Você está na página 1de 90

FALHA OU RUPTURA NOS

METAIS

1
Causas:
Seleção e o processamento dos materiais de
uma maneira não apropriada.

Projeto inadequado do componente ou a sua


má utilização.

2
O engenheiro deve antecipar e planejar
considerando as possíveis falhas

3
• A engenharia e ciência
dos materiais têm
papel importante na
prevenção e análise
de falhas em peças ou
componentes
mecânicos.

4
5
“Até mesmo o formato
influencia na resistência. Elas
têm os cantos arrendondas
para distribuir melhor a força.
No início da aviação, alguns
aviões foram projetados com
janelas quadradas. Os cantos
pontiagudos formavam pontos
de concentrador de tensão...”

6
7
Ônibus espacial Columbia, que se
desintegrou em seu retorno à Terra
em 1º de fevereiro de 2003

8
Ônibus espacial Columbia, que se
desintegrou em seu retorno à Terra
em 1º de fevereiro de 2003

Segundo as investigações, o desastre foi causado por


um pedaço de espuma isolante, que, ao fazer um
buraco no lado esquerdo da nave, permitiu a entrada
de ar quente no Columbia e, conseqüentemente,
causou sua destruição. O furo na fuselagem do ônibus
espacial ocorreu durante o lançamento, mas os danos
nunca foram detectados durante a missão, diz o
relatório oficial. 9
FRATURA
Consiste na separação do material em 2 ou mais
partes em resposta a uma aplicação de uma
tensão estática a temperaturas relativamente
baixas em relação ao ponto de fusão do
material

10
FRATURA
• Dúctil a deformação plástica continua até uma
redução na área para posterior ruptura

• Frágil não ocorre deformação plástica,


requerendo menos energia que a fratura dúctil que
consome energia para o movimento de discordâncias e
imperfeições no material.
O tipo de fratura que
ocorre em um dado
material depende da
temperatura

11
FRATURA
Ex: Materiais submetidos ao ensaio de tração

Fratura frágil

Fraturas dúcteis
12
FRATURA DÚCTIL
E ASPECTO MACROSCÓPICO

fratura taça e cone

Fratura após ensaio de tração


13
MECANISMO DA FRATURA DÚCTIL
a- formação do pescoço
b- formação de cavidades
c- coalescimento das
cavidades para
promover uma trinca ou
fissura
d- formação e propagação
da trinca em um ângulo
de 45 graus em relação
à tensão aplicada
e- rompimento do material
por propagação da trinca

Esse tipo de fratura é frequentemente


chamado de estável

14
Material dúctil submetido ao ensaio de tração
15
FRATURA DÚCTIL
E ASPECTO MICROSCÓPICO

16
FRATURA FRÁGIL
ASPECTO MACROSCÓPICO
Material frágil submetido ao ensaio de tração

Propagação das trincas podem ser chamadas


de instáveis,

A fratura frágil ocorre com a formação e propagação de uma trinca


que ocorre a uma direção perpendicular à aplicação da tensão
17
Aspecto macroscópico

18
Aspecto macroscópico

19
FRATURA TRANSGRANULAR E
INTERGRANULAR
TRANSGRANULAR INTERGRANULAR

A fratura passa através do grão A fratura se dá no contorno de grão


20
FRATURA TRANSGRANULAR E
INTERGRANULAR

TRANSGRANULAR
INTERGRANULAR

A fratura passa através do grão A fratura se dá no contorno de grão


21
CONCENTRAÇÃO DE TENSÃO
• A resistência à fratura depende da coesão entre os
átomos
• Segundo a teoria a resistência coesiva para um
material frágil=E/10
• Na prática é entre 10-1000 X menor
• A.A. Griffith (1920) explicou essa diferença: a
presença de microdefeitos ou microtrincas presentes
no material faz com que as tensões sejam
amplificadas.

A magnitude da amplificação depende da orientação e


da geometria da trinca.
22
Fator de Entalhe

Entalhes são pontos preferenciais


de iniciação de trincas.

Tipicamente as tensões máximas


observadas nesses pontos podem
ser estimadas utilizando-se o
conceito de fator de concentração
de tensões, Kt, ou seja:

S M ax  K t  S Nom
Resistências à fratura medidas para materiais frágeis
são menores devido à presença de defeitos ou
trincas microscópicas denominados concentradores
de tensões.
A tensão critica para necessária para a
propagação de uma trinca em um material
frágil pode ser descrita por:
E = Modulo de elasticidade
γ = Energia de superfície especifica
a = metade do cumprimento da trinca

O tamanho máximo admissível para um


defeito será:

Y = Parâmetro o função adimensional


K1c = Tenacidade à fratura
Por que há falha nos materiais??

26
O material falha em
serviço se uma carga
dinâmica for aplicada e
somente produz
deformação elástica?

O material falha em
serviço se uma carga
estática for aplicada e
somente produz
deformação elástica?
27
FADIGA

28
Falha por FADIGA
A fadiga é uma forma de falha que ocorre em
estruturas que estão sujeitas a tensões
dinâmicas e oscilantes.

A falha se dá em um nível de tensão


consideravelmente inferior ao limite de
escoamento

29
Este fenômeno é verificado em aeronaves,
componentes de máquinas, pontes, entre
outros elementos mecânicos.

Os estudos sobre Fadiga de Materiais visam


concluir que é uma área multidisciplinar e que
exige do engenheiro conhecimentos nas áreas
de metalurgia, mecânica, ciência de materiais,
processos de fabricação, simulação
computacional e testes de laboratório; visando
o melhoramento dos projetos mecânicos.
30
tragédia do avião Comet

morreram 520 pessoas

• O acidente ocorreu devido ao desgaste na fuselagem


que trincou a ponta de uma das janelas, trincas estas
de dimensões inferiores a 0,007 mm de
comprimento, que geraram elevadas concentrações
de tensão o que desencadeou a tragédia (desde
então tanto as portas como as janelas dos aviões são
feitos em formatos arredondados nas pontas).
31
32
A fadiga é importante no sentido de que ela é a
maior causa individual de falhas em metais.

A falha por fadiga é de natureza frágil, mesmo


em metais dúcteis, no sentido de que existe
muito pouca, se alguma, deformação plástica
generalizada associada com a falha

33
Aspecto macroscópico da falha por
fadiga

34
35
36
37
38
FRATURA FRÁGIL
ASPECTO MACROSCÓPICO

marcas de sargento

Início da fratura por formação de trinca


padrão em forma de leque

39
TENSÕES CÍCLICAS
Esforços que se repetem com regularidade

40
A fadiga é uma forma de falha que ocorre em estruturas que
estão sujeitas a tensões dinâmicas e oscilantes.

ciclo de tensões alternadas.

41
TENSÕES CÍCLICAS
ciclo de tensões repetidas

42
TENSÕES CÍCLICAS

43
Parâmetros que são usados para caracterizar o ciclo de tensões
oscilantes.

tensão média intervalo de tensões

A amplitude da tensão a razão de tensões R

44
Tensões de compressão e de tração são
impostas sobre o corpo de prova à medida
que ele é simultaneamente dobrado e girado.

45
46
Para algumas ligas ferrosas
(à base de ferro) e de titânio
Como os gráficos
indicam, quanto
maior a
magnitude
da tensão, menor
o número de
ciclos que o
material é capaz
de suportar antes
de falhar.

A amplitude da tensão
da ordem de dois terços
do limite estático de resistência à tração
47
S-N Curve

Vida Finita
Tensão (MPa)

Limite de Resistência a Fadiga

Vida Infinita

104 105 106 107 108

Log Vida (Ciclos)

48
Esse limite de resistência à fadiga representa o
maior valor de tensão oscilante que não irá
causar a falha após essencialmente um
número infinito de ciclos. Para muitos aços, os
limites de resistência à fadiga variam entre 35
e 60%do limite de resistência à tração.

49
resistência à fadiga, é
definida: nível de
tensão no qual a falha
irá ocorrer para um
dado número
específico de ciclos
(por exemplo, 10E7
ciclos

ligas não ferrosas alumínio,


50
cobre, magnésio
PRINCIPAIS RESULTADOS
DO ENSAIO DE FADIGA

Vida em fadiga (Nf): corresponde ao


número de ciclos necessários para
ocorrer a falha em um nível de tensão
específico.

51
Infelizmente, existe sempre uma dispersão
considerável nos dados de fadiga, isto é, uma
variação no valor de N medido para vários
corpos de prova testados sob o mesmo nível
de tensão.

curvas representam o "melhor


ajuste",

52
53
Como identificar uma ruptura causada
por fadiga?
• Presença de duas zonas uma lisa e outra rugosa.
55
56
O processo de falha por fadiga é caracterizado por três
etapas distintas:

(1) iniciação da trinca,


(2) Propagação da trinca
(3) fratura final,

Quantidade total de ciclos até a


fratura Nf, pode ser considerada
portanto como sendo a soma do
número de ciclos para a iniciação
da trinca Ni e a propagação da
trinca Np: 57
58
Essas marcas são encontradas em componentes que
experimentam interrupções durante a propagação em estágio
II por exemplo, uma máquina que operou somente durante as
horas normais dos turnos de trabalho. Cada banda de marca
de praia representa um período de tempo ao longo do qual
ocorreu o crescimento da trinca.

59
60
Cada estria é
considerada representar
a distância de avanço
de uma frente de trinca
durante um único ciclo
de carregamento.

A largura
entre estrias
depende, e aumenta,
em função do
aumento da
faixa de tensões.
61
62
63
A presença de marcas
de praia e/ou estrias em uma superfície de fratura confirma
que a causa da falha foi a fadiga. Entretanto, a ausência de
qualquer uma ou das duas não exclui a fadiga como a possível
causa da falha.

64
Equacionamento da Relação S-N
6

A relação entre S e N é expressa


por: 5

Tensão Alternada (x10 Pa)


8
S f  A  N b , 103 < N < Ne
4

 L o g S f   L o g  A   b  L o g  N  Lo te s

P o n tos E xp e rim e n ta is A m o stra A


P o n tos E xp e rim e n ta is A m o stra B
C u rva S -N - T en d ê n cia A m o stra A

Estudo com o Aço ASTM A743 C u rva S -N - T en d ê n cia A m o stra B


L im ites do In terva lo d e C on fia nça
3

CA6NM, mostrou que o seu Limite


2 3 4 5 6 7 8 9 2 3 4 5 6 7 8 9 2 3
1E +5 1E + 6

V id a (N u m . d e C iclo s)

de Resistência a Fadiga é 384 MPa


Equacionamento da Relação S-N
Na ausência de informações
experimentais confiáveis, ainda é
possível estimar a curva S-N
utilizando-se a seguinte
formulação:

N i  10 3 , S i  S103
 Log S103   Log  A   3  b
N  N f ,S  Sf
 Log S f   Log  A   log N f   b
Equacionamento da Relação S-N
Resolvendo o Sistema:

 Se 
log  
S 3 
b  10 
 Ne 
log  3 
 10 

log S e blog N e 
A  10
Equacionamento da Relação S-N
Para Aços admite-se que os valores
de S103 e Se podem ser estimados
por meio das seguintes relações:

S103 = 0,9·Srt

Sf = 0,5·Srt, Srt ≤ 1400MPa, ou


= 700MPa, Srt >1400MPa

Nf = 106
Para Aços :

S103 = 0,9·Srt

Se = 0,5·Srt, Srt ≤ 1400MPa, ou


= 700MPa, Srt >1400MPa

Ne = 106

Para outros materiais o valor de Se pode ser estimado pelas relações


Ferros fundidos: Sf(106) = 0,4 . Srt
ligas de Alumínio: pode-se assumir um limite de resistência à fadiga em 5.108
ciclos, estimado por:
Sf(5.108) = 0,4.S Srt, Srt < 325 MPa ou
Sf(5.108) = 130MPa, Srt > 325MPa
ligas de Magnésio: Sf(108) = 0,35 . Srt
ligas de Cobre: Sf(108) = 0,25 a 0,50 . Srt
ligas de Níquel: Sf(108) = 0,35 a 0,5 . Srt
ligas de Titânio: S (106 a 107) = 0,45 a 0,65 .S
Equacionamento da Relação S-N

Exemplo: Estimar a Curva de


Resistência a Fadiga do Aço
ASTM A743 CA6NM

Tensão de
Amostra Ensaio
Resistência [MPa]
A 1 890
1 919
B
2 917
Média 918
Desvio Padrão 16
Equacionamento da Relação S-N
 Se 
log  
S 3 
 10 
b
 Ne  A  10log Se blog N e 
log  3 
 10 
Substituindo os valores teremos

 462.7 
log  
b  826   0,0839
 106 
log  3 
 10 

A  10log200blog10   1475MPa
6
Resistência à Fadiga de Componentes Estruturais

A resistência à fadiga do material é medida em pequenos CPs padronizados com:


 diâmetro específico, d  8mm,
 sem entalhes ou tensões residuais,
 acabamento polido,
 testados em flexão rotativa de 4 pontos,
 temperatura e atmosfera controladas
73
74
Resistência à Fadiga de Componentes Estruturais
Em Condições Reais de Uso :
 diversos fatores influenciam
significativamente a vida à fadiga de peças
reais
 os fatores que alteram as tensões
macroscópicas devem ser tratados nas
solicitações
 mas quando a escala dimensional do efeito
do fator é pequena, é melhor considerá-lo
como modificador da resistência à fadiga do
material.
Resistência à Fadiga de Componentes Estruturais
Uma forma de estimar a resistência a fadiga de um componente
estrutural, Se, consiste no uso dos fatores de Marin:

S e  K a  K b  K c   S '
e
Ka = Fator de Acabamento Superficial
Kb = Fator de Tamanho
Kc = Fator de Carregamento
Kd = Fator de Temperatura
Ke = Fator de Entalhe
Se, = Limite de Resistência a Fadiga do Material
Resistência à Fadiga de Componentes Estruturais
Fator de Acabamento Superficial - Ka

Procura caracterizar o efeito


sobre a resistência à fadiga do tipo
de acabamento que a superfície da
peça possui.

Para o Aço ASTM A743 CA6NM

Ka = 0,73 (Acabamento Usinado)


Ka = 0,35 (Corroído em Água Doce)
Ka = 0,24 (Corroído em Água Salgada)
FATORES QUE INFLUENCIAM A
VIDA EM FADIGA
Tensão Média: o aumento do nível médio de
tensão leva a uma diminuição da vida útil
Efeitos de Superfície: variáveis de projeto (cantos
agúdos e demais descontinuidades podem levar a
concentração de tensões e então a formação de
trincas) e tratamentos superficiais (polimento,
jateamento, endurecimento superficial melhoram
significativamente a vida em fadiga)
Efeitos do ambiente: fadiga térmica (flutuações
na temperatura) e fadiga por corrosão (ex. pites
de corrosão podem atuar como concentradores de
tensão)
78
O material falha em serviço se a carga aplicada
for estática e somente produz deformação
elástica?

O material falha em serviço se a carga aplicada


for dinâmica e somente produz deformação
elástica?

79
80
81
82
83
84
85
86
87
88
89
90

Você também pode gostar