Você está na página 1de 30

Aula 7

Área Degradada
Milena Caramori
2017
CONCEITO DE ÁREA DEGRADADA

AMBIENTE MODIFICADO POR UMA OBRA DE


ENGENHARIA OU SUBMETIDO A PROCESSOS
EROSIVOS INTENSOS QUE ALTERAM SUAS
CARACTERÍSTICAS ORIGINAIS ALÉM DO LIMITE DE
RECUPERAÇÃO NATURAL DOS SOLOS, EXIGINDO
ASSIM, A INTERVENÇÃO DO HOMEM PARA SUA
RECUPERAÇÃO.
PERTURBAÇÃO OU DISTÚRBIO
qualquer alteração ou desvio daquilo que é usual ou esperado.

ESTRESSE
força ou fator ou estímulo que produz alteração no ecossistema ou que possibilita
resposta ou entrada do mesmo em disfunção.

INÉRCIA
refere-se a resistência de um sitema ao distúrbio.
ESTABILIDADE
frente as perturbações, o sistema permanece dentro da F.N.O. ( Faixa Normal de
Operação).

ESTABILIDADE
RESISTÊNCIA: quanto o sistema resiste em se afastar de F.N.O.
ELASTICIDADE: tempo necessário a recuperação.

ESTABILIDADE + ATUAL
RESISTÊNCIA: idem.
RESILIÊNCIA: habilidade de um ecossistema natural em restaurar uma estrutura após
uma perturbação.

RESILIÊNCIA
capacidade de recuperação do ecossistema.
ÍNDICE DE RESILIÊNCIA

 Proximidade a pontos recolonizadores

 Mobilidade de propágulos

 Adequabilidade física do habitat a recolonização

 Adequabilidade química do habitat a recolonização

 Toxicidade do habitat perturbado

 Eficiência das estruturas de manejo para facilitar os


procedimentos de reabilitação.
ECOSSISTEMA SAUDÁVEL

 alta diversidade

 alta produtividade

 boas condições de habitat

• condições favoráveis para o funcionamento


dos organismos
ASPECTOS FITOECOLÓGICOS

 VITALIDADE: que significa a resistência, fertilidade,


capacidade produtiva e longevidade da espécie dentro
das condições de um determinado local;

 TOLERÂNCIA: que é capacidade da planta de suportar


diferentes graus de um fator ambiental, suportando
com um máximo de vitalidade;

 AMPLITUDE ECOLÓGICA: que representa a


variabilidade ambiental tolerada pela espécie, dentro
da qual a planta tem possibilidade de se desenvolver
com diferentes graus de intensidade.
CONSEQUÊNCIA DA DEGRADAÇÃO

1. EMPOBRECIMENTO DOS SOLOS


2. ASSOREAMENTO DE RIOS
3. ASSOREAMENTO DE RESERVATÓRIOS
4. ENTULHAMENTO DE DEPRESSÕES E
VÁRZEAS

EXEMPLOS DE DEGRADAÇÃO

1. AGROPECUÁRIA
2. ESTRADAS
3. EXPANSÃO URBANA
4. MINERAÇÃO
5. OBRAS DE INFRA-ESTRUTURA
PERDA área urbana
PRINCIPAIS DE SOLO POR
PROBLEMAS EROSÃO área rural

AMBIENTAIS efluentes domésticos e industriais


POLUIÇÃO
DOS disposição inadequada dos
CURSOS resíduos sólidos
D’ÁGUA
agroquímicos

atulhamento de várzeas e
ASSOREAMENTO
drenagem

matas ciliares
AUSÊNCIA DE
ÁREAS NATURAIS áreas úmidas
PROTEGIDAS
refúgios da vida silvestre

DEGRADAÇÃO DE Córrego Gonzaga (Promissão)


MANANCIAIS DE
SUPERFÍCIE Córrego Saltinho (Cafelândia)
FINALIDADES DA RECUPERAÇÃO

A – RESTAURAÇÃO: associado a idéia de reprodução das


condições exatas do local, tais como eram antes de serem
alteradas pela intervenção.

B – RECUPERAÇÃO: associado a idéia de que o local


alterado seja trabalhado de modo que as condições
ambientais situem-se próximas às condições anteriores a
intervenção, ou seja, trata-se de devolver ao local o
equilíbrio dos processos ambientais ali atuantes
anteriormente.

C – REABILITAÇÃO: associado a idéia de que o local


alterado deverá ser destinado a uma dada forma de uso do
solo, de acordo com projeto prévio e em condições
compatíveis com a ocupação circunvizinha, ou seja, trata-se
de reaproveitar a área para outra finalidade.
ASPECTOS DA DINÂMICA DO MEIO -PROCESSOS DE DEGRADAÇÃO

FATORES CONDICIONANTES – NATUREZA


Declividade
Forma de relevo
Escoamento superficial
Tipo de solo
ASPECTOS DA DINÂMICA DO MEIO -PROCESSOS DE DEGRADAÇÃO

FATORES DETERMINANTES – SOCIEDADE


Econômico
Tecnologia
Urbanização
Uso intensivo dos recursos naturais
Manejo inadequado dos solos
ASPECTOS DA DINÂMICA DO MEIO -PROCESSOS DE DEGRADAÇÃO

CONSEQUÊNCIAS REGIONAIS
Bacias hidrográficas com alta e muito alta suceptibilidade aos
processos erosivos e assoreamento (sulcos, ravinas e boçorocas)
Utilização inadequada das feições erosivas (depósito de lixo e
entulhos)
Técnicas inadequadas de recuperação
Abandono
ASPECTOS RELACIONADOS À BACIA HIDROGRÁFICA
- Comprimento
-Profundidade média
-Largura média
-Volume
-Latossolo vermelho amarelo
-textura média
- Área de contribuição
-Comprimento da rampa vertente
-Comprimento da rampa de
cabeceira
-Declividade da rampa vertente
- Declividade da rampa de
cabeceira
- Área de cerrado (pastagem)
-Tempo de existência da Voçoroca
TRÊS FORMAS PELAS QUAIS AS GOTAS DE CHUVA

PROVOCAM EROSÃO

• desprendem partículas do solo no local que sofre o


impacto

• transportam, por salpicamento, as partículas


desprendidas

• imprimem energia, em forma de turbulência, à água


superficial
VALORES CARACTERÍSTICOS DE TAXAS DE
INFILTRAÇÃO PARA DIVERSOS TIPOS DE SOLO

Tipo de Solo Infiltração final (mm/h)

Areias >20

Arenosos e Siltosos 10 – 20

Francos 5 – 10

Argilosos 1-5
GRUPOS HIDROLÓGICOS DE SOLO

Grupo de Infiltração
Descrição do Grupo
solo final (mm/h)
Baixo potencial de enxurrada.Inclui areias
A com muito pouco silte e argila. Solos muito 8 – 12
arenosos.
Moderadamente baixo potencial de
B enxurrada. Solos arenosos e francos, menos 4–8
profundos que A.
Moderadamente alto potencial de enxurrada.
C 1–4
Solos rasos e solos com apreciável argila.
Alto potencial de enxurrada. Solos com alto
D teor de argilas expansivas 2:1 e solos com 0-1
subsolo impermeável, rasos.
OBJETIVOS DOS TRABALHOS EM MICROBACIA HIDROGRÁFICA

a) Manejar adequadamente os recursos naturais renováveis, principalmente o


solo e água;
b) Incrementar a produção e a produtividade agro-silvo-pastoris;
c) Diminuir riscos de secas e de inundações;
d) Reduzir os processos de degradação do solo, principalmente a erosão;
e) Garantir maior disponibilidade e melhor qualidade de água para usos
múltiplos;
f) Estimular o planejamento, a organização e a comercialização da produção
municipal, sobretudo dos alimentos básicos;
g) Racionalizar os recursos materiais, financeiros e de pessoal em âmbito
federal, estadual e municipal, compatibilizando e otimizando sua utilização;
h) Incentivar a organização associativa dos produtores rurais, visando a solução
de seus problemas comuns;
i) Propiciar novas alternativas de exploração econômica à comunidade rural;
j) Participar do processo de fixação da mão-de-obra no campo.
CRITÉRIOS PARA SELEÇÃO DE UMA MICROBACIA HIDROGRÁFICA

a) Áreas que concentrem um maior número de pequenos produtores;


b) Áreas que apresentem uma significativa produção de alimentos básicos;
c) Locais onde haja projetos de assentamento ou outros projetos desta
natureza;
d) Locais onde estejam sendo desenvolvidos projetos de irrigação comunitária
exploradas por pequenos produtores;
e) Localidades onde haja interesse e disposição em investir recursos e
esforços, por parte da administração municipal e dos produtores rurais;
f) Áreas nas quais os cursos d’água tenham importância para o abastecimento
urbano;
g) Locais onde existem problemas de erosão ou ocorram outras formas de
degradação dos recursos naturais ali existentes;
h) Localidades que disponham de recursos humanos e materiais para a
implantação de projetos;
i) Preferencialmente, as áreas que estiverem a montante.
A MICROBACIA HIDROGRÁFICA, UNIDADE BÁSICA DAS
ATIVIDADES DE MANEJO DE ÁGUA E SOLO, É ENTENDIDA COMO
UMA ÁREA FISIOGRÁFICA DRENADA POR UM CURSO D’ÁGUA
CONECTADOS E QUE CONVERGEM, DIRETA OU INDIRETAMENTE,
PARA UM LEITO OU PARA UM ESPELHO D’ÁGUA, CONSTITUINDO
UMA UNIDADE IDEAL PARA O PLANEJAMENTO INTEGRADO DO
MANEJO DOS RECURSOS NATURAIS NO MEIO AMBIENTE POR ELE
DEFINIDO.

(LOMBARDI NETO, 1993)


Tempo de concentração
Altas taxas de
Espécies pioneiras Estratégia –
reprodução e
e oportunistas predomina seleção R
crescimento
Construção de
estruturas vegetativas
Espécies Estratégia -
mais duráveis e
estáveis predomina seleção K
órgãos de
armazenamento
Melhor capacidade de
Adaptadas em sobrevivência
Favorecida pela
ambientes mais competitiva sob a
pressão de seleção
duráveis e previsíveis densidade de
equilíbrio
Matéria orgânica, volume funcional, biomassa, fluxo de
nutrientes, interações, diversidade, estrutura, complexidade

AGRICULTURA FRUTICULTURA E SILVICULTURA

espécies
estáveis
espécies
oportunistas

espécies
pioneiras

ROCHA BACTÉRIAS, GRAMÍNEAS GRAMÍNEAS MATA FLORESTA


EXPOSTA FUNGOS ANUAIS E ARBUSTOS ABERTA FECHADA

ROCHA MÃE
GRUPOS QUANTO AO SISTEMA SUCESSIONAL

HELIÓFILAS
PORTE MÉDIO A BAIXO
PIONEIROS RÁPIDO DESENVOLVIMENTO
CICLO DE VIDA CURTO
DISPERSÃO POR VENTO E PÁSSARO

CARACTERÍSTICAS INTERMEDIÁRIAS QUANTO A


SECUNDÁRIAS, EXIGÊNCIA EM LUZ, DESENVOLVIMENTO E
TARDIAS E LONGEVIDADE
INICIAIS
DISPERSÃO PELO VENTO

LENTO DESENVOLVIMENTO
PORTE ELEVADO QDO ADULTO
UMBRÓFILAS NA FASE INICIAL
CLÍMAXES
LONGEVAS
SEMENTES PESADAS
DISPERSÃO POR MAMÍFERO E PÁSSARO
Relação percentual considerando-se todos os estágios de sucessão das espécies:

50:25:15:10
pioneiras: secundária inicial: secundária tardia: clímax

Segundo MACEDO (1993), as pioneiras devem ser plantadas em número restrito de


espécies (2 a 5), com grande número de indivíduos por área (200 a 500/ha), podendo
ser subdivididas em pioneiras de copa densa e pioneiras de copa rala. As secundárias
(iniciais e tardias) devem ser plantadas em grande número de espécies (mais de 30) e
pequeno número de indivíduos por área (5 a 20/ha). No caso das climácicas, devemos
ter um número médio de espécies (de 5 a 10) e um número também médio de
indivíduos por unidade de área (50 a 100/há). Quanto a diversidade de espécies, de
acordo com KAGEYAMA et al (2000), deve-se preferencialmente, buscar o máximo
possível, principalmente em recuperação de Áreas de Preservação Permanente (APPs)
e de Reserva Florestal Legal (RFL).
Obrigada!

Você também pode gostar