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HENRIQUE DIAS E A

GUERRA PRETA
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE A POLISSEMIA DAS
CATEGORIAS DE COR NO MUNDO ATLÂNTICO PORTUGÊS
DOS SEISCENTOS.

COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM.
PROFESSORA: Dr. Fabiana dos Santos Lima.
Curso: Licenciatura em Química.
EQUIPE:

• ROMULO FEITOSA DA SILVA


• FRANCISCO WALLIS SOUSA RODRIGUES
• ANTONIO BRUNO DA SILVA TEXEIRA
• GABRIEL FERREIRA DA SILVA
Tomando por base uma crônica do período Seiscentista, se busca expor a visão do historiador , em que se cruza
também, as linguagens e identidades africanas em torno do atlântico. A obra utilizada foi Henrique Dias e a
Guerra Preta: algumas considerações sobre a polissemia das categorias de cor no mundo atlântico português dos
Seiscentos.
ABORDAGENS:

• Henrique Dias: Governador dos negros, que ainda em vida foi reconhecido como herói das lutas de restauração
portuguesa contra o domínio holandês no Nordeste(1645-1654).
• Obras em que foi citado: O Valeroso Lucideno de Frei Manuel Calado. Memorias Diárias da Guerra do Brasil, de Duarte
de Albuquerque Coelho.
• Perca da mão e seu reconhecimento na batalha do ataque do conde de Nassau.(1637,1638).
• Governador dos negros( Crioulos, Negros e Mulatos) ,carta patente de 4 de setembro de 1639.
• Dom João IV e a segunda comenda de Henrique Dias. (1640).
• Guerra da Liberdade Divina, restauração de Pernambuco ao domínio português.
• Conselho ultramarino: Henrique dias em Lisboa, pedido de satisfação por seus serviços feitos nas guerra do
Brasil.(1656)
• Mesa de consciência e ordem e a transferência de seus hábitos e comendas da ordem militar para seus genros.
• “Segunda petição, pedido de confirmação para: O terço que tem em Pernambuco de gente preta, e que toda a que for
cativa se lhe liberte” pois “[...] No dito terço muita parte dos soldados e oficiais são homens sujeitos que vieram para a
guerra por editais que se puseram pelos generais e capitães que em nome de vossa majestade lhe prometiam serem
forros e libertos [...]
• Gente preta e a esperança pois guerra.
• Controvérsia na tropa de Henrique Dias.
HENRIQUE DIAS

Governador dos negros, que ainda em vida foi


reconhecido como herói das lutas de restauração
portuguesa contra o domínio holandês no
Nordeste(1645-1654).
OBRAS QUE FAZEM MENÇÃO A
HENRIQUE DIAS

O Valeroso Lucideno de Frei Manuel Calado.


Memorias Diárias da Guerra do Brasil, de
Duarte de Albuquerque Coelho.
PERCA DA MÃO E SEU RECONHECIMENTO NA BATALHA DO
ATAQUE DO CONDE DE NASSAU.(1637,1638).
GOVERNADOR DOS NEGROS( CRIOULOS, NEGROS E
MULATOS) ,CARTA PATENTE DE 4 DE SETEMBRO DE 1639.
DOM JOÃO IV E A SEGUNDA
COMENDA DE HENRIQUE DIAS
(1640).
GUERRA DA LIBERDADE DIVINA, RESTAURAÇÃO
DE PERNAMBUCO AO DOMÍNIO PORTUGUÊS.
CONCELHO ULTRAMARINO: HENRIQUE DIAS EM LISBOA, PEDIDO DE SATISFAÇÃO
POR SEUS SERVIÇOS FEITOS NAS GUERRA DO BRASIL COLÔNIA.
.

Mesa de consciência e ordem e a


transferência de seus hábitos e
comendas da ordem militar para seus
genros.
Segunda petição, pedido de confirmação para: “O terço que tem em Pernambuco de gente preta, e que toda a que for cativa
se lhe liberte”
. pois “[...] No dito terço muita parte dos soldados e oficiais são homens sujeitos que vieram para a guerra por
editais que se puseram pelos generais e capitães que em nome de vossa majestade lhe prometiam serem forros e libertos
[...]
Gente preta e a esperança pois guerra, a
controvérsia na tropa de Henrique Dias.
A GUERRA PRETA DOS DOIS LADOS DO ATLÂNTICO

O conflito ocorria dos dois lados do atlântico como o


nome sugere,
Em um lado a disputa pelos os engenhos que os
holandeses haviam tomados dos Portugueses em 1637
e o outro na costa da África, os Holandeses aliaram-se
com os líderes Africanos inimigos dos portugueses
para tirar-lhes a posição do tráfico.

Posteriormente houve a recuperação de Angola, por


tropas enviadas do Brasil, que tinha
veteranos de Pernambuco, entre eles uma companhia de
gente preta de Henrique Dias
Os escravos ditos ”MINAS” que eram trazidos da África
do Forte de São Jorge da Mina.
Segundo Thornton , a guerra se concentrou na costa da mina por todo o século xvii. Os chamados
"ardras" eram traficados para os portos de Ardra e allada.
As tropas de allada era formada por soldados profissionais que promoviam desfiles e paradas que
impressionaram os primeiros observadores europeus, porém em batalha prevalecia os combates corpo
a corpo e a ausência de organização coletiva. Em ambas as regiões a guerra era o principal meio da
produção de cativos, e a utilização de escravos como soldados era uma prática comum. Nessa época
as armas de fogo europeias haviam sido incorporadas parcialmente as lutas locais em allada.
Apesar do estranhamento, práticas de guerra dos negros ditos minas, podem ser identificadas nas
narrativas coesas de Diego Lopes Santiago
A maior parte da população escrava presente na região provinha dos portos da África Atlântica Centro-
Ocidental, especialmente de Luanda-Angola. A ocupação do litoral do Ndongo , com a de Luanda , em
1576,envolveu portugueses , luso-africanos, luso-brasileiros e depois holandeses e diversos reinos
africanos, por todo o século XVII. A presença militar portuguesa incorporou táticas e formas de
organização militares à região e era formado por pequenos contingentes europeus e grupos de
combates africanos constituídos pelos “sobas” e “imbagalas”, aliados dos portugueses, além de grupo
mercenários e regimentos de escravos, que formava as chamadas “guerras pretas”. Em 18 de agosto de
1644, uma carta régia a Antônio de Abreu de Miranda(Governador da Angola), mandava-lhe o socorro
de uma embarcação de Lisboa, com 200 angolistas e o Governador dos pretos, Henrique Dias, com 100
homens da preta sua gente, permitindo a passagem pela Bahía.
Em 14 de novembro de 1644, Dom João IV enviara uma carta diretamente a Henrique Dias, oferecendo
o cargo de capitão-mor de toda a guerra preta que nele houver, mas ele não assumiu o cargo oferecido
pelo rei e também não voltou para a Angola.
- Não houve maiores controvérsias entre o procurador da fazenda real, os conselheiros e a própria rainha Dona Luisa, quanto a justiça de se
alforriarem os soldados e os oficiais cativos que haviam servido nas guerras de Pernambuco.
- Para diminuir o número de alforrias, o que predominou foi a ideia de que as autoridades brasileiras, em especial o governador André vidal de
Negreiros, na qual conhecia bem os que melhor serviam e assim deveria providenciar sua liberdade.
- O procurador da fazenda opunha-se firmemente á manutenção do terço, pois considerava que mantê-lo seria a mesma coisa que dar a Henrique
Dias, todos os negros do Brasil.
- O procurador considerava que mesmo se uma novaconjuntura de guerra fizesse necessária a recomposição do terço esta seria feita rapidamente
sob a liderança de Henrique Dias.
- Os argumentos apresentados pelo procurador em relação aos interesses escravistas, não convenceram completamente os membros do conselho,
consideravam que a conjuntura de guerra estava longe de se ter completamente acabado e que o terço ainda poderia ter um papel para “ reduzir e
trazer a povoação”
- O parecer do Conselho aprovou uma estratégia completamente oposta á apresentada pelo procurador, os conselheiros enfatizaram a experiência
militar no sentido africano da “gente preta” governada por Henrique Dias.
- No contexto de guerras daquele períodos, os mocambos de escravos fugidos espalharam-se pelos sertões do Nordeste desde o inicio dos
seiscentos.
- Em 1658, os conselheiros consideravam perdidos para os senhores os negros dos mocambos, e propunham uma forma de armistício com eles,
incorporando-os as tropas de Henrique Dias.
- A utilização da designação “negro” para os mocambeiros reforçava uma percepção da origem predominantemente cativa e africana da maioria
deles.
- A divisão no seio das autoridades portuguesas sobre como tratar os negros dos Palmares permaneceria ainda por muitos anos, até a extinção
definitiva do quilombo pelas tropas de Domingos Jorge Velho.
- A rainha decidiu manter o terço “ enquanto viver Henrique Dias”
- Com auxilio da caroa Henrique Dias retornou a Pernambuco, onde faleceu em 1662, com as honras militares que solicitou, sua imagem porém é
indissociável dos negros, crioulos e mulatos que teve sob seu comando.
- A figura militar de Henrique Dias não pode ser entendida sem levar em conta a experiência portuguesa na Africa, Atlantica, no mesmo período e a
polissemia das categorias de procedência e cor então engendradas.
RETRATAÇÕES DE HENRIQUE DIAS
Referências:
Seiscentista.In: DICIO, Dicionário Online de Português. Porto: 7Graus, 2018. Disponível em:
[https://www.dicio.com.br/seiscentista/]. Acesso em: 25/03/2019.
MATTOS,Hebe. Henrique Dias e a guerra Preta: algumas considerações sobre a polissemia das categorias de cor no mundo
atlântico português dos Seiscentos.In: África-Brasil:caminhos da língua portuguesa.(org)GALVES,Charlottr. GARMES,Helder.
Ribeiro,Fernando. Campinas: Unicamp editora,2009.p. 69-84.

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