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INTRODUÇÃO

• Prevalência de esquizofrenia no mundo


• 25-30% dos pacientes com resposta parcial ou sem resposta aos tratamentos
• Antipsicóticos com eficácia limitada em sintomas negativos ou cognitivos
• Eficácia de rTMS (estimulação magnética transcraniana repetitiva) já
demonstrada em alguns estudos mas ainda insuficiente para entrada nos
guidelines
• tDCS (estimulação transcraniana por corrente direta) como alternativa à rTMS
(custo, portabilidade, efeito placebo)
• tDCS induz uma corrente elétrica fraca no escalpe, com despolarização e
hiperpolarização de neurônios
METODOLOGIA

• Publicações de 1950 a outubro 2018 pesquisadas com OVID database (Embase,


Medline®, e PsycINFO)

• Termos: transcranial direct current stimulation (or tDCS) and schizophreni* (or
psychosis)

• Inclusão: pelo menos 5 participantes com esquizofrenia ou transt. esquizoafetivo;


presença de grupo controle; dados suficientes para obter média padronizada de
diferença na severidade dos sintomas iniciais
• Excluídos estudos que usaram psicoeducação ou treinamento cognitivo como
estratégias de intervenção
METODOLOGIA

• Características clínicas e demográficas


• Principais características avaliadas: alucinações auditivas, sintomas positivos e
sintomas negativos
• Severidade de alucinações auditivas medida com escalas: Auditory Hallucinations
Rating Scale (AHRS), Psychotic Symptom Rating Scales (PSYRATS) auditory
hallucinations subscale ou Positive and Negative Syndrome Scale (PANSS) P3
hallucinatory behavior item
• Sintomas positivos: escala PANSS positive subscale
• Sintomas negativos: PANSS negative subscale ou SANS
METODOLOGIA

• Análise com Review Manager Version 5.3 para investigar efeitos de


tDCS em cada um dos desfechos

• A mudança média ajustada e desvio padrão da mudança média foram extraídas


separadamente de grupos placebo e grupos ativos
RESULTADOS

• 10 estudos elegíveis – total de 338 participantes


• 7 estudos incluíram alucinações auditivas
• 9 com sintomas positivos e negativos
• 6 estudos com eletrodos fronto-têmporo–parietais esquerdos
• 4 usando eletrodos bifrontais
• Geralmente corrente de 2 mA, com sessões de 20min
• 2 estudos com aplicação diária por 5 dias
• 8 estudos com 10 ou mais sessões no total, sendo 4 aplicando duas vezes por dia
por 5 dias
Alucinações auditivas

• 7 estudos – n= 242
• Não houve efeito principal da tDCS na severidade de alucinações auditivas
• SMD= 0.50, 95% CI -0.09–1.09, p=0.10

• Subgrupo com estimulação 2x/dia ou 10 ou mais sessões totais mostrou redução


significativa da SMD:
• SMD=1.04, 95% CI 0.20–1.89, p=0.02 (grupo placebo)
• SMD=0.86, 95% CI 0.22–1.51, p=0.009 (grupo ativo)
Sintomas Positivos

• 9 estudos – n= 313
• Não houve efeito principal da tDCS na severidade de sintomas positivos
• SMD=0.03, 95% CI -0.24–0.31, p=0.81

• Subgrupo com estimulação 2x/dia ou 10 ou mais sessões totais não mostrou


redução significativa da SMD.
Sintomas Negativos

• 9 estudos – n= 313
• Não houve efeito principal da tDCS na severidade de sintomas negativos
• SMD=0.27, 95% CI -0.09–0.62, p=0.14

• Subgrupo com 10 ou mais sessões totais mostrou redução significativa de


sintomas negativos:
• SMD=0.41, 95% CI 0.01–0.81, p=0.04
DISCUSSÃO e CONCLUSÃO

• A análise principal do estudo não demonstrou efeito de tDCS em sintomas positivos ou


negativos, mas análise de subgrupos demonstrou que a frequência e número de sessões
de estimulação podem ser importantes para melhorar desfechos

• Não ficou claro qual a localização de eletrodos mais eficiente, mas como em alguns
estudos houve melhora de alucinações auditivas independente dos demais sintomas
positivos, sugere-se que a tDCS tenha alguma especificidade nessa categoria sintomática
• Menor média de idade foi associada com maior redução de alucinações auditivas e
sintomas negativos
• Maior severidade de sintomas negativos pré-tratamento foi associada com maior
redução de severidade pós-tratamento

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