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EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR:

MODALIDADES COLETIVAS
E LUTAS
EDUCAÇÃO FÍSICA

DISCIPLINA DE ESCOLARIZAÇÃO

SAÚDE / BEM-ESTAR
A Produção Textual Interdisciplinar tem o propósito de
integrar conteúdos e saberes das disciplinas ofertadas
no semestre, tendo o objetivo de refletir sobre os
conteúdos de cada área do conhecimento,
possibilitando uma compreensão do todo.
Assim a presente atividade tem como o eixo integrador
do semestre Fundamentos da Educação Física Escolar,
identificando, através de pesquisa quais esportes de
lutas ou artes marciais são desenvolvidas pela escola e
qual suas metodologias de ensino e capacidade
motoras são trabalhadas.
É comum nas aulas de educação física encontrarmos
atividades que são pré-estabelecidas pelo plano
nacional de educação, que normalmente envolvem
esportes coletivos na sua grande maioria o basquete,
voleibol, futsal e handebol, e quando individuais
envolvem dança, atletismo ou natação, porém acredita-
se que esporte de combates como lutas e artes
marciais também podem contribuir com a formação
sociocultural, histórico-crítico, físico e competitivo
desses alunos.
Neste contexto, o presente trabalho foi divido em três
momentos específicos e assim descritos:
Num primeiro momento foi Num segundo momento
tornou-se possível realizar
possível descrever as
uma pesquisa de campo com
modalidades de lutas e uma educadora física,
artes marciais que são verificando com essa
modalidades olímpicas e os educadora questões
componentes das norteadoras elaboradas pelos
capacidades motores professores deste sexto
existentes na modalidade de semestre do Curso de
lutas e artes marciais. Educação Física.

O terceiro momento
compreendeu a análise da
entrevista, cujos dados
foram discutidos à luz dos
referenciais teóricos
selecionados para este
trabalho.
Praticada desde o início da humanidade, a luta é o
mais natural e primitivo meio de ataque e defesa. Ao lado
da corrida, a luta é provavelmente o esporte de
competição mais antigo do mundo.
Adotada na preparação física para provas mais
importantes, a luta logo se transformou em esporte.
Posteriormente surgiu a luta combate, que incluía muitas
vezes a morte de um dos contendores.
Com o tempo, adquiriu a condição de espetáculo
em alguns países, como o Japão, onde chegou a ser um
rito. É importante ressaltar que até hoje é uma das
formas mais utilizadas para o desenvolvimento físico da
juventude.
A luta possui uma regulamentação específica com os objetivos de:

evitar atitudes violentas;


punir atitudes/ações irregulares dentro da
prática da luta;
respeitar as diferenças do oponente;
considerar os valores éticos da cultura corporal
luta.
LUTA ENQUANTO CONTEÚDO DA
EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR

Na visão de Santomauro (2011) as lutas enquanto


conteúdo na Educação Física escolar ainda é pouco
utilizada, talvez por concepções equivocadas,
especialmente, onde é a prática das lutas à violência
ou vandalismo. Outro fator que talvez vede a
utilização das lutas no cotidiano das aulas de
educação física seja a falta de formação e informação
acerca das possibilidades pedagógicas para se
trabalhar as lutas como conteúdo.
LUTA ENQUANTO CONTEÚDO DA
EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR
De acordo com Brasil (1997), nos Parâmetros
Curriculares Nacionais – PCN's –, a luta pode ser
conceituada como jogo de oposição, em que os
alunos podem utilizar-se de técnicas e estratégias
para vencer seu oponente. Como atividades que
englobam a luta, pode-se citar alguns exemplos,
desde as brincadeiras de cabo de guerra e braço de
ferro até práticas mais complexas como a capoeira, o
judô, o karatê, dentre outras, desde que, sejam
seguidos os princípios de inclusas necessidades dos
indivíduos.
LUTA ENQUANTO CONTEÚDO DA
EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR
Como parte da cultura humana, as lutas representam
um meio eficaz de educação e um conjunto de
conteúdos altamente importantes para a Educação
Física escolar, pois, qualquer que seja a modalidade
de luta, exige respeito às regras, a hierarquia e a
disciplina, valorizando a preservação da saúde física e
mental de seus praticantes. As lutas assim como os
demais conteúdos da educação física, devem ser
abordadas na escola de forma reflexiva, direcionada a
propósitos mais abrangentes do que somente
desenvolver capacidades e potencialidades físicas
(SILVA, 2010).
LUTA ENQUANTO CONTEÚDO DA
EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR
Paes (2011), explicita acerca de um ponto importante,
que o docente precisa ter claro, é que o objetivo não
pode ser transformar os alunos em lutadores
profissionais e sim fazer com que eles conheçam as
características comuns às lutas, as técnicas, o
histórico, as vestimentas e os países em que as lutas
são praticadas. A inclusão de lutas nas aulas e
educação física é importante pois trabalha agilidade,
força, equilíbrio, atenção e defesa pessoal.
LUTA ENQUANTO CONTEÚDO DA
EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR
É importante dizer que as lutas são um conteúdo
oficial da disciplina de Educação Física, apresentado
pelos Parâmetros Curriculares Nacionais. Entretanto,
existem alguns argumentos que impedem que o
professor incite essa prática. O primeiro deles é a
falta de vivência da maioria dos professores com as
lutas, ou seja, são poucos os que já lutaram antes; o
segundo é a preocupação com a violência que se
imagina que as lutas possam gerar.
LUTA ENQUANTO CONTEÚDO DA
EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR

Importante salientar que as lutas em ambientes


escolares devem ter abordagens diferenciadas
das lutas trabalhadas em academias. O
professor de educação física acostumado a
criar, a inovar em atividades recreativas e
jogos, pode facilmente propor exercícios para
treinar equilíbrio, agilidade e força.
LUTA ENQUANTO CONTEÚDO DA
EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR
Será necessário então o professor de Educação Física
recorrer a livros e outras informações para que possa
assim disponibilizar de uma modalidade que pode ser
escolhida através da cultura de seu país, regiões, e que se
integre totalmente dentro dos padrões escolares sendo
assim menos arriscado a sofrer riscos de preconceito,
indiferenças. Onde proponham sim trabalhar não tão
somente o corpo como a mente dos alunos, realizando um
trabalho com dedicação, criatividade, e cooperação de
alunos , abordando matérias de utilidades para que suas
aulas possam acontecer de um modo que desperte o
interesse e a vontade dos alunos.
Pesquisa de Campo : O desenvolvimento de
Modalidades coletivas nas aulas de
Educação Física
Roteiro de entrevista / Pesquisa de Campo

1. Qual método ou abordagem de ensino você utiliza em suas aulas para o


desenvolvimento do aprendizado de modalidades coletivas?
Procuro mesclar um pouco e não me manter somente em uma abordagem.
Para o ensino das modalidades coletivas, prefiro utilizar a Esportivizadora.
Acredito que seja mais eficiente. Há quem critique, mas ainda acho que é a
que melhor se encaixa na nossa realidade escolar aqui.

2. Por que você considera este método mais adequado para o


desenvolvimento dessas modalidades?
Porque ele leva em conta a necessidade do esporte na escola. É a que
considero mais especifica para a idéia do esporte na escola. Consigo fazer
um trabalho mais voltado para o desenvolvimento físico e motor os alunos,
trabalhar a técnica mesmo. Não adianta tentar ensinar mil coisas ao mesmo
tempo, é melhor ser mais específico.
Roteiro de entrevista / Pesquisa de Campo

3. Você também considera aspectos importantes de outros


métodos de ensino além do que você costuma utilizar, para tornar
o aprendizado dos alunos um processo mais prazeroso e eficaz?
Considero sim, mas como já disse, acho esse mais específico.
Tem as abordagens que propõem colocar o esporte na escola para
o aluno pensar, mas se for para ensinar a técnica e ao mesmo
tempo refletir a modalidade, não vai sair nem um, nem o outro.

4. Além do método que você utiliza com maior freqüência, sobre


quais outros métodos você têm conhecimento?
Sei que existem vários, mas eu costumo utilizar a Esportivizadora.
Esses métodos ficam misturando os conteúdos todos, tem uns
que não são nada objetivos.
Roteiro de entrevista / Pesquisa de Campo

5. Na sua graduação, você teve alguma disciplina que


abordasse os diferentes métodos de ensino de modalidades
coletivas?
Que fosse específica para as modalidades coletivas não, mas
tiveram duas matérias que discutiram métodos de ensino:
Metodologia da Educação e Metodologia da Educação Física.
Discutiram bem as abordagens pedagógicas, vimos que cada
uma tem seus prós e contras. Cabe a nós encaixarmos em cada
realidade.Cada turma trás para a gente um desafio de trabalhar
de um jeito diferente. Um modo de ensinar para uma turma,
quase nunca serve para a outra. Vamos procurando, mesmo
que já tenha visto as abordagens, nem sempre dá para encaixar
direitinho nelas.
Roteiro de entrevista / Pesquisa de Campo

6. Você se sente preparado para trabalhar o ensino de


modalidades coletivas com seus alunos?

A gente nunca se sente finalizado, preparado totalmente, mas


precisamos encarar a realidade e ver o que é possível trabalhar.
Dentro das limitações da própria escola, material, a vivência
mesmo dos alunos, e a nossa limitação também como
professor, procurar meios para suprir tudo isso é um desafio.
Mas vamos seguindo, tentando melhorar sempre. É como
disse, um desafio. A gente nunca vai estar pronto e preparado.
Com o tempo a experiência traz algumas facilidades, cartas na
manga, ajuda dar conta de improvisar quando acontece algum
imprevisto.
Roteiro de entrevista / Pesquisa de Campo
7. Como você prepara os exercícios e atividade que propõe em sua aula?
Você trabalha com progressão dos movimentos para a construção
pedagógica de suas aulas?

Eu procuro planejar a aula levando em consideração o que cada turma


apresenta. Por exemplo, para alunos mais novos eu coloco mais estafetas,
exercícios em dupla ou com menos gente, evito jogos muito rápidos e
tumultuados, eles não acompanham muito e acabam se perdendo e não
aprendendo. Coloco um jogo mais lento, adaptado, tento colocar as regras
oficiais aos poucos para que eles aprendam de verdade. Os alunos mais
velhos já são diferentes, se o jogo for muito lento eles já se desmotivam e
não querem saber da aula. Por isso eu procuro adaptar também, trabalho a
técnica e tudo mas coloco um jogo mais rápido, com marcação mais firme
para que eles evoluam. Eu acredito que a progressão dos movimentos é
importante, porque assim eles conseguem seguir, aprender de verdade cada
um. Costumo ir aumentando a complexidade da aula, a velocidade do jogo,
para tentar aproximá-los de um jogo com as regras formais.
Exercícios Utilizados nas Aulas
Atividade 1: Formam-se duplas. Os alunos trocam
passe e recepcionam a bola. Nesta etapa o professor
reforça a precisão e a técnica.
Atividade 2: Os alunos se dividem em dois grupos,
cada grupo fica de um lado do fundo da quadra.
Executam saque. O professor dá o feedback geral dos
saques a medida que vão sendo executados.
Atividade 3: Um aluno fica na posição 3, e os demais
formam uma fila na posição 2, de forma a executar o
toque na bola para o aluno da posição 3, e este
levanta para que o aluno da posição 2 execute o
ataque.
Considerações sobre a entrevista:
Diante dessa pesquisa, confirmamos o fato de que a
Abordagem Tradicional Tecnicista ainda é presente e
frequente no ambiente escolar. O professor afirma
utilizar o método “Esportivizadora” que é sinônimo do
método tradicional.
Observamos também a resistência do professor em
pensar em outros métodos para sua aula. Ele se
mostrou ciente e apesar de afirmar ter contato com
estes conteúdos ao longo de sua formação, afirma
que vê o método mais eficaz o “Esportivizador”.
Considerações sobre a entrevista:
As usualidades de exercícios analíticos-sintéticos são
bastante frequentes, porém devemos nos atentar, pois
os estímulos são distantes do momento do jogo, e os
alunos podem ficar desmotivados.
Como dito em outro momento deste estudo, cada
método possui suas vantagens, o que não pode-se
negar. Se tal método é muito utilizado, é porque algum
resultado ou a forma na qual ele foi implantado já
surtiu algum efeito. Porém com os avanços dos
estudos na área da Educação Física, e também no
esporte, o foco e as formas de ensinar se
modificaram.
Considerações sobre a entrevista:
Logo, devemos nos atentar se estamos
realmente pensando no objetivo da aula ou se
estamos apenas reproduzindo algo impregnado
no ensino dos esportes coletivos. Há algumas
abordagens que não consideram a idade do
aluno, outras já propõem um pensamento mais
crítico sobre aquela prática. Cabe a nós
professores então buscarmos nos apropriar
deste conhecimento, para que nossas aulas
sejam de forma mais adequada.
A boa orientação faz
toda a diferença!
Seja um exemplo para
seus alunos
REFERÊNCIAS
BRASIL, Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais:
Educação Física/ Secretaria de Educação Fundamental – Brasília: MEC/SEF, 1998
GOULART, Íris Barbosa. Piaget: Experiências básicas para utilização pelo professor.
20. ed. Rio de Janeiro: Vozes, 2003.
MOREIRA, Evandro Carlos, (org.). Educação Física escolar: desafios e proposta.
Jundiaí, SP: Editora Fontoura, 2004.
OLIVEIRA, Saulo Bonfim de, FILHO, Adilson Domingos dos Reis. “Ensino de lutas na
escola: elemento pedagógico ou estímulo à violência? ” Maio/2013. Disponível em:
http://www.efdeportes.com/efd180/ensino-de-lutas-na-escola.htm. Acesso em
10/10/2018.
PAES, Roberto Rodrigues. Educação Física escolar: o esporte como conteúdo
pedagógico do ensino fundamental. Canoas: Ed. ULBRA, 2001. p65.
RONDINELLI, Paula. “Luta não é violência: a importância das lutas nas aulas de
Educação Física”. Disponível em https://brasilescola.uol.com.br/educacao-fisica/luta-
nao-violencia-importancia-das-lutas-nas-aulas-.htm. Acesso em 10/10/2018.
SANTOMAURO, Beatriz. “O lugar da luta nas aulas de Educação Física”. Fevereiro
2011. Disponível em: https://novaescola.org.br/conteudo/1229/o-lugar-da-luta-nas-
aulas-de-educacao-fisica. Acesso em: 10/10/2018.
SILVA, Polyana. “Lutas e Artes Marciais na Escola: O Ensino e as Políticas
Pedagógicas. ”. Março de 2017. Disponível em: http://blogeducacaofisica.com.br/lutas-
e-artes-marciais-na-escola/. Acesso em 10/10/2018.

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