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Jorge Britto
Política Industrial e de Inovação: Questões
Fundamentais: Why? Who? When? How?
• What? (O que?) De que se trata e qual o objetivo da Política industrial.
• Why? (Por que?) Resposta baseada na fundamentação teórica das
justificativas para intervenção.
• Who? (Quem?) Resposta baseada na discussão das possibilidades e limites
da ação estatal e ao papel das instituições em diferentes abordagens
teóricas.
• Which? (Quais?) Resposta baseada na definição de “tipos”, “dimensões” e
“instrumentos” das política.
• When? (Quando?) Resposta baseada nas evidências da experiência histórica
ou em função de “padrões” estilizados de evolução de sistemas produtivos.
• How? (Como?) Resposta baseada na discussão de princípios gerais a serem
considerados na operacionalização das políticas e na necessidade de
avaliação.
Elementos de "nova política industrial” (Warwick, 2013)
Ampla
Restrita
Subsistema: Subsistema:
Criação de Capacitações, Produção e Inovação
Pesquisa e Serviços Tecnológicos Demanda
Tecnológicos (segmentada)
Subsistema:
Políticas, Promoção, Representação e
Financiamento
Sistema de Inovação- Diferentes visões
• O Sistema de Inovação Restrito
– Ênfase em P&D e nas organizações de C&T
– Limitado a firmas e infra-estrutura de P&D
– Política explícita de C&T
• O Sistema de Inovação Amplo
– P&D importante, mas deve-se incorporara outras atividades
(treinamento, capacitação, conhecimento tácito, etc.)
– Inclui não apenas as organizações diretamente voltadas ao
desenvolvimento científico e tecnológico mas, também e
principalmente todas aquelas que, direta ou indiretamente afetam as
estratégias dos agentes.
– Ênfase em processos históricos, sociais e culturais
– Inclui outras políticas governamentais (comercial, macroeconômica,
etc.)
– Inclui as especificidades da demanda (social e econômica)
Políticas mission oriented
• Perspectiva mission oriented mostra-se particularmente adequada para a
operacionalização de políticas de inovação de caráter "sistêmico".
• As políticas orientadas para a missão podem ser definidas como políticas
públicas sistêmicas que se baseiam na mobilização do conhecimento de
fronteira para atingir objetivos específicos ou vinculados a “grandes
problemas” de determinada sociedade.
• Política de inovação eficaz não se resume a estimular tecnologias e setores
individuais, mas busca também identificar e articular missões que galvanizem
padrões de produção, distribuição e consumo entre os setores.
• Novas missões incluem o enfrentamento dos desafios ambientais, relacionados
à economia verde, e de grandes desafios sociais associados à mudança
demográfica, à desigualdade e ao desemprego dos jovens, particularmente em
função do impacto da difusão crescente de tecnologias de base digital.
• As missões não se referem a desafios societais abstratos ou imprecisos,
envolvendo objetivos concretos e rotas para alcançar objetivos que resolvam
problemas/desafios tecnológicos, mobilizando diversos setores para este fim.
Campos Estratégicos de impactos
• Definição:
• “campos estratégicos” afetados pela incorporação de
tecnologia, com possíveis dimensões multi e inter setoriais
(elemento chave de diferenciação: impacto da incorporação
de tecnologias na solução de problemas estratégicos no
plano socioeconômico).
• identificação de funcionalidades “produtivas” e "sociais" das
tecnologias em desenvolvimento
• Procedimento:
1. Identificação e validação de um conjunto de desafios e alvos
estratégicos a serem considerados na avaliação de tecnologias
em desenvolvimento;
2. Avaliação geral do portfólio de projetos em função das
características dos “campos estratégicos” afetados pelo
desenvolvimento de tecnologias
Campos Estratégicos (proposta de classificação em
função de padrões de especialização identificados)
• Recursos Naturais Estratégicos; • Integração de Cadeias de Valor
• Energias tradicionais (suprimento e distribuição)
• Energias Renováveis e Inteligentes • Educação e Formação Profissional
• Meio Ambiente e • Atividades Criativas e Culturais
Sustentabilidade; • Alimentação Funcional
• Cidades Inteligentes • Agricultura de Precisão/
• Soluções de Mobilidade Agricultura sustentável
• Saúde e Medicina; • Segurança e Defesa
• Telecomunicações, Conectividade • Aeroespacial
e Segurança Digital; • Tecnologias Sociais
• Novos Processos Industriais • Empreendedorismo
• E-Government
Políticas mission oriented
• O pensamento orientado para a missão requer a compreensão da diferença
entre (1) setores industriais, (2) desafios amplos e (3) problemas concretos
que diferentes setores podem abordar para enfrentar um desafio.
• Missões estão, em geral, associadas a áreas que apresentam grande
potencial e/ou gargalos para o processo de desenvolvimento, Como
exemplos, é possível citar as áreas de Infraestruturas urbana, infraestrutura
de serviços públicos, energia e meio ambiente e segurança nacional.
• Experiências internacionais apontam para a relevância de "missões"
associadas também à dinamização ou revigoramento do setor industrial,
como aqueles presentes em iniciativas como o “Advanced Manufacturing
Initiative” nos EUA, da “High Tech Strategy” na Alemanha, da “Foresight”
no Reino Unido, da “Nouvelle France Industrielle” na França, da “Made in
China 2025” na China e da “Make in India” na Índia
Políticas mission oriented
• necessidade de revigorar a capacitação, competências e expertise dentro do estado
(o estado empreendedor 'em desenvolvimento e em rede') para que suas
diferentes organizações possam efetivamente coordenar seus papéis e fornecer
direcionamento a atores privados ao formular e implementar políticas que
abordem os desafios da sociedade por meio da inovação.
Desdobramentos:
• possibilidades de utilizar estratégias orientadas para a missão para a resolução de
desafios societais e / ou tecnológicos concretos;
• importância de uma abordagem sistêmica para estratégias industriais e de
inovação, e os problemas que podem resultar quando tal abordagem está ausente;
• necessidade de conceber a estratégia industrial como uma interação entre
múltiplos atores nos setores público e privado;
• necessidade de organizações públicas empresariais descentralizadas e em rede se
posicionarem estrategicamente ao longo de toda a curva de inovação, incluindo a
capacidade de fazer políticas ousadas da procura que alterem o comportamento de
consumo e investimento;
From Challenges to Missions (Mazzucato, 2018)
Characteristics of old and new mission-
oriented projects
Practical steps for mission-oriented
organisations
The Three Frames of Innovation
Atores e Problemas de Agência
• Ênfase em instituições, atores, relacionamentos e aprendizagem associada a abordagens
sistêmicas para a política de inovação frequentemente (e implicitamente) privilegia a
estrutura do sistema enquanto subestimam a perspectiva da agência.
• Problemas de agência em relação às interações entre atores devem ser reconhecidos
tanto em relação aos processos de inovação quanto aos processos que definem
problemas, missões e soluções de políticas.
• Categorias de papéis no processo político podem ser desempenhadas por atores
individuais, de grupo, de rede ou organizacionais, sejam eles estatais ou não estatais,
nacionais ou internacionais. Múltiplos atores podem desempenhar papéis semelhantes,
enquanto atores individuais podem desempenhar vários papéis simultaneamente ou
papéis diferentes e múltiplos em momentos diferentes:
– 1) Gestores de política: Atores que mobilizam recursos do governo para atingir uma meta ou metas
de política
– 2) Empreendedores de políticas: Atores que promovem um pacote de soluções de políticas
– 3) Alvos de políticas: Atores alvo de ação política para mudança de comportamento ou novos atores
(organizações ou redes) criados pela ação política para preencher uma lacuna percebida no sistema
– 3) Agentes de implementação de políticas: Atores existentes ou recém-criados para recebimento de
recursos visando alcançar um resultado de política
– 4) Beneficiários da política: Atores que se beneficiam (ou perdem) em função dos impactos /
resultados da ação da política
A Título de Conclusão: a Experiência Brasileira
de Políticas de Inovação
• Políticas “Sistêmicas” e “Mission oriented”: experiências
pontuais bem sucedidas, mas relativamente “encapsuladas”.
• Pouca avaliação de impactos: dificuldade para legitimação das
políticas junto à sociedade
• Baixa efetividade do aparato institucional na construção de
convenções.
• Baixo foco em “mudanças transformadoras” e tendência à
reprodução de instrumentos e ações: necessidade de
adequação de “mix” de políticas
• Agências de Fomento: necessidade de transição de
acompanhamento burocráticos para “avaliação estratégica” de
projetos de inovação: possibilidade de “efeito demonstração”.