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Sandra Martins

DISFONIA INFANTI
terapia

RevinteR

ÍNDICE

História de Calinho_____________________________________________________________________01
Regras básicas para a administração dos exercícios facilitadores do processo da fonoterapia infantil_____ 13
Exercícios____________________________________________________________________________ 15
A flor____________________________________________________________________ 15
A vaquinha_______________________________________________________________ 16
A cobra __________________________________________________________________ 17
A abelha _________________________________________________________________ 18
A moto __________________________________________________________________ 19
A voz do monstro __________________________________________________________ 20
O peixe __________________________________________________________________ 21
A praia __________________________________________________________________ 22
A corrida do carro e o cavalo _________________________________________________ 23
O sono __________________________________________________________________ 24
Mastigando _______________________________________________________________ 25
A bruxinha _______________________________________________________________ 26
O tobo-água ______________________________________________________________ 27
Ondas do mar _____________________________________________________________28
A pista de skate ___________________________________________________________ 29
A roda gigante ____________________________________________________________ 30
Bibliografia___________________________________________________________________________ 32
Essa é a história de Calinho, um menino muito esperto, porém, muito gritão.

Calinho tinha preguiça de andar até onde sua mãe estava e, então, ficava gritando de longe:

MAMÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃE!!!

01

Quando Calinho assistia televisão, não conseguia ficar calado, conversava o tempo todo e
a TV estava no volume máximo.

Coitado do amigo de Calinho, pois ele não conseguia prestar


atenção na TV e nem entender o que o Calinho dizia.

02
O mesmo acontecia quando ele ouvia música. Não ficava calado.
Ou estava cantando junto com o disco ou ficava puxando conversa e isso tudo aos gritos.

03

Quando Calinho chegava da escola, grudava no telefone e


ficava horas falando com os amigos...

04
... ou corria para a janela e ficava conversando com o
amiguinho que estava lá embaixo no prédio.

05

Na hora de brincar era a mesma coisa,


no futebol...

06
... ou nas festas,

07

Calinho era sempre o que mais gritava.

08
Chegou um dia em que Calinho não conseguiu mais gritar.
Foi ficando rouco, rouco...
Chegou até a perder a voz.

09

A mãe de Calinho levou-o ao médio para fazer um exame.


Um exame muito legal, pois Calinho iria ser filmado e, filmado por dentro da garganta.

Uau! Isso é um barato!

Então ele viu na tela de um aparelho feito uma televisão as suas pregas vocais e lá estavam elas, com
duas bolinhas bem no meio, uma de cada lado. Eram dois nódulos vocais que se formaram por causa
da gritaria sem fim que ele fazia e, agora, estavam impedindo que o som da sua voz estivesse normal.
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O médico pediu que Calinho procurasse um(a) fonoaudiólogo(a)
para ajudá-lo a resolver esse problema realmente chato.
Calinho quase não conseguia mais falar.

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Você gostaria de fazer os exercícios que Calinho aprendeu para ficar bom?

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REGRAS BÁSICAS PARA A ADMINISTRAÇÃO DOS EXERCÍCIOS
FACILITADORES DO PROCESSO DA FONOTERAPIA INFANTIL

• Todo e qualquer procedimento realizado com a criança deve ser precedido por uma explicação simples e
objetiva a respeito de sua finalidade.

• O trabalho com a respiração deve ser dinâmico e, se possível, associado à coordenação fono-respiratória.

• O terapeuta deverá mostrar como se faz o exercício e, posteriormente, executá-lo junto com a criança.

• O terapeuta deve permitir e incentivar as iniciativas e sugestões da criança. Isso faz com que a terapia fique
mais rica e adequada individualmente.

• Algumas crianças assimilam melhor as propostas de exercícios baseadas na sua vivência cotidiana. Uma
investigação minuciosa dos hábitos e comportamentos da família e dos locais que a criança freqüenta (escola,
academia, creche, etc.) são de grande valia para a individualização da terapia.

Um fator importante de motivação é tornar mais concretos os parâmetros a serem abordados,


tomando por base os mesmos exercícios com os adultos, porém, através de ilustrações e de uma história que
enriquece a terapia e desperta na criança o interesse em participar do processo terapêutico dando “asas à
imaginação” e fantasias inerentes a sua idade.

Uma das maiores conquistas para o êxito da terapia de voz com crianças é justamente a sua
motivação para que haja uma participação ativa e efetiva no trabalho.
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A idéia está lançada...

As variações, acréscimos e adaptações dos exercícios ficam por conta das necessidades da
criança e da criatividade de cada profissional.

Desejo sucesso a todos que utilizarem este livro como auxílio à terapia vocal infantil.

Sandra Martins

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A FLOR

Todas as vezes que aparecer a flor,


a criança deverá inspirar suave e
profundamente.

Obs.: A respiração já deverá estar localizada na região costo-diafragmática.

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A VAQUINHA

Representa os sons nasais. mu... mu... mu...


Também conhecidos como HUMING.

Obs.: Certifique-se de que o ar sonorizado está dirigido para ambas as cavidades


(oral e nasal), porém, com maior concentração na cavidade oral.

Variações:

hum
hum Modulado
hum Grave para Agudo
hum Agudo para Grave

hum – mastigando
hum – a
hum – e...

ma-ma-ma...
me-me-me...
mi-mi-mi...
mo-mo-mo...
mu-mu-mu...
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A COBRA

Representa o som fricativo surdo /S/.

Variações:

S_____________________________
S__________________S_____S____
S_________S____S____S____S____

Obs.: Observar a coordenação fono-respiratória.

P.S.: Os exercícios da cobra e da abelha poderão ser feitos em conjunto (veja na próxima página).

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A ABELHA

Representa o som fricativo sonoro /Z/ Z... Z... Z...Zum...Zum...Zum...

Variações:

Z
Z Modulado
Z Grave para Agudo
Z Agudo para Grave

Z_________a, Z_________e, Z_________i, Z_________o, ...

Exercício da cobra associado ao exercício da abelha:


S__________ Z________ S________ Z________ a...
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A MOTO

Representa os sons vibrantes.

Variações:

rrrrrrrr...
rrrrrrrrrra, rrrrrrrrrre, rrrrrrrrrri, rrrrrrrrrro, rrrrrrrrrru.
trrrrrrrrrr...
Brrrrrrrrrr... (com os lábios)
trrrrrrrrrra... trrrrrrrre... trrrrrri... trrrro... trrru...
brrrrrrrrrra... brrrrrrrre... brrrrrri... brrrro... brrru...

trrrr Modulado
brrrr Modulado
trr/brr Grave para Agudo
brr/trr Agudo para Grave

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A VOZ DO MONSTRO

Representa o som basal. Também conhecido como glotal Fry.

Variações:

Obs.: As cavidades supraglóticas devem estar relaxadas,


próximas ao ajuste articulatório da vogal /a/.

a _____________________________
a ___________ la la la la la la...
a – la – le – li – lo – lu...
a ___________ na na na na na na...
a – na – ne – ni – no – nu...

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O PEIXE

Representa a técnica sueca do /B/ prolongado.

Variações:

(a) B B B B B B

(b) Ba Ba Ba Ba Ba Ba ... e, i, o, u.

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A PRAIA

Representa a fala salmodiada.

Sugestões:

-Números, palavras
-Dias da semana
-Meses do ano
-Frases
-O dia está lindo
-O sol está brilhando
-O avião está no céu
-Os meninos brincam na água, etc.

Obs.: Pode-se alternar a voz normal com a


voz salmodiada até conseguir uma produção
vocal satisfatória.

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A CORRIDA DO CARRO E O CAVALO

Representa a associação do som nasal com o estalar da língua simultaneamente.

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O SONO

O sono representa o bocejo-suspiro.

Variações:

-Com a boca aberta


-Na primeira fase do bocejo, com a boca
aberta e, na segunda, com a boca fechada
-Com vogais
-Palavras iniciadas por vogais
-Bocejo-suspiro associado à fala salmodiada
-Associação à mastigação

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MASTIGAÇÃO

Representa o método mastigatório de Froeschels.

1. Mastigar normalmente com os lábios fechados, sem nada na boca


2. Mastigar ativamente, com movimentos amplos e vigorosos,
abrindo a boca e emitindo sons aleatórios e, depois, sons nasais
e nasais/orais
3. Mastigar enquanto fala palavras
4. Mastigar enquanto fala frases

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A BRUXINHA

Representa os sons emitidos no padrão Belting.

- Imitar a risada da bruxinha, sem esforço na laringe.

a – ha! ha! ha!...


e - he! he! he!...
i - hi! hi! hi!...
o - ho! ho! ho!...
u - hu! hu! hu!...

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O TOBO-ÁGUA

Poderá ser utilizado com quase todos os exercícios.


Ele representa os glissandos.
i agudo u agudo o a e

grave grave

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ONDAS DO MAR

As ondas do mar representam a variação tonal agudo/grave.

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A PISTA DE SKATE

Representa a emissão suave da sonorização inicial.

Exemplos: (h aspirado)
hava
heva
hiva
hova
huva

Também pode ser utilizada com os sons de apoio.

ssszzza... fffvvva... xxxjjja...


ssszzze... fffvvve... xxxjjje...
ssszzzi... fffvvvi... xxxjjji...
ssszzzo... fffvvvo... xxxjjjo...
ssszzzu... fffvvvu... xxxjjju...

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A RODA GIGANTE

Representa as escalas musicais.


Pode-se utilizar os sons nasais, vibrantes, vogais, etc. para mu
executar os movimentos ascendente, descendente e
ascendente/descendente (vocalizes). mu

mu
i a

mu
u
u a

i
i a

a
u
u

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BIBLIOGRAFIA

BEHLAU, MS & PONTES, PAL. Avaliação Global da Voz. São Paulo: Paulista Publicações Médicas, 1995.

BEHLAU, MS & PONTES, PAL. Princípios de Reabilitação Vocal nas Disfonias. 2. ed. São Paulo: Paulista
Publicações Médicas, 1990.

BOONE, DR & McFARLANE, SC. A Voz e a Terapia Vocal. 5. ed. Sandra Costa. Porto Alegre: Ed. Artes
Médicas, 1994.

BRANDI, ESM. Educação da Voz Falada. 2. ed. Rio de Janeiro: Atheneu, 1994.

COLTON, RH & CASPER, JK. Compreendendo os Problemas de Voz. Porto Alegre: Editora Artes Médicas,
1996.

FERREIRA, LP (org.). Um Pouco de Nós sobre Voz. Barueri, São Paulo: Pró-Fono, 1996.

JANNIBELLI, ED. A musicalização na Escola. Rio de Janeiro: Editora Lidador, 1971.

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