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EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL AO CALOR

Ismael Pereira Pires


Engenheiro Químico
Engenheiro de Segurança do Trabalho
MECANISMOS DE TROCA TÉRMICA

n CONDUÇÃO
CONTATO ENTRE DOIS CORPOS

n CONVECÇÃO
CONTATO ENTRE DOIS CORPOS SENDO UM FLUIDO

n RADIAÇÃO
EMISSÃO DE RADIAÇÃO INFRAVERMELHA

n EVAPORAÇÃO
MUDANÇA DE FASE - LÍQUIDO PARA VAPOR

Calor-2
EQUAÇÃO DO EQUILÍBRIO TÉRMICO

M ±C±R-E =0
M = Calor produzido pelo metabolismo
C = Calor ganho ou perdido por condução e convecção
R = Calor ganho ou perdido por radiação
E = Calor perdido por evaporação

Calor-3
LIMITE DE TOLERÂNCIA

n Definição de limite de tolerância


n Diversos índices
n LT deve levar em conta os fatores
ambientais e da atividade (calor gerado
pelo metabolismo)

Calor-4
FATORES AMBIENTAIS
n Temperatura do ar
n Umidade relativa do ar
n Velocidade do ar
n Radiação

Calor-5
Medição dos Fatores Ambientais
VELOCIDADE DO AR

n INFLUENCIA NA TROCA DE CALOR POR CONVECÇÃO E


EVAPORAÇÃO
n EQUIPAMENTO: ANEMÔMETRO
n ESTIMATIVA DE VELOCIDADE DO AR:
u Ar parado (p.ex.:sala fechada sem ventilação): < 0,2 m/s
u Brisa leve (p.ex.: leve percepção do movimento do ar): entre 0,2 e 1,0
m/s
u Brisa moderada (p.ex: poucos metros de um ventilador, percepção
clara de movimento do ar, movimento dos cabelos ou folha de papel):
entre 1,0 e 1,5 m/s
u Vento forte (p.ex.: próximo de um ventilador, vento na roupa): > 1,5
m/s

Calor-6
Fator dependente da Atividade
CALOR PRODUZIDO PELO METABOLISMO

n MEDIDO OU ESTIMADO
n MEDIÇÃO: POR CALORIMETRIA DIRETA (CÂMARA) OU
INDIRETA (CONSUMO DE OXIGÊNIO - 4,8 KCAL/L OXIGÊNIO)
n ESTIMATIVA: POR MEIO DE TABELAS OU ANÁLISE DE
TAREFAS
u MENOS PRECISO
u MENOS REPRODUTÍVEL
u VARIAÇÃO: +/- 10 A 15%
u TABELAS: ERROS DA ORDEM DE 30%
u ANÁLISE DE TAREFAS: DIVIDIR A TAREFA EM ATIVIDADES BÁSICAS OU
SUBATIVADES, MEDIR OU ESTIMAR O METABOLISMO DE CADA ATIVIDADE
OU SUBATIVIDADE, OBTER MÉDIA PONDERADA NO TEMPO.
Calor-7
IBUTG

Índice de Bulbo Úmido Termômetro de Globo


n Desenvolvido em 1957 para monitorar a exposição ao
calor em campo de treinamento militar
n Vantagens: fácil de calcular, utiliza equipamentos
simples e baratos
n Ambientes internos e externos sem carga solar:
IBUTG = 0,7 tbn + 0,3 tg
n Ambientes externos com carga solar:
IBUTG = 0,7 tbn + 0,2 tg + 0,1 tbs
tbn = Temperatura de bulbo úmido natural
tg = Temperatura de globo
tbs= Temperatura de bulbo seco

Calor-8
Portaria 3.214/78 - NR-15 - Anexo Nº3
Limites de Tolerância para exposição ao Calor

n Índice de Bulbo Úmido Termômetro de Globo - IBUTG


n Equipamentos:
termômetro de bulbo úmido natural, termômetro de globo e
termômetro de mercúrio comum.
n Ponto de medição: local onde permanece o trabalhador, à
altura da região do corpo mais atingida.
n Estabelece dois tipos de limites:
u regime de trabalho intermitente com períodos de descanso no próprio
local de prestação de serviço.
u regime de trabalho intermitente com período de descanso em outro local
(de descanso).

Calor-9
Portaria 3.214/78 - NR-15 - Anexo Nº3
Regime de trabalho intermitente com períodos de
descanso no próprio local de prestação de serviço

n Períodos de descanso: tempo de serviço para todos os efeitos


legais.
n Tipo de atividade (leve, moderada ou pesada): Quadro No 3.
n Regime de trabalho:

Calor-10
Portaria 3.214/78 - NR-15 - Anexo Nº3
Limites de Tolerância para Exposição ao Calor
QUADRO Nº 3
TAXAS DE METABOLISMO POR TIPO DE ATIVIDADE

Calor-11
Portaria 3.214/78 - NR-15 - Anexo Nº3
Regime de trabalho intermitente com período
de descanso em outro local (de descanso)
n Local de descanso: ambiente termicamente mais ameno,
com o trabalhador em repouso ou exercendo atividade
leve.
n Limites de Tolerância: Quadro Nº2

Calor-12
Exercícios
1) Observando-se um operador de forno de uma empresa,
verifica-se que o mesmo gasta 3 minutos carregando o
forno, aguarda 4 minutos para que a carga atinja a
temperatura esperada sem, no entanto, sair do local e, em
seguida, gasta outros 3 minutos para descarregar o forno.
Este ciclo de trabalho é continuamente repetido durante
toda jornada de trabalho.
Resultados da avaliação do ambiente:
u tg = 35ºC
u tbn = 25ºC
Verificar se o limite de tolerância foi excedido.

Calor-13
Exercícios - resolução ex. 1
n IBUTG = 0,7 * 25 + 0,3 * 35 = 28ºC
n ANÁLISE DO REGIME DE TRABALHO: Regime de trabalho-
descanso, com descanso no próprio local de trabalho
n TIPO DE ATIVIDADE: Moderada (Quadro Nº3)
n CICLO DE TRABALHO: Em 1 hora de trabalho, o ciclo se repete
6 vezes, assim: 36 minutos de trabalho e 24 minutos de descanso
n LIMITE DE TOLERÂNCIA: Pelas condições ambientais e pelo
Quadro Nº1, o regime recomendado é: 45 minutos de trabalho e 15
minutos de descanso.
n CONCLUSÃO: o ciclo de trabalho está adequado para o tipo de
atividade e condições térmicas do ambiente analisado.

Calor-14
Exercícios
2) Observando-se um operador de forno de uma empresa,
verifica-se que o mesmo gasta 3 minutos carregando o
forno, aguarda 4 minutos para que a carga atinja a
temperatura esperada e, em seguida, gasta outros 3
minutos para descarregar o forno. Durante o tempo em
que aguarda a elevação da temperatura da carga (4
minutos), o operador do forno fica fazendo anotações,
sentado a uma mesa que está afastada do forno. Este ciclo
de trabalho é continuamente repetido durante toda
jornada de trabalho.
Resultados da avaliação do ambiente:
u LOCAL 1 - tg = 54ºC tbn = 25ºC
u LOCAL 2 - tg = 32ºC tbn = 24ºC
Verificar se o limite de tolerância foi excedido.
Calor-15
Exercícios - resolução ex. 2
n ANÁLISE DO REGIME DE TRABALHO:

u Regime de trabalho-descanso, com descanso em outro local


n CICLO DE TRABALHO:
uEm 1 hora de trabalho, o ciclo se repete 6 vezes, assim: 36 minutos
de trabalho e 24 minutos de descanso
n ANÁLISE DO LOCAL DE TRABALHO:
u IBUTG = 0,7 * 25 + 0,3 *54 = 33,7ºc
u M = 300 kCal/h (Quadro Nº3)
u Tempo de Permanência: 6 * 6 = 36 minutos
n ANÁLISE DO LOCAL DE DESCANSO:
u IBUTG = 0,7 *24 + 0,3*32 = 26,4ºC
u M = 125 kCal/h (Quadro Nº3)
u Tempo de permanência: 6 * 4 = 24 minutos
Calor-16
Exercícios - resolução ex. 2
n CÁLCULOS:
u Mmédio = (300*36 +125*24)/60 = 230 kCal/h
u IBUTGmédio = (33,7*36 + 26,4*24)/60 = 30,8
n LIMITE DE TOLERÂNCIA: Para M = 230 kcal/h, o IBUTG máximo
= 28,5ºC
n CONCLUSÃO: para as condições ambientais e atividade física, o LT
foi ultrapassado.

QUAL DEVERIA SER O CICLO DE TRABALHO PARA QUE O


LIMITE DE TOLERÂNCIA NÂO SEJA ULTRAPASSADO?

Calor-17
CHECK-LIST PARA MEDIDAS DE CONTROLE

Controlar Ações possíveis


n Metabolismo - Reduzir a demanda física do trabalho
- Mecanização
n R - Calor radiante - Barreiras refletoras de raios IV
- Cobrir partes expostas do corpo
- Roupas aluminizadas
n C - calor convecção - Se tar> 35ºC: reduzir temperatura do
ar, reduzir a velocidade do ar, vestir roupas
- Se tar< 35ºC: aumentar a velocidade do ar
e reduzir roupas
n Evaporação Pode ser aumentada: reduzindo a umidade,
aumentando a velocidade do ar

Calor-18
Medidas de controle da exposição ao calor

Alterar Ações possíveis


n Práticas de trabalho - Reduzir o tempo de exposição
- Programar o trabalho para horário mais
fresco
n Educação - Auto-limite da exposição em função
dos sinais e sintomas
n Equipamentos de Proteção Individual

Calor-19

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