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ENSAIOS DOS MATERIAIS

INTRODUÇÃO
Para que servem os ensaios
mecânicos?

Para tentar uma APROXIMAÇÃO do comportamento do


material em serviço.

Os materiais se comportam diferentemente dependendo de


sua natureza (composição química), tipo de esforço (tração,
compressão, torção), e processamento (tratamentos térmicos,
tratamentos termoquímicos, encruamento, forjamento).

Por fim, ensaiar os materiais visa, acima de tudo, PREVENIR


ACIDENTES E GARANTIR INTEGRIDADE FÍSICA DAS
PESSOAS, além de evitar reparos desnecessários que
aumentam o custo do projeto/produto.
Processamento dos materiais implica em
mudança de propriedade(s) mecânica(s)
Estudo de caso:
Você foi incumbido de fabricar um eixo. Sua tarefa vai
desde a seleção do material até a entrega do pronto a
um cliente. E agora?

Ao escolhermos um material para um


projeto devemos ter em mente dois
fatores importantes:

1°) Características de processamento

2°) Características de aplicação


1°) Características de processamento

Forjabilidade: facilidade em se deformar e preenchar


uma matriz.
Ex: produção de chaves

Usinabilidade: facilidade em ser cortado.


Ex: facilidade em usinar um eixo no torno

Suscetibilidade a tratamentos: condições químicas


favoráveis à realização de tratamentos térmicos e
termoquímicos.
Ex: cementação, têmpera
2°) Características de aplicação

Resistência mecânica: após o processamento, a


resistência mecânica do eixo dever ser igual a
especificada no projeto.

Resistência ao desgaste: normalmente partes usadas em


transmissão de movimento se desgastam facilmente
caso não tenha uma superfície dura.

Ductilidade: o eixo receberá cargas de impacto? Ele


absorverá a energia transferida para ele sem se romper?
Você compra um aço e quando ele
chega na empresa...
Quem garante que o aço que você comprou é o que
estão te entregando? Quem garante que não houve troca
de mercadoria?

Faz-se:

• Análise química;
• Ensaio de resistência mecânica (tração/compressão);
• Ensaio de dureza.
Revisando...
Resistência: tensões que os materiais suportam. A
resistência depende do tipo de esforço (tensão,
compressão, cisalhamento).
Elasticidade: propriedade que mede a recuperação de
forma do material ao se retirar o esforço aplicado.
Plasticidade: reflete a capacidade de um material se
deformar permanentemente sem se romper.

Resiliência:

Tenacidade:
Tipos de ensaios

Destrutivos: após esse tipo de ensaio o componente se


total parcial ou totalmente inútil.
Ex: tração, dureza, dobramento...

Não-destrutivo: Não compromete nenhuma


característica/;propriedade do material. Alguns são feitos
com o componente em serviço.
Ex: raios X, líquidos penetrantes...

NOTA: quanto à velocidade de aplicação de carga, os


ensaios podem ser estáticos ou dinâmicos
Para mecânica o que mais importa é
a TENSÃO

FORÇA
TENSÃO =
ÁREA

CUIDADO!!!!!!
Resistência está ligada com tensão, mas não são a
mesma coisa.

RESISTÊNCIA É A CAPACIDADE DE UM
MATERIAL “ACOMODAR” A TENSÃO.
RESISTÊNCIA É A CAPACIDADE DE UM
MATERIAL “ACOMODAR” A TENSÃO.
EXEMPLO:

Você tem dois corpos de prova, um de argila e um de aço


SAE 1045.

Você aplica a mesma força nos dois


(considerando esforço de tração).

Obviamente, o de argila romperá primeiro.

Quem é mais resistente? Por quê?


Os tipos de esforços aplicados nos
materiais
EXEMPLO:

TRAÇÃO
Os tipos de esforços aplicados nos
materiais
EXEMPLO:

COMPRESSÃO
Os tipos de esforços aplicados nos
materiais
EXEMPLO:

FLEXÃO
Os tipos de esforços aplicados nos
materiais
EXEMPLO:

CISALHAMENTO
Os tipos de esforços aplicados nos
materiais
EXEMPLO:

TORÇÃO
ENSAIO DE TRAÇÃO
Máquina de ensaio de tração
Princípio de funcionamento
Resultado de ensaio de tração
Resultado de ensaio de tração

OA – REGIÃO DE COMPORTAMENTO ELÁSTICO

OA – REGIÃO DE DESLIZAMENTOS DE DISCORDÂNCIAS

AF– REGIÃO PLÁSTICA

OBS. 1: O PROCESSO DE RUPTURA TEM INÍCIO EM U


E TERMINA EM F.

OBS. 2: DEPENDENDO DO MATERIAL A CURVA


TENSÃO X DEFORMAÇÃO VARIA.
Gráfico tensão x deformação para
diferentes tipos de materiais
Módulo de elasticidade – representa a
rigidez do material
Módulo de elasticidade e temperatura
Temperatura de fusão e módulo de
elasticidade

LIGAÇÕES QUÍMICAS DO MATERIAL


Módulo de resiliência (Ur)
Resiliência é a capacidade de um material absorver energia na
região elástica; essa energia é descarregada uma vez que o esforço
é retirado material

A medida dessa propriedade é dada pelo módulo de resiliência.


É A ENERGIA POR UNIDADE DE VOLUME NECESSÁRIA PAR
TRACIONAR O MATERIAL ATÉ O LIMITE DE ESCOAMENTO.
Módulo de tenacidade (Ut)
Tenacidade é a capacidade de um material absorver energia até
atingir a fratura.

A medida dessa propriedade é dada pelo módulo de tenacidade.

É A ENERGIA POR UNIDADE DE VOLUME NECESSÁRIA PARA


TRACIONAR O MATERIAL ATÉ A RUPTURA.
Fratura
Fragmentação de um corpo devido a ação de
uma tensão
Ocorre em dois estágios:

1. Nucleação da trinca

2. Coalescimento (crescimento) da trinca.

As duas categorias mais gerias de fratura são:

1. Fratura dúctil – considerável deformação plástica antes e


durante a propagação da trinca

2. Fratura frágil – ocorre com nenhuma deformação


macroscópica (que se pode ver a olho nu)
Fratura
Frátura frágil Frátura dúctil
Máquina para ensaio de tração
Ensaio em temperatura ambiente
Máquina para ensaio de tração
Ensaio em temperaturas acima ou
abaixo da ambiente.

Para temperaturas acima da


ambiente usamos uma espécie de
forno/estufa.

Para temperaturas abaixo da


ambiente usamos nitrogênio líquido.
Máquina para ensaio de tração
Garra de fixação da amostra
Máquina para ensaio de tração
Célula de carga
Máquina para ensaio de tração
LIGA/DESLIGA

SEGURANÇA!!!!!!!
Máquina para ensaio de tração
ANÁLISE DE RESULTADOS
Máquina para ensaio de tração
ANÁLISE DE RESULTADOS
Máquina para ensaio de tração
ANÁLISE DE RESULTADOS
Máquina para ensaio de tração
ANÁLISE DE RESULTADOS

Essa parte inicial do gráfico não é linear devido à acomodação


do corpo de prova na máquina
ENSAIO DE COMPRESSÃO

“Aplicação de carga compressiva uniaxial”


ENSAIO DE COMPRESSÃO

Quando um material é submetido a um ensaio de


compressão, seu comportamento é bem semelhante de
quando ele é submetido a um ensaio de tração.

Temos igualmente a deformação elástica até o limite de


escoamento, seguida da deformação plástica, passando
pelo estágio de endurecimento (encruamento), até romper.

Ao contrário do ensaio de tração no ensaio de compressão


o corpo de prova tem seu diâmetro aumentado ao invés de
diminuído.
ENSAIO DE COMPRESSÃO

Vários materiais FRÁGEIS são testado por esse tipo de


ensaio. Exemplo:

As cerâmicas possuem pequenos poros que servem como


concentradores de tensão quando um esforço de tração é
aplicado, todavia ao aplicarmos um esforço de compressão,
tem-se a tendência de fechamento desses poros,
implicando em maior resistência sob compressão do que
sob tração.
ENSAIO DE COMPRESSÃO
ENSAIO DE COMPRESSÃO
ENSAIO DE COMPRESSÃO
Deformação do corpo de prova dúctil.

Devido o atrito o corpo


de prova não de deforma
muito nas extremidades

Saindo das extremidades,


não temos nenhuma forca
externa impedindo a
deformação do corpo,
gerando mais deformação
do que nas bordas
Temos o chamado “EMBARRILHAMENTO”
ENSAIO DE COMPRESSÃO
ENSAIO DE COMPRESSÃO
Deformação do corpo de prova frágil.

Devido o atrito o corpo


de prova não de deforma
muito nas extremidades

Como o material é frágil,


observamos quase nenhuma
deformação plástica. O material
rompe com pouquíssima/nenhuma
deformação plástica radial

Não observamos o “EMBARRILHAMENTO”


ENSAIO DE COMPRESSÃO
ENSAIO DE DUREZA
Consiste em imprimir uma pequena marca
na superfície de um material com objetivo de
medir sua resistência à penetração
ENSAIO DE DUREZA

A determinação da dureza depende de dois fatores


básicos:

1. Da marca da impressão (profundidade);


2. Carga aplicada.

Penetração implica em DEFORNAÇÃO PERMANETE da


amostra. Portanto, o ensaio de dureza quantifica a
resistência à deformação permanente de um material.
ENSAIO DE DUREZA

A determinação da dureza depende de dois fatores


básicos:

1. Da marca da impressão (profundidade);


2. Carga e pré-carga aplicadas.

Penetração implica em DEFORNAÇÃO PERMANETE da


amostra. Portanto, o ensaio de dureza quantifica a
resistência à deformação permanente de um material.
ENSAIO DE DUREZA
Dureza por risco: escala (unidade) Mohs; mais
utilizadas no campo dos minerais.

Escala de 10 minerais padrões:

• Mais duro (risca todos) é o diamante, ocupando a


posição 10 da escala.
• Mais mole é o talco (silicato de magnésio), ocupando
a posição 1 da tabela. Ele é riscado por qualquer
mineral.
Escala Mohs de dureza
DUREZA POR PENETRAÇÃO
DUREZA BRINELL
Consiste em imprimir uma esfera de aço temperado ou carbeto
de tungstênio na superfície do corpo de prova. Isso gerará uma
superfície esférica (uma calota)
DUREZA BRINELL
A dureza Brinell é tida como o quociente entre a FORÇA
aplicada e a ÁREA da calota esférica.

Força
HB =
Area
Força [N]
Área [mm^2]

Veja que a dureza Brinell é expressa em termos da TENSÃO


(Pascal – Pa)
DUREZA BRINELL
DUREZA BRINELL
Na prática, não o cálculo da dureza através da fórmula, pois
existem tabelas que nos fornecem valores de dureza para
diferentes materiais a partir do diâmetro da impressão deixada
no material

O ensaio
O ensaio
DUREZA BRINELL
O ensaio
DUREZA BRINELL

Normalmente usamos esferas de 10 mm

Dureza Brinell: HBs (para esferas de aço) ou HBw (para esferas de


tungstênio)
O tempo de aplicação da carga é entre 10 e 15 segundos.

A medição do diâmetro da impressão pode ser feito com auxilio de


microscópio ou lupa graduada

Devido à grande impressão deixada pelo penetrador, a amostra pode


perder a utilidade; em alguns casos a peça/componentes ainda pode
ser usado depois de testado. Logo, ensaios de dureza Brinell podem
ser destrutivos ou não
O ensaio
DUREZA BRINELL

Devido ao tamanho da esfera, esse ensaio não é capaz de testar


qualquer amostra, mais especificamente amostras pequenas

Indicado para materiais com estrutura não homogênea, devido ao


tamanho da esfera
Esse ensaio não é recomendado para amostras que tenham sofrido
tratamentos superficiais, pois a esfera pode ultrapassar essa camada,
gerando erro de medição.
A distância entre uma impressão e outra dever ser de 4 vezes o
diâmetro da esfera para materiais ferrosos e de 6 vezes para os demais
materiais
A distância entre a impressão e a borda da amostra de ser, de no
mínimo, 2,5 vezes o valor do diâmetro.
O ensaio
PENETRADORES
Correlação entre dureza Brinell e
resistência à tração
Nem sempre dispomos de uma máquina de tração, mas temos
como obter valores APROXIMADOS da tensão máxima de
resistência à tração de uma amostra a partir da medida de
dureza Brinell.

Dureza Brinell

Constante de
Limite de
proporcionalidade
resistência
à tração
Exercício 1:
Você tem um aço-cabono com cerca de 0,77% de
carbono. Qual o limite de resistência à tração desse aço.

Dica: consulte as tabelas anteriores.

Exercício 2:
Você tem um aço-cabono SAE 1045. Qual o limite
de resistência à tração desse aço.

Dica: consulte as tabelas anteriores.


DUREZA ROCKWELL
É o método mais usado industrialmente

Não há relação com a área de impressão, como na dureza Brinell


Baseia-se na impressão causada pela aplicação de uma carga conhecida;
essa carga será o indicador de dureza.

Penetradores:
Diamante cônico com angulação de 120°
DUREZA ROCKWELL

Penetradores:
Esfera de aço endurecido de diferentes diâmetros – 1,59 mm (a mais
usada), 3,17 mm, 6,35 mm e 12,70 mm.
DUREZA ROCKWELL

Aplicação de pré-carga
O ensaio de dureza Rockwell usa pré-carga. Sua utilização é feita
porque:

1. Eliminar a influencia de pequenos defeitos superficiais da amostra;

2. Causa uma pequena deformação permanente. Isso elimina a


chance de começarmos o ensaio na região elástica;

3. A máquina correlaciona a pré-carga + a profundidade do


penetrador, mostrando ao operador DIRETAMENTE a dureza do
material, sem necessidade de cálculo;

4. Dependendo do penetrador utilizado e da pré-carga utilizada, o


ensaio de dureza Rockwell é classificado em escalas.
Recomendações no ensaio Rockwell
1. A superfície da peça a ser testada deve está limpa e com baixa
rugosidade;
2. O penetrador deve estar posicionado perpendicularmente em
relação à superfície da amostra;

3. Se houver dúvida do material testado, deve-se usar a escala cujo


penetrador seja mais duro, pois se o material tiver uma dureza muito
próxima da dureza do penetrador, esse pode ser danificado;
4. A distância entre penetrações vizinhas deve ser de 3 vezes o
diâmetro da penetração. A distância da penetração em relação à
borda deve ser de 2,5 vezes diâmetro da penetração.
Vantagens do ensaio Rockwell

1. Sua execução é rápida – tempo é dinheiro;

2. Menor chance de erros, visto que a máquina dá o


resultado, não dependendo do operador para fazer
nenhuma medição de diâmetro de impressão;

3. Pode-se testar materiais muito duros, visto que se tem


um penetrador de diamante;

4. A impressão é geralmente bem pequena, o que não


impede de colocar o material em serviço (mas existem
exceções);
Dureza Vickers
Criada em 1925 por Smith e Sandland.

Foi batizada de Vickers devido a máquina para esse tipo


de ensaio ter sido confeccionada pela empresa Vickers-
Amstrong Ltda.

Essa dureza correlaciona a carga aplicada com a área


superficial de impressão.

O penetrador é uma pirâmide de diamante de base


quadrada, e os ângulo entre suas faces opostas são de
136°.
Dureza Vickers

Esse tipo de ensaio é aplicável à qualquer tipo de


material, seja de dureza muito elevada, espessura
pequena e com superfícies irregulares.

Devido ao formato do penetrador, a impressão deixada é


um losango regular.

Força
HV = 0,189
d^2
Dureza Vickers
Penetrador
Dureza Vickers
Penetrador
Dureza Vickers
Impressão com diagonais de diferentes
tamanhos

Usa-se as média aritmética das diagonais.

Possivelmente o material estava com as superfícies não


paralelas, gerando essa impressão com diagonais de
tamanhos diferentes.
Dureza Vickers

A fórmula que imos para calcular a dureza Vickers


raramente e usada, visto que temos várias tabelas que
fornecem os valores diretamente.

Carga normal – 49 à 980 N


Carga pequena – 1,96 à 49 N
Microcarga – 0,0098 à 1,96 N

Não existe uma carga específica para cada tipo de


material. A DUREZA INDEPENDE DA CARGA
UTILIZADA. Escolhe-se -se um valor de carga que cause
uma impressão de tamanho suficiente para ser medida.
Dureza Vickers
Porque podemos usar a dureza Vickers para
qualquer material?
Dureza Vickers
A saber sobre a dureza Vickers...
1. Escala contínua de carga;
2. Impressões pequenas comparado com os outros tipos de
dureza;
3. Penetrador muito duro, o que permite testar materiais de
dureza bem elevadas;
4. Devido à pequena impressão, usa-se para materiais com
espessura bem pequenas;

5. É pouco usado na indústria devido ao tempo de ensaio;


6. A distância entre as impressões e a borda deve ser de, no
mínimo, 2,5d.
Microdureza
Usa-se quando se quer determinar a dureza de uma região
da amostra apenas.
Exemplo: gradiente de dureza de uma peça que passou pelo
processo de nitretação.
Microdureza
Cargas de ensaio abaixo de 1 kgf

Microdureza Vickers

Usa-se o mesmo penetrador, uma pirâmide de base


quadrada cujos ângulos são de 136° entre si.

Microdureza Knoop

Sua diferença com relação à dureza Knoop é o penetrador.


Uma das suas diagonais é maior
Microdureza
Microdureza Knoop Força de
medição

14,23 F
HK =
D^2

Comprimento da
maior diagonal
Ensaio de Impacto
Ensaio de Impacto
O comportamento DÚCTIL-FRÁGIL dos materiais pode ser
caracterizado através de um ensaio de impacto

Historicamente...
No período da segunda guerra mundial os engenheiros e
projetistas ficaram intrigados com o alto índice de
rompimento de navios ao meio, especialmente nas áreas
soldadas e rebitadas.
Essas rupturas inexplicáveis ocorriam também em
tubulações e vasos de pressão.

Notou-se que esse fenômeno ocorria especialmente no


inverno
Ensaio de Impacto
Esse ensaio consiste em verificar a capacidade de um
material absorver energia sob aplicação de cargas
DINÂMICAS.
Resultado de um ensaio de impacto.
Ensaio de Impacto
Conclusão da época...

Materiais dúcteis podem se comportar de forma frágil.


Isso depende de alguns fatores:

1. Tensões aplicadas no três eixos - entalhes

2. Temperaturas baixas – temperatura de transição dúctil-


frágil

3. Alta taxa/velocidade de deformação (impacto)


Ensaio de Impacto
Consiste na aplicação de uma carga dinâmica num
corpo-de-prova e consequente análise da energia
absorvida

Como funciona?

1. Posicionamos um corpo-de-prova em uma máquina para


esse tipo de ensaio.
2. Elevamos um pêndulo (martelo) até determinada altura.
3. Depois liberamos o pêndulo, ele colidirá com a amostra
4. Faremos a leitura da medida de energia absorvia pelo
material durante o impacto entre esse e o pêndulo
Máquiuna de Ensaio de Impacto
Ensaio de Impacto
Tipos de ensaio

Os tipos de ensaio de impacto são dois: Charpy e Izod. A


diferença entre eles está no entalhe feito no corpo de prova
e como ele é posicionado na máquina

O corpo de prova tem seção


transversal quadrada com um
entalhe no centro.
Ensaio de Impacto
1. Ensaio Charpy

2. Ensaio Izod
Ensaio de Impacto
O que influencia no ensaio?

1. Seção do corpo de prova

2. Posição do entalhe

3. Tipo de entalhe (U ou V, profundidade)

Obs: existe norma brasileira que trata dos parâmetros para


tal ensaio. Ao realizar um ensaio de impacto, deve-se seguir
a norma. Nela consta os tipos de entalhe, angulação,
profundidade e dimensões para os corpos-de-prova.
Ensaio de Impacto
O principal objetivo de um ensaio de impacto é observar se
existe transição dúctil-frágil de um determinado material.
Ensaio de Impacto
Ensaio de Impacto
Exemplo do Aço A283

Temperaturas mais altas – fratura dúctil


Temperaturas mais baixas – fratura frágil
Ensaio de Impacto
Efeito do teor de carbono na temperatura de transição
dos aços carbono comuns
Ensaio de Impacto
Como vimos, existem dois tipos de fratura. Qual a diferença
entre elas visualmente?
Fratura frágil
Esse tipo de fratura apresenta um aspecto granular mais
plano. Imaginemos o vidro, por exemplo.
Ensaio de Impacto
Fratura dúctil
Esse tipo de fratura apresenta um aspecto fribroso, mais
grosseiro quando comparado com a fratura frágil
Encruamento
Tópico especial
Conhecemos uma forma de endurecer um metal sem mexer
na sua composição. Qual é?

TRATAMENTO TÉRMICO
Encruamento
Quando o metal não adere tratamentos térmicos, a exemplo
de aços doces e de baixo carbono, alumínio, cobre. Como
fazemos para endurecê-los?

Encruamos o metal
Encruamento
Quando os metais são deformados plasticamente, estruturas
chamadas deslocamentos/discordâncias surgem na região
cristalina. Esses deslocamentos interagem entre si,
impedindo que os outras discordâncias se movam, gerando
um aumento de dureza do metal.
Encruamento
Cuidado: o encruamento pode ser proposital ou por falha na
usinagem de uma peça. Por isso é necessário conhecer os
parâmetro de usinagem do material (velocidade de corte,
rotação, ferramenta, etc).

O encruamento pode ser a frio ou a quente. Isso vai


depender do percentual de deformação desejado e do aço
com qual se está trabalhando.
Ensaio de Torção
Ensaio de Torção
Consiste em aplicar uma carga de torção em uma peça
normalmente cilíndrica e posteriormente medir o ângulo de
deformação do corpo-de-prova. Faz-se então uma
correlação entre o momento torsor aplicado e a ângulo de
deformação.
Ensaio de Torção
Vários componentes mecânicos são submetidos à torção
em serviço. Um grande problema de torção é a
PARTIDA das máquinas.
Ensaio de Torção
A máquina de ensaio possui uma mesa de engaste,
onde se prende uma extremidade da peça a ser
ensaiada. A outra extremidade é então presa em um
elemento giratório. Esse elemento giratório é
responsável pela aplicação de um momento torsor.
Propriedades mecânicas em torção
Tensão de cisalhamento
Cisalhamento é o esforço que tende a “cortar” uma peça.
Vejamos o perfil de esforços quando um material é
submetido à torção.
Propriedades mecânicas em torção
Tensão de cisalhamento
Veja que a maior tensão de cisalhamento ocorre na
superfície do material.

Eixos maciços ou ocos?


Do perfil de esforço visto, podemos
concluir que, se a superfície, que é a
mais solicitada sob torção, suportar
o momentos torsor, implica que todo
o resto (interior) do eixo também
suportará.
Propriedades mecânicas em torção
Eixos maciços ou ocos?
Você, sendo o projetista, escolheria então um eixo maciço
ou oco?

Primeiro devemos analisar os esforços aos quais o


material está sendo solicitado. Se o único esforço for
de torção o um tubo suportar tal tensão cisalhante,
normalmente se opta por um tubo, pois normalmente
é mais leve e mais barato.

Todavia, se tivermos mais esforços sendo aplicados


no eixo, devemos levá-los em consideração nos
cálculos, pois um tubo pode suportar torção mas não
a flexão ou tração que lhe é aplicado.
Propriedades mecânicas em torção
Deformação de cisalhamento
O ângulo de torção sofrido pelo material é o ângulo que
um ponto na superfície do corpo-de-prova girou com
relação à extremidade engastada.
O ângulo de torção é diretamente proporcional ao
momento torsor e ao comprimento da barra.
Propriedades mecânicas em torção
Módulo de elasticidade transversal (G)
Dentro da região elástica, a tensão de cisalhamento é
proporcional ao deformação de cisalhamento.
Propriedades mecânicas em torção
Limite de proporcionalidade e de escoamento
O limite de proporcionalidade pode ser determinado
através do gráfico abaixo, como sendo o valor de tensão
para o qual o gráfico deixa de ser linear.
Propriedades mecânicas em torção
Limite de proporcionalidade e de escoamento

Já o limite de escoamento é difícil de se determinar para


torção de eixos maciços, já que a parte mais externa é
“segurada” pela parte mais interna, devido ao gradiente
de tensão.

Então, esse limite, para um determinado material é


normalmente determinado usando-se tubos, pois neles
praticamente elimina-se o gradiente de tensão cisalhante.
A saber....
Esse ensaio é aplcado a umas vasta gama de produtos
acabados como tubos, parafusos, eixos.
Deve-se prender o corpo-de-prova de forma que, ao girar,
esse não gire com relação as garras.
Como a tensão máxima de cisalhamento ocorre na
superfície, ao ensaiar, deve-se verificar para a ausência
de defeitos superficiais, pois esse influenciarão nos
resultados.

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