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FARMACOLOGIA QUANTITATIVA

(Eletiva – Farmácia)

Antagonismo
INTERAÇÃO DROGA-RECEPTOR
Ag

Ag. 1 2
Ant.
3R

Efeito
} 4

Conceitos relevantes:
1. Interação agonista (droga) receptor
2. Agonismo e antagonismo
3. Tipos de receptor
4. Comunicação/resposta intracelular
ANTAGONISMO FARMACOLÓGICO
Químico
Inativação química: agentes quelantes, antiácidos, antioxidantes

Farmacocinético
Afeta absorção, distribuição, metabolização e excreção: fenobarbital

Fisiológico (“não-competitivo”, funcional, indireto)


Envolve ações opostas: noradrenalina vs. nitratos
bloq. de canais de Ca2+ vs. acetilcolina

Bloqueio de receptores
1. Competitivo – reversível ou irreversível
2. Não-competitivo – reversível ou irreversível
ANTAGONISMO
Antagonismo clássico
Antagonismo:
O processo de inibição ou prevenção por uma substância
(antagonista) de uma resposta induzida por um agonista

Os antagonistas podem ser definidos pela:


a) Cinética
- rápida ou lenta (reflexo do Kd)
b) Modo de ligação
- covalente ou não-covalente
c) Sítio de ligação no receptor
- mesmo sítio que o agonista (competitivo/
sintópico)
- sítio diferente no receptor (não-competitivo/
alotópico)
ANTAGONISMO
Antagonismo clássico
ANTAGONISMO
Antagonismo clássico
Classificação de acordo com a reversibilidade

Resposta
+ Ant. + Ant.

Log [Agonista] Log [Agonista]

Reversível/Superável Irreversível/Insuperável

Químico Não-competitvo reversível e


irreversível
Competitivo reversível
Competitivo irreversível
Fisiológico
ANTAGONISMO
Antagonismo clássico
Antagonismo competitivo Antagonismo competitivo
sem limite com limite

Antagonismo insuperável Antagonismo insuperável


(não competitivo) sem (não competitivo) com
deslocamento deslocamento
ANTAGONISMO
Antagonismo competitivo

Definição:

Antagonismo em que a ligação de agonista e antagonista é


mutuamente exclusiva

a) Por competição pelo mesmo sítio de ligação

b) Por se ligarem a sítios adjacentes porém sobrepostos


ANTAGONISMO
Antagonismo competitivo
I
+
Kd
L+R LR Efeito
D I
KI

IR
R
ANTAGONISMO
Antagonismo competitivo
A + R AR Efeito

B + R AB Sem efeito

1. [A] • [R] = KD • [AR] [A] • PR = KD • PAR

2. [B] • [R] = KB • [BR] [B] • PR = KB • PBR

3. PR + PAR + PBR = 1

4. KD • PAR + PAR + [B] • KD • PAR = 1


[A] KB [A]

5. PAR . KD + 1 + [B] . KD = 1
ANTAGONISMO
Antagonismo competitivo
A + R AR Efeito

B + R AB Sem efeito

1. [A] • [R] = KD • [AR] [A] • PR = KD • PAR

2. [B] • [R] = KB • [BR] [B] • PR = KB • PBR

3. PR + PAR + PBR = 1

4. KD • PAR + PAR + [B] • KD • PAR = 1


[A] KB [A]

5. PAR . KD + 1 + [B] . KD = 1
ANTAGONISMO
Antagonismo competitivo
6. PAR • 1 + KD • 1 + [B] = 1
[A] KB

7. PAR = 1
1 + KD • 1 + [B]
[A] KB

8. PAR = [A] Equação de Gaddum


KD • (1 + [B]/KB) + [A]

Obs:
a) Na ausênica de [B], a equação é a do Hill-Langmuir
b) O grau de antagonismo é determinado por [B] e KB
ANTAGONISMO
Antagonismo competitivo
Exemplo: O mesmo KB (10 µ M), mas concentrações
variadas de [B].
(Supor [A] = 10 µ M, KD = 10 µ M: PAR = 0,5)

[B] (µ M) [B]/KB (1 + [B]/KB) PAR

1000 100 101 0,0098


100 10 11 0,083
10 1 2 0,333
1 0,1 1,1 0,476
0,1 0,01 1,01 0,4975
0,01 0,001 1,001 0,4998
0,001 0,0001 1,0001 0,49998
ANTAGONISMO
Antagonismo competitivo
Exemplo: A mesma concentração ([B] = 10 µ M) de
antagonistas com KB diferentes
(Supor [A] = 10 µ M, KD = 10 µ M: PAR = 0,5)

Antag. KB (µ M) [B]/KB (1 + [B]/KB) PAR

A 1000 0,01 1,01 0,498


B 100 0,1 1,1 0,476
C 10 1 2 0,333
D 1 10 11 0,083
E 0,1 100 101 0,0098
F 0,01 1000 1001 0,000998
ANTAGONISMO
Antagonismo competitivo
PAR = [A]
Equação de Gaddum
[A] + Kd•(1 +[B]/KB)
1.00
Resposta (fração)

0.75 1. Deslocamento paralelo


2. Redução na potência
(aumento no EC50 )
3. Emáx mantido
0.50
C0
C1
0.25 C2
C3

0.00
-10 -9 -8 -7 -6 -5 -4 -3 -2
[Agonista], M
ANTAGONISMO
Antagonismo competitivo irreversível
R1 -SH
N CH2 CH2 X -OH
R2 =NH
-COOH

R1 CH2
N+ + X- R1
R2 CH2
N R2
SH
CH2 + H+

CH2
H, VW, iônica, hidrofóbica
ANTAGONISMO
Antagonismo competitivo irreversível
Resulta de um Kd muito baixo (altíssima afinidade) com a qual
o agonista não tem como competir.
Exemplo: A mesma concentração ([B] = 10 µ M) de
antagonistas com KB diferentes
(Supor [A] = 10 µ M, KD = 10 µ M: PAR = 0,5)

Antag. KB (µ M) [B]/KB (1 + [B]/KB) PAR

A 1000 0,01 1,01 0,498


B 100 0,1 1,1 0,476
C 10 1 2 0,333
D 1 10 11 0,083
E 0,1 100 101 0,0098
F 0,01 1000 1001 0,000998
ANTAGONISMO
Antagonismo competitivo irreversível
Resulta de uma ligação covalente aos receptores, inativando-os
(Exemplo: alquilação dos receptores)
ANTAGONISMO
Antagonismo competitivo
A razão de concentrações ou a razão de doses (r ou dr):

Definição: O fator pelo qual a concentração de agonista tem que ser


aumentada para produzir a mesma resposta na presença de
antagonista.
r = [A´]/[A]

pAx = o logarítmo negativo da concentração de antagonista que


produz uma razão de concentração de x

pAx = -log[B]r=x

O valor de x mais comumente usado é pA2 = -log[B]r=2

Exemplo: atropina 1 nM causa um aumento de 2x na concentração de


ACh necessária para produzir a mesma resposta:
pA = -log 10-9 = 9
ANTAGONISMO
Antagonismo competitivo
A B C D
1.00
Resposta (fração)

0.75

0.50

C0
0.25 C1
C2
C3

0.00
-10 -9 -8 -7 -6 -5 -4 -3 -2
[Agonista], M

DR 1 = EC 50 B DR 2 = EC 50 C DR 3 - EC 50 D

EC 50 A EC 50 A EC 50 A
ANTAGONISMO
Antagonismo competitivo
Qual a relação entre a equação Hill-Langmuir e a do Gaddum?

Supor que a mesma resposta na ausência e presença de


antagonista corresponde à mesma ocupação de receptores

1. [A] = r[A]
KD + [A] r[A] + KD•(1 +[B]/KB)

2. [A] = [A]
KD + [A] [A] + KD• 1 + [B]/KB
r
3. 1 + [B]/KB = 1
r
Equação de Schild
4. r – 1 = [B]/KB
ANTAGONISMO
Antagonismo competitivo
1. r – 1 = [B]/KB e log (r-1) = log [B]r – log KB

2. Para pA2: log (2-1) = log (1) = 0 = log [B]r=2 – log KB

3. -log [B]r=2 = -log KB

4. pKB = -log KB
ANTAGONISMO
Antagonismo competitivo
Regressão do Schild (1959)
log (r-1) = log [B] – log KB
4 dr de 2 = pA2
pKB = -log KB
Log (dr-1)
KB
2

-9 -8 -7 -6
Log [Antagonista], M
ANTAGONISMO
Antagonismo competitivo – agonista parcial
Parcial
Pleno +
Resp. Resp. Pleno Parcial

Parcial +
Alquilante

Agonista [A] [A´]


Agonista
1. Concentração de antagonista (neste caso, agonista parcial) = [B]

2. Razão das doses (r) = [A´]/[A]

3. Calcular KB (neste caso, = KdPA ): r-1= ([B]/KB) = KB = [B]/(r-1)


ANTAGONISMO
Antagonismo competitivo – agonista parcial

Determinação do Kd da pilocarpina pelo método de Furchgott,


usando-se aquilação (músculo liso do estômago)
(Furchgott & Bursztyn (1967) Ann. N.Y. Acad. Sci. 139, 882).

Resposta Log
(dr-1)

Log [Agonista] Log [Antagonista]


ANTAGONISMO
Antagonismo competitivo

1. PAR = [A] Equação de Gaddum


KD . (1 + [B]/KB) + [A]

2. r - 1 = [B]/KB Equação de Schild

3. pAx = logarítmo negativo da concentração molar de


antagonista que produz uma razão de dose x.

A A + B (antagonista)
Resposta

Log [Agonista]
ANTAGONISMO
Antagonismo competitivo
1. PAR = [A] Equação de Gaddum
KD . (1 + [B]/KB) + [A]

2. PAR = [A]n1
KD . (1 + [B]n2 /KB) + [A]n1

3. log (rn1 -1) = n2 . log [B] - log KB


y = m.x + b

Portanto:
1. Com uma regressão linear com inclinação de 1,0 o
intercepto corresponde a -log KB
2. pKB sempre corresponde a pA2, porém pA2 nem sempre
corresponde ao pK (somente com linearidade e inclin. = 1).
ANTAGONISMO
r-1 = [B]/KB : log (r-1) = log [B] - log KB

pA2 : log (2-1) = log (1) = 0 = log [B]r=2 - log KB

: -log [B]r=2 (=pA2) = - log KB

Ou seja: quando [B] = KB, então pela equação isso = pA2


Então:
pA2 = Log (r-1) – log[B]

log (r-1)
Por isso:
pA2
pKB sempre é igual a pA2
Mas nem sempre pA2 = pKB
- somente quando o gráfico
de Schild é linear com
Log [Antagonista]
ANTAGONISMO
Série de ‘quaternários’

Composto pD2 α pA2

Metil 3,0 1 ----


Butil 5,2 1 ----
Pentil 5,4 1 ----
Hexil 5,0 0,9 ----
Heptil 4,6 0,1 ----
Octil ---- 0 5,0
Nonil ---- 0 5,0
Decil ---- 0 5,9
Dodecil ---- 0 6,0
ANTAGONISMO
Série de ‘colinas’

Composto pD2 α pA2

Acetilcolina 7,0 1 ----


Propionilcolina 5,3 1 ----
Formilcolina 5,2 1 ----
Butirilcolina 5,1 0,5 ----
Valerilcolina ---- 0 4,7
Laurilcolina ---- 0 5,4
Benzililcolina ---- 0 8,3
ANTAGONISMO
Agonistas parciais - série de ‘adrenérgicos’
em tecidos diferentes

Composto Átrio de cobaia (β 1) Traquéia (β 2)

pD2 α pA2 pD2 α pA2

Isoprenalina 8,15 1,00 ---- 7,12 1,00 ----


Soterenol 7,26 0,33 6,48 6,82 0,77 6,02
Salbutamol 5,90 0,51 5,40 6,52 0,98 5,64
Terbutalina 5,11 0,66 6,22 6,77 0,92 4,81
ANTAGONISMO
Os principais passos para a análise de Schild

1. Obter 2. Analisar
curvas CR as curvas
CR

pKB = 9,26 (9,1-9,4)


Inclinação: 1,09 (0,66-1,5) 4. Ajustar a
regressão
3. Gerar e
para obter
analisar o
inclinação
gráfico de
de 1,0 se for
Schild
o caso

Antagonismo da ação do carbacol pela


escopolamina em traquéia de rato
ANTAGONISMO

Critérios para o uso adequado da análise de Schild:

Pergunta crucial: Será que as curvas provêm de uma


mesma população?

1. Curvas dose-resposta paralelas, com inclinações


semelhantes
- comparar o “fit” das curvas quando são usados parâmetros
individuais (Emax , n, EC50 ) de cada curva versus valores
médios de n e Emax .
- se não houver diferença significativa entre as duas opções,
então deve usar a segunda (valores médios)
- se houver diferença significativa, então deve considerar que
os critérios não são preenchidos e portanto pode não ser
mais inibição competitiva simples
ANTAGONISMO

Critérios para o uso adequado da análise de Schild:

Pergunta crucial: Será que estas curvas provêm de uma


mesma população?

2. A inclinação da reta do gráfico de Schild é 1,0 ou pelo


menos não significativamente diferente de 1,0?
- usar análise de regressão para calcular a inclinação e
determinar os limites de confiança de 95% (IC95%)
- se a inclinação de 1,0 estiver dentro do IC95%, então pode
se concluir que há antagonismo competitivo simples
- neste caso, refazer a análise “obrigando” a inclinação a ser 1,0
ANTAGONISMO
Critérios para o uso adequado da análise de Schild

Análise de Schild para antagonismo de receptores M1 por pirenzepina


(0,3, 1, 3 e 10 µ M)
- no painel B: inclinação = 1,1+0,2, com IC95% de 0,9 a 1,15
- linha tracejada no painel B é a original e a sólida é a ajustada
para dar inclinação de 1,0
- pKB (intersecção no eixo X): 6,92
ANTAGONISMO
Critérios para o uso adequado da análise de Schild

E se a inclinação da regressão não for 1,0, ou se a


regressão não for linear?

Neste caso, não pode usar o conjunto completo de dados


para determinar a potência do antagonista
- Ou o antagonismo não é competitivo ou há alguma
interferência

A opção então é: determinar apenas uma estimativa da


potência usando a menor razão de doses possível para
calcular pA2
ANTAGONISMO
Critérios para o uso adequado da análise de Schild

Recomendações:

1. Usar uma concentração inicial de antagonista que dá um


valor de log(r-1) bastante próximo ao zero, ou seja,
deslocamento de 2 a 5 vezes
- isso facilitará o calculo do pKB ou pA2

2. Usar uma faixa de concentrações de 30 a 100 vezes


- com faixas menores os valores de IC95% são elevados,
diminuindo a confiabilidade dos resultados.

3. Atentar para desvios na linearidade do gráfico


ANTAGONISMO
Critérios para o uso
adequado da
análise de Schild
ANTAGONISMO
Importância do tempo de equilíbrio
Critérios para o uso adequado da análise de Schild
ANTAGONISMO
Importância do tempo de equilíbrio
Precauções no uso da análise de Schild

Uma regressão linear com inclinação de 1,0 não é garantia


de antagonismo competitivo simples

Inclinação = 1,02+0,02

Antagonismo fisiológico onde ativação muscarínica produz contração e


ativação β -AR produz relaxamento em músculo de traquéia
ANTAGONISMO
Usos da regressão do Schild

1. Para avaliar o antagonismo competitivo e determinar KB


(ou pKB)

2. Para comparar potências de antagonistas


- baseado em estudos de estrutura-atividade

3. Como indicador de estados anômalos:


a) não-equilíbrio
b) heterogeneidade de populações de receptores
c) mecanismos endógenos que afetam a disposição
de drogas
d) propriedades múltiplas de drogas
e) antagonismo não-competitivo
ANTAGONISMO
Usos da regressão do Schild

4. Para caracterização e classificação de receptores


ex. Precisa ter um antagonista já caracterizado
Atropina = pKB 9 (não seletivo)
Pirenzepina = pKB 7,9 – 8,5 (M1 seletivo)
Himbacina = pKB 7-7,2, então é subtipo M1

5. Classificação de agonistas
- comparar a razão de doses de um agonista desconhecido
com um conhecido
ANTAGONISMO
Uso na classificação

Agonista EC50 (átrio cobaia) pKB Buramida (H2)

Histamina 1,1 µ M 7,8 µ M

4-Metilhistamina 3,1 µ M 7,2 µ M

2-Metilhistamina 19,8 µ M 6,9 µ M


ANTAGONISMO
Uso na classificação

Tecido Agonista ns pKB Buramida (H2)

Átrio (cob.) (H2) Histamina 0,98 7,8 uM

Útero (rato) (H2) Histamina 0,96 6,6 uM

Íleo (cob.) (H1) Histamina 1,32 288 uM

Íleo (cob.) (M) Carbacol 1,44 174 uM


ANTAGONISMO
Regressão de Schild
Anomalias nas regressões de Schild

Intercepto
>1 1 <1 1 (pKB anômalo)

Log (r-1)

Log [B]
ANTAGONISMO
Regressão de Schild: inclinação < 1
Influência da concentração de agonista

Histamina no relaxamamento de traquéia de coelho


(pré-contraída com betanecol) via receptores H2
ANTAGONISMO
Regressão de Schild: inclinação < 1
Mecanismos que removem agonista

Resultado: potência do agonista subestimada


Na ausência de um inibidor específico da remoção,
pode usar a regressão de Schild para avaliar isso
ANTAGONISMO
Regressão de Schild: inclinação < 1
Mecanismos que removem agonista

Com bloqueador de
captação

Sem bloqueador de captação

Membrana nictitante de olho de gato


ANTAGONISMO
Regressão de Schild: inclinação < 1
Mecanismos que removem agonista
Noradrenalina + cocaína

Isoprenalina

Noradrenalina

Antagonismo por propranolol da ação de noradrenalina e


isoprenalina na atividade contrátil de átrio isolado de
cobaia
ANTAGONISMO
Regressão de Schild: inclinação < 1
Mecanismos que removem agonista

DMI:
desmetilimipramina

Considerações:
1. O deslocamento em paralelo não revela a não linearidade
2. As potências de NE e Fentolamina estariam erradas
3. Útil para determinar a concentração ideal de inibidor.
Ex. Fentolamina tem pKB conhecido (8,5).
ANTAGONISMO
Regressão de Schild
Detecção de processos de remoção de agonista

1. Regressão de Schild com inclinação < 1

2. Inibição do processo de captação aumenta a inclinação

3. Conc. de inibidor que produz uma regressão linear com o


pKB correto é a concentração adequada para inibição
ANTAGONISMO
Regressão de Schild: inclinação < 1
Receptores heterogêneos
ANTAGONISMO
Regressão de Schild: inclinação < 1
Receptores heterogêneos

Estudos de binding Estudos funcionais

Agonista afinidade seletiva afinidade seletiva


efic. intrins. selet.

Antagonista afinidade seletiva afinidade seletiva

Receptores densidade relativa densidade relativa


acoplamento
eficiência de trans.
ANTAGONISMO
Regressão de Schild
Detecção de receptores heterogêneos

1. Regressões de Schild diferentes são obtidas no mesmo


tecido com o mesmo antagonista mas com agonistas
diferentes

Ag1 Ant Ag2 Ag1 Ant Ag2

2. Regressões não-lineares e com inclinações <1.


ANTAGONISMO
Regressão de Schild: inclinação > 1
Remoção saturável de antagonista

Betanecol em íleo de coelho: efeito


de atropinase: bloquear com 4-
metilbutirato (substrato alternativo)
ANTAGONISMO
Antagonismo clássico
Importância do tempo de equilíbrio
Fatores importantes:
1. Concentração do antagonista
2. KB (constante de dissociação do
antagonista)
3. Tempo de incubação com agonista
(re-equilíbrio)

Se o tempo de re-equilíbrio for


insuficiente, na presença de um
antagonista com alta afinidade
concentrações altas de agonista
não atingirão a proporção de
receptores definida pela lei de ação
de massas: haverá “depressão” da
resposta máxima
ANTAGONISMO
Antagonismo clássico
Importância do tempo de equilíbrio
ANTAGONISMO
Regressão de Schild: inclinação > 1
Tempo de equilíbrio inadequado: quando a interação
droga-receptor, e não a difusão, é limitante

Exemplo:
2 x KB : 120 min
200 x KB : 15 min

Antagonismo do efeito do carbacol por escopolamina em


íleo de cobaia: influência do tempo
(E = 90 min em A e >240 min em B)
ANTAGONISMO
Regressão de Schild: inclinação = 1
Tempo de equilíbrio inadequado: quando a difusão, e
não a interação droga-receptor, é limitante
>240 min
60 min
30 min
5 min

Log (r-1)

Log [B]
ANTAGONISMO
Regressão de Schild: inclinação = 1
Ações múltiplas de drogas: seletividade para afetar
mais que uma atividade
DMI: bloqueador seletivo da captação neuronal de NE
Amitriptilina: bloqueia captação neuronal e α -
adrenoceptores
1. Fentol + DMI
2. Fentol
3. Fentol +
Amitrip
ANTAGONISMO
Regressão de Schild: inclinação = 1
Ações múltiplas de drogas: seletividade para afetar
mais que uma atividade

Ambenônio:

Antimuscarínico: pKB 6,1


Anticolinesterásico: pKI 6,4

Sem efeito sobre betanecol


ANTAGONISMO
Regressão de Schild: inclinação = 1
Ações múltiplas de drogas: seletividade para afetar
mais que uma atividade

Traquéia de cobaia na
presença de concentrações
crescentes de ambenônio
(50 nM, 0,3 uM, e 3 uM):

Resposta sem ambenônio


ANTAGONISMO
Regressão de Schild: inclinação = 1
Ações múltiplas de drogas: seletividade para afetar
mais que uma atividade

Espécie Tecido pKB


ACh Betanecol

Cobaia Íleo 6,0 6,1


Traquéia 4,89 6,2
Tenia cecum 5,2 6,0

Rato Músculo anococc. 4,87 6,0


ANTAGONISMO
Regressão de Schild: resumo
ANTAGONISMO
Critérios para o uso adequado da análise de Schild

Ação tóxica Saturação


do agonista de sistema
ou de captação
antagonista ou adsorção

Modulação
alostérica
negativa
ANTAGONISMO
Importância do tempo de equilíbrio
Precauções no uso da análise de Schild
Situações em que não é possível usar esta análise, mas em que
eventualmente seja possível obter uma estimativa de pA2

Antagonismo Hemi-
não-competitivo equilíbrio

Modulação Ação tóxica


alostérica ou
negativa inespecífica
ANTAGONISMO
Regressão de Schild
Regressão de Schild para agonistas parciais

B
A

Agonista parcial: dobutamina;


Tecido: músculo anococcígeo
de rato
ANTAGONISMO
Agonistas parciais como antagonistas
Determinação da afinidade de um agonista parcial pelo método
de Stephenson
Inclinação: 0,96
Baseado na idéia de KP = 16,5 nM

concentrações
equiativas na ausência Cloropractolol:
e presença de agonista 0,1 µ M

parcial

Inclinação: 0,95
KP = 16,5 nM

Cloropractolol (agonista parcial β -AR): 0,01, 0,1, 1 e 10 µ M (átria de


Painelrato)
B: K = ([P] • inclinação)/(1-inclinação) • (1 – (τ /τ )) [OU: (1-(e /e ))]
P P A P A
ANTAGONISMO
Agonistas parciais como antagonistas
Determinação da afinidade de um agonista parcial pelo método
de Kaumann e Marano

Inclinação: 0,95
KP = 16,5 nM

Cloropractolol (agonista parcial β -AR): 0,01, 0,1, 1 e 10


µ M
Painel E: log (1/inclinação -1) = log [P] – log KP
ANTAGONISMO
Antagonismo clássico
Antagonismo competitivo Antagonismo competitivo
sem limite com limite

Antagonismo insuperável Antagonismo insuperável


(não competitivo) sem (não competitivo) com
deslocamento deslocamento
ANTAGONISMO
Antagonismo competitivo irreversível:
antagonismo “não-competitivo”
Definição:
-Antagonista que se liga ao receptor, tornando-o funcionalmente inativo, sem
possibilidade de reversão com concentrações maiores de agonista
-Bloqueio pseudo-irreversível

-Resulta de uma velocidade de dissociação bem acima do período de


incubação com agonista (tempo <<<< k2)

-Efeito imediato depende da reserva de receptor


- devido a isso antagonistas “não-competitivos” terão efeitos diferentes sobre a
resposta máxima dependendo do sistema estudado, frente ao mesmo agonista
ANTAGONISMO
Antagonismo competitivo irreversível:
antagonismo “não-competitivo”
Determinação da afinidade de um antagonista “não-
competitivo”
Método de Gaddum

1. Obter curva para agonista na ausência e


presença de antagonista NC

2. Determinar concentrações equiativas

3. Plotar 1/[A] versus 1/[A´]

1/[A] = 1/[A´] • ([B]/KB + 1) + [B]/(KBKA)

KB = [B]/(Inclinação – 1)
Inclinação = 32,1
[B] = 1 µ M
[A´]/[A] = [A´]•([B]/(KBKA) + [B]/KB + 1 KB = 33 µ M

K = [B]/(Intercepto – 1)
ANTAGONISMO
Antagonismo competitivo irreversível:
antagonismo “não-competitivo”
Determinação do pA2 de um antagonista “não-competitivo”
baseada no deslocamento à direita
ANTAGONISMO
Regressão de Schild
Antagonismo de um agonista indireto

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