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A ERA VARGAS (1930-1945)

REVOLUÇÃO DE 30
JOÃO PESSOA: VASCO DE GETÚLIO VARGAS
Revolução de 1930
Foi o movimento armado, liderado pelos estados de Minas Gerais, Paraíba e Rio
Grande do Sul, que culminou com o golpe de Estado, o Golpe de 1930, que depôs o
presidente da república Washington Luís em 24 de outubro de 1930, impediu a posse do
presidente eleito Júlio Prestes e pôs fim à República Velha
Governo Provisório (1930-1934)
• O café continuou sendo nosso maior produto de exportação, portanto, sujeito à crise
internacional causada pela Quebra na Bolsa de Valores de Nova York.
• Para amenizar a situação, governo passou a comprar todo excedente da produção
cafeeira e as queimava para evitar a queda do preço além dos limites suportáveis.
Governo Provisório (1930-1934)
• Vargas pretendia industrializar o Brasil e nacionalizar a produção. A este processo se
dá o nome de Processo de substituição das Importações. Que tinha o objetivo de
proteger a produção nacional e, paulatinamente, livrar o Brasil da dependência de
produtos importados.
• Em nome dos “altos interesses da Revolução”, Vargas nomeou interventores para os
estados, afastando os governadores eleitos, desta forma, quebrou a ordem
institucional.
• Para conter o ímpeto TENENTISTA, a maioria dos interventores o que rompia,
também, com o poder das oligarquias agrárias.
• Paralelamente o governo Provisório tomo algumas providências para sinalizar que o
país passava a viver uma era de grandes mudanças.
Governo Provisório (1930-1934)
Dentre esta medidas, destacam-se
• Dissolução do Congresso Nacional • Forte centralismo político.
• Dissolução das Assembleias Estaduais e • Crescente intervencionismo estatal.
municipais • Código eleitoral de 1932, que
• Ministério da Educação e Saúde Pública. estabeleceu o voto secreto e obrigatório,
• Ministério do Trabalho, Indústria e o voto feminino e a Justiça Eleitoral.
Comércio. • Promessa de elaboração e
• Promessa de uma Assembleia implementação de uma legislação
Constituinte trabalhista.
• Restrições à importação de produtos de
LUXO
Governo Provisório (1930-1934) – Revolução Constitucionalista ou
Revolução Paulista

• Em SP: temor em relação às mudanças;


• Exigência da nomeação de um interventor civil e paulista;
• Nomeação de Pedro de Toledo foi insuficiente;
• Pressão pela convocação de uma Assembleia Constituinte;
• Protestos da população paulista nas ruas;
• Confronto com a polícia em São Paulo com a morte de quatro estudantes
(Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo – MMDC);
Governo Provisório (1930-1934) – Revolução Constitucionalista ou Revolução
Paulista
• 9 de julho: início da Revolução Constitucionalista de 1932 (30 mil homens armados
em SP para lutar contra o governo federal);
• Lutaram voluntários e soldados da polícia estadual;
• Indústrias do estado contribuíram com a fabricação de armas;
• Três meses de luta, com a vitória das forças federais (mais bem armadas e em maior
número);
• Apesar de vitorioso, Getúlio evita se indispor com SP novamente (poder
socioeconômico);
• Convocação de eleições para a Assembleia Constituinte em 1933 (eleições com voto
secreto e também voto feminino, pela primeira vez).
Governo Constitucional (1934-1937)

Constituição de 1934 – pontos de destaque:


• Voto secreto;
• Voto feminino;
• Justiça Eleitoral
• Garantia de alguns direitos trabalhistas (salário mínimo, jornada de 8 horas, férias
anuais remuneradas, indenização em demissões, proibição do trabalho aos
menores de 14 anos);
• Nacionalismo econômico (controle das riquezas naturais pelo governo);
• Eleição indireta para presidente.
• Período de grande agitação social e política (integralistas x aliancistas);
Governo Constitucional – Ação Integralista Brasileira (AIB) - Integralismos

• Plínio Salgado, escritor modernista;


• Manifesto à Nação (1932); “Deus, pátria e família”;
• Inspiração em Mussolini e Hitler;
• Ação Integralista Brasileira – AIB (1934);
• Características: combate ao comunismo, ao liberalismo, defesa do nacionalismo,
existência de um Estado poderoso e líder concentrando poderes;
• Uso de uniforme (camisas-verdes), símbolo (sigma), brado “Anauê!” (você é meu
irmão);
• Simpatia de empresários, profissionais da classe média e militares;
• Existiram cerca de mil núcleos integralistas no Brasil.
Em 1937 a AIB lança Plínio Salgado à eleição presidencial marcada para 1938. As
eleições não ocorrem devido ao Golpe do Estado Novo realizado por Vargas em
novembro de 1937. Plínio esteve a par do movimento golpista e o apoiou em virtude
do “medo comunista” que pairava com o “Plano Cohen”, documento forjado por um
alto dirigente integralista, capitão Olímpio Mourão Filho.
No entanto, apesar do apoio da AIB, um mês após o Golpe do Estado
Novo, Vargas manda fechar todos os partidos políticos, inclusive a Ação Integralista
Brasileira, o que pega de surpresa os integralistas. Tentam um levante contra o
governo no Rio de Janeiro em 1938 que é logo controlado.
Plínio Salgado exila-se em Portugal até a redemocratização em 1945 quando retorna
e funda um novo partido, onde tenta reavivar os ideais da AIB, o Partido da
Representação Popular (PRP).
Governo Constitucional – Aliança Nacional Libertadora (ANL-1935) Aliancismos
• Socialistas, anarquistas, comunistas; “Pão, terra e liberdade”;
• Luís Carlos Prestes (presidente de honra);
• Combate ao capitalismo e ao liberalismo, estatização de empresas estrangeiras,
calote da dívida externa, reforma agrária;
• Combate ao fascismo (integralismo);
• Contou com cerca de 1600 núcleos.
• Declarada ilegal por Vargas já em 1935, com prisão de líderes;
• Intentona Comunista (levante fracassado) – revolta militar diante da repressão do
governo (rebeliões em RN, PE, RJ – dominadas pelas forças governamentais);
• “Perigo comunista” – pretexto para prisão de sindicalistas, operários, militares,
intelectuais e outros acusados de atividades subversivas contar o governo;
Estado Novo – Ditadura Vargas (1937 – 1945)
O Estado Novo foi um regime ditatorial arregimentado por Getúlio Vargas, instituído em
10 de novembro de 1937. Desde 3 de novembro de 1930, Vargas governava o país. O
primeiro período foi o Governo Provisório (1930-1934) que perdurou até a
reconstitucionalização do país.
Com a decretação da Constituição de 1934 iniciou-se o Governo Constitucional. A
previsão das eleições presidenciais era para o ano de 1938, e em 1937 iniciaram as
campanhas dos candidatos ao cargo.
Candidataram-se às eleições o integralista Plínio Salgado, o governador de São Paulo
Armando Vieira Sales, e o candidato situacionista José Américo Almeida. Getúlio
Vargas não havia se candidatado, pois pretendia dar continuidade ao governo por meio
de um golpe de Estado.
Estado Novo – Ditadura Vargas (1937 – 1945)

Assim, Getúlio Vargas não apoiou a candidatura de José Américo de Almeida, indicado
para sucessão dele, provocando o esvaziamento da campanha eleitoral.
Nos Estados de Pernambuco, Bahia e Rio Grande do Sul estimulou dissídios regionais
para dificultar o pleito eleitoral e prolongar o governo.
E desde o início do Governo Constitucional eram promovidas medidas de fortalecimento
e centralização do exército nacional, imprescindíveis para o futuro golpe de instauração
do Estado Novo.
Estado Novo – Plano Cohen
O estímulo do governo ao anticomunismo cresceu desde as Revoltas Comunistas de
1935, e o subterfúgio utilizado para o Golpe de 1937 teve justamente esse mote. Um
documento falso chamado Plano Cohen, criado pelo integralista Olympio Mourão
Filho, dizia que os comunistas pretendiam promover insurreições no Brasil para tomar o
poder. Esse documento foi largamente veiculado na mídia de massas, inclusive no
programa radiofônico A Hora do Brasil. O Plano Cohen ensejava a decretação do
estado de guerra realizado em 2 de outubro de 1937, com a justificativa de que o país
sofria a “ameaça comunista”. Essa alegação era falsa, as principais lideranças
comunistas ainda estavam presas, e dentre essas Olga Benário e Elisa Berger haviam
sido entregues à Gestapo, polícia do regime nazista alemão, em 1936. Em 1937,
apenas tinham sido libertados presos políticos sem processo, a maioria deles não
possuía ligação com o Partido Comunista ou com o Levante de 1935.
Estado Novo – Constituição de 1937 (“Polaca”)
Getúlio Vargas referendou a carta constitucional elaborada por Francisco Campos. A
nova Constituição foi inspirada na Carta fascista da Polônia (“polaca”). Tinha caráter
corporativista e chancelava a centralização do poder Executivo na administração política
e econômica do país. Em 10 de novembro de 1937, o congresso Nacional foi
fechado por Vargas, e a Constituição passou a vigorar. O nome Estado Novo adotado
para o regime varguista era o mesmo do regime fascista português de Antonio Oliveira
Salazar. Getúlio Vargas, extinguiu os partidos políticos e realizou uma cerimônia
cívica de queima das bandeiras estaduais, em dezembro de 1937. A ausência de
partidos possibilitaria a Vargas governar sem concorrentes à direção política do país. E
o ato simbólico da queima das bandeiras estaduais possuía o sentido de refreamento
das disputas regionais, comuns durante a Primeira República.
Estado Novo – Cerimônia cívica de queima das bandeiras estaduais,.
Estado Novo – O Golpe de 1937 – Intentona Integralista

Apesar de ter apoiado o Golpe de 1937, a Ação Integralista Brasileira (AIB) foi posta na
ilegalidade pelo regime varguista assim como os demais partidos políticos, em 3 de
dezembro de 1937. Em janeiro de 1938, os integralistas pretendiam rebelar-se em
vários Estados do país. Além de integralistas, a conspiração contou com a participação
de membros da marinha e de civis como o ex-governador do Rio Grande do Sul. A
primeira tentativa de sublevação foi frustrada, em 11 de março, com os rebelados
presos antes da efetivação dos ataques.
Estado Novo – O Golpe de 1937 – Intentona Integralista

Em 11 de maio, realizaram o assalto ao Palácio Guanabara e a tomada do Ministério da


Marinha, episódio que ficou conhecido como Intentona Integralista ou Revolta
Integralista. Normas do Tribunal de Segurança Nacional tornaram-se mais rígidas, e
integralistas e pessoas de outras posições políticas foram presas. Os dirigentes
escaparam e posteriormente foram exilados, como foi o caso de Plínio Salgado. Os
demais foram presos, e alguns sofreram torturas.
Estado Novo – Lei de Segurança Nacional de 1935
No período do Estado Novo a Lei de Segurança Nacional continuou em vigência, e foi
asseverada com mais dois decretos sobre a segurança do Estado (1938) e crimes
militares (1942). O grupo político que mais sofreu com as penalizações dessa lei foi o
comunista. Durante o Estado Novo não foi criada uma polícia política, no entanto a
perseguição política e as torturas no cárcere foram cruéis, principalmente, no Distrito
Federal em que a polícia foi chefiada por Filinto Müller. Luís Carlos Prestes
permaneceu preso durante todo o Estado Novo devido à ligação estabelecida com a
Internacional Comunista. Dentre os militantes torturados pelo regime, destacou-se o
caso do comunista Ernest Ewert, cognominado Harry Berger, pois foi barbaramente
torturado e perdeu a sanidade na cadeia. Sobre as torturas no cárcere do Estado Novo,
há relatos da escritora Pagu, do militante Carlos Marighela e do escritor Jorge Amado.
Estado Novo – Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP)

Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP)


No regime do Estado Novo começou a se construir a imagem de Getúlio Vargas como o
“pai dos pobres”, símbolo que se efetivou com a criação do Departamento de Imprensa
e Propaganda (DIP), em 1939. O DIP tinha por principal função censurar os meios de
comunicação e realizar a propaganda do regime varguista. O DIP realizava
manifestações cívicas e patrióticas, e difundindo a imagem de Getúlio Vargas. Esse tipo
de propaganda estava presente inclusive em materiais didáticos para educação infantil.
Estado Novo – Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP)
Estado Novo – Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT)

Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT)


Dentre as medidas mais importantes do período estiveram as criações da Justiça do
Trabalho, em 1° de maio de 1939, e da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), em 1°
de maio de 1943. A CLT unificou toda legislação trabalhista presente no Brasil até
aquele momento, além de introduzir novos direitos trabalhistas. A CLT regulamentou as
questões referentes ao horário de trabalho, férias, descanso remunerado, condições de
segurança, salário mínimo e a relação entre patrões e empregados.
Estado Novo – Sindicalismo “pelego”
Sindicalismo “pelego”
A proibição da pluralidade sindical já ocorria desde 1931 com a criação do Ministério do
Trabalho. Essa proibição foi reafirmada pela Constituição de 1934. E, em 1939, a
legislação sobre a sindicalização tornou-se taxativa no que referiu à representação
sindical única. Além de proibir a representação de mais de um sindicato por categoria de
trabalhadores, a legislação trabalhista da época também vetou a possibilidade de
alianças entre sindicatos. Essas medidas dificultavam a organização independente e
autônoma dos trabalhadores nos sindicatos, e o engajamento em greves. Os sindicatos
arregimentados por Vargas ficaram conhecidos como “pelegos”, em menção à pele de
carneiro utilizada para amortecer a cavalgada em cavalos, assim, metaforicamente, o
sindicato amainaria o peso sobre o trabalhador cavalgado pelo patrão.
Estado Novo – O nacional-desenvolvimentismo varguista
O modelo político econômico investia na indústria de base nacional, em órgãos de
administração pública, e em reformas nas forças armadas. Foram criados para a
administração pública o Conselho Nacional do Petróleo e o Departamento
Administrativo do Serviço Público (DASP), em 1938. Foi criado o Ministério da
Aeronáutica e ampliado o efetivo de soldados do exército. Dentre algumas das
principais indústrias públicas criadas durante o Estado Novo estiveram:
Companhia Siderúrgica Nacional (1941);
Companhia Vale do Rio Doce (1942);
Fábrica Nacional de Motores (1942);
Companhia Nacional de Álcalis (1943);
Companhia Hidrelétrica do São Francisco (1945).
Estado Novo – O nacional-desenvolvimentismo varguista

O projeto nacional desenvolvimentista também abrangia a expansão populacional para


a região Centro-Oeste e Norte, projeto conhecido como “Marcha para o Oeste”.
Dessa maneira, foram criados os seguintes Estados: Amapá; Rio Branco que
posteriormente passou a ser chamado de Roraima; Guaporé, atualmente designado de
Rondônia; e Ponta Porã e Iguaçu, separados respectivamente dos Estados do Mato
Grosso e Paraná, que foram extintos em 1946.
Estado Novo – Acordos de Washington e a Companhia Siderúrgica Nacional
A construção da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), em Volta Redonda – RJ
decorreu dos Acordos de Washington. Esses acordos resultaram em uma aliança
diplomática entre Brasil e Estados Unidos da América. A CSN foi financiada pelo
Estados Unidos e o Brasil comprometeu-se em fornecer aço aos Aliados durante a
Segunda Grande Guerra. A construção da CSN impactou no apoio brasileiro ao bloco
dos Aliados na Guerra Mundial, até então o Brasil mantinha-se neutro no conflito. Além
do fornecimento de aço para os Aliados, o Brasil comprometeu-se em permitir a
instalação de bases militares e aeroportos nas regiões Norte e Nordeste do país. Devido
a esse acordo os países do Eixo consideraram que o Brasil não estava mais neutro na
guerra e atacaram submarinos brasileiros. Após esse ataque o Brasil ingressou
definitivamente na guerra ao lado dos Aliados, em 22 de agosto de 1942.
Estado Novo – Brasil na Segunda Guerra Mundial
O Brasil demorou a integrar de fato a guerra. Devido a essa demora, tornou-se comum a
expressão: “mais fácil a cobra fumar do que o Brasil ir combater nos campos de guerra
europeus”. O então presidente estadunidense, Franklin Delano Roosevelt, veio ao Brasil
para a Conferência de Natal para negociar com Vargas a exportação da borracha
brasileira para o Estados Unidos. Essa conferência resultou no acordo de exportação da
borracha e na criação da Força Expedicionária Brasileira (FEB), cerca de 25 mil
soldados foram combater o fascismo na Itália, em 1944. Assim, uma cobra fumando
tornou-se o símbolo da FEB, e lutaram na Europa até o término da guerra, em 8 de maio
de 1945. Com a derrota do nazi-fascismo, a defesa do regime autoritário de Getúlio
Vargas no Brasil inviabilizou-se. Em 1945, acabou a censura à imprensa, a anistia foi
decretada, os presos políticos foram libertos, e novos partidos foram organizados.
Estado Novo – A “Marcha para o Oeste”
A marcha, pretendia estimular a formação de cidades, a abertura de estradas, a
produção agrícola e pecuária, e implementar uma forma de vida considerada “moderna”.
Na década de 1940 foi criado o Conselho Nacional de Proteção aos Índios (CNPI), sob
o comando de Cândido Rondon, para realizar o contato com os indígenas de forma
pacífica. No entanto, a “Marcha para o Oeste” gerou muitos conflitos entre os migrantes
e os indígenas, e muitas mortes resultaram desses conflitos. Sobretudo, dos indígenas
afligidos, por exemplo, pelas doenças para as quais não possuíam resistência
imunológica. Em 1943, os irmãos Vilas Boas adotaram a política de Rondon na
expedição Rocador-Xingu, com contato pacífico com os indígenas e promoção de
assistência médica.
Estado Novo – O “Queremismo”
As eleições para presidente da República, deputados federais e senadores foram
marcadas para 2 de dezembro de 1945.
Em oposição ao regime varguista e ao comunismo foi fundada a União Democrática
Nacional (UDN) que defendia o liberalismo econômico.
Já o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) foi fundado para apoiar Vargas e foi composto
por sindicalistas.
Os interventores dos Estados organizaram-se no Partido Social Democrático (PSD) que
tinham base política nos municípios do interior do país, sob influência das elites,
também apoiavam Getúlio Vargas.
E, por fim, foi reorganizado o Partido Comunista do Brasil (PCB) com o objetivo de
combater a política fascista e apoiar a União Soviética.
Estado Novo – O “Queremismo”

Esses partidos lançaram candidaturas à presidência da República.


A UDN lançou o brigadeiro Eduardo Gomes como candidato que recebeu forte apoio da
imprensa.
A coligação PTB-PSD projetou a candidatura do general Eurico Gaspar Dutra.
E o PCB, o candidato Yedo Fiúza.
As eleições foram rechaçadas por parcelas populares que desejavam a permanência de
Getúlio Vargas no poder.
Esse movimento ficou conhecido como “Queremismo” por causa das inscrições
“Queremos Getúlio” que surgiram em muros nas grandes cidades na época.
Estado Novo – O “Queremismo”
As manifestações populares atemorizavam setores do exército e a UDN, antevendo a
manutenção do regime varguista. Em 29 de outubro de 1945, a alta cúpula do exército
liderou um golpe que retirou Getúlio Vargas do poder, e assumiu o governo o
presidente do Supremo Tribunal Federal José Linhares.
No entanto, as eleições foram mantidas e também ficou estabelecido que se formaria
uma Assembleia Nacional Constituinte para elaborar uma nova Constituição Nacional.
Getúlio Vargas apoiou o candidato general Eurico Gaspar Dutra que saiu vitorioso do
pleito com cerca de 55% dos votos.
Getúlio Vargas tonou-se deputado, assim como Luís Carlos Prestes, e o Estado Novo
foi abolido.
QUESTÕES SOBRE A ERA VARGAS
“Façamos a revolução antes que o povo a faça.” A frase, atribuída ao
governador de Minas Gerais, Antônio Carlos de Andrada, deixa entrever a
ideologia política da Revolução de 1930, promovida pelos interesses
a) da burguesia cafeicultora de São Paulo, com vistas à valorização do café.
b) do operariado, com o objetivo de aprofundar a industrialização.
c) dos partidos de direita fascistas, no intuito de estabelecer um Estado
forte.
Xd) das oligarquias dissidentes, aliadas ao tenentismo pela reforma do
Estado.
e) da burguesia industrial, na busca de uma política de livre iniciativa.
QUESTÕES SOBRE A ERA VARGAS

Em março de 1931, o Decreto nº 19.770 criava, no Brasil, o Ministério do


Trabalho, Indústria e Comércio. Considerando-se o contexto histórico,
pode-se afirmar que esse ato do Poder Executivo tinha como um dos
seus objetivos
a) promover a expansão do setor primário.
b) desregulamentar o sistema de contratação e de impostos.
c) concentrar a renda nacional nas camadas médias urbanas.
X d) acabar com a organização autônoma do movimento operário.

e) intervir nas relações de trabalho no campo.


O governo Vargas tornou-se sinônimo de intervenção estatal. Embora essa política
intervencionista tenha adquirido força no Estado Novo, pode ser percebida durante toda a
chamada Era Vargas. Sobre a Era Vargas, é correto afirmar:
a) O Departamento de Imprensa e Propaganda, embora impusesse limitações à imprensa,
seguiu a orientação do estado, sem propaganda do governo e sem influência sobre a
opinião pública.
b) O governo, na questão agrícola, extinguiu diversos institutos, entre eles o do Açúcar e do
Álcool, o do Pinho, o do Mate e o do cacau, e centralizou as ações do Ministério da
Agricultura.
c) Os principais opositores do governo foram facilmente cooptados pela política
governamental de conciliação e políticos com visões opostas, como Luiz Carlos Prestes e
Plínio Salgado, atuaram como ministros de Vargas.
X
d) O movimento sindical passou a ser tutelado já no início do primeiro governo Vargas, com
a Lei de Sindicalização (março de 1931) e, em decorrência, o sindicato tornou-se um
colaborador do Estado, com o objetivo de intermediação e atenuação do conflito entre
capital e trabalho.
e) O Brasil, com a implantação do Estado Novo, conseguiu a tão sonhada paz social, e o
governo Vargas implantou, pela via da conciliação política, um governo de coalizão entre
socialistas e integralistas.
A partir de 1942 e estendendo-se até o final do Estado Novo, o Ministro do Trabalho,
Indústria e Comércio de Getúlio Vargas falou aos ouvintes da Rádio Nacional
semanalmente, por dez minutos, no programa “Hora do Brasil”. O objetivo declarado
do governo era esclarecer os trabalhadores acerca das inovações na legislação de
proteção ao trabalho. GOMES, A. C. A invenção do trabalhismo. Rio de Janeiro: IUPERJ / Vértice. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1988 (adaptado).

A criação do programa “Hora do Brasil” foi realizada pelo Departamento de Imprensa


e Propaganda, que não tinha dentre seus objetivos:
a) praticar a censura contra as ideias contrárias ao Estado Novo de Vargas.
Xb) desvincular a imagem do presidente dos artistas nacionalmente famosos.
c) produzir a propaganda de enaltecimento de Getúlio Vargas.
d) colocar Vargas como doador dos benefícios trabalhistas.
e) utilizar o rádio como instrumento principal da propaganda do governo.
“Em 1934, Getúlio Vargas criou o Departamento de Propaganda e Difusão Cultural junto ao
Ministério da Justiça, esvaziando o Ministério da Educação não só da propaganda, mas
também do rádio e do cinema. A decisão tinha como objetivo colocar os meios de comunicação
de massa a serviço direto do poder executivo, iniciativa que tinha inspiração direta no recém-
criado Ministério da propaganda alemão. Este foi o embrião do DIP [...] Em 1939, as atribuições
do extinto Departamento de Propaganda e Difusão Cultural passaram para o Departamento de
Imprensa e Propaganda, criado nesse ano.” CAPELATO, Maria Helena. Propaganda Política e Controle dos Meios de Comunicação.

Com base nessas informações, é CORRETO afirmar que, durante o Estado Novo, o
Departamento de Imprensa e Propaganda — DIP foi responsável pela
Xa) ampliação do raio de atuação do Estado e das suas formas de intervenção no âmbito da
cultura.
b) desativação do sistema de comunicação encarregado da difusão das diretrizes econômicas
do regime.
c) restrição à utilização do rádio e da imprensa para a difusão da propaganda política estado-
novista.
d) utilização da cultura como um instrumento a serviço da divulgação dos ideais democráticos.
Em 21 de dezembro de 1941, Getúlio Vargas recebeu Osvaldo Aranha, seu
ministro das Relações Exteriores, para uma reunião. Leia alguns trechos do
diário do presidente: “À noite, recebi o Osvaldo. Disse-me que o governo
americano não nos daria auxílio, porque não confiava em elementos do meu
governo, que eu deveria substituir. Respondi que não tinha motivos para
desconfiar dos meus auxiliares, que as facilidades que estávamos dando aos
americanos não autorizavam essas desconfianças, e que eu não substituiria
esses auxiliares por imposições estranhas.”
(VARGAS, Getúlio, Diário. São Paulo/Rio de Janeiro, Siciliano/ Fundação Getúlio
Vargas, 1995, vol. II, p. 443.)
A respeito desse período, podemos afirmar:
a) As desconfianças norte-americanas eram completamente infundadas porque não havia
nenhum simpatizante do nazifascismo entre os integrantes do governo brasileiro.
X b) Com sua política pragmática, Vargas negociou vantagens econômicas com o governo
americano e manteve em seu governo simpatizantes dos regimes nazifascistas.
c) Apesar das semelhanças entre o Estado Novo e os regimes fascistas, Vargas não
permitiu nenhum tipo de relacionamento diplomático entre o Brasil e os países do Eixo.
d) No alto escalão do governo Vargas havia uma série de simpatizantes do regime
comunista da União Soviética e de seu líder Joseph Stalin.
e) As pressões do governo norte-americano levaram Vargas a demitir seu ministro da
Guerra, o general Eurico Gaspar Dutra, admirador dos regimes nazifascistas.
No período do Estado Novo, Vargas impulsionou o desenvolvimento da indústria de
base no Brasil. Para tanto, foi necessário:
a) o desmantelamento do setor agroindustrial e a desapropriação dos grandes
latifúndios.
b) o enfraquecimento do controle estatal e o direcionamento da atividade industrial
para o setor privado.
X c) a criação da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), a Companhia Vale do Rio
Doce (CVRD) e a Companhia Hidrelétrica de São Francisco.
d) a criação de comunas rurais ao longo do sertão brasileiro.
e) a criação de laços econômicos com companhias latino-americanas, visando assim
a uma associação pan-americanista industrial.

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