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Caso Zara

Caso Zara
• Em Junho de 2011 a Superintendência Regional
do Trabalho e Emprego de São Paulo (SRTE/SP)
flagrou diversas oficinas contratadas pela Zara
com trabalhadores em situações análogas a
escravidão;
• As maior parte das vítimas libertadas pela
fiscalização foram aliciadas na Bolívia;
• 48 autos de infração contra a Zara devido as
irregularidades em duas das oficinas.
Valores
Salários entre R$ 274 a R$ 460

Valor por peça costurada:


• Dono da oficina: R$ 7
• Costureiro: R$ 2
• Custos para as despesas com alimentação,
moradia e etc: R$ 2

Valor da roupa na loja:R$ 139


Condição dos trabalhadores
• Contratações completamente ilegais;
• Trabalho infantil;
• Condições degradantes;
• Jornadas exaustivas de até 16h diárias;
• Cerceamento de liberdade (o truck system e
proibição de deixar o local de trabalho sem
prévia autorização);
Condição das oficinas
• Poucas janelas, quase sempre fechadas;
• Não respeitavam nenhuma norma referente à
Saúde e Segurança do Trabalho;
• Perigo iminente de incêndio;
• Ambientes apertados, sem ventilação e sujos;
• Tecidos escuros pendurados impedindo a visão
do que acontecia do lado de dentro das células
de produção têxtil ocultas e improvisadas.
Considerações Finais
• Infelizmente o trabalho escravo ainda é um mal comum em nosso
meio.
• Empresários, administradores optam por conduzir seus negócios de
forma contraria a lei. Atitudes empresariais como essa, podem
trazer prejuízos irrecuperáveis para qualquer organização.
• Numa época em que cresce o número de consumidores que buscam
informação sobre a conduta das organizações e seus processos
produtivos, fica evidente a necessidade das empresas adotarem uma
atuação pautada em valores éticos e socioambientais,
desenvolvendo relação de transparência com a sociedade.
“[A escravidão] não significa somente a relação do
escravo para com o senhor; significa muito mais: a soma
do poderio, influência, capital e clientela dos senhores
todos; o feudalismo estabelecido no interior; a
dependência em que o comércio, a religião, a pobreza, a
indústria, o Parlamento, a Coroa, o Estado, enfim, se
acham perante o poder agregado da minoria aristocrática,
em cujas senzalas, centenas de milhares de entes humanos
vivem embrutecidos e moralmente mutilados pelo próprio
regime a que estão sujeitos; e por último, o espírito,
princípio vital que anima a instituição toda, sobretudo no
momento em que ela entra a recear pela posse imemorial
em que se acha investida, espírito que há sido em toda a
história dos países de escravos a causa do seu atraso e da
sua ruína”.
Joaquim Nabuco, O Abolicionismo (1883)
Brasil Profundo (1)
“Ministério do Trabalho liberta 35
em fazenda no Pará” (Boletim Carta
Maior, 02.02.04)
“Meninas mantidas como escravas em
Jundiaí” (O Estado de S. Paulo,
05.02.04)
“Cidades que exportam escravos somam
159. Maranhão é o Estado campeão”
(Diário de São Paulo, 09.02.04)
“Impunidade mantém o trabalho
escravo” (Folha de S. Paulo,
01.02.04)
Brasil Profundo (2)
“Fiscais libertam escravos em
fazenda de senador” (O Globo,
13.02.04)
“Assassinados 3 Fiscais do Trabalho
em Minas Gerais” (Folha de S.
Paulo, 29.01.04)
“Bolivianos são encontrados
trabalhando em regime de escravidão
no interior de MT” (Agência Globo,
04.09.03)
Alguns números...
• Estimativa de brasileiros em situação
análoga à de escravos: 25 mil.
• Trabalhadores libertados pelo GMF/MTE
em 2002: 2.306.
• Trabalhadores libertados pelo GMF/MTE
em 2003: 4.932.
Conceito-Chave:
“Trabalho Forçado”
O QUE É?
Convenção 29 da OIT (art. 2º, 1): “Todo
trabalho ou serviço exigido de uma pessoa sob
a ameaça de sanção* e para o qual não se tenha
oferecido espontaneamente”.
* sanção = não apenas punições físicas mas
também perda de direitos
Principais formas de
trabalho forçado no Brasil:

• Servidão por dívidas;


• Tráfico e trabalho irregular de estrangeiros;
• Tráfico de brasileiros para o exterior;
• “Cooperativas” de trabalhadores;
• Prostituição infantil e tráfico de mulheres.
Principais Causas (1)
Pretéritas:
• Brasil foi o último país do continente a abolir
oficialmente a escravidão.
• Abolição não significou destruição da ordem
tradicional. “Sente-se a presença de uma realidade já
muito antiga que até nos admira de aí achar e que
não é senão aquele passado colonial” (Caio Prado
Jr., Formação do Brasil Contemporâneo).
- estrutura social hierarquizada;
- desvalorização do trabalho manual;
- exploração predatória do território;
- poder quase absoluto dos proprietários de terras.
Principais Causas (2)
Presentes:
• Expansão da fronteira agrícola  gado e madeira.
• Globalização econômica provocou “precarização”
das relações de trabalho.
- 185 milhões de pessoas estão sem emprego no
mundo (6,2% da força de trabalho);
- no Brasil, índice de desemprego é de 11,7%;
- crescimento do subemprego: 48,5% dos
trabalhadores brasileiros não estão registrados.
Principais Causas (3)
Presentes:
• Crescimento das desigualdades regionais. Na
década de 60, renda per capita das nações mais
pobres era de US$ 212; nos países mais ricos era
de US$ 11.417. Em 2002, cifras eram de US$ 267
(+ 26%) e US$ 32.339 (+ 183,3%).
Servidão por Dívidas
É o “estado ou a condição resultante do fato de que
um devedor se haja comprometido a fornecer, em
garantia de uma dívida, seus serviços pessoais ou os
de alguém sobre o qual tenha autoridade, se o valor
desses serviços não for eqüitativamente avaliado no
ato da liquidação da dívida ou se a duração desses
serviços não for limitada, nem sua natureza
definida” .
(Convenção Suplementar sobre a Abolição da
Escravatura - ONU - 1956)
Servidão por Dívidas

Maior incidência: Pará, Tocantins, Rondônia,


Maranhão, Bahia e Mato Grosso. Há casos
também em São Paulo, Rio Grande do Sul, Santa
Catarina e Minas Gerais.
Servidão por Dívidas
Organização Criminosa

Proprietário da Fazenda

Gerente
Aliciador ("Gato") Capangas armados

Vítima Vítima Vítima


Tráfico de estrangeiros:
o caso dos bolivianos (1)
• Na Bolívia, traficantes de seres humanos
arregimentam trabalhadores com promessas de
bons salários no Brasil;
• Imigrantes pagam passagem e despesas para
traficante.
• Entrada no Brasil ocorre em Corumbá ou Foz do
Iguaçu.
• Destino principal  metrópoles da região sudeste.
Tráfico de estrangeiros:
o caso dos bolivianos (2)
• Coreanos e outros bolivianos arregimentam mão-
de-obra imigrante para o trabalho em oficinas de
costura.
• Estatuto do Estrangeiro proíbe trabalho.
• Proibição cria “pacto” de silêncio entre explorador
e vítima, favorecendo superexploração.
Tráfico de estrangeiros:
o caso dos bolivianos (3)
Conseqüências:
• Jornadas de trabalho superiores a 15 horas;
• Pagamento é feito por peça costurada (de R$ 0,30 a
0,70).
• Direitos trabalhistas inexistentes (hora-extra, férias,
licença-gestante).
• Em alguns casos houve retenção de documentos e
ameaças.
• Vítimas moram e recebem alimentação na própria
oficina de costura. Condições são subumanas.
O que o MPF tem a ver com isso? (1)

Competência da Justiça Federal para processar


e julgar “os crimes contra a organização do
trabalho” e “os crimes previstos em tratado ou
convenção internacional, quando, iniciada a
execução no País, o resultado tenha ou devesse
ter ocorrido no estrangeiro, ou
reciprocamente”.
Legislação (1)
Principais tratados internacionais ratificados
pelo Brasil:
– Convenção n.º 29 (OIT, 1930);
– Convenção Suplementar sobre Abolição da
Escravatura (ONU, 1956);
– Convenção n.º 105 (OIT, 1957);
– Pacto de Direitos Civis e Políticos (ONU,
1966);
– Convenção Americana de Direitos Humanos
(1969).
Legislação (2)
• Nova redação do artigo 149 do CP (Lei
10.803/03):
“Reduzir alguém a condição análoga à de escravo,
quer submetendo-o a trabalhos forçados ou a
jornada exaustiva, quer sujeitando-o a condições
degradantes de trabalho, quer restringindo, por
qualquer meio, sua locomoção em razão de dívida
contraída com o empregador ou preposto.
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa, além
da pena correspondente à violência.
Legislação (3)

§ 1o Nas mesmas penas incorre quem:


I – cerceia o uso de qualquer meio de transporte
por parte do trabalhador, com o fim de retê-lo no
local de trabalho;
II – mantém vigilância ostensiva no local de
trabalho ou se apodera de documentos ou objetos
pessoais do trabalhador, com o fim de retê-lo no
local de trabalho.
Legislação (4)
Frustração de direito assegurado por lei
trabalhista
Art. 203 - Frustrar, mediante fraude ou violência,
direito assegurado pela legislação do trabalho:
Pena - detenção de um a dois anos, e multa, além
da pena correspondente à violência.
Legislação (5)
§ 1º Na mesma pena incorre quem:
I - obriga ou coage alguém a usar mercadorias de
determinado estabelecimento, para impossibilitar o
desligamento do serviço em virtude de dívida;
II - impede alguém de se desligar de serviços de
qualquer natureza, mediante coação ou por meio
da retenção de seus documentos pessoais ou
contratuais.
Legislação (6)
Aliciamento para o fim de emigração
Art. 206 - Recrutar trabalhadores, mediante
fraude, com o fim de levá-los para território
estrangeiro.
Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos e multa.
Legislação (7)
Aliciamento de trabalhadores de um local para
outro do território nacional
Art. 207 - Aliciar trabalhadores, com o fim de levá-
los de uma para outra localidade do território
nacional:
Pena - detenção de um a três anos, e multa.
§ 1º Incorre na mesma pena quem recrutar
trabalhadores fora da localidade de execução do
trabalho, dentro do território nacional, mediante
fraude ou cobrança de qualquer quantia do
trabalhador, ou ainda, não assegurar condições do
seu retorno ao local de origem.
Legislação (8)
Art. 125, XII, da Lei 6.815/80:
“Introduzir estrangeiro clandestinamente ou ocultar
clandestino ou irregular.
Pena - detenção de um a três anos e, se o infrator
for estrangeiro, expulsão.”
Principais Parceiros

• Ministério do Trabalho e DRTs;


• Ministério Público do Trabalho;
• OIT;
• Pastoral da Terra e Pastoral do Migrante;
• ONGs.
Endereços Úteis

• Ministério do Trabalho: www.mte.gov.br


• OIT - Brasil:
www.oit.org/public/portugue/region/ampro/bra
silia/index.htm
• Comissão Pastoral da Terra:
www.cptnac.com.br
LEGISLAÇÃO
- CONSTITUIÇÃO FEDERAL

- CÓDIGO PENAL (alteração em 2003)

- CONVENÇÕES 29 E 105 DA OIT

- TRATADO DE PALERMO (Tráfico de


pessoas)
ART. 149 DO CÓDIGO PENAL
Reduzir alguém a condição análoga à de
escravo, quer submetendo-o a trabalhos
forçados ou a jornada exaustiva, quer
sujeitando-o a condições degradantes de
trabalho, quer restringindo, por qualquer
meio, sua locomoção em razão de dívida
contraída com o empregador ou preposto:

PENA: reclusão, de dois a oito anos, e multa,


além da pena correspondente à violência.
ART. 149 DO CÓDIGO PENAL
§ 1º - Nas mesmas penas incorre quem:
I – cerceia o uso de qualquer meio de
transporte por parte do trabalhador,
com o fim de retê-lo no local de trabalho;
II – mantém vigilância ostensiva no local
de trabalho ou se apodera de
documentos ou objetos pessoais do
trabalhador, com o fim de retê-lo no
local de trabalho.
PROTOCOLO DE PALERMO
• O “Protocolo de Palermo” (Protocolo
Adicional à Convenção das Nações
Unidas contra o Crime Organizado
Transnacional Relativo à Prevenção,
Repressão e Punição do Tráfico de
Pessoas, em Especial Mulheres e Crianças,
2000) foi ratificado pelo Brasil em 2004,
por meio do Decreto n° 5.017, de 12 de
Março de 2004.
PROTOCOLO DE PALERMO – ART. 3º
• a) A expressão "tráfico de pessoas" significa o recrutamento, o
transporte, a transferência, o alojamento ou o acolhimento de
pessoas, recorrendo à ameaça ou uso da força ou a outras
formas de coação, ao rapto, à fraude, ao engano, ao abuso de
autoridade ou à situação de vulnerabilidade ou à entrega ou
aceitação de pagamentos ou benefícios para obter o
consentimento de uma pessoa que tenha autoridade sobre outra
para fins de exploração. A exploração incluirá, no mínimo, a
exploração da prostituição de outrem ou outras formas de
exploração sexual, o trabalho ou serviços forçados, escravatura
ou práticas similares à escravatura, a servidão ou a remoção de
órgãos;
PROTOCOLO DE PALERMO – ART. 3º
• b) O consentimento dado pela vítima de tráfico de pessoas
tendo em vista qualquer tipo de exploração descrito na alínea a)
do presente Artigo será considerado irrelevante se tiver sido
utilizado qualquer um dos meios referidos na alínea a);

• c) O recrutamento, o transporte, a transferência, o alojamento ou


o acolhimento de uma criança para fins de exploração serão
considerados "tráfico de pessoas" mesmo que não envolvam
nenhum dos meios referidos da alínea a) do presente Artigo;

• d) O termo "criança" significa qualquer pessoa com idade


inferior a dezoito anos.
ART. 207 DO CÓDIGO PENAL - ALICIAMENTO
• Art. 207 - Aliciar trabalhadores, com o fim de levá-los de uma
para outra localidade do território nacional:
• Pena - detenção de um a três anos, e multa.
• § 1º Incorre na mesma pena quem recrutar trabalhadores fora da
localidade de execução do trabalho, dentro do território
nacional, mediante fraude ou cobrança de qualquer quantia do
trabalhador, ou, ainda, não assegurar condições do seu retorno
ao local de origem.
• § 2º A pena é aumentada de um sexto a um terço se a vítima é
menor de dezoito anos, idosa, gestante, indígena ou portadora
de deficiência física ou mental.
Trabalho escravo contemporâneo
- Rural: aliciamento, migração,
servidão por dívida

- Urbano: indústria têxtil

- Outras formas de trabalho degradante,


cadeia produtiva
CAUSAS
- HISTÓRICAS
- POLÍTICAS
- SOCIAIS
- CULTURAIS
- ECONÔMICAS
ERRADICAÇÃO
- Fiscalização, combate, punição

- Políticas públicas

- Participação da sociedade

- Emenda Constitucional
Campanha da Fraternidade 2014
“É para a liberdade que Cristo nos libertou”
Campanha da Fraternidade 2014
“É para a liberdade que Cristo nos libertou”
 Terminologia - Tráfico humano ou tráfico de seres
humanos ou tráfico de pessoas refere-se à mesma
exploração em consequência de violações dos
direitos das pessoas.
 É uma ofensa aos direitos humanos porque oprime
e escraviza a pessoa, ferindo sua dignidade e
evidenciando diversas violações de direitos
presentes na sociedade contemporânea.
 Nos países de língua espanhola, esse crime é
conhecido como trata de personas, os países de
língua inglesa o denominam de trafficking in
persons. No Brasil, a terminologia mais utilizada é
tráfico de seres humanos ou escravidão moderna.
O tráfico humano é um crime que atenta
contra a dignidade da pessoa humana, já que
explora o filho e a filha de Deus, limita suas
liberdades, despreza sua honra, agride seu
amor próprio, ameaça e subtrai sua vida, quer
seja da mulher, da criança, do adolescente, do
trabalhador ou da trabalhadora — de cidadãs
e cidadãos que, fragilizados por sua condição
socioeconômica e/ou por suas escolhas, tornam-
se alvo fácil para as ações criminosas de
traficantes.
 Compreendido como um dos
problemas mais graves da
humanidade;
 Segundo o Papa Francisco:
“O tráfico de pessoas é uma
atividade ignóbil, uma
vergonha para as nossas
sociedades que se dizem
civilizadas!”
 O Tráfico Humano gera
outras atividades igualmente
perniciosas contra a dignidade
humana.
Campanha da Fraternidade 2014
“É para a liberdade que Cristo nos libertou”
Crime organizado – estrutura sofisticada e
capilarizada, favorecendo os “serviços”;

Rotas – existem várias rotas internas e


internacionais - costumam sair do interior dos
estados em direção aos grandes centros urbanos
ou às regiões de fronteira internacional;

Invisibilidade – é um crime que não se


evidencia – vitimas não denunciam
 Aliciamento e coação – é uma prática comum –
abordagem sobre a esperança de melhoria de
vida – camuflam outras atividades ilegais;

 Perfil dos aliciadores – conhecido da vítima,


poder de convencimento – por vezes é também
vitima – atraem com proposta de emprego. No
caso do trabalho escravo temos o gato.

 Perfil da Vítimas - normalmente, encontram-se


em situação de vulnerabilidade, na maioria dos
casos, por dificuldades econômicas ou por estarem
em mobilidade;
Campanha da Fraternidade 2014
“É para a liberdade que Cristo nos libertou”
Tráfico para a
exploração do trabalho;

Tráfico para a
exploração sexual;

Tráfico para a extração


de órgãos;

Tráfico de crianças e
adolescentes;
 Segundo a ONG Walk Free são 30 milhões de
pessoas no mundo exploradas no tráfico humano.
 Segundo a OIT são 21 milhões de pessoas no
mundo e 1,8 milhão na América Latina;

 Vitimas: 74% adultos (15,4 milhões) – 26 % abaixo


de 18 anos (5,6 milhões);

 Gênero: 55 % mulheres e 45 % homens


Principais Países/tráfico humano:
Índia – 14 milhões
China – 3 milhões
Paquistão – 2,1 milhões
Nigéria – 705 mil pessoas
Etiópia - 650 mil pessoas
Atividades: trabalho escravo/exploração
sexual/casamento forçado.
Finalidades:
Trabalho Forçado: 14,4 milhões

Exploração Sexual: 4,5 milhões

Trafico de orgãos e adoção ilegal


TRÁFICO DE PESSOAS – SIMILITUDES & DIFERENÇAS
IN: ESCRAVO, NEM PENSAR! - UMA ABORDAGEM SOBRE TRABALHO ESCRAVO, 2012; REPÓRTER BRASIL
Campanha da Fraternidade 2014
“É para a liberdade que Cristo nos libertou”
Nunca houve tantos escravos na história da
humanidade como hoje: são as vítimas
contemporâneas do tráfico humano.
 A prática perversa de explorar alguém em
condições degradantes, permanece nos
modernos esquemas da economia global.

O Tráfico humano tem uma


história no Brasil e no mundo.
A escravidão é um
problema antigo;
A Escravidão Indígena;
Tráfico e escravidão
de negros;
A luta contra o Trafico
e contra a Escravidão;
Da Escravidão aos
preconceitos raciais;
Campanha da Fraternidade 2014
“É para a liberdade que Cristo nos libertou”
As pessoas normalmente migram em busca
melhores oportunidades de vida. A competição
na economia globalizada vem se acirrando nas
últimas décadas, implicando na redução de
postos de trabalho e precarização das condições
laborais.
 Resulta no crescimento das migrações por todo
o mundo.
 Em processo de migração,
as pessoas tornam-se mais
vulneráveis.

 Faz-se necessário olhar para


as realidades da mobilidade
e do trabalho no atual
contexto, influenciado pelo
fenômeno da globalização.
Campanha da Fraternidade 2014
“É para a liberdade que Cristo nos libertou”
 As lutas contra a exploração do ser humano em suas
diferentes modalidades são históricas;
 Ao longo da História alguns marcos foram estabelecidos
na preservação da dignidade humana;
 As pressões das organizações sociais levaram o Estado a
firmar convenções para a superação do tráfico e do
trabalho escravo.
 O recrutamento, o transporte,
a transferência, o alojamento
ou o acolhimento de pessoas,
recorrendo à ameaça ou uso
da força ou a outras formas
de coação, ao rapto, à fraude,
ao engano, ao abuso

de autoridade ou à situação de vulnerabilidade ou à


entrega ou aceitação de pagamentos ou benefícios para
obter o consentimento de uma pessoa que tenha
autoridade sobre outra para fins de exploração.
 Os elementos fundamentais, segundo a ONU,
para a identificação desse crime são: os atos, os
meios e a finalidade de exploração.
 Os atos mais comuns -> Entre as ações mais
usuais estão: o recrutamento; o transporte; a
transferência; o alojamento; o acolhimento de
pessoas.
 Os meios que configuram o tráfico -> Os
principais meios são: ameaça; uso da força; outras
formas de coação; rapto; engano; abuso de
autoridade; situação de vulnerabilidade;
aceitação de pagamentos ou benefícios para
obter o consentimento de uma pessoa que tenha
autoridade sobre a outra.
•A principal finalidade-
 A exploração da
pessoa humana é o
objetivo primordial do
crime de tráfico.
 O Consentimento -> É importante frisar que,
para a configuração do crime de tráfico humano,
o consentimento da vítima é irrelevante. Caso se
constatem os meios caracterizadores desse crime
(ameaça; uso da força; outras formas de coação;
rapto; engano; abuso de autoridade; situação de
vulnerabilidade; aceitação de pagamentos ou
benefícios para obter o consentimento de uma
pessoa que tenha autoridade sobre a outra) e
situação de exploração de pessoas, o
consentimento da vítima em questão deixa de ser
importante para a afirmação do delito de tráfico
humano
 O Estado Brasileiro e o
Protocolo de Palermo;

 II Plano Nacional de
Enfrentamento ao
Tráfico de Pessoas;
Campanha da Fraternidade 2014
“É para a liberdade que Cristo nos libertou”
 2003: lançamento do 1º Plano Nacional pela
Erradicação do Trabalho Escravo, com base na
proposta elaborada no CDDPH
 Criação da Comissão Nacional de Erradicação
do Trabalho Escravo (CONATRAE).
 Aumenta a mobilização no país e surgem novas
iniciativas e novos atores no combate ao
trabalho escravo.
 Criação da Lista Suja.
 Empresas assinam Pacto Nacional contra o TE
 A sociedade civil contribui no enfrentamento
com programas educativos e iniciativas
eclesiais visando a conscientização e
prevenção, como: Escravo nem Pensar; De
olho aberto para não vir escravo; Mutirão
Pastoral contra o Trabalho Escravo; Concurso
da Abolição.
 no Código Penal – artigo 149 – melhor
tipificação do crime análogo ao trabalho
escravo e suas características.
 PEC 438 do confisco da propriedade
 Importância da atuação
dos Órgãos Públicos;
 Iniciativas de formação
e prevenção;
 Iniciativas de Reinserção
de trabalhadores
libertos;
 Limitações: tripé miséria,
ganância, impunidade;
 Limitações legais:

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