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• A ciência geográfica teve grande importância para a legitimação do expansionismo do Estado alemão,
bem como a influência de sua visão organicista da terra no tocante ao conceito de espaço vital. A
sistematização da ciência geográfica e de seus conceitos puderam ser oportunamente empregadas
no uso de estratégias territoriais por indivíduos ou pelo próprio Estado (no caso alemão).
• O nascimento da geografia política como matéria acadêmica articulou-se com a conjuntura política
europeia no século XIX lastreadas nas ideias de expansão territorial entre os Estados nacionais
• Dentre os autores que contribuíram de forma profícua e significativa à unificação e no alicerce para a
formação de uma política estatal mais forte e expansionista destaca-se o alemão Friedrich Ratzel
(1844-1904).
• Influenciado pelas ideias positivistas e o pelo ideário da Unificação Alemã, Ratzel, tinha como objetivo
entender e compreender a dispersão, a organização e o desenvolvimento das sociedades, acreditando
que o Estado seria o fator preponderante de sua análise – uma pequena equação de três fatores em
que a relação sociedade e solo constituiria, num último momento, o Estado. É a partir dessa análise ou
equação que surge o conceito de espaço vital.
• O geógrafo avaliava que a unificação alemã foi mal concluída sob os auspícios
de Bismark e que levaria a um Estado forte, porém, fragmentado tanto do ponto
de vista social como do ponto de vista do arranjo político-territorial.
• É nesse sentido que a Nova Ordem Bipolar no pós-guerra perpassa pelos estudos
da Geografia Política e da geopolítica, pois “...deixou de ser exorcizada e foi
reincorporada na análise geográfico-política, seja de forma crítica (para alguns) ou
de forma entusiástica e com frequência acrítica (para outros)”
• Portanto, a luta nas interações entre as políticas de poder e meio geográfico não
deixou de ser fundamental ao poder dos Estados, apenas atuava em outros
padrões e conjunturas
• A geopolítica, após a Guerra Fria, ganham um caráter que vai além da questão
militar, levando-se em conta aspectos de conflitos econômicos, sociais,
culturais e a da mídia com a indústria cultural. Isto posto, a política externa
norte-americana de caráter imperialista, levou a desdobramentos políticos e
culturais que reafirmam sua hegemonia no sistema internacional.
• O paradoxo que Nye coloca se torna presente na medida em que este mesmo
jogador que pode ameaçar o poder americano é um importante parceiro, seja
econômico ou político dos Estados Unidos; assim, o mesmo jogador que
reforça seu poder, e mantém relações de poder com os Estados Unidos, é o
jogador que poder vir a ser uma potencial ameaça ao poder americano
• Verifica-se no atual contexto de globalização que o Estado prescinde da
necessidade de garantir, por si só, o fornecimento de recursos internamente. Na
verdade, é por intermédio de uma estrutura econômica e comercial em rede que
agora consegue assegurar a continuidade do fluxo de recursos, responsáveis
por fomentar a capacidade produtiva e a integridade territorial
• Tal fluxo petrolífero garantiria aos Estados Unidos, portanto, um certo espaço
vital, talvez não nos mesmos moldes da concepção ratzeliana de espaços
fronteiriços contínuos, mas abrangendo regiões afastadas que dariam
continuidade ao modo de reprodução capitalista e à satisfação as necessidades
da sociedade americana, contanto que tais regiões estejam seguras e estáveis