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TROCADORES

DE CALOR
Introdução

 Um trocador de calor é um dispositivo que efetua a


transmissão de calor de um fluido para o outro.
 Os fluidos pode ser separados por uma parede sólida
(e assim nunca se misturam!!), ou podem ser
colocados em contato direto.
Objeto do nosso
Lado do CASCO estudo!
(shell)

Lado do TUBO
(tube)
Perfil de temperatura e configuração de escoamento
Classificação dos Trocadores de Calor
Um equipamento de transferência de calor (TC) é
definido pela função que ele ocupa em um processo:

a) Intercambiadores – são utilizados para a troca de calor


entre dois fluxos à temperaturas diferentes.
b) Aquecedores – são usados em processos de fluidos, sendo
o vapor o fluido quente mais empregado.
c) Resfriadores – são empregados para o resfriamento de
fluidos, geralmente a água é o fluido frio utilizado.
d) Evaporadores – são usados na concentração de soluções
pela evaporação da água.
e) Condensadores – são resfriadores cujo principal objetivo
é a retirada de calor latente do fluido.
f) Ebulidores – são utilizados no fornecimento de calor
requerido para um processo de destilação (por exemplo!)
Classificação dos Trocadores de Calor

Recuperador

Regenerador

A TC ocorre em Trocador de
uma interface calor
fluida. de contato
direto
TC através de
parede.
(fluido não se
mistura)
Classificação dos Trocadores de Calor

Fase única Duas fases Duas fases


evaporação condensação

Quanto a Geometria
Superfície
Tubular Placas
estendida
Quanto a direção do escoamento

Concorrente Contra-corrente

Fluxos
cruzados

Ambos fluidos não se misturam Um fluido se mistura, outro não


Tipos de Trocadores de Calor

 Diferentes aplicações requerem diferentes


conjuntos de equipamentos de troca térmica. Na
indústria existem numerosos e inovativos tipos de
configurações para equipamentos de troca de calor.
Trocadores de Calor Tubular

a) Trocadores de Calor Bitubular

i. Trocadores bitubulares ou de tubos concêntricos, são


usados para pequenas áreas de troca térmica, são os mais
simples dos equipamentos em uso.
ii. São indicados para aplicações que envolvam baixas vazões
e altas temperaturas e/ou pressões. Tem baixo custo de
instalação e são de fácil manutenção.
iii. Tem elevados de custo/unidade de área, o que os torna
não atrativos para necessita-se de elevados valores de
área de troca térmica.
Trocadores de Calor de Tubo Concêntrico
Trocadores de Calor Tubular

b) Trocadores de Calor Multitubular – Casco e Tubo

 Trocadores de CASCO E TUBOS, são usados para


grande áreas de troca térmica e qualquer temperatura. É
o mais comum dos trocadores de calor industriais.
LADO CASCO
Trocadores de Calor
CASCO E TUBO

LADO TUBO

CHICANAS
(baffles)

Aumento das taxas de


TC
Como????
Trocadores de Calor de Placas
 Trocadores de placas, são usados para pequenas ou
grandes áreas de troca térmica e temperaturas não
muito altas.
 São recomendados para troca térmica líquido-líquido,
que esteja, aproximadamente, a mesma pressão.

Superfície corrugada
Trocadores de Calor Compactos
 É uma configuração especialmente concebida para prover
um grande área de troca por unidade de volume.
 A razão entre a área de superfície de troca térmica e o
volume do trocador de calor é denominada densidade de
área ().
 Um trocador de calor com  > 700 m2/m3 (200 ft2/ft3) é
classificado como compacto.
 Exemplos: radiador automotivo -  = 1000 m2/m3
Trocadores de Calor Casco e Tubo: detalhes
 Consiste de um conjunto de tubos contidos em uma
carcaça (casco) cilíndrica.
 Os tubos podem ser permanentemente posicionados
dentro do casco: cabeça (cabeçote ou espelho) fixa (fixed
head).
 Outra configuração permite que o conjunto de tubos possa
ser removido para limpeza ou manutenção: cabeça
flutuante (floating-head) ou tubo em U.
 Existe um grande número de configurações
comercialmente disponíveis.
 Nos EUA, existe uma associação – TEMA (Tubular
Exchanger Manufacturers Association) que emprega uma
codificação em três letras, para especificar o tipo de
trocador de calor.
Designação
TEMA
para trocadores
de calor
casco-tubo

Especificando um
T-CALOR
-AES-
Trocadores de Calor Casco e Tubo: detalhes
Por exemplo,
um trocador
de calor do
tipo AES
Trocadores de Calor Casco e Tubo
Tubos

 Os tubos de um trocador de calor multitubular podem ser


de diversos metais, como cobre, alumínio, aço, bronze, etc.
 Estes tubos possuem diversas espessuras de parede e são
tabelados tendo como referência o BWG (Birmingham
Wire Gage).

Fonte: Quadro 10 à página 664 do Kern


Trocadores de Calor Casco e Tubo
Espaçamento dos tubos
 Os tubos num trocador multitubular podem ser arranjados
de diversos modos, denominados PASSOS. Estes arranjos
em passo quadrado (a), quadrado rotacionado (b) e em
passo triangular (c) podem ser vistos abaixo:

Casco ou carcaça
 As carcaças são fabricadas com tubos de aço com
diâmetro nominal entre 12 e 24 in e espessura da parede
de aço de 3/8 in, podendo operar a até cerca de 300 psi.
Trocadores de Calor Casco e Tubo
Chicanas ou defletores
 Para manter o espaçamento entre os tubos e induzir a
turbulência na parte externa dos tubos são usadas
chicanas, que propiciam um escoamento turbulento do
líquido através da carcaça de modo perpendicular aos
eixos dos tubos.
 As mais utilizadas são as chicanas cortadas, que são placas
perfuradas em alturas iguais a 75% do diâmetro interno da
carcaça.
Trocadores de Calor Casco e Tubo

Simulação do escoamento utilizando-se fluidodinâmica computacional


Trocadores de Calor Casco e Tubo
Classificação de acordo com o número de passagens
(passos) envolvidos no escoamento nos lados do casco e
dos tubos

 Tanto o fluido que escoa no lado do casco quanto o que


escoa no lado dos tubos pode sofrer mais de uma passagem
ao longo do trocador de calor.
 No lado dos tubos isto é conseguido através do uso de
tubos-U ou pela partição do cabeçote (espelho).
 O número passagens no lado dos tubos é, em geral, de 1, 2,
4 ou 6.
 Múltiplas passagens no lado do casco pode ser obtido
particionando o casco com uma chicana longitudinal.
Casco-tubo: número de passagens

Trocador 1 - 2
Uma passagem no casco Duas passagens nos tubos

T-Calor
1-1

T-Calor
1-2
Duas passagens no lado Tubo
(U-type)

Duas passagens no lado Tubo


(divisão do cabeçote)

Uma passagem: 1-1


Projeto de Trocadores de Calor
 O projeto de um T-calor envolve:

1. Análise térmica – interesse do eng. Químico.


2. Projeto mecânico.
3. Projeto de fabricação.

 Por razões econômicas a maior parte dos fabricantes


adotou linhas padronizadas de T-calor, porém algum
projeto de engenharia é sempre necessário de modo a
selecionar uma unidade de troca de calor adequada a
uma aplicação particular.

 O dimensionamento térmico do T-calor necessariamente


apoia-se nos fundamentos da Transferência de Calor
(FT).
Fundamentos de Transferência de Calor
Coeficiente Global de Transferência de Calor (U)

Um T-calor tipicamente envolve dois


fluidos separados por um sólido. Calor
é transferido do fluido quente para a
parede por convecção, através da
parede por condução e da parede para
o fluido frio por convecção

O circuito térmico desta configuração


envolve duas resistências convectivas
e uma condutiva.

Subscrito “i” interno


Subscrito “o” externo (outer)
Coeficiente Global de Transferência de Calor (U)

R ln (Do / Di )
t,parede= (1)
2Lk
R 1
t,convectiva = (2)
h.A
Ai = .Di.L Ao = .Do.L

A resistência térmica total (Rt), onde k = condutividade


térmica e L = comprimento do tubo:

1 ln Do / Di  1
∑R t  R i  R parede  R o  h A  2Lk  h A (3)
i i o o
Coeficiente Global de Transferência de Calor (U)
Incrustração (Fouling)
 As resistências ao fluxo de calor, até o momento, não
levaram em conta um fenômeno que ocorre com o passar do
tempo, a incrustração que resulta na formação de uma
camada sólida adicional que, em algumas vezes, pode
representar uma grande perda de eficiência do trocador.

Rincrustração= lado interno do tubo Rincrustração= lado externo do tubo


Incrustração (Fouling)
 A incrustração é levada em conta através de fatores
empíricos de correção, Rf,i e Rf,o que representam as
resistências térmicas das películas incrustradas, interna e
externa, multiplicada pela respectiva área superficial.
Rf,i = Rincrustração,i • Ai
Rf,o = Rincrustraç ão,o • Ao

de modo
Rf,i Rf,o
Rincrustração = +
geral Ai Ao

1 1 R f ,i ln Do / Di  R f ,o 1
∑ R t  UA  h A  A  2Lk  A  h A (4)
i i i o o o
Coeficiente Global de Transferência de Calor (U)
 A equação geral para o projeto de um trocador de calor é
dada por:
q = U.A.T (5)

o q – quantidade de calor trocado


o U – coeficiente global de troca térmica (W/m2oC)
o T – diferença de temperatura entre os dois fluido para a
toda a superfície de A
 Na análise de T-calor é conveniente combinarmos todas as
resistências térmica, desde o fluido frio até o quente, em
um único termo, e expressar o calor trocado na forma:
T
q (6) Rt = somatório resistências térmicas = Rtotal:
Rt
1
Portanto: ∑ R t  (7)
UA
Coeficiente Global de Transferência de Calor (U)
 Para a geometria em questão (tubos concêntricos):

q = UAT = UiAiT = UoAoT


1 1 1
= = (8)
UA UiAi UoAo
Lembrando da Rt em (7):
convectiva (9)
1 1 1 1 1
= = = Rtotal = + Rparede + + Rf,i + Rf,o
UA UiAi UoAo hiAi hoA
0

 O coeficiente global pode ser baseado tanto na área


externa quanto na área interna, as quais, em geral, não são
iguais entre si.

Note que: Ui.Ai = UoAo Mas: Ui  Uo A não ser que: Ai = Ao


Coeficiente Global de Transferência de Calor (U)
 Quando a espessura da parede do tubo é pequena e a
condutividade térmica do material é alta ( QUE É O CASO
USUAL NA PRÁTICA!!) podemos desprezar a resistência
térmica da parede e também considerar que as áreas
interna e externa são aproximadamente iguais.

1 1 1 Considerei que
= + Rparede + + Rincrustração
UA hiAi hoA0 não houve
incrustração

1 1 1
 
U hi h o (10)

 Onde U  Ui  Uo
 E os coeficientes convectivos (h) devem ser determinados
a partir de relações discutidas na TC por convecção (FT).
Coeficiente Global de Transferência de Calor (U)
 O coeficiente global de TC (U), na Eq. (10) é dominado pela
menor coeficiente convectivo (Por que?).
 Quando um dos coeficientes é muito menor do que o outro,
suponhamos:
hi << ho 1 hi >> 1 ho U  hi
 Desta forma, o menor coeficiente convectivo cria um
“gargalo” no processo de transferência de calor.
 Esta situação acontece frequentemente quando um dos
fluidos é um gás e o outro um líquido. Nestes casos é
comum usarmos superfícies estendidas (aletas) no lado do
gás de modo a aumentar a taxa de TC neste lado.
Valores para o coeficiente
global (U) e o para o fator
de incrustração (fouling)
são encontrados, para
casos mais comuns, na
forma de tabelas.
Análise Térmica de Trocadores de Calor
 Já vimos que a equação básica de projeto é:

q = U.A.T (5)

Na qual, T foi definido como: a diferença de temperatura


entre os dois fluidos para a toda a superfície de A.
Analisando os gráficos vemos
que diferença () de
temperatura vária ao longo
? do comprimento!!

Qual diferença usar?


Na entrada?
Saída? ...

Utiliza-se uma
média!!
(5b)
q = U.A.Tm
Análise Térmica de Trocadores de Calor
 Na prática, a tarefa do engenheiro é a de selecionar um
trocador de calor que:

 Provoque uma determinada mudança de temperatura em


uma corrente de fluido de vazão conhecida; OU
 Prediga a temperatura de saída das correntes quente e
fria em um dado trocador.
 Na análise térmica de trocadores de calor, existem dois
métodos básicos: o método da média logarítmica de
temperatura (MLDT), que é indicado para o primeiro caso
e o método da efetividade()-NUT, mais indicado para a
segunda tarefa.

Provoque um T MLDT

Prever Tsaída -NUT


Análise Térmica de Trocadores de Calor
 Utilizaremos algumas simplificações:

 Trocador opera por longos períodos, sem alterações (RP);


 As correntes variam pouco as suas velocidades e
elevações, ou seja, desprezo variações nas energias
cinética e potencial;
 Apesar do calor específico ser função da temperatura, vou
considerá-lo constante na faixa de variação de
temperatura existente no trocador;
 O trocador é perfeitamente isolado, não perde calor para
as vizinhanças, de modo que a única troca de energia é
entre os fluidos quente e frio.
Análise Térmica de Trocadores de Calor
 Utilizando-se da 1ª Lei da Termodinâmica levando-se em
conta as hipóteses anteriores:
Calor perdido pelo fluido quente = calor ganho pelo fluido frio


q = mc cp,c • (Tc,out - Tc,in ) (11)


q = mh cp,h • (Th,in - Th,out ) (12)


m =vazão em massa
cp,c; cp,h = calor específico
Tc,out; Th,out = temperaturas de saída
Tc,in; Th,in = temperaturas de entrada
Análise Térmica de Trocadores de Calor
 É por vezes conveniente combinar o produto da vazão
mássica e o calor específico em uma única grandeza,
chamada capacidade calorífica:

Ch = mh cp,h (13)

Cc = mc cp,c (14)

 Com a definição de capacidade calorífica, as Eqs. (11) e


(12), podem ser escritas:

q = Cc • (Tc,out - Tc,in ) (11b)

q = Ch • (Th,in - Th,out ) (12b)


Análise Térmica de Trocadores de Calor

 Note que a única vez que o aumento de temperatura do


fluido frio é igual a diminuição de temperatura do fluido
quente é quando a capacidade calorífica dos dois fluidos
sejam iguais entre si.

Cc • (Tc,out - Tc,in ) = Ch • (Th,in - Th,out )

Se, Cc = Ch

Tfrio = Tquente
Média Logarítmica da Diferença de Temperaturas
 A fim de obter uma relação para a diferença média de
temperatura entre os dois fluidos, considere um trocador
de calor de tubo duplo (concêntrico) no regime PARALELO:

Fazendo um B.E., em um
elemento diferencial, em que o
T-calor é isolado (troca
somente entre os fluidos) e
que não existem variações nas
energias cinética e potencial:

q  - mh cp,h .dTh (15)

q  mc cp,c .dTc (16)
Média Logarítmica da Diferença de Temperaturas
 Resolvendo estas equações para dTh e dTc:
dq
dTh  -
m h .cp,h (15)

dq
dTc = (16)
m
 c .cp,c

 Subtraindo a equação (16) da equação (15):

 1 1 
dTh - dTc  d(Th Tc )  -dq (  ) (17)
 m h .cp,h m c .cp,c 
 
 A taxa de transferência de calor na seção diferencial o
trocador também pode ser expressa da forma:
dq = U.(Th - Tc ).dA (18)
Média Logarítmica da Diferença de Temperaturas
 Substituindo a Eq. (18) na Eq. (17) e rearranjando:
d(Th - Tc ) 1 1
= -UdA.( + )
Th - Tc mhcp,h mccp,c
  (19)

 Que pode ser escrita de uma forma mais sintética:


d( T ) 1 1
= -U.( + )dA
T mhcp,h mccp,c
 

 Integrando a equação anterior, considerando as hipóteses


formuladas, ao longo do trocador de calor (da posição 1 a 2):

d(T) 1 1
2 2

∫1 T  -U.(m c  m c )∫1 dA  T= T1; A=0


h p ,h c p,c  T= T2; A=A

Que hipóteses serão importantes na integração??


Média Logarítmica da Diferença de Temperaturas
T2 1 1 Resgatando as equações
ln( ) = -U.( + ).A (20)
T1 mhcp,h mccp,c
  (11) e (12)

• q
q = mc cp,c • (Tc,out - Tc,in ) m
 ccp,c =
(Tc,out - Tc,in )
• q
q = mh cp,h • (Th,in - Th,out ) m
 hcp,h =
(Th,in - Th,out )
 As duas últimas expressões, substituídas na Eq. (20):

T2 Th,in - Th,out Tc,out - Tc,in Lembre!!


ln( ) = -U.( + ).A
T1 q q
T1= Th,in – Tc,in
T2= Th,out – Tc,out
T2 UA
ln( )=- .(Th,in - Th,out + Tc,out - Tc,in )
T1 q
Média Logarítmica da Diferença de Temperaturas
T2 UA ( T2 - T1 )
ln( )=- .( T1 - T2 ) Rearranjada: q = UA.
T1 q ln(T2 T1 ) (21)

 Lembrando que este desenvolvimento envolve a busca por


um termo que represente uma diferença de temperatura
média, resgato a Eq. (5b):

( T2 - T1 )
q = UA. Comparando q = U.A.Tm (5b)
ln(T2 T1 )
(21)

 Concluímos que a diferença média de temperatura


apropriada é a média logarítmica das diferenças de
temperatura Tml (ou MLDT).

( T2 - T1 )
Tm  Tml 
ln(T2 T1 )
(22)
MLDT – No regime de escoamento contra-corrente

A MLDT, deduzida para o


escoamento concorrente, é
igualmente válida para o
escoamento contra-corrente,
atentando-se para o fato que:
MLDT – No regime de escoamento contra-corrente

Na configuração contra-corrente a temperatura de saída do


fluido frio pode ser maior do que a temperatura de saída do
fluido quente.
Um caso especial seria o qual a diferença de temperaturas
na entrada é igual a diferença de temperaturas da saída.

Neste caso: T1= T2 Que conduz:

( T2 - T1 ) 0
Tml = = Uma indeterminação matemática !:
ln(T2 T1 ) 0
 Para resolvermos esta questão adotamos o procedimento
clássico com a aplicação da regra de L’Hôpital:
MLDT – No regime de escoamento contra-corrente
T2 - T1 T1 ( T2 T1 - 1
lim [ln(T T ] = lim [ ln(T T ) ]
T →T
2 1
2 1 T T →1
2 1
2 1

 A última passagem consiste em um artifício matemático


feito para tornar mais fácil a derivação.
 Denominando a relação T2/ T1 = F, pode-se escrever:
F -1
= lim T [ ] Derivando numerador e
F→1 ln F denominador em relação a F:

T
lim = T
F→1 1F

 Ou seja, quando T1= T2=T, ou quando a diferença se


torna muito pequena, a equação se torna simplesmente:
q = U.A.T
MLDT – em configurações mais complicadas
(Múltiplos passes – Fluxos Cruzados)
 A relação obtida para MLDT é válida para trocadores de
calor em contra-corrente ou concorrente, com igual
número de passagens no casco e no tubo (1-1, 2-2, ...).
 Trocadores com diferentes números de passagens, uma
das passagens estará em contra-corrente enquanto a outra
estará em paralelo.
 Para estes trocadores complexos (múltiplas passagens,
fluxos cruzados) a dedução não é simples e foge ao escopo
deste curso (detalhes devem ser consultados no Kern).

 Para estes casos, o calor transferido é calculado usando-


se um fator de correção (F) aplicado à MLDT para o caso
de escoamento contra corrente.
F
Obtido na forma de GRÁFICOS
MLDT – em configurações mais complicadas
q = U.A.F.Tml,CC (23)

Tm – uma média corrigida para outras configurações


Tml,cc é a diferença média de temperatura para o caso de
escoamento contra-corrente com as mesmas temperaturas de
entrada e saída da configuração “complicada”.

O fator de correção (F) é sempre


menor que 1 para trocadores de
fluxos cruzados ou múltiplos
passes.
O valor limite de F=1 corresponde
ao T-calor em contra-corrente.
Portanto, o valor de F em um T-
calor é uma medida do desvio da
Tlm do caso contra-corrente
simples.
MLDT – em configurações mais complicadas

O fator de correção F para os casos mais comuns de


escoamento cruzado e em múltiplos passes é obtido nas
figuras a seguir, expressas em função de duas razões de
temperatura: P e R
t2 - t1 T1 - T2
P= (24) R= (25)
T1 - t1 t2 - t1

Encontro
F

F R

P
Coeficiente de transporte no escoamento
turbulento em tubo: uma revisão

 O dimensionamento dos trocadores de calor envolverá a


obtenção de diversas propriedades, dentre elas vamos
apresentar algumas correlações para a determinação do
coeficiente de transporte de calor por convecção (h).
 Definindo adimensionais:
Número de Nusselt

hD calor _ transferid o _ pelo _ transporte _ molecular _ e _ turbulento


Nu = =
k calor _ transferid o _ pelo _ transporte _ molecular

Número de Reynolds
<v >D
Re =

Número de Prandtl
cp
Pr =
k
Correlações para o Coeficiente de transporte turbulento

0,8 13 0,7Pr 160


Equação de Colburn Nu = 0,023Re . Pr Re > 10.000

Equação de Dittus-Boelter

Nu = 0,023Re 0,8 . Prn n= 0,4 para fluido sendo aquecido


n= 0,3 para fluido sendo resfriado

Equação de Sieder-Tate

 0,14
Nu  0,023 Re 0,8 13
. Pr .( ) Re > 10.000
w
 Nestas equações as propriedades são avaliadas:
, k, cp: na temperatura média (bulk)
w; na temperatura da parede do tubo
Correlações para o Coeficiente de transporte LAMINAR

 Para o regime de escoamento LAMINAR, podemos


determinar o número de Nusselt a partir de tabelas como
a dada abaixo.
Média Logarítmica da Diferença de Temperaturas
A abordagem através do uso da MLDT é indicada quando são
conhecidos (ou determináveis) as temperaturas de entrada e
saída do trocador.
MLDT é adequada para a determinação do tamanho de um
trocador de calor, quando se conhecem as vazões mássicas e o
coeficiente global de troca térmica .
Com método MLDT, a tarefa consiste em selecionar um
trocador de calor que atinja as necessidades de troca térmica,
num procedimento descrito a seguir:
Média Logarítmica da Diferença de Temperaturas

1. Selecionar o tipo de trocador de calor adequado.


2. Determinar qualquer temperatura (saída ou entrada) que
não seja conhecida e a quantidade de calor trocado, através
do balanço de energia.
3. Calcular Tlm
4. Obter (selecionar ou calcular) o valor do coeficiente global.
5. Calcular a área necessária para a troca de calor.

Outro tipo de problema encontrado na análise de T-calor é a


determinação da taxa de transferência de calor e das
temperaturas de saída para uma dada vazão de trabalho e
conhecidas as temperaturas de entrada.
Média Logarítmica da Diferença de Temperaturas
O método da MLDT ainda poderia ser utilizado na resolução
deste problema, no procedimento do tipo:

Determinação das temperaturas


Para evitar este
Estime as temperaturas
procedimento iterativo,
de saída
Nusselt (1930) propôs um
método baseado no
Calcule: lm; F
conceito de efetividade
(), que foi depois
Calcule q explicitado no trabalho de
Kays e London (1955).
Calcule q
através do BE

Comparar, ajustar,
repetir
Método da Efetividade-NUT
O método da efetividade envolve a definição de um
parâmetro adimensional, que não envolve temperaturas de
saída.
q troca _ de _ calor _ real
= =
qmáx máxima _ troca _ de _ calor _ possível (26)

A taxa de troca de calor real pode ser determinada a partir


de um B.E. para o lado frio ou quente, e expressa como:

( ) (
q = Cc Tc,out - Tc,in = Ch Th,in - Th,out ) (27)

Para determinar a máxima troca de calor possível,


reconhecemos que a máxima diferença de temperaturas em um
trocador de calor seria:

Tmáx = (Tmais _ quente - Tmais _ fria )possível = Th,in - Tc,in (28)


Método da Efetividade-NUT

Imagine um trocador de calor no qual aumentamos a área,


com o objetivo de aumentar “q”, enquanto mantemos as duas
temperaturas de alimentação fixas.
A taxa de transferência de calor atinge um valor máximo
quando:

1. O fluido frio é aquecido até a temperatura do fluido quente.


2. O fluido quente é resfriado até a temperatura de entrada
do fluido frio.

Estas duas condições não serão atingidas simultaneamente, a


não ser que as capacidades caloríficas seja iguais (Ch = Cf),
para o caso mais comum Ch  Cf, tem-se que:

O fluido com a MENOR capacidade calorífica experimentará


a maior variação de temperatura.
Método da Efetividade-NUT
T Th,i

Th,o
Tc,o

Tc,i Exemplificando
A

Portanto, a máxima taxa de


transferência de calor será:

(
qmáx = Cmin Th,in - Tc,in )
(29)
Método da Efetividade-NUT
q
= Utilizando-se da equação 27 obtemos:
qmáx

Cc (Tc,o - Tc,i ) Ch (Th,i - Th,o )


 =
Cmin (Th ,i - Tf ,i ) (30) Cmin (Th,i - Tf,i ) (31)

A efetividade () quando conhecida juntamente com as


temperaturas de entrada (Tin) permite o cálculo da taxa de
transferência de calor real:

(
q = Cmin Th,in - Tc,in ) Mesmo sem conhecer as
Tsaída dos fluidos!
(32)

A questão então é como Expressões na forma de tabelas


obter a efetividade? Gráficos
Obtenção de uma relação para Efetividade-NUT

A efetividade depende da geometria e da disposição dos


fluxos em um trocador de calor, a seguir o desenvolvimento
para um trocador de tubo duplo operado em paralelo.

Começamos reescrevendo a Eq. (20)

(33)

Resolvendo a Eq. (27) para Th,out


(34)

Substituindo este resultado na Eq. (33) e adicionando e


subtraindo Tc,in (artifício matemático!), obtém-se:

(35)
Que pode ser
simplificada para:
(36)

Manipulando a definição de efetividade:

q (
Cc Tc,out - Tc,in ) (
Cc Tc,out - Tc,in ) Cmin
= = =
qmáx Cmin (Th,in - Tc,in ) Cmin (Th,in - Tc,in ) Cc

Substituindo este resultado na Equação 36 e resolvendo para 

Usando Cc ou Ch como Cmin


(ambas as maneiras darão o
mesmo resultado) podemos
expressar 
UA Cmin
1 - exp [- (1 + )]
Cmin Cmáx
paralelo =
Cmin
1+ (37)
Cmáx
Obtenção de uma relação para Efetividade-NUT
Relações para efetividade tipicamente envolvem o
agrupamento adimensional UA/Cmin. Esta grandeza é
denominada de número de unidades de transferência (NUT).
UA UA
NUT = = (38)
Cmin (m cp )min

Na análise de trocadores de calor é também conveniente


definir uma outra quantidade adimensional, a razão de
capacidade (c):
Cmin
c= (39)
Cmáx

Relações para a efetividade foram desenvolvidas para vários


tipos de trocadores de calor. Algumas destas relações são
apresentadas a seguir, na forma de tabelas e de gráficos.
Efetividade para trocadores de calor
Efetividade para trocadores de calor
Efetividade para trocadores de calor

Obs: na Figura (f) a linha pontilhada é para o caso: Cmin (não misturado)
e Cmáx (misturado) e a linha sólida para a situação oposta.
Efetividade para trocadores de calor
A tabela abaixo é equivalente a anterior:
A tabela anterior fornece a efetividade diretamente quando
NUT é conhecido.
Esta tabela fornece o NUT diretamente quando a
efetividade é conhecida.
Bibliografia Básica
Fundamentos da Transferência de Calor e Massa – Incropera, F.P &
De Witt, D.P
Unit Operations of Chemical Engineering – McCabe & Smith
Transport Processes and Unit Operations - Geankoplis, C. J.
Heat Transfer, a pratical approach – Çengel, Y.

Bibliografia Avançada
•Processos de Transmissão de Calor – Kern, D.Q.
•Compact Heat Exchangers – Kays, W.M & London, A.L.
•Process Heat Transfer: Principles and Applications – Serth, R.W.

Recursos disponíveis da WWW


Center of Distance Engineering Education Program. Aulas de
Transferência de Calor e Massa, Prof. S.P. Sukhatme. Disponível em:
http://www.youtube.com/watch?v=jc_hL_tSFzo

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