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Cláudia Regina Parra- psicóloga

Conversando sobre:

Automutilação
e
Ideação suicída
Falar sobre esses temas por
que?
Automutilação
Automutilação
• Bater a cabeça,
• Cutucar uma ferida,
• Se queimar,
• Se cortar
Automutilação
• Alívio através de machucar-se;
• Sensação de frustração;
• Punição ;
• Solidão;
Automutilação
• representam antes uma forma de controlar as
emoções, ansiedades, raiva, sensação de
vazio…
• uma expressão de grande mal-estar interno,
como forma de aliviar fisicamente a dor que é
psicológica e emocional.
Automutilação
• A pessoa que se automutila está claramente em
grande sofrimento e é assim que deve ser vista e
tratada.
• O acompanhamento por um profissional é
essencial para ajudar este jovem a:
• dar nome às suas emoções,
• a identificar formas saudáveis e adequadas de
lidar com os seus problemas e angústias,
• a aumentar a auto-estima e aprender a gostar de
si mesmo.
Automutilação
• Por mais que essa pessoa precise de atenção
– de uma atenção empática e delicada – o
objetivo inicial dela ao se ferir:
• nunca foi o de receber
atenção,
• ma de lidar com um
sofrimento intenso.
• É como se a dor física aliviasse a "dor na alma".
• A automutilação está adquirindo características
de problema de saúde pública e cabe a nós,
como sociedade, fornecermos amparo e
suporte para essas pessoas que tanto sofrem e
não conseguem ser ouvidas.

• O tratamento normalmente envolve a


psicoterapia e, em alguns casos, medicamento
para tratamento da automutilação ou da sua
condição clínica associada.
Como ajudar?
• Converse com a pessoa de forma calma e tranquila.
• Mesmo não aceitando ou compreendendo seu
comportamento, mostre que se você se importa com
ele(a) e deseja ajudá-lo(a).
• Mostre que há pessoas que se importam com ele(a).
• Entenda que essa é uma forma que a pessoa
encontrou para lidar com o sofrimento emocional.
• Não julgue o comportamento da pessoa.
• Mantenha uma postura acolhedora, com escuta
atenta e respeitosa.
O QUE NÃO FAZER?
• NÃO reaja exageradamente, pois isso pode afastar o jovem e
dificultar a formação de um vínculo.
• NÃO responda com pânico, repulsa, surpresa ou espanto.
• NÃO tente coibir o comportamento com ameaças.
• NÃO demonstre excessivo interesse pela automutilação (mas
um pouco de interesse será necessário para manter uma
postura acolhedora e entender a gravidade do problema).
• NÃO permita que o paciente reviva os episódios de
automutilação com detalhes, uma vez que isso pode
desencadear novos episódios.
• NÃO expor o jovem falando publicamente de seu
comportamento.
• NÃO prometa que não irá contar a ninguém sobre a mutilação,
pois será necessário procurar por ajuda.
(Adaptado de Toste, 2010)
Ideação Suicida
Ideação Suicida
A dimensão do problema

• No mundo a cada 40 segundos uma pessoa se


suicida, afirma a O.M.S.
• 25 pessoas tiram a própria vida diariamente no
Brasil .
• A Organização Mundial da Saúde (WHO, 2004)
projeta que, para o ano 2020 ocorrerão,
aproximadamente, um milhão e meio de suicídios
em todo o mundo, ou seja, uma morte a cada 20
segundos.
Ideação Suicida
• Em termos mundiais o crescimento do risco de
suicídio aumenta com a idade, embora mais
recentemente perceba-se um aumento
significativo dos índices nos jovens com idades
entre 15 e 34 anos.
• taxa de suicídio de adolescentes com idades
entre 10 e 14 anos aumentou 40% nos últimos ,
segundo o Mapa da Violência 2014.

• Um maior número de pessoas comete suicídio


anualmente do que as que morrem em todos os
conflitos mundiais combinados.
Ideação Suicida
Entre adolescentes e jovens no Brasil
• Em termos de Brasil um trabalho realizado em
Porto Alegre (RS), sobre indícios de potencial
suicida na adolescência, em uma amostra de 150
estudantes do ensino fundamental, com idade de
12 a 17 anos, foi verificado que:
35,7% dos adolescentes apresentaram ideação
suicida, medida na Escala de Ideação Suicida de
Beck (BSI), ou seja, um pouco mais de um terço da
amostra.
Ideação Suicida
• A respeito de estudos de gênero e ideação
suicida, no período da adolescência, as mulheres
apresentam maiores taxas de ideação suicida
quando comparadas aos homens (quatro vezes
mais para ideação suicida e três vezes mais para
tentativa de suicídio).
• Uma explicação possível para este fenômeno é de
que as meninas apresentam maiores índices
de depressão (principalmente depressão
moderada) que os meninos (2:1,respectivamente)
Por que as pessoas se suicidam?
Comportamentos Suicidas
• Primeiramente, necessitamos distinguir entre
os vários níveis de comportamentos suicidas,
desde a ideação suicida, em que a pessoa
começa a contemplar o suicídio como uma
solução viável para os seus problemas, até
propriamente a tentativa de suicídio e o
suicídio consumado.
Ideação Suicida
• Beck e a tríade cognitiva
Eu

Futuro Ambiente
• Comportamentos suicidas podem apresentar-se
disfarçadamente: decisões súbitas de, por
exemplo, preparar um testamento;
• afirmações que denotam desesperança, como
“minha vida não vai melhorar”;
• idéias de que os demais estariam melhor com
minha morte, como “sou um peso para todos”;
• idéias de fracasso em satisfazer as expectativas
de outros, como “desapontei a todos” etc.
Ideação Suicida

• Embora todos os suicidas estejam


depressivos, os estudos
demonstram que a desesperança
é o construto central de risco
para o suicídio.
• A desesperança tem-se
demonstrado, segundo os estudos,
como um fator de risco crônico e
agudo.

• Sugere um esquema relativamente


estável, em que a dimensão da
tríade cognitiva implicada é o
“futuro”.
Quatro sentimentos principais

Todos começam com “D” (regra dos 4Ds):


• - Depressão,
• - Desesperança,
• - Desamparo,
• - Desespero
• Distorção Cognitiva

• Pensamento Sentimento Comportamento


Déficit em habilidades para
Resolução de Problemas

• Os estudos demonstram que o déficit


cognitivo básico no suicida, semelhantemente
a depressivos, refere-se a uma reduzida
habilidade para resolução de problemas.
• Finalmente, suicidas demonstram uma
reduzida tolerância à ansiedade,
inerente ao processo de resolução de
problemas e ao tempo de latência entre a
identificação de um problema e a sua resolução.
• Como ajudar?
Fontes de Apoio

• - família;
• - companheiros/namorados;
• - amigos;
• - colegas;
• - comunidade religiosa;
• - profissionais de saúde;
• - grupos de apoio.
• - Atividade laborativa
O que você pode fazer?

• Segundo o psiquiatra da Rede Brasileira de


Prevenção do Suicídio Carlos Felipe Almeida
D’Oliveira, o ideal é conversar com a pessoa e
não deixá-la sozinha.
• Ao conversar, procure não falar muito e ouvir
mais, já que muitas vezes a pessoa só precisa
ser ouvida.
• “Se possível, acompanhe-a a um profissional
de saúde e peça orientação”
Enfim,

• Problema antigo, crescente e de Saúde


pública,
• Existem estratégias de prevenção , apoiada num modelo
compreensivo, baseado em evidências e sujeita à avaliação
e monitoramento.
• Estes eixos são:
• 1. Sensibilização e mobilização da sociedade, em geral;
• 2. Qualificação dos profissionais de saúde na gestão e na
atenção;
• 3.Organização dos serviços de modo que ofereçam
tratamentos mais efetivos;
• 4. Promoção de estudos e pesquisas;
• 5. Restrição e redução dos meios utilizados;
• 6. Melhora nos sistemas de informação e de vigilância
em saúde e
• 7.Apoio à organização da sociedade nas suas iniciativas
de promoção e atenção à saúde .
Obrigada pela atenção!

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