbicidas registrados para a
cultura do tomate
PRAGAS E DOENÇAS
PRAGAS

- Traça-do-tomateiro (Tuta absoluta);


-Mosca-branca (Bemisia argentifolii);
-Ácaro-do-bronzeamento (Aculops lycopersici);
-Larva-minadora (Liriomyza huidobrensis, L.
trifolii, L. sativae);
-Tripes (Frankliniella spp. e Thrips spp.);
-Pulgões (Myzus persicae e Macrosiphum
euphorbiae);
-Burrinho (Epicauta suturalis e E. attomaria).
Traça do tomateiro
Larva minadora
Tripes

Pulgões

Ácaro do bronzeamento
Mosca branca
Broca grande
• Controle químico
Inseticidas: Orthene 750 BR
(pulgão, tripes, vaquinha).
• Controle de plantas hospedeiras
• Dipel ( inseticida biológico
-Bacillus thuringiensis) – Broca
de frutos
DOENÇAS

- Pinta – preta: Alternaria solani;


- Requeima: Phytophthora infestans;
- Mancha – de – septória: Septoria lycopersici
- Mancha –de – estenfílio: Stemphylium solani
- Murcha – de – fusário: Fusarium oxysporum
f.sp. lycopersici
- Murcha – de – verticílio: Verticillium albo-
atrum
- Podridão –de escleródio: Sclerotium rolfsii
-Murcha – bacteriana: Ralstonia solanacearum
Murcha bacteriana Pinta preta

Vira cabeça

Podridão apical

Nematóide das galhas


Pinta preta Requeima

Septoriose
Fruto - oco

Clorose - internerval
10.6.Rachaduras
10.7. Lóculo aberto (15 a 20 Kg/ha plantio; 2 a 3g/L H 2O)
10.8. Podridão apical
10.9. Clorose-internerval
11. Colheita
11.1.Tomate para mesa
11.1.1. Ponto de colheita
Estádios de amadurecimento
11.1.2. Classificação
Grupo
Subgrupo-estágio de maturação
Verde (verde maduro)
Salada (pintado)
Colorido (rosado)
Vermelho (vermelho)
Molho (vermelho maduro)
Ponto de colheita Colheita manual

Colheita mecanizada Transporte do tomate


Verde maduro: 100% da superfície verde (A)
Verde rosado: entre 0% e 10% da superfície do fruto possui
coloração avermelhada ou amarelada (B)
Rosa esverdeado: entre 10% e 30% da superfície do fruto possui
coloração avermelhada, rósea ou amarelada (C)
Róseo: entre 30% a 60% da superfície do fruto possui coloração
avermelhada ou rósea (D)
Vermelho – claro: entre e 90% da superfície do fruto possui
coloração róseo-avermelhada ou vermelha (E)
Vermelho: mais de 90% da superfície possui coloração vermelho-
intensa (E)
Processo de seleção e
classificação de acordo com
o calibre, peso e coloração
da casca

Processo de secagem de
Tomate com ar forçado
Classificação de tomate para mesa
Classificação de frutos de tomate com defeitos

FONTE: Brasil (1995)


Limites máximos de defeitos (%) por tipo
Classe
Tipo
11.1.3. Embalagem
Caixa K de madeira (22 kg)
Caixa K de plástico rígido (13 kg)
Caixa de papelão ondulado
Bandejas e caixas especiais de papelão

11.2.Tomate para indústria


11.2.1. Colheita manual
11.2.2. Colheita mecanizada
11.2.3. Transporte a granel
11.2.4. Qualidade
Caixa tipo K
Caixa de papelão
ondulado

Caixas de morango
Defeitos apresentados pelos frutos de tomate destinados
ao processamento
Defeitos apresentados pelos frutos de tomate destinados
ao processamento
Classificação do tomate para processamento industrial

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