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CARTOGRAFIA de subjetividade
APRESENTAÇÃO
• Livro surgiu de um grupo de professores e pesquisadores da UFF e UFRJ entre 2005
a 2007.
• Afinidade teórica com Gilles Deleuze e Félix Guattari.
• Impasse metodológico entre pesquisa quantitativa x qualitativa, no processo de
investigação de processos de produção de subjetividade.
• Qualquer uma das formas se adequa à cartografia, desde que seu foco seja o
acompanhamento de processos (sem deixa-los escapar por entre os dedos.
• Não é o objetivo levar à formulação de regras ou protocolos.
• Independente da área de investigação: saúde, educação, clínica, grupos, instituições.
INTRODUÇÃO
•A cartografia remete uma ciência que se preocupa com elaborar mapas, cartas ou
outras formas de representar, descrever detalhadamente ou expressar objetos,
fenômenos, ambientes físicos e socioeconômicos.
• Enfoque de Deleuze e Guattari eram os processos e produções de subjetividades
(construção e reconstrução em meio à multiplicidade).
• “O mapa é aberto, é conectável em todas as suas dimensões, desmontável,
reversível, suscetível de receber modificações constantes”.
Cartografia: acompanhamento de percursos, implicação em processos de produção
e conexão de redes (rizomas).
APRESENTAÇÃO
• “Nesse mapa, justamente porque nele nada se decalca (cópia da imagem a fim de
reproduzir posteriormente), não há um único sentido para a sua experimentação nem
uma mesma entrada”.
• Mapa móvel – tudo aquilo que tem aparência de “o mesmo” não passa de um
concentrado de significação, de saber e de poder, que tem a pretensão ilegítima de
ser centro de organização do rizoma, que não deveria ter centro.
• É um procedimento construído caso a caso.
• Menos uma abordagem histórica ou longitudinal e mais geográfica e transversal.
APRESENTAÇÃO
• A metodologia define-se por regras previamente estabelecidas.
• Metá-hódos: a pesquisa é definida como um caminho predeterminado pelas metas
dadas de partida.
• Cartografia implica numa reversão: hódos-metá (o caminho que define a meta, ou
seja, uma forma de experimentação)
• A precisão (rigor) não é tomada como exatidão, mas como compromisso e interesse
como implicação, como intervenção.
• No lugar de regras a serem seguidas, pressupõe pistas.
• Pistas: são como referências que concorrem para a manutenção de uma atitude de
abertura ao que vai se produzindo e de calibragem do caminhar no próprio
percurso da pesquisa.
APRESENTAÇÃO
• Oito pistas do método da cartografia.
• Pista 1: indissociabilidade entre o conhecimento e transformação, tanto da
realidade quanto do pesquisador.
• Pista 2: o funcionamento da atenção no trabalho do cartógrafo. Os quatro gestos
da atenção cartográfica: rastreio, toque, pouso e reconhecimento atento.
• Pista 3: estabelece a diferença entre representar objetos e acompanhar processos.
• Pista 4: são propostos três movimentos-funções do dispositivo: de referência, de
explicitação e de produção e transformação da realidade.
APRESENTAÇÃO
• Oito pistas do método da cartografia.
• Pista 5: ao lado dos contornos estáveis do que denominamos formas, objetos ou
sujeitos, coexiste o plano coletivo das forças que os produzem.
• Pista 6: a recusa do objetivismo positivista não deve conduzir à afirmação da
participação de interesses, crenças e juízos do pesquisador, mas compreender que
objetivismo e subjetivismo são duas faces da mesma moeda (Dissolução do ponto de
vista do observador).
• Pista 7: cartografar é habitar um território existencial, imersão nos territórios e seus
signos.
• Pista 8: a alteração metodológica proposta exige uma mudança das práticas de
narrar (traçar problemática).
RIZOMA
Princípios (Mil-platôs):
1. Conexão e Heterogeneidade (qualquer ponto do rizoma pode ser conectado a
qualquer outro ponto, sem estabelecer começo ou fim)
2. Multiplicidade (não tem mais relação com o uno como objeto ou o sujeito, como
imagem ou mundo – ausência de pontos ou posições hierárquicas)
3. Ruptura a-significante (pode ser rompido, quebrado em qualquer lugar que
retoma)
4. Cartografia e Decalcomia (não se adequa a nenhum modelo estrutural, que
reproduz o que está dado por um eixo)
RIZOMA
PISTA UM: INTERVIR E PESQUISAR
• Método não separa pesquisa de intervenção.
•Pesquisar é intervir.
• Não há separação entre conhecer e fazer.
• Não há qualquer pretensão à neutralidade.
• Homem e mundo são coemergentes, mutuamente constituídos e implicados.
• Pesquisador, pesquisa e objeto emergem em um CAMPO de FORÇAS que os
posiciona tencionalmente em processo de coprodução mútua e simultânea.
PISTA UM: INTERVIR E PESQUISAR