Você está na página 1de 27

Contextualização

• As tensões geradas pelos geradores síncronos em sistemas de


potência e pela maioria dos geradores disponíveis comercialmente,
possuem uma forma de onda senoidal.

• Fonte senoidal é uma fonte de tensão comum ou fonte de corrente


comum.

V(t)=Vmsen(wt)
Expressão Matemática do Sinal Senoidal
Amplitude – Vmax ou Imax- é a "altura" da onda.
Período T [s] - Intervalo de tempo entre repetições sucessivas de uma forma de onda periódica.
Frequência - f [Hz] : é o número de ciclos realizados, na unidade de tempo
Frequência angular - ω [rad/s]: É a rapidez de variação do sinal. Ou seja, é a velocidade com que o sinal
realiza um ciclo de variação
Ângulo de fase - θ [ ° ]: É a posição relativa, expressa em grau, do sinal em relação a uma referência ou a
outro sinal

v (ωt) = 𝑽𝒎á𝒙 ⋅sen (ωt +θ)


i (ωt) = 𝑰𝒎á𝒙 ⋅sen (ωt +θ)
• Fontes senoidais são comuns tanto em sistemas de potência como
em sistemas eletrônicos;

• Embora entradas senoidais possam ser analisadas através de


equações diferenciais, torna-se importante desenvolver novas
técnicas que reduzam o esforço computacional para sua análise.
EXEMPLO

Determine a corrente no circuito da Figura 1. Sabendo que, vs(t) = 2 sen(200t) e o


capacitor possui uma carga inicial vc(0) = 1 V.

ou
A solução da equação diferencial é composta por duas parcelas.

A solução particular: devido a função forçante

A solução complementar: resposta natural

A solução completa: i(t) = ip(t) + ic(t)


Análise senoidal em estado permanente

• A análise clássica de circuitos elétricos requer a solução de equações diferenciais;


• Resposta natural decai a zero ao longo do tempo =⇒ se anula quanto t tende ao
infinito;
• Resposta forçada para fontes senoidais persiste indefinidamente
Resposta em estado permanente
Análise senoidal em estado permanente

• Utilização da função exponencial complexa A𝒆𝒋𝛚𝒕 , ao invés da função senoidal.


• A Utilização da função exponencial complexa resulta em uma simplificação dos
procedimentos de análise em estado permanente, transformando as equações
diferenciais em equações algébricas complexas.
Por quê
analisamos as
Senoides?
MOTIVAÇÕES

• A resolução de circuitos de corrente alternada no domínio do tempo


gera equações diferenciais de solução complexa e/ou trabalhosa.
• A análise destes circuitos por meio do uso de fasores e impedância
proporciona uma maneira simplificada de resolvê-los.
• Para que se entenda o conceito de fasor e impedancia, faz-se necessário
ter o domínio da teoria de números complexos
Considerações iniciais: Fasor
• É expresso pelo valor eficaz e fase de uma tensão ou corrente
presente no circuito elétrico.
• Trata-se de uma “imagem congelada” do vetor girante que lhe dá
origem
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
• O Teorema de Euler fornece uma relação entre funções
senoidais e exponenciais;
• Possibilitando, a substituição das
funções senoidais pelas exponenciais complexas correspondentes
O conceito de fasor permite a conversão das equações diferencias
lineares em equações algébricas lineares envolvendo números
complexos;
(conjugado)
DIAGRAMAS FASORIAIS: (IMPEDANCIA COMPLEXA)

- A utilização de fasores resulta nos conceitos de impedância e admitância,


análogos à resistência e condutância em circuitos puramente resistivos
- A impedância Z representa a dificuldade total oferecida ao estabelecimento da corrente
por uma associação que envolva elementos R, L e C.

Indutivo (corrente atrasada) Capacitivo (corrente adiantada)


Fases em sistemas

Praticamente toda energia elétrica gerada no mundo vem de sistemas trifásicos;

Em um sistema de corrente alternada, a equação V = RI não se faz valida pois nela não é
levada em consideração a variação da corrente e tensão em função do tempo.
Defasagem

Embora a frequência das três fases seja a mesma, existe uma diferença (defasagem) de
cerca de 120° entre as tensões e correntes de fases do sistema através do tempo.

Em um gráfico da voltagem em função do


tempo, temos uma defasagem entre as
ondas senoidais que representam a
corrente ou a tensão.
Fasores

O cálculo resultante de uma corrente nessas condições pode ser simplificado utilizando a
notação fasorial, ou seja, transcrever a amplitude da fase de cada senoide como um fasor.

Vb
Cada vetor (Fasor) representa uma senoide,
tendo seu módulo e argumento ligados
respectivamente com amplitude e ângulo da fase
de cada senoide.

Va
Os fasores tendem a girar entre si, conforme a
frequência instalada no sistema.

Vc
Fasores

Quando tratamos da solução de circuitos com componentes de armazenamento de


energia, como resistores e capacitores, a equação que descreve o comportamento da
tensão e da corrente assume a forma de uma equação diferencial ordinária, contudo,
utilizamos os fasores para simplificar os cálculos, tornando-os algébricos.
Cálculo com fasores

Para uma fonte de tensão v(t) = Acos(ωt + ϴ) podemos expressar a função cosseno como
sendo a parte real de um número complexo, da seguinte maneira:

V(t) = Re{A𝑒 𝑗(𝜔𝑡+𝜃) }

Feito isso, podemos eliminar a parte real desse número complexo e utilizar somente os
termos imaginários.

v(t) = A𝑒 𝑗(𝜔𝑡+𝜃) v(t) = A𝑒 𝑗𝜔𝑡 .𝑒 𝑗𝜃


Cálculo com fasores

Como no domínio fasorial o tempo sempre é um múltiplo do período, ou seja, o termo 𝑒 𝑗𝜔𝑡
se torna desprezível, e nossa representação se resume a A𝑒 𝑗𝜃 .

Exemplo: Determine a resposta permanente ou geral da corrente i(t):

Quando aplicamos a lei das correntes de Kirchhoff


i(t) ao nó “a”, temos:

𝑑𝑣
ν – 4cos(2t) + 0,25 +i=0
𝑑𝑡
Cálculo com fasores

𝑑𝑣
ν – 4cos(2t) + 0,25 +i=0
𝑑𝑡

A partir da equação supracitada, assumimos v como sendo a tensão no nó “a” menos a


tensão da fonte (4cos(2t)) sobre o valor da resistência atuante (1Ω) somado a corrente que
𝑑𝑣
atravessa o capacitor (0,25) multiplicando a variação da tensão em função do tempo ( ),
𝑑𝑡
somado ainda a correndo que pelo segundo resistor (4Ω).

Aplicando então a lei das tensões de Kirchhoff à malha onde passa a corrente i(t),
temos a soma da tensão sobre o resistor mais a tensão sobre o indutor:

𝑑𝑖
V = 4i + 4
𝑑𝑡
Cálculo com fasores

𝑑𝑣 𝑑2𝑖
Substituindo o valor de v e rearranjando os termos sabendo que = , temos que:
𝑑𝑡 𝑑𝑡²

𝑑2 𝑖 𝑑𝑖
i(t) = +5 + 5i = 4cos(2t), o que caracteriza uma EDO linear, e sua solução por se
𝑑𝑡² 𝑑𝑡
tratar de uma função senoidal, será algo do tipo i(t) = Acos(ωt + ϴ).

Escrevemos então: i(t) = ImáxCos(2t + ϴ). Onde Imáx é a corrente máxima.

Feito isso, passamos para a notação fasorial exponencial, obtendo então:


𝑑2 𝑑
[ImáxRe{𝑒 𝑗(2𝑡+𝜃) }] +5 [ImáxRe{𝑒 𝑗(2𝑡+𝜃) }] + 5[ImáxRe{𝑒 𝑗(2𝑡+𝜃) }] = 4Re{𝑒 2𝑡 }
𝑑𝑡² 𝑑𝑡

Suprimindo a parte real e executando as derivadas sugeridas de i em função de t...


Cálculo com fasores

-4Imáx𝑒 𝑗(2𝑡+𝜃) + 5(j2Imáx𝑒 𝑗(2𝑡+𝜃) ) + 5Imáx𝑒 𝑗(2𝑡+𝜃) = 4𝑒 𝑗2𝑡

Como sabemos que 𝑒 𝑗2𝑡 é desprezível pelo que foi mostrado anteriormente, podemos
elimina-lo.

-4Imáx𝑒 𝑗𝜃 + 5(j2Imáx𝑒 𝑗𝜃 ) + 5Imáx𝑒 𝑗(2𝑡+𝜃) = 4

Quando isolamos Imáx𝑒 𝑗𝜃 , temos: Imáx𝑒 𝑗𝜃 (-4 +5j2 +5) = 4

4
Imáx𝑒 𝑗𝜃 = Quando passamos o termo (1+10j) para a forma polar,
(1+10𝑗)
obtemos:
4
Imáx𝑒 𝑗𝜃= ... Quando dividimos 4 por 10,05 e colocamos 84,3° no
10,05∠84,3°
membro superior invertendo seu sinal devido o conjuado, obtemos:

Imáx𝑒 𝑗𝜃 = 0,398∠-84,3°

Passando esse número complexo da forma polar para a forma trigonométrica, chegamos a
expressão que descreve a solução permanente para a corrente:

i(t) = 0,398cos(2t – 84,3°) A


OPERAÇÕES ENTRE FASORES

A soma ou subtração na forma algébrica é bem simples, pois a fazemos agrupando as partes reais e as
partes imaginárias, fazendo assim as operações com cada grupo. Sendo assim:
𝐹1 =a + jb e 𝐹2 = c + jd
Forma retangular

𝐹1 + 𝐹2 = (a + jb) + (c +jd)
𝐹1 + 𝐹2 = (a + c) + j (b +d)

𝐹1 - 𝐹2 = (a + jb) - (c +jd)
𝐹1 - 𝐹2 = (a + c) - j (b +d)
Exemplo de soma fasorial

Qual a tensão resultante entre os pontos “α “ e “β” do circuito?

Resolução:
α
+ 10
~ ∠30 10 20
2 ∠30° + ∠ − 50° =
- 2 2
+
20 10cos(30°) 10𝑠𝑒𝑛(30°) 20cos(−50°) 20𝑠𝑒𝑛(−50°)
~ 2
∠ − 50° + j + + j =
- 2 2 2 2
β

6,12 + 3,54j + 9,09 + 10,83j = 15,21 – 7,3j

Convertendo para a forma polar, temos: 16,87∠-25,63°


Multiplicação e divisão entre fasores

A multiplicação e a divisão são extremamente simples comparadas a forma algébrica e


são realizadas da seguinte forma:

𝐹1 = 2 + 5j onde sua forma polar é expressa por 5,38∠68,2°

𝐹2 = 4 - 3j com forma polar expressa por 5∠-36,8°

𝐹1 . 𝐹2 = (5,38 . 5)∠68,2° + (-36,8°) 𝐹1 . 𝐹2 = 26,9∠31,4°

ou por equivalência 𝐹1 . 𝐹2 = 25,26 + 15,42j


Divisão entre fasores

𝐹1 ∣𝐹1 ∣
= ∠ϕ – θ
𝐹2 ∣𝐹2 ∣

𝐹1 = 2 + 5j onde sua forma polar é expressa por 5,38∠68,2°

𝐹2 = 4 - 3j com forma polar expressa por 5∠-36,8°

𝐹1 / 𝐹2 = (5,58 / 5)∠68,2° - (-36,8°)

𝐹1 / 𝐹2 = 1,076∠105°

ou por equivalência 𝐹1 . 𝐹2 = - 0,27 + j1,04

Você também pode gostar