Sander Rudnik Biografia • Friedrich Wilhelm Nietzsche foi um filósofo, escritor, poeta e filólogo alemão, um dos mais importantes do século XIX. Nasceu em Röcken, a 15 de outubro de 1844 e faleceu em Weimar, em 25 de agosto de 1900.
• De família luterana o seu destino era ser pastor
como seu pai e seus avôs, mas perde a fé durante a adolescência. Na Universidade de Leipzig, a sua vocação filosófica cresce. Foi um aluno brilhante, dotado de sólida formação clássica, e aos 25 anos é nomeado professor de Filologia na Universidade de Basileia. Biografia • Era de família muito religiosa, pois seu pai era pastor luterano. Mas sua biografia foi marcada por fatalidades que o deixaram profundamente abalado (a morte de seu pai e de seu irmão prematuramente), contudo, não se pode dizer que isso resultou no seu afastamento da religião.
• O sucesso de Nietzsche só veio quando um professor
dinamarquês leu a sua obra "Assim Falou Zaratustra" e, por conseguinte, tratou de difundi-la, em 1888. Muitos estudiosos da época tentaram localizar os momentos em que Nietzsche escrevia com crises nervosas ou sob efeito de drogas. Friedrich Nietzsche faleceu em Weimar, Alemanha, no dia 25 de agosto de 1900. OBRAS • A Filosofia na Idade Trágica dos Gregos • A Vontade de Poder • Para Além do Bem e do Mal • O Anticristo • Assim Falou Zaratustra • Crepúsculo dos Ídolos • Ditirambos de Dionísio • Ecce homo (livro) • A Gaia Ciência • Genealogia da Moral, uma Polêmica • Humano, Demasiado Humano • Nietzsche contra Wagner • O Caso de Wagner • O Nascimento da Tragédia no Espírito da Música CRÍTICA À RELIGÃO • Nietzsche foi um profundo crítico da religião, em especial do cristianismo. • Para o filósofo “o cristianismo é nocivo: mata as paixões e os instintos mais nobres; desde o começo é sacrifício: sacrifício da liberdade, do orgulho, da autoconsciência do espírito, e, ao mesmo tempo, submissão do próprio eu, automutilação” • De modo geral a religião, especialmente a cristã, enfrenta uma das maiores crises de sua história. • Claro que essa é a concepção de apenas uma parte da sociedade. É bem verdade que hoje o sentimento religioso aflora nas pessoas com mais força e em muitos lugares as igrejas nunca estiveram tão cheias como agora. “DEUS ESTÁ MORTO”
• A teoria central de Nietzsche provocou novos
desafios porque com essa declaração ele quer dizer que a fé cristã como fundamento da verdade e dos valores perdeu sua fidedignidade. • Para Nietzsche, a morte de Deus não é um caminho dialético como em Hegel, não é uma sexta-feira santa especulativa para chegar à Páscoa, mas a certeza definitiva de que a fé num Deus transcendente é absurda. “DEUS ESTÁ MORTO” • De acordo com o filósofo, essa constatação é positiva para o homem porque o liberta de diversos entraves dando-lhe a oportunidade de desenvolver suas próprias possibilidades. Com suas críticas ele não quer simplesmente atingir Deus, Cristo ou a Igreja, mas quer atacar a falsa imagem de homem que foi construída a partir da fé religiosa majoritária no ocidente. “DEUS ESTÁ MORTO” • O filósofo não entra diretamente a avaliar as provas da existência de Deus, mas expõe as raízes psicológicas e experimentais de que surge a necessidade de Deus. • Para ele, o homem foi prejudicado em sua grandeza por ter se colocado nunca condição de rebaixamento e submissão diante daquele que é o absolutamente transcendente. “DEUS ESTÁ MORTO” • O cristianismo para ele tornou-se um impedimento para o crescimento da vida do ser humano. Porém, a religião não pode deixar de ser considerada como parte integrante indispensável da vida dos povos, uma vez que é constado que em todas as culturas há alguma espécie de sentimento religioso. O homem é um ser religioso; ao que parece, Nietzsche não levou isso em consideração. Mas a Revolução Francesa (1789) e outros acontecimentos do século XVIII trouxeram uma nova perspectiva antropológica, desvinculada dos dogmas religiosos e das orientações metafísicas. “DEUS ESTÁ MORTO” • Para Nietzsche, a religião não deve ser mais vista como parte constitutiva do existir humano; ela é como um abismo a ser ultrapassado para que o homem consiga viver a vida como de fato deve ser vivida. PRINCIPAIS OBRAS • Na sua primeira obra “A origem da tragédia” (Die Geburt der Tragödie) (1870-1871) ele faz algumas referências ao cristianismo e no prefácio da mesma obra, datado de 1886, demonstra-se anti-cristão. PRINCIPAIS OBRAS • Na obra “Aurora” (Morgenröte, 1881) afirma que o cristianismo inventou o pecado e propõe aos cristãos que façam a experiência de viver sem o cristianismo a fim de se obter a certeza de que ele é realmente necessário. Chama à atenção dos leitores o fato de que ele não faz críticas à pessoa de Jesus Cristo, ao seu modo de viver ou aos seus ensinamentos. Nietzsche critica severamente os cristãos em geral, o cristianismo e seu principal difundidor, Paulo de Tarso, autor de diversos escritos do Novo Testamento e um dos principais interpretadores da mensagem de Cristo. Segundo o filósofo, Paulo deturpou a mensagem original de Cristo e aquilo que ele pregou e escreveu em suas cartas não é o verdadeiro evangelho de Jesus Cristo, mas sim uma teologia criada erradamente pelo próprio Paulo. • PRINCIPAIS OBRAS • Na terceira fase de seus escritos, ele publica “Assim falou Zaratustra” (Also sprach Zarathustra, 1883- 1885), que consta de quatro partes. Já na primeira ele anuncia a “morte de Deus” e mostra um homem sem Deus que necessita crescer e superar-se (SUPER- HOMEM), visto que é um ser inacabado e com potencialidades de ser sempre mais. • De modo geral, Nietzsche vê como grande problema das religiões, e particularmente do cristianismo, o fato de colocar a felicidade do homem não nas suas próprias possibilidades presentes, mas de projetar toda realização humana para o mundo futuro do além-túmulo. PRINCIPAIS OBRAS • Essa é uma das tentativas de se superar a visão dualista impressa pelo platonismo em todo o mundo ocidental, que via na materialidade, na corporeidade, na vida terrena, um mal implícito que devia ser superado pela elevação da alma à transcendência e pela total separação da pessoa da vida mundana. PRINCIPAIS OBRAS • Na obra “A gaia ciência” (Die fröhliche Wissenschaft), datada de 1882, Nietzsche faz o bombástico anúncio da “morte de Deus”. Em 383 aforismos ele trata dos mais diversos temas, a saber, arte, política, moral, religião, conhecimento, verdade, entre os quais sobressaem as ideias do “eterno retorno” e da “morte de Deus”. • Ao proclamar o “réquiem divino”, Nietzsche propõe uma transvaloração dos valores, porque tudo o que se liga a Deus perdeu seu sentido. Dessa forma, todas as coisas que tinham como paradigma moral o ser Deus tornaram-se infundadas, obsoletas, ultrapassadas. Em decorrência disso, emerge o niilismo como rejeição aos valores que estão postos como indispensáveis, insuperáveis e infalíveis. • A palavra niilismo é empregada por diversos pensadores com significados diferentes. Quanto a Nietzsche, o termo é usado para falar do resultado das diversas crises pelas quais a Europa passou e para expressar a percepção de que a crença na existência de Deus não tem mais sentido no seu tempo. Em outras palavras, o niilismo nietzschiano afirma o óbito de toda a metafísica e a total negação do absoluto enquanto sentido e base de qualquer dimensão ética. • Nietzsche mostra que a ciência se tornou como que uma nova crença e o cristianismo, como também o mundo, não tem nenhum significado. Dessa forma, o filósofo realiza a demolição dos edifícios da ontologia, da moral, da religião e da cultura. O niilismo é o estado de espírito resultante dessa demolição, do esvaziamento de tudo o que era absoluto, verdadeiro, irrevogável e bom. • Deus era o ponto seguro para qualquer homem; o ser supremo era a fonte de sentido em meio a tantas coisas sem sentido algum. Mas o filósofo faz a dura constatação de que ele jaz, que ele não existe mais porque saiu da existência pela porta da morte.