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OMS, 2002
“Uso intencional de força física ou do poder,
real ou em ameaça, contra si próprio, contra
outra pessoa, ou contra um grupo ou uma
comunidade que resulte ou tenha possibilidade
de resultar em lesão, morte, dano psicológico,
deficiência de desenvolvimento ou privação.”
Violência Contra a Mulher
INTRODUÇÃO
Violência = problema de saúde pública
Violência contra a mulher = 1 em cada 3 mulheres
Violência sexual = 12 milhões de mulheres/ano
Causa importante de morte e incapacidade entre
mulheres na idade reprodutiva
Implicações para a saúde
Desrespeito aos direitos humanos
Violência Contra a Mulher
DEFINIÇÃO
DEFINIÇÃO
FORMAS DE VIOLÊNCIA
IST
Gestações indesejadas
Problemas comportamentais
Lesões físicas
Violência Contra a Mulher
PAPEL DO PROFISSIONAL DE SAÚDE (OMS)
Primeiro, não prejudicar – não intimidar ou julgar a
vítima
Atentar (mesmo na consulta de rotina) para
possíveis sinais e sintomas de abuso e acompanhar
sua evolução
Sempre que possível, incorporar rotineiramente
questões ESPECÍFICAS sobre violência à anamnese
Violência Contra a Mulher
LEI 11.245/2013
Art. 1o Os hospitais devem oferecer às vítimas de
violência sexual atendimento emergencial, integral e
multidisciplinar, visando ao controle e ao tratamento
dos agravos físicos e psíquicos decorrentes de
violência sexual, e encaminhamento, se for o caso, aos
serviços de assistência social.
Art. 2o Considera-se violência sexual, para os efeitos
desta Lei, qualquer forma de atividade sexual não
consentida.
Violência Contra a Mulher
LEI 11.245/2013
Art. 3o O atendimento imediato, obrigatório em todos os
hospitais integrantes da rede do SUS, compreende os seguintes
serviços:
I - diagnóstico e tratamento das lesões físicas no aparelho
genital e nas demais áreas afetadas;
II - amparo médico, psicológico e social imediatos;
III - facilitação do registro da ocorrência e encaminhamento ao
órgão de medicina legal e às delegacias especializadas com
informações que possam ser úteis à identificação do agressor
e à comprovação da violência sexual;
IV - profilaxia da gravidez;
Violência Contra a Mulher
LEI 11.245/2013
Art. 3o O atendimento imediato, obrigatório em todos os
hospitais integrantes da rede do SUS, compreende os seguintes
serviços:
V - profilaxia das Doenças Sexualmente Transmissíveis - DST;
VI - coleta de material para realização do exame de HIV para
posterior acompanhamento e terapia;
VII - fornecimento de informações às vítimas sobre os direitos
legais e sobre todos os serviços sanitários disponíveis.
Violência Contra a Mulher
LEI 11.245/2013
§ 1o Os serviços de que trata esta Lei são prestados
de forma gratuita aos que deles necessitarem.
§ 2o No tratamento das lesões, caberá ao médico
preservar materiais que possam ser coletados no
exame médico legal.
§ 3o Cabe ao órgão de medicina legal o exame de
DNA para identificação do agressor.
Violência Contra a Mulher
ABORDAGEM INICIAL
Tratamento imediato dos traumatismos físicos
Assegurar um ambiente de privacidade, respeito,
segurança e conforto para a vítima
Anamnese: episódio de violência e antecedentes
Exame físico – identificar lesões e coletar evidências
Exames laboratoriais
Profilaxia de gravidez
Profilaxia e tratamento de IST
Suporte psicológico imediato
Plano de acompanhamento em longo-prazo
Assistência à Mulher Vítima de Violência Sexual
TESTES LABORATORIAIS
Classificação sanguínea
Teste rápido para gravidez – se antes do estupro a
vítima mantinha atividade sexual sem contracepção
Sorologia Anti-HIV (repetir com 3 e 6 meses)
Sorologia para Sífilis (repetir com 6 semanas)
Exame a fresco do conteúdo vaginal e cervical
Cultura de secreção vaginal e do canal cervical
(gonorreia, clamídia)
Sorologia para Hepatite B e Hepatite C
Ultrassonografia (pacientes gestantes ou com suspeita
de traumas internos, abdominais ou pélvicos)
Assistência à Mulher Vítima de Violência Sexual
CONTRACEPÇÃO DE EMERGÊNCIA
Esquema 1 = PREFERÍVEL (mais eficaz, menos EC)
Levonorgestrel: 750g VO – 2 comprimidos de 750 g
OU 1 comprimido de 1,5mg VO dose única
CONTRACEPÇÃO DE EMERGÊNCIA
Esquema 2 (YUZPE)
ACHO de alta dosagem* – 2 comprimidos VO – repetir
com 12 horas ou 04 comprimidos VO dose única
* 50g etinilestradiol + 0,5mg ou 0,25mg de
levonorgestrel (ANFERTIL, PRIMOVLAR )
ACHO com 30g EE + 150g levonorgestrel – 4 comp.
VO e repetir com 12 horas ou 08 comp. VO dose única
Os efeitos colaterais são mais frequentes
Raramente indicado, exceto de LNG não disponível
Assistência à Mulher Vítima de Violência Sexual
CONTRACEPÇÃO DE EMERGÊNCIA
Mecanismos de Ação
Impede ou retarda a ovulação (alterando o
desenvolvimento folicular)
O MÉTODO IMPEDE A FECUNDAÇÃO
O MÉTODO SÓ É EFETIVO ANTES QUE UMA
GESTAÇÃO TENHA SE IMPLANTADO
O MÉTODO NÃO É ABORTIVO
NOVIKOVA et al., 2007; GEMZELL-DANIELSSON, 2010; NOÉ et
al., 2011; ACOG, 2015
Assistência à Mulher Vítima de Violência Sexual
Assistência à Mulher Vítima de Violência Sexual
CONTRACEPÇÃO DE EMERGÊNCIA
Assistência à Mulher Vítima de Violência Sexual
Métodos listados
PL 261/2019 DIU
Desogestrel
Pílula do dia
seguinte
Norplant
RU 486
CONTRACEPÇÃO DE EMERGÊNCIA
Efeitos Colaterais
Náuseas (40%) e vômitos (20%)
Antieméticos
Vômitos antes de 2 horas da administração: repetir
esquema (via vaginal preferível)
Indicações de via vaginal: EC, mulheres inconscientes
Contra-indicações ao esquema de Yuzpe: AVC,
enxaqueca grave (com aura), tromboembolismo
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PROFILAXIA DE IST
Nos casos de violência sexual em que ocorra
exposição crônica e repetida com o agressor,
situação comum em violência sexual intrafamiliar
ou quando ocorrer uso de preservativo (masculino
ou feminino) durante todo o crime sexual, não se
recomenda a profilaxia de IST. Entretanto, é
essencial interromper o ciclo de violência, e o uso
da profilaxia deve ser individualizado (MS Brasil,
2012)
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PROFILAXIA DE IST
HIV-AIDS
Depende das circunstâncias do ato violento:
Sexo anal ou vaginal, com ejaculação
Susceptibilidade da mulher: IST, úlcera genital
Agressor sabidamente HIV positivo (depende da
carga viral); número de agressores; uso de condom
Não está indicada de rotina: individualizar os casos,
considerar motivação e desejo da mulher
Considerar teste rápido do agressor, se possível
Assistência à Mulher Vítima de Violência Sexual
PROFILAXIA DE IST
HIV-AIDS
A quimioprofilaxia antirretroviral está recomendada
em todos os casos de penetração vaginal e/ou anal
nas primeiras 72 horas após a violência, inclusive
se o status sorológico do agressor for
desconhecido.
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PROFILAXIA DE HIV
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PROFILAXIA DE IST
HIV-AIDS
Assistência à Mulher Vítima de Violência Sexual
PROFILAXIA DE IST
HIV-AIDS
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PROFILAXIA DO TÉTANO
De acordo com o estado vacinal
Esquema completo / reforço há menos de 5 anos:
não é necessária profilaxia
Esquema incompleto: completar doses
Última dose há mais de 5 anos: nova dose
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SUPORTE PSICOLÓGICO
Abordagem transdisciplinar
Psicólogos
Psiquiatras
Equipe de Saúde
Síndrome pós-estupro
Fase de desorganização
Fase de reorganização
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SUPORTE PSICOLÓGICO
Sequelas em longo prazo (30-50%)
Depressão
Tentativa de suicídio
Uso de drogas
Alcoolismo
Disfunção sexual
Problemas de relacionamento
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ACOMPANHAMENTO
Reavaliações: 1 e 2 semanas, 2 e 4 meses ou mais,
se necessário
Suporte psicológico – Psicoterapia
Realizar os exames:
VDRL – 6 semanas depois
HIV – 3 e 6 meses depois
Exame pélvico (IST) – 2 semanas, 2 e 4 meses
Colposcopia – Colpocitologia (HPV) – 1 e 4 meses
Teste de gravidez – se necessário
Assistência à Mulher Vítima de Violência Sexual
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TRATAMENTO DE IST
HPV (lesões condilomatosas)
Vulva, períneo e região perianal
ATA a 40%
Colo Uterino
ATA a 80%
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RECOMENDAÇÕES
ACOLHIMENTO
EQUIPE TRANSDISCIPLINAR
MÉDICOS DISPONÍVEIS PARA A REALIZAÇÃO DO
ABORTO
HUMANIZAÇÃO
ACOMPANHANTE
CUIDADOS PÓS-ABORTO (ALÍVIO DA DOR,
ACOMPANHAMENTO E ORIENTAÇÃO CONTRACEPTIVA)
Assistência à Mulher Vítima de Violência Sexual
#foracunha
“Um, dois, três, quatro, cinco, mil…
Pelo #ForaCunha nós paramos o Brasil!”
Assistência à Mulher Vítima de Violência Sexual
“É PELA VIDA!
PELA VIDA DAS MULHERES!”
FORA CUNHA!
NÃO AO PL5069
PL 6033
Arquivada em
dezembro/2018
Assistência à Mulher Vítima de Violência Sexual
61 votos a 8
PEC 181/2015:
CUIDADO:
TROJAN!
Assistência à Mulher Vítima de Violência Sexual
PEC 181/2015:
CUIDADO:
TROJAN!
Assistência à Mulher Vítima de Violência Sexual
AMEAÇAS AOS DIREITOS
REPRODUTIVOS NO BRASIL
PEC 181/2015:
Assistência à Mulher Vítima de Violência Sexual
REFERÊNCIAS
Norma Técnica do Ministério da Saúde, Brasil:
Prevenção e Tratamento dos Agravos Resultantes da
Violência Sexual contra mulheres e adolescentes. Brasília,
DF, 2012. 3ª. ed. 1ª. reimpressão
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/prevencao_agravo_v
iolencia_sexual_mulheres_3ed.pdf
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/prevencao_agravo_violencia_sexual_mulheres_3ed.pd
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/aspectos_juridicos_atendimento_vitimas_violencia_2ed.pdf
http://www.anis.org.br/arquivos/pdf/AbortoLegal.pdf