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Discentes
Dhiogo Gomes
Patrick de Oliveira
Bruno Filene
VIDA
• Darcy Ribeiro nasceu em Montes Claros/Minas Gerais, no dia 26 de
outubro de 1922 e faleceu em Brasília-DF no dia 17 de Fevereiro de 1997.
• Foi um antropólogo, escritor e politico brasileiro, conhecido por seu foco em
relação aos indígenas e à educação no pais.
• Suas ideias de identidade latino-americana influenciaram vários estudiosos
latino-americanos posteriores. Como Ministro da Educação no
Brasil, realizou profundas reformas que o levou a ser convidado a
participar de reformas universitárias no Chile, Peru, Venezuela, México e
Uruguai, depois de deixar o Brasil devido à ditadura militar de 1964.
• Foi casado com a etnóloga e antropóloga romena Berta Gleizer Ribeiro até
1974
FORMAÇÃO / CARREIRA PROFISSIONAL
• Foi para Belo Horizonte estudar Medicina, porém ao cursar disciplinas de
Ciências Sociais, decidiu-se por esta área. Em 1946, formou-se em antropologia
pela Escola de Sociologia e Politica de São Paulo e dedicou seus primeiros anos
de vida profissional ao estudo dos índios do Pantanal, do Brasil Central e da
Amazônia (1946-1956).
• Notabilizou-se fundamentalmente por trabalhos desenvolvidos nas áreas
de educação, sociologia e antropologia, tendo sido, ao lado do amigo a quem
admirava, Anísio Teixeira, um dos responsáveis pela criação da Universidade de
Brasília, elaborada no início da década de 1960, ficando também na história
desta instituição por ter sido seu primeiro reitor. Redigiu o projeto, como
funcionário do Serviço de Proteção ao Índio, do Parque Indígena do Xingu,
criado em 1961. Também foi o idealizador da Universidade Estadual do Norte
Fluminense (UENF). Publicou vários livros, vários deles sobre os povos
indígenas.
• Darcy Ribeiro foi ministro da Educação durante Regime
Parlamentarista do Governo do presidente João Goulart (18 de
setembro de 1962 a 24 de janeiro de 1963) e chefe da Casa Civil entre
18 de junho de 1963 e 31 de março de 1964. Durante a ditadura militar
brasileira, como muitos outros intelectuais brasileiros, teve seus direitos
políticos cassados e foi obrigado a se exilar, vivendo durante alguns
anos no Uruguai.
• Durante o primeiro governo de Leonel Brizola no Rio de Janeiro (1983-
1987), Darcy Ribeiro, como vice-governador, criou, planejou e dirigiu a
implantação dos Centros Integrados de Ensino Público (CIEP), um
projeto pedagógico visionário e revolucionário no Brasil de assistência
em tempo integral a crianças, incluindo atividades recreativas e
culturais para além do ensino formal - dando concretude aos projetos
idealizados décadas antes por Anísio.
• Nas eleições de 1986, Darcy foi candidato ao governo fluminense
pelo PDT concorrendo com Fernando Gabeira (então filiado
ao PT), Agnaldo Timóteo (PDS) e Moreira Franco (PMDB), mas foi
derrotado nas urnas, com a eleição de Moreira.
• Foi responsável pela criação e pelo projeto cultural do Memorial da América
Latina, centro cultural, político e de lazer, inaugurado em 18 de março de 1989,
no bairro da Barra Funda, em São Paulo, assim como foi responsável pelo
projeto de lei que deu origem a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira
(LDB), lei 9394/96 aprovado pelo senado brasileiro.
• Exerceu o mandato de senador pelo Rio de Janeiro de 1991 até sua morte em
1997 - anunciada por um lento processo canceroso que comoveu o Brasil. Darcy,
sempre polêmico e ardoroso defensor de suas ideias, teve, em sua longa agonia, o
reconhecimento e admiração até dos adversários.
INFLUÊNCIAS
• As ideias de Darcy Ribeiro pertenciam à escola evolucionista de sociologia e
antropologia, e suas principais influências eram neoevolucionista Leslie White e Julian
Steward, além do arqueólogo marxista Vere Gordon Childe. Ele acreditava que os povos
passavam por um "processo civilizatório, começando como caçadores-coletores. Este
"processo civilizatório" teria sido marcado por revoluções tecnológicas e, entre elas,
Darcy enfatizou as oito mais importantes:
a revolução agrícola
a revolução urbana
a revolução da irrigação
a revolução metalúrgica
a revolução pecuária
a revolução mercantil
a revolução industrial
a revolução termonuclear
OBRA: ANTROPOLOGIA DA CIVILIZAÇÃO
“Os interesses e as aspirações do seu povo jamais foram levados em conta, porque só se
tinha atenção e zelo no atendimento dos requisitos de prosperidade da feitoria
exportadora.” (P.447)
“O núcleo luso, formado por muito poucos portugueses que aqui entraram no
primeiro século, e por mulheres mais raras ainda, que aqui vieram ter, olhando a
todos os mais desde a altura do seu preconceito de reinóis, da força das suas armas,
operacionava sua espoliação econômica, querendo impor a todos sua fôrma étnica e
sua cara civilizatória.” (P.448)
“Ao contrário do que sucede com outros países, que guardam dentro do seu corpo
contingentes claramente opostos à identificação com a macroetnia nacional, no Brasil,
apesar da multiplicidade de origens raciais e étnicas da população, não se encontram
tais contingentes esquivos e separatistas dispostos a se organizar em quistos.” (P.450)
“O que desgarra e separa os brasileiros em componentes opostos é a
estratificação de classes.” (P.450)
“Para Sérgio Buarque de Holanda seriam características nossas, herdadas dos iberos,
a sobranceria hispânica, o desleixo e a plasticidade lusitanas, bem como o espírito
aventureiro e o apreço à lealdade de uns e outros e, ainda, seu gosto maior pelo ócio
do que pelo negócio. (...) resultaria uma certa frouxidão e anarquismo, a falta de
coesão, a desordem, a indisciplina e a indolência. Mas (...) também, certo pendor para
o mandonismo, para o autoritarismo e para a tirania.” (P. 451)
“Muito pior para nós teria sido, talvez, e Sérgio o reconhece, o contrário de nossos
defeitos, tais como, o servilismo, a humildade, a rigidez, o espírito de ordem, o sentido
de dever, o gosto pela rotina, a gravidade, a sisudez.” (P.451)