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UMA INTRODUÇÃO À LÓGICA FORMAL

TÓPICOS
1. O QUE É UM ARGUMENTO?
2. Argumento Valido e Invalido
3. Solidez
4. Argumentos Dedutivos e Indutivos
5. Validade Modal
6. Validade Modal e a Natureza das Premissas
7. SIMBOLOS FORMAIS
8. Constates Individuais
9. Constantes de Predicado
10. Negação
11. Conjunção
12. Disjunção
13. Implicação (Material)
14. Bi-Implicação
15. LOGICA PROPOSICIONAL
1 O QUE É UM ARGUMENTO?

No discurso comum, a palavra “argumentar” geralmente significa “discordar”


(geralmente carrega a implicação de que alguém o faz com insistência ou agressividade). Na
teoria da argumentação, argumento no sentido de desacordo é freqüentemente chamado de
"argumento-2". A lógica compreende argumentos no sentido probatório como coleções de
premissas e conclusões. As premissas fornecem a evidência que apoia a conclusão. Todo
argumento consiste em (1) um ato de conclusão, (2) um ou mais atos de premissa (que
afirmam proposições em favor da conclusão) e (3) uma palavra de inferência declarada ou
implícita que indica que a conclusão segue das premissas. Isso faz argumentos atos
intencionais que incorporam (1), (2) e (3).
1 O QUE É UM ARGUMENTO?

Leo Groarke dá o seguinte exemplo prático. Ele pede-nos para


considerar o trecho a seguir de um artigo de opinião do Western
Courier (25/10/08), que criticou grupos conservadores que não
estavam dispostos a apoiar qualquer tipo de pesquisa embrionária:

• Essa [oposição à pesquisa embrionária] é míope e teimosa. O fato é que os fetos estão sendo abortados, quer os
conservadores gostem ou não. Após o aborto, os embriões estão sendo literalmente jogados fora quando poderiam
ser usados em pesquisas médicas que salvam vidas. Tornou-se uma questão de crenças religiosas e pessoais, e
outras equivocadas. Vidas poderiam ser salvas e melhoradas muito se apenas os cientistas pudessem usar embriões
que seriam jogados no lixo.
1 O QUE É UM ARGUMENTO?

Podemos analisar esse argumento como:

• Premissa: Fetos estão sendo abortados de qualquer maneira.


• Premissa: vidas poderiam ser salvas e melhoradas muito se os
cientistas tivessem permissão de usar embriões que seriam
jogados no lixo.
• Indicador de inferência: (implícito, não declarado): (... daí ...)
• Conclusão: A oposição conservadora à pesquisa embrionária é
míope e teimosa.
1.1 Validade e Invalidade

A validade de um argumento está ligada a forma em que o argumento é estruturado. Todo


argumento, seja valido ou inválido, tem premissas e conclusão. Porém, um argumento valido
tem todas as suas premissas conectadas de modo que a conclusão é consequência lógica das
mesmas. Como no exemplo do argumento acima, as premissas devem estar estabelecidas de
modo que a conclusão seja adequadamente derivada. Considere um exemplo mais simples e
tradicional:

• Todo Gato é mamífero


• Miau é um gato
• Logo, Miau é um mamífero
1.1 Validade e Invalidade

será valido! Por outro lado, argumentos da forma...

Alguns mamíferos são gatos


Miau é um gato
Logo, miau é um mamifero

nunca são validos. A diferença entre ambos argumentos é que no caso do


primeiro, a conclusão se segue das premissas. Com efeito, as premissas garantem
logicamente a verdade da conclusão. Isso não acontece no segundo argumento.
1.1 Validade e Invalidade

No segundo argumento, a primeira premissa diz que alguns mamíferos são


gatos, porém, não diz se todos os gatos são mamíferos. No caso, a primeira
premissa deixa em aberto se são todos os gatos ou só alguns. Por causa dessa
ambiguidade, o segundo argumento é invalido. Pois ele não garante que, uma vez
que as premissas são verdadeiras, a conclusão é necessariamente verdadeira.

É importante enfatizar que as premissas de um argumento não precisam ser


verdadeiras para que o argumento seja válido.
1.1 Validade e Invalidade

Um argumento é válido se as premissas e as conclusões estiverem relacionadas


umas com a outras da maneira correta, de modo que, se as premissas forem
verdadeiras, a conclusão também terá que ser verdadeira. A título de exemplo,
considere, então, um argumento como o seguinte:

• Todas as geladeiras são itens feitos de ouro.


• Todos os itens feitos de ouro são dispositivos de viagem no tempo.
• Portanto, todas as geladeiras são dispositivos de viagem no tempo.
1.1 Validade e Invalidade

Obviamente, as premissas desse argumento não são verdadeiras.


Pode ser difícil imaginar essas premissas sendo verdadeiras, mas não
é difícil perceber que, se elas fossem verdadeiras, sua verdade
logicamente garantiria a verdade da conclusão.
1.2 Solidez

Quando construímos nossos argumentos, devemos procurar construir um que não seja
apenas válido, mas sólido. Um argumento sólido é aquele que não é apenas válido, mas
começa com premissas que são realmente verdadeiras. O exemplo dado sobre as
geladeiras é válido, mas não é sólido. No entanto, o seguinte argumento é válido e sólido:

• Em alguns estados, nenhum criminoso é eleitor elegível, ou seja, elegível para votar.
• Nesses estados, alguns atletas profissionais são criminosos.
• Portanto, em alguns estados, alguns atletas profissionais não são eleitores elegíveis.
1.2 Solidez

Aqui, não apenas as premissas fornecem o tipo certo de suporte para a conclusão, mas as
premissas são realmente verdadeiras. Portanto, assim é a conclusão. Embora não faça parte
da definição de um argumento sólido, porque os argumentos sólidos começam com premissas
verdadeiras e têm uma forma que garante que a conclusão deva ser verdadeira se as
premissas forem, argumentos sólidos sempre terminam com conclusões verdadeiras.

Deve-se notar que tanto argumentos inválidos quanto válidos, mas não sólidos, podem,
no entanto, ter conclusões verdadeiras. Não se pode rejeitar a conclusão de um argumento
simplesmente descobrindo um dado argumento para que essa conclusão seja falha.
1.3 Argumentos dedutivos e indutivos

Até agora, temos lidado apenas com argumentos dedutivos. Porém, além desses, há também
os argumentos indutivos. A diferença se constitui no seguinte: Um argumento dedutivo é um
argumento que o argumentador pretende ser dedutivamente válido, ou seja, fornecer uma
garantia da verdade da conclusão, desde que as premissas do argumento sejam verdadeiras. Esse
ponto pode ser expresso também dizendo que, em um argumento dedutivo, as premissas
pretendem fornecer um apoio tão forte à conclusão de que, se as premissas forem verdadeiras,
seria impossível que a conclusão fosse falsa. Um argumento no qual as premissas conseguem
garantir a conclusão é chamado de argumento (dedutivamente) válido. Esse é o tipo de argumento
que temos lidado até agora, e que continuaremos a lidar logo mais.
1.3 Argumentos dedutivos e indutivos

Já o argumento indutivo é um argumento que o argumentador


pretende que seja forte o suficiente para que, se as premissas fossem
verdadeiras, seria improvável que a conclusão fosse falsa. Portanto, o
sucesso ou a força de um argumento indutivo é uma questão de grau,
diferentemente dos argumentos dedutivos. Não existe um termo padrão
para um argumento indutivo bem-sucedido, mas aqui podemos usar o
termo "forte". Argumentos indutivos que não são fortes são considerados
fracos; não há uma linha acentuada entre forte e fraco.
1.3 Argumentos dedutivos e indutivos

Um argumento indutivo pode ser afetado pela aquisição de novas premissas (evidência),
mas um argumento dedutivo não pode ser. Por exemplo, este é um argumento indutivo
razoavelmente forte:

• Hoje João disse que gosta de Maria


• Então, João gosta de Maria hoje

mas sua força muda radicalmente quando adicionamos essa premissa:

• João disse a Paulo hoje que ele realmente não gostava da Maria.
1.4 Validade Modal

Vamos agora nos mover para falar sobre validade modal. UM ARGUMENTO é modalmente
válido apenas em caso de, necessariamente, se suas premissas forem verdadeiras, então sua
conclusão é verdadeira. Dado o que falei anteriormente, quando falei sobre validade, parece
que estou indo tratar da mesma coisa. Porém, não é verdade. Todo argumento que é
modalmente valido, também é logicamente valido, porém, nem todo argumento logicamente
valido é modalmente valido. Argumentos logicamente validos implicam na verdade da
conclusão como uma implicação LÓGICA da verdade das premissas, porém, diferentes dos
argumentos modalmente validos, a verdade da conclusão não é uma implicação
NECESSÁRIA\MODAL das premissas.
1.4 Validade Modal

Uma vez que existem argumentos modalmente válidos, existem, igualmente, premissas e
conclusões de argumentos válidos modalmente. Essas premissas e conclusões têm certas
características. Por exemplo, elas existem necessariamente, têm suas condições de verdade
essencialmente e são os portadores fundamentais de verdade e de falsidade. Considere o
seguinte exemplo de um argumento modalmente valido:

Todos os homens são mortais.


Sócrates é um homem.
Portanto, Sócrates é mortal.
1.4 Validade Modal

A primeira premissa é verdadeira apenas no caso de todos os homens serem mortais. A segunda
é verdadeira apenas no caso de Sócrates ser um homem. E a terceira é verdadeira apenas no
caso de Sócrates ser mortal. A primeira, segunda e terceira premissa têm as condições de
verdade que acabamos de observar. Para ficar claro o porquê esse argumento é modalmente
valido, suponha que seja possível que elas, as premissas, tenham condições de verdade
diferentes. Ainda mais, suponha, por reductio, que todas sejam conjuntamente possíveis: A
primeira é verdadeira se e somente se cães latirem e a segunda é verdadeira se e somente se o
céu estiver azul e a terceira é verdadeira se e somente se os porcos voarem; os cães latem, o
céu está azul e os porcos não voam.
1.4 Validade Modal

Nossa suposição de reductio implica que é possível que a primeira e a segunda premissas sejam
verdadeiras e terceira falsa. Portanto, isso implica que o argumento acima não é modalmente válido.
Mas esse argumento é modalmente válido. Então, o que supomos para reductio é falso. Portanto,
existem certas condições de verdade que as premissas e conclusões do argumento acima não
poderiam ter. A primeira, a segunda e terceira premissa, no caso, a conclusão, têm suas condições
de verdade essencialmente. No caso, não é possível que as premissas e a conclusão desse argumento
existam e tenham condições de verdade diferentes daquelas que elas realmente têm. Esse raciocínio
pode ser adaptado às premissas e conclusões de outros argumentos válidos modalmente. As premissas
e conclusões de argumentos modalmente válidos têm suas condições de verdade essencialmente.
1.5 Validade Modal e a Natureza das
Premissas

Dado tudo o que foi dito até agora, podemos deduzir que uma premissa é uma
proposição na qual um argumento se baseia ou a partir da qual é tirada uma
conclusão. Em outras palavras, uma premissa inclui as razões e as evidências por trás
de uma conclusão. Até aí tudo bem, porém, o bicho pega quando consideramos as
implicações da validade modal para a natureza das premissas. Isso é assim, porque,
geralmente, fala-se que proposições são sentenças declarativas, ou seja, com
frequência, diz-se que uma proposição se constitui quando enunciamos uma
constatação sobre o mundo.
1.5 Validade Modal e a Natureza das
Premissas

Fala-se que apenas proposições podem ser premissas porque é acreditado que apenas
proposições podem possuir valor de verdade, isto é, ser verdadeiro ou falso. No caso, sentenças
interrogativas ou imperativas não possuem valor de verdade. O valor de verdade está ligado a
uma correspondência entre a sentença\enunciado e uma porção da realidade\mundo.

Todavia, muitos lógicos\filósofos acreditam que sentenças declarativas não são proposições,
mas expressam proposições. Para ficar mais claro, considere a seguinte sentença declarativa:

João ama Maria


1.5 Validade Modal e a Natureza das
Premissas

Essa sentença expressa a seguinte proposição:

<João ama Maria>

Os colchetes angulares marcam a anotação padrão para proposições.


Essa proposição é constituída de João, do próprio João, de Maria e da
relação “ama”. Veja que ela é constituída dos referentes da sentença
declarativa, por isso fala-se que a sentença expressa a proposição.
1.5 Validade Modal e a Natureza das
Premissas

Como falei antes, se consideramos a validade modal, podemos


entender, mais claramente, o porquê não é possível que sentenças
declarativas, pelo menos no tocante a argumentos modalmente validos ,
não podem ser premissas. As premissas e conclusões dos argumentos
modalmente válidos, como vimos, existem necessariamente. Sentenças
declarativas existem contingentemente. Portanto, é fácil de concluir que
as sentenças declarativas não constituem argumentos modalmente válidos.
3 SIMBOLOS FORMAIS

A lógica é uma linguagem artificial, como toda linguagem ela


tem seu alfabeto. No alfabeto lógico podemos encontrar os
seguintes símbolos:
3.1 Constates Individuais

Nas primeira e segunda linhas temos o que pode ser chamado de


constantes individuais. Sua função é representar\designar
indivíduos, considere o seguinte exemplo:

• Todo sapo é um anfíbio


• Cleo é um sapo
• Logo, Cleo é um anfíbio
3.1 Constates Individuais

O seguinte argumento tem, entre um dos constituintes das premissas,


um nome próprio, a saber, Cleo. No caso, esse nome, diferente dos outros
termos presentes nas premissas, designa um indivíduo em particular. Logo,
para representa-lo numa formalização do argumento, será necessário o
uso de alguma das constantes individuais – qualquer uma a....t. Há
igualmente a possibilidade do uso de subscritos como a¹......q²².
(Subscritos são números arábicos para os números naturais positivos).
Assim, podemos ter um conjunto infinito de constantes individuais.
3.2 Constantes de Predicado

Nas terceira e quarta linhas temos símbolos que representam constantes de predicados. As
constantes de predicados servem para representar os predicados que são ligados aos sujeitos em frases
como:

Cleo é um sapo

O predicado “é um sapo” designa uma propriedade particular possuída por um indivíduo particular, a
saber, Cleo. Cleo possui a propriedade de ser um sapo. Esse predicado\propriedade é demonstrado
formalmente através do uso de uma das constantes do alfabeto acima. Digamos que a constante S
designe “ser um sapo”.
3.2 Constantes de Predicado

Veja, S não é necessariamente preferível simplesmente porque é a primeira letra da palavra


“sapo”, em hipótese, qualquer outra constante poderia fazer o trabalho de S. Uma vez que c designa
Cleo e S designa “ser um sapo”, temos então a seguinte formalização da sentença “Cleo é um sapo”:

Sc

Esse tipo de símbolo de predicado recebe o nome de unário. Mas um segundo tipo que designa
relações, é o símbolo conhecido como binário. Considere a seguinte sentença:

João é mais alto que Maria


3.2 Constantes de Predicado\3.3 Conjunção

Podemos usar a seguinte notação, tomando j para João, m para Maria e A para “mais alto
que”:

Ajm

A quinta linha diz respeito aos símbolos lógicos usado nas formulas que são construídas a
partir de formulas mais simples. As formulas mais simples, expostas acima, são conhecidas
como formulas atômicas, e elas podem ser usadas, como de fato são, para formar outras
formulas, a saber, formulas moleculares. Considere a seguinte sentença exemplo:

Cleo é um sapo e Miau é um gato


3.3 Conjunção

Veja que essa sentença difere da sentença com predicado binário. Aqui temos dois predicados, a saber “ser um
sapo” e “ser um gato”. Aqui não há qualquer contraste entre ambos os indivíduos, Cleo e Miau, como acontece no
exemplo do João e da Maria. Temos apenas que Cleo é um sapo e Miau é um gato. Para ambos temos as seguintes
formulas lógicas:

Sc e Gm

Mas necessitamos também de uma representação lógica para a conjunção ‘e’. Aí é onde entra os símbolos da
quinta linha do alfabeto. Temos então:

(Sc ∧ Gm)
3.3 Conjunção\3.4 Negação

Essa sentença é chamada de molecular porque ela é a união de duas sentenças – Cleo é
um sapo\Miau é um gato. As sentenças não moleculares são conhecidas como atômicas, e
possuem apenas um predicado. Existe o operador de negação, que prefixado a uma formula
lógica ele serve para negar o que essa formula lógica está dizendo. Considere a sentença:

Cleo não é um peixe

No caso, temos a seguinte notação lógica, P para peixe, c para Cleo e ¬ para não\negação:

¬Pc
3.4 Negação

No caso, temos explicitado em notação lógica “Cleo não é um


peixe”. Esse operador, o operador de negação ¬, é o único que
pode ser prefixado tanto a formulas atômicas, como no caso acima,
quanto a formulas moleculares. Todos os outros, só são prefixados a
formulas moleculares.
3.5 Disjunção

Como próximo operador, temos o operador de disjunção. Considere a sentença:

Cleo é um sapo ou Miau é um gato

Aqui temos mais uma formula molecular, considere a notação lógica dada
mais acima para essa sentença quando ela estava com forma de conjunção, agora,
no lugar da conjunção considere o símbolo lógico para disjunção “ou”, temos o
seguinte:
(Sc v Gm)
3.5 Implicação Material

O próximo operador é conhecido por implicação (material). Ele


corresponde ao “se...então...”. Sentenças desse tipo, são chamadas de
sentenças condicionais. O símbolo que utilizaremos para implicação é .
Para ficar mais claro de entender, iremos repetir aqui o processo que
fizemos com todos os outros operadores, iremos apresentar um exemplo
do uso do mesmo, considere a sentença:

Se neva, então faz muito frio


3.5 Implicação Material

Aqui não temos predicado ou indivíduos particulares, iremos usar


simplesmente letras para simbolizar “neva” e “faz muito frio”. N para “neva” e F
para “faz muito frio”. Temos a seguinte formalização:

(N  F)

Dado um condicional, chamamos de antecedente a sentença que ocorre a


esquerda de , e de consequente a sentença que ocorre a sua direita.
3.6 Bi-implicação

O último operador que nos falta considerar é bi-implicação. Uma


proposição em que aparece uma bi-implicação é chamada bi-condicional.
Como o próprio nome já sugere, é uma condicional nas duas direções,
correspondendo às expressões ‘....se e somente se...’ e ‘...é equivalente
a...’. O símbolo que usamos é ↔. Portanto, (N ↔ F) formaliza a sentença
“Neva se e somente se faz muito frio”.
4 UMA BREVE INTRODUÇÃO À LÓGICA
PROPOSICIONAL

As linguagens proposicionais são subconjuntos da lógica de primeira ordem, ou


seja, da logica que lida diretamente com predicados n-ários, variáveis e constantes
individuais. Diferente dessa, a lógica proposicional faz uso apenas de predicados 0-
ários. Todavia, ela todos os conectivos lógicos expostos acima.

O que será tratado aqui, é a função de verdade presente na semântica da lógica


proposicional. Para chegar ao valor de verdade, isto é, verdadeiro ou falso, de uma
formula molecular, devemos desmembrá-la em formulas mais simples, isto é, formulas
atômicas.
4 UMA BREVE INTRODUÇÃO À LÓGICA
PROPOSICIONAL

Através da verdade das formulas que a constitui, podemos chegar ao seu valor
de verdade. A titulo de exemplo, considere a sentença “João é músico”,
representada pela letra sentencial S, que é verdadeira. Qual seria o valor da sua
negação, isto é, “João NÃO é músico”? Dado o valor da formula atômica, S,
podemos concluir que ¬S é falsa, pois, o que temos, em ¬S, é a negação de S,
porém, S é verdadeira, o que faz com que ¬S seja falsa. Podemos construir uma
tabela, o que é similar a uma tabuada, na realidade, é um método muito útil para
saber o valor de verdade de uma dada formula. Considere a seguinte tabela:
4 UMA BREVE INTRODUÇÃO À LÓGICA
PROPOSICIONAL

Explicando: Na primeira coluna da tabela, temos uma formula a qualquer, que


pode ser verdadeira ou falsa. Essas duas possibilidades são representadas pelas duas
linhas da tabela. Na primeira, supomos que a tem valor V, na segunda, que tem F. Na
segunda coluna, temos, para cada linha, o valor correspondente de ¬a. Quando a
tem V, isto é, como na linha 1, ¬a tem F. O mesmo pode ser aplicado aos demais
conectivos.

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