construindo formas de educar suas crianças. Na Idade Média, a Educação Infantil sempre foi entendida como um papel das famílias, sobretudo das mulheres. A criança era considerada uma miniatura de adulto, tanto nas ações, quanto em seu desenvolvimento sócio-emocional. Isso refletia-se inclusive na forma de se vestir de cada gênero: mulheres e meninas vestiam saias e longos vestidos, homens e meninos, calças compridas e camisas. A partir do século XVI, com o final da Idade Média e o início da Idade Moderna, as concepções sobre como educar as crianças foram redimensionadas, principalmente em decorrência das transformações econômicas e políticas, e do surgimento da sociedade capitalista. Com a Idade Moderna, houve uma profunda transformação do que se conhecia como sociedade originalmente agrária para a capitalista. Dois movimentos, o Renascimento e o Iluminismo, tiveram extrema influência nesse cenário. O Renascimento (ou Renascença) começou no século XIV, na Itália, e difundiu-se pela Europa no decorrer dos séculos XV e XVI. Foi um período na história do mundo Ocidental – com um movimento cultural marcante na Europa – considerado como um marco do final da Idade Média e do início da Idade Moderna. Além de atingir a filosofia, as artes e as ciências, o Renascimento fez parte de uma gama de transformações culturais, sociais, econômicas, políticas e religiosas que caracterizaram a transição do Feudalismo para o Capitalismo. O Iluminismo foi um movimento intelectual, surgido na segunda metade do século XVIII (o chamado “século das luzes”), que enfatizava a razão e a ciência como formas de explicar o universo. Foi um dos movimentos impulsionadores do capitalismo e da sociedade moderna. Seu nome se deve aos filósofos da época, os quais acreditavam iluminar as mentes das pessoas. Com o advento da chamada Revolução Industrial, que transformou definitivamente a vida em sociedade ao inserir a manufatura, estabeleceu-se um conflito que teve como centro as crianças com idade entre 0 e 6 anos. Como as fábricas recém-construídas necessitavam de trabalhadores, pais e mães (elas em um segundo momento e em escala menor) abandonavam seus filhos para poder trabalhar, deixando-os sob o cuidado de terceiros ou à própria sorte. Aos poucos, para o atendimento dessas crianças abandonadas, foram sendo criadas instituições formais, que não tinham propostas pedagógicas. A maioria das atividades realizadas nesses estabelecimentos era voltada para a obtenção de bons hábitos de comportamento, internalização de regras morais e de valores religiosos. Alguns precursores da Educação Infantil • Comênius ou Comênio No livro A escola da infância, publicado em 1628, Comenius enfocou a ideia de educar crianças menores de seis anos e de diferentes condições sociais. Ressaltava, também, a necessidade da formação do professor das crianças pequenas, uma vez que considerava a infância como um período importante do desenvolvimento humano. • Jean Jacques Rousseau Contrário à ideia de que a educação de crianças deveria ter como referência os interesses dos adultos, Rousseau propôs que, em uma educação apropriada à faixa etária, as crianças deveriam ser incentivadas desde cedo a experimentar situações variáveis, de acordo com o ritmo de maturação. Os estudos de Rosseau retiraram as crianças da posição de miniadulto, defendida na Idade Média, e trouxeram à tona a ideia de que elas tinham características próprias e que necessitavam de uma educação que respeitasse suas fases de desenvolvimento, com professores capacitados para tal entendimento. • Johann Heinrich Pestalozzi As ideias desse pensador eram contrárias àquelas vigentes na sua época, em que as escolas eram controladas, em sua maioria, pela Igreja, a qual não se preocupava com a melhoria da qualidade do ensino e das condições físicas das crianças, o que se refletia na falta de habilidade dos professores e no pequeno número de escolas existentes. Os trabalhos de Pestalozzi trouxeram inovação ao ambiente educacional quando propuseram um método de ensino diferente do que se praticava. Centrado nos princípios de tranquilidade, amor, segurança e afeto • Friedrich Fröebel • Considerado o pai da pré-escola. Desenvolveu sua própria teoria educacional voltada às crianças pequenas, independentemente das ideias de seu mestre Pestalozzi. • Para Fröebel, as crianças eram como plantinhas em desenvolvimento, e o professor, o jardineiro que as fazia desabrochar. Para esse desenvolvimento, criou um espaço especial, a primeira instituição com caráter educacional para crianças de Educação Infantil, chamada por ele de kindergarten (jardim de infância, em alemão). Em sua escola, criada em 1837, as crianças eram atendidas do primeiro ao sexto ano de idade, e, como princípio pedagógico, defendia a ideia de que elas se desenvolviam por meio de uma relação entre a imaginação e a ação. A Educação Infantil no Brasil No Brasil, tradicionalmente e financeiramente, o contexto mais aceito era o de que a criança deveria ser atendida pela mãe, ou outros familiares, em um ambiente doméstico. A educação de crianças pequenas começou com caráter assistencialista, na metade do século XIX, em decorrência do capitalismo, que também nascia no país. Com as recém-criadas fábricas, cria-se uma demanda até então inexistente: as mães da classe operária precisavam de lugares para deixar seus filhos pequenos durante a jornada de trabalho, pois as crianças ainda eram muito novas para irem à escola. • Na realidade brasileira, as instituições pré- escolares foram chamadas de jardins de infância. As instituições privadas, que atendiam às crianças ricas, receberam o nome de asilo, e as que atendiam às crianças pobres receberam o nome de creche, reforçando a ideia de que creche é uma entidade assistencialista, destinada a combater a pobreza. Após 1930, em virtude dessa situação, pensadores brasileiros (Fernando de Azevedo, Anísio Teixeira e Lourenço Filho) divulgaram a educação progressiva da chamada Escola Nova e suscitaram algumas reformas educacionais que culminaram no Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova. Em 1932, mesmo redigido por Fernando Azevedo, este manifesto foi subscrito por muitos outros educadores e intelectuais. Na década de 40 do século XX, aumentou a quantidade de atitudes governamentais em direção ao assistencialismo, principalmente na área de saúde, e, na década seguinte, as creches que eram mantidas por entidades filantrópicas e religiosas passaram a receber ajuda do governo. O trabalho realizado nessas instituições tinha como preocupação a questão da alimentação, da higiene e da segurança física, e, como sobreviviam de doações, nem sempre podiam contar com esses quesitos básicos. Em 1943, Getúlio Vargas criou a Consolidação das Leis de Trabalho (CLT), que, entre outras coisas, tornava obrigatória a criação de creches e berçários para os filhos dos funcionários. Por falta de fiscalização do governo, isso não foi consolidado na prática, e o número dessas instituições, criadas nesse período, fosse pouco significativo. Cada vez mais, a mulher participava do mercado de trabalho e migrava para os grandes centros urbanos; por isso, tinha problemas para conciliar o trabalho com o atendimento de seus filhos. • creche, portanto, não atenderia somente à criança pequena, mas a toda uma estrutura que se ruía em torno dela (na relação do atendimento precário que as famílias tentavam organizar). Mais uma vez, a instituição era colocada como um favor que servia para proporcionar a essas crianças um espaço que não teriam em casa. • Não havia, contudo, uma preocupação com a amplitude do problema que levava as mães a deixarem seus filhos sozinhos em casa, nem com a relação de sua necessidade de trabalho, nem com a questão da marginalidade de jovens. Na situação que se apresentava, a creche era considerada apenas como um remédio a esses males. Sendo assim, é possível afirmar que as creches foram, por muito tempo, uma estratégia dos governos para combater a pobreza e resolver problemas ligados à sobrevivência das crianças, o que justificou por muitos anos a existência dessas instituições no Brasil. CONCEPÇÃO DE INFÂNCIA - A CRIANÇA DE 0 A 5 ANOS Concepção de criança A criança, como todo ser humano, é um sujeito social e histórico e faz parte de uma organização familiar que está inserida em uma sociedade, com uma determinada cultura, em um determinado momento histórico. É profundamente marcada pelo meio social em que se desenvolve, mas também o marca. (BRASIL, 1998, p. 21 RCNEI). “ A educação para as crianças deve promover a integração entre seus aspectos físicos, emocionais, afetivos, cognitivos e sociais, considerando-a um ser completo.” Visão teórica Jean Piaget • Estágio sensório-motor: mais ou menos de 0 a 2 anos
• Uma prática pedagógica importante nesta fase
de desenvolvimento da criança é a utilização do trabalho com tintas, pincéis, canetas, colas, coloridas, papéis com diferentes texturas... • Estágio pré-operatório: mais ou menos de 2 a 7 anos • Nessa idade, a criança tem um pensamento egocêntrico, uma vez que ainda não consegue colocar-se no lugar do outro. Neste estágio a criança já é capaz de representar as suas vivências e a sua realidade, através de diferentes significantes: Jogo, Desenho, Linguagem... • Lev Semenovith Vygotsky
• “A creche é um espaço de socialização de vivências e
interações”.
• Neste espaço as interações traduzem-se por atividades
diárias que as crianças realizam com a companhia de outras crianças sob a orientação de um professor. A partir da compreensão de que estas situações contribuem para o processo de aprendizagem e desenvolvimento infantil, é possível o professor e demais profissionais da Educação Infantil redimensionar a sua prática pedagógica e ressignificar o papel da interação na educação infantil. • Esta concepção rompe com a idéia de que o aluno deve descobrir sozinho as respostas, e principalmente que a aprendizagem é uma atividade individual e independente do grupo cultural. A aprendizagem escolar implica uma constante reorganização de experiências, por isso é importante que o professor tenha domínio do quanto a criança ainda necessita para chegar a produzir determinadas atividades com autonomia. • Henry Wallon
• Para Wallon, a afetividade tem um papel
fundamental no desenvolvimento humano. Segundo esse autor, a emoção, os sentimentos e desejos são manifestações da vida afetiva e, em seus estudos, destaca a importância do afeto.
• Nesse contexto de afetividade, Wallon trata tanto
da importância das relações das crianças com outras crianças, quanto com os adultos. O caráter social da criança vai sendo, assim, manifestado, uma vez que precisa dos outros para poder sobreviver. Na prática das escolas brasileiras de Educação Infantil, segundo Kramer (1993), é possível perceber três tendências que fundamentam as ações dos profissionais e, inclusive, as atividades ofertadas às crianças, SÃO ELAS: Tendência romântica
• destaca principalmente os interesses da criança
por meio das atividades lúdicas. Essa tendência compreende a criança como “semente do futuro”, cabendo ao professor a missão de ser o “jardineiro”, o guardião das crianças e de sua inocência. • A proposta da tendência romântica é a de construir um currículo que tenha por base as atividades. Seus principais representantes são Decroly, Maria Montessori, e Fröebel. Tendência cognitiva
• tendo como principal inspirador Jean Piaget, essa
tendência se propõe investigar como a criança pensa e constrói sua noção sobre o mundo por meio da interação com os objetos. Defende a ideia de que a criança precisa de materiais concretos para interagir e construir seu conhecimento por meio das experiências. A criança é vista como exploradora, e o professor, como desencadeador e estimulador das etapas de desenvolvimento infantil. Tendência crítica
• essa tendência destaca a importância de as
experiências infantis serem contextualizadas com a realidade cultural, uma vez que não é possível separar cultura e meio ambiente da realidade infantil. É por meio desses elementos, cultura e contexto, que as crianças constroem seus valores. A tendência crítica (assim chamada por se opor às práticas tradicionais e descontextualizadas) tem como seu principal pensador Celestine Freinet. TRABALHO PEDAGÓGICO DA EDUCAÇÃO INFANTIL, DO PLANEJAMENTO À AVALIAÇÃO Linguagem • linguagem tem sido um eixo de trabalho muito importante na Educação Infantil. Muitas propostas pedagógicas defendem a ideia de que ela permeia as outras partes do currículo. • Na Educação Infantil, deve-se considerar as diferentes linguagens presentes nas salas de aula e em nosso mundo contemporâneo. Temos de concordar que hoje é importante que o aluno seja capaz de compreender e de se comunicar nas mais variadas linguagens, como: linguagem plástica, linguagem gestual, linguagem musical, linguagem visual (imagem, cinema, dramatização), linguagem tecnológica, entre tantas outras. Cabe ao educador organizar sua prática pedagógica de modo que utilize com mais eficácia os espaços e privilegie as diferentes linguagens, que farão com que seus alunos utilizem gestos, brincadeiras, desenho, dança e música e tenham contato com objetos artísticos, como forma de aprender, de relacionar-se com o mundo e consigo mesmo. O ambiente alfabetizador ou ambiente de letramento • A criança vive em uma sociedade letrada e começa a interagir com as letras muito antes de entrar na escola, evidenciando um ambiente repleto de materiais escritos que despertam a curiosidade. Assim, desde o nascimento ela convive com a língua escrita. Entretanto, mesmo as crianças tendo contato com a língua materna desde bebê e vivendo em um mundo letrado, nem todas apresentam interesse pela alfabetização durante a educação infantil, pois o meio em que estão inseridas ainda não as motivou. • O papel da educação infantil é de proporcionar um ambiente rico em desafios, respeitar a espontaneidade e a criatividade da criança, favorecer informações sobre o mundo que a cerca, satisfazer necessidades emocionais, sociais e físicas. A alfabetização, quando não estimulada, é conseqüência destas oportunidades vivenciadas na educação infantil. • A pré-escola precisa ser um espaço onde a criança tenha contato com a leitura e a escrita. Onde possa pensar sobre o que representa e de que modo se comunica através da escrita. Onde a leitura e a escrita possam ser utilizadas com sentido. Jogos e brincadeiras • Uma grande parte dos educadores da faixa etária de 0 a 5 anos utiliza o jogo e as brincadeiras como práticas pedagógicas diárias, defendendo seu uso como um excelente recurso à aprendizagem e ao desenvolvimento das crianças. • O brincar é o principal modo de expressão da infância. É uma linguagem, por excelência, para a criança aprender, se desenvolver, explorar o mundo, ampliar a percepção sobre ele e sobre si mesma, organizar seu pensamento, trabalhar suas emoções, sua capacidade de iniciativa e de criar e se apropriar da cultura. • Assim, garantir na Educação Infantil um espaço de brincar é assegurar uma educação numa perspectiva criadora e que respeita a criança e seus modos de estar no mundo. Brincar é uma atividade que se aprende na relação com o outro e que sofre contínuas mudanças ao longo do tempo. • As brincadeiras de faz-de-conta funcionam como cenário no qual as crianças tornam-se capazes não só de imitar a vida como também de transformá-la, constituindo-se uma atividade interna delas, baseada no desenvolvimento da imaginação e interpretação da realidade, sem ser ilusão ou mentira. Para Piaget (1978), os jogos são caracterizados em três grandes tipos: jogos de exercício (0 a 2 anos), jogo simbólico (2 a 6 anos) e jogo de regras (6 anos em diante).
• Jogos de exercício: é a primeira forma de jogo que a
criança conhece e que aparece antes do desenvolvimento verbal completo. Tem como característica o fato de a criança brincar pelo prazer de conhecer o objeto, de explorar, de realizar o desenvolvimento motor ou, como o próprio nome diz, o puro exercício. Nessa fase, a criança brinca basicamente sozinha ou com a mãe (ou com quem represente a figura materna). • Jogos simbólicos: é uma forma de jogo em que a criança faz de conta que é outra pessoa, imagina-se em outra situação ou atribui outra função a um objeto. Por exemplo: criança que brinca de casinha, faz comidinha de “mentira”; criança que, de posse de um prato de papelão, imagina que é a direção de um carro, ou que, brincando de casinha, vivencia o papel da mãe em sua casa, reproduzindo trejeitos da sua própria mãe. O jogo simbólico é, de certa forma, uma maneira de a criança comunicar ao outro aquilo que sente.
• Jogos de regras: é caracterizado pelo conjunto de leis que é
imposto pelo grupo social. Dessa forma, necessita de parceiros que aceitem o cumprimento das obrigações definidas nas regras. É um jogo estritamente social. Formação pessoal e social • A autonomia é um dos objetivos a serem alcançados com as crianças. É um princípio das ações educativas, onde a criança é considerada um ser com identidade própria, capaz e competente para construir conhecimentos e interferir no meio em que vivem. A criança deve caminhar da heteronomia, onde depende das decisões dos adultos, para a autonomia, que lhe permite discutir, formular e reformular regras, observando o desejo do grupo. Para isso é preciso que propiciemos oportunidades onde a criança dirija suas próprias ações usando seus recursos individuais e do ambiente. • A sexualidade é um ponto a ser trabalhado dentro deste eixo, tendo em vista que a mesma está ligada ao prazer, necessidade fundamental de todo ser humano. Na nossa sociedade existe uma visão dúbia e distorcida da questão, onde é alardeada pela mídia e tratada como “pecado” pelas famílias. Dentro deste item, mas não somente nele, deve-se explorar a questão gênero e a representação que é feita do papel do homem e da mulher no grupo ao qual pertence e das diferenças entre eles. • A aquisição da consciência dos limites do seu próprio corpo e da auto-imagem é um aspecto importante do processo de diferenciação do eu e do outro e da construção da identidade, e essa conscientização acontece através das explorações, do contato físico, da observação e da convivência. • cuidado consigo e com o outro também deve ser tratado neste eixo. O cuidado com a criança não se desvincula do educar e deve ser um hábito na rotina da Instituição de Educação Infantil. Linguagem oral e escrita • Devemos dar aos alunos e alunas oportunidades para que brincando, explorando e interagindo construam sua própria linguagem de acordo com seu ritmo. • A linguagem oral e escrita possibilita a criança pensar sobre coisas, dá acesso a conhecimentos historicamente construídos, leva a interagir com o meio em que está inserida. Através da linguagem, mas não somente através dela, a criança expressa idéias, sentimentos, emoções, desejos, opiniões, fantasias, etc. Linguagem lógico-matemático • Para possibilitar aprendizagens, é necessário organizar um ambiente favorável com objetos e brinquedos presentes no mundo social que aproximem as crianças e favoreçam as experiências matemáticas. • Intensificar, por exemplo, brincadeiras com objetos para serem amassados, deslocados por bebês, ou ainda, propor atividades onde eles tenham que se movimentar enfrentando obstáculos para pegar um brinquedo, ou ir ao encontro de alguém, são experiências que favorecem a compreensão das relações entre objetos no espaço. Linguagem artística • trabalho com a linguagem artística deve ter como objetivo o processo de fazer, de brincar, de pintar, rabiscar, representar, dançar, sugerir e cujo produto seja o processo de criar e fazer junto, proporcionando interações entre os diversos componentes de seu ambiente escolar. A música, a dança, as fotos, os quadros e o teatro são formas de expressões artísticas que devem ser exploradas, pois traz novas descobertas e o conhecimento e exploração do diferente, do novo. O repertório musical deve ser variado, pois nossa cultura é variada. Música • Cantar para as crianças, convidá-las a cantar e cantar junto, são ótimas oportunidades de proporcionar experiências de partilhar música com alegria e sensibilidade. Atenção especial deve-se ter com relação ao repertório apresentado às crianças. Precisa ser amplo e diversificado, expressar qualidade na produção para a infância, composto por canções infantis tradicionais, canções folclóricas de diferentes países, obras clássicas, populares, étnicas, cantadas e instrumentais. Artes Visuais • A ação do educador deve ir além da disponibilização de materiais para produção de trabalhos artísticos, enfatizando o processo de desenvolvimento e da apropriação da linguagem gráfico-plástica. Explorar os materiais em todas as suas possibilidades através dos sentidos é uma atividade prazerosa para as crianças. • Ao conversar sobre o tema/imagem que será trabalhado, antes de propor uma atividade expressiva, amplia-se o modo de ver, registrar e imaginar o mundo por parte da criança. Linguagem corporal • Na educação infantil as crianças têm grande necessidade de explorar o espaço, subir, correr, pular, movimentar o corpo e conhecer objetos que o rodeiam. Ao proporcionar o atendimento a essas necessidades, proporcionamos o desenvolvimento de capacidade e a construção de repertório próprio. • O trabalho com a linguagem corporal amplia os movimentos e o ritmo das crianças nas mais diversas situações, proporcionam o conhecimento dos limites e potencialidades do corpo e desenvolve o interesse pelo cuidado com o próprio corpo. Natureza e sociedade • É importante que as crianças encontrem na escola um espaço vivo de informações sobre a diversidade que compõe o universo dos conhecimentos historicamente construídos pelo homem e um espaço que permita a valorização e preservação do ambiente. • Na medida em que desenvolve e sistematiza esses conhecimentos e interage com seu meio, procurando conservá-lo, a criança constrói e reconstrói noções, confronta hipóteses, o que favorece mudanças no seu modo de compreender o mundo. A hora da Avaliação na educação infantil • De acordo com o que determina o artigo 31 da LDB n. 9.394/96, sobre a avaliação na Educação Infantil, “na Educação Infantil a avaliação far-se-á mediante acompanhamento e registro do seu desenvolvimento (da criança), sem o objetivo de promoção, mesmo para o acesso ao Ensino Fundamental”. • A avaliação na Educação Infantil não tem caráter de reprovação nem de acesso para o Ensino Fundamental. Observações e registros sistemáticos. • Os registros podem ser feitos no caderno de planejamento, onde cada professor/recreador registra acontecimentos novos, conquistas e/ou mudanças de seu grupo e de determinadas crianças; dados e situações significativos acerca do trabalho realizado e interpretações sobre as próprias atitudes e sentimentos. • É real que, no dia-a-dia, o professor/recreador não consiga registrar informações sobre todas as crianças do seu grupo, mas é possível que venha a privilegiar três ou quatro crianças de cada vez e, assim, ao final do período, terá observado e feito registro sobre todas as crianças. Utilização de diversos instrumentos de registro.
• Para darmos espaço à variada expressão infantil, pode-
se utilizar como instrumentos de registro de desenvolvimento arquivos contendo planos e materiais referentes aos temas trabalhados, relatórios das crianças e portfólios. É preciso utilizar os instrumentos que sejam mais adequados para avaliar os aspectos concretos da prática: escalas de observação, entrevistas, conversas, atividades, diário, folhas de registro das observações, observações externas, meios audiovisuais, produções das crianças, jogos, etc. • O professor deve organizar um dossiê de cada criança, guardando aí seus materiais mais significativos e capazes de exemplificar seu desenvolvimento. • Apresentamos alguns instrumentos que podem facilitar os registros por parte dos professores. São eles: Diário de campo, Anedotários, Diário de aula, Livro da vida ou da memória do grupo, Planilhas, Entrevistas , Debates ou conversas, Relatórios narrativos de acompanhamento das crianças e relatórios narrativos de estudos realizados , Autoavaliação, Trabalhos de integração e consolidação dos conhecimentos , Coleta de amostras de trabalho, Fotografias e gravações em vídeo e em som, Depoimentos dos pais, Portifólio. ROTINA NA EDUCAÇÃO INFANTIL • A rotina é um elemento importante da Educação Infantil, por proporcionar à criança sentimentos de estabilidade e segurança.
• A organização do tempo precisa ensejar alternativas
diversas e, freqüentemente, simultâneas de atividades mais ou menos movimentadas, individuais ou grupais, que exijam maior ou menor grau de concentração da atenção; determinar a hora do repouso, da alimentação, da higiene, a hora do brinquedo, da recreação, do jogo e do trabalho sério. MODELO DE ROTINA • Hora da Entrada • Hora da Roda • Hora da Atividade • Hora do almoço / sono • Artes Plásticas • Hora da História • Hora da Música • Hora da Brincadeira • Hora do Lanche/Higiene • Atividades Físicas/Parque • Hora da janta • Hora da saída currículo da Educação Infantil • O currículo é o conjunto de experiências, atividades e interações disponíveis no cotidiano da unidade educacional e que promovem as aprendizagens das crianças.
• A função do professor de Educação Infantil
mediar o processo de ensino e aprendizagem, propondo atividades e lançando desafios ajustados às características, potencialidades, expectativas, desejos e necessidades infantis. As propostas pedagógicas de Educação Infantil devem respeitar os seguintes princípios: • I – Éticos: da autonomia, da responsabilidade, da solidariedade e do respeito ao bem comum, ao meio ambiente e às diferentes culturas, identidades e singularidades. • II – Políticos: dos direitos de cidadania, do exercício da criticidade e do respeito à ordem democrática. • III – Estéticos: da sensibilidade, da criatividade, da ludicidade e da liberdade de expressão nas diferentes manifestações artísticas e culturais. As áreas de conhecimento • A Educação Infantil tem como objetivo desenvolver a criança em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade. E deve cumprir duas funções indispensáveis e indissociáveis: cuidar e educar. As áreas de conhecimento
• Linguagens: oral e escrita
• Matemática • Ciências Sociais e Naturais • Corpo e Movimento • Linguagens Artísticas: Música, Artes Visuais.