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PRIMEIROS SOCORROS

Valdir Luis Dias


Primeiros Socorros
São as primeiras providências tomadas
para evitar lesões ou morte da vítima.
Para um bom atendimento é
imprescindível:
1.Manter a calma;
2. Avaliar a cena;
3.Jamais expor ao risco, use EPI;
4.Só retire o acidentado do local se
apresentar risco ou quando não for
possível socorro especializado.
OMISSÃO DE SOCORRO
Deixar de prestar socorro a pessoa
ferida ou em grave eminente perigo,
quando possível fazê-lo sem risco
pessoal, é CRIME segundo o artigo
135 do Código Penal Brasileiro.
BIOSSEGURANÇA
PRINCIPAIS DOENÇAS INFECCIOSAS
QUE PODEM SER ADQUIRIDAS:

SIDA, MENINGITE SECREÇÕES


TUBERCULOSE SANGUE
HEPATITE A, B e C VÔMITO
VIROSES SALIVA
HERPES e CUIDADO!
ESCABIOSE.
EPI
Equipamento de proteção individual:

ÓCULO, MÁSCARA,
LUVA, ROUPAS e
CALÇADOS.
SISTEMA

RESPIRA-

TÓRIO
Respiração por minuto:
IDADE NORMAL ANORMAL
ADULTO 12 à 20 < 8 e > 24
CRIANÇA 15 à 30 < 10 e > 35
LACTENTE 25 à 50 < 25 e > 60
RECÉM-
NASCIDO 40 à 60 < 30 e > 70
SISTEMA CIRCULATÓRIO
Pulso radial e carotídeo
Frequência cardíaca por minuto:

IDADE NORMAL ANORMAL


ADULTO 60 à 100 < 60 e > 100
CRIANÇA 80 à 120 < 80 e > 120
LACTENTE 120 à 140 < 120 e > 140
RECÉM-
NASCIDO 130 á 180 < 130 e > 180
A morte decorrente do trauma
ocorre em três momentos:
-Pico 1 - nos primeiros segundos,
raramente o paciente é salvo.
-Pico 2 - nos primeiros minutos até
várias horas após o trauma.
-Pico 3 - nos vários dias
ou semanas após o trauma;
• ETAPAS DO SOCORRO
¨SEGURANÇA EM PRIMEIRO LUGAR¨
• Sinalize o local do acidente (não parar
o fluxo).
• Acione o socorro especializado
(190,191, 192, 193 e 0800).
• Não movimente a vítima.
• Acalme a vítima se estiver
consciente.
EXAME PRIMÁRIO

O atendimento dispõe de uma


Sequência padronizada a qual atende
à esta necessidade: o X, A, B, C, D, E
do trauma.
EXAME PRIMÁRIO
As letras significam respectivamente:
X – Exsanguinação.
A - Vias aéreas com proteção da coluna
cervical.
B - Respiração e ventilação.
C - Circulação com controle da hemorragia.
D - Incapacidade, estado neurológico.
E - Exposição e controle ambiental
(proteção da hipotermia).
X . Grande hemorragias.
Serve para contenção da
hemorragia externa grave.
Comprimir o sangramento.
p
A.Manutenção das vias aéreas
com proteção da coluna cervical.
Vias Aéreas Pérvias (presença de corpos
estranhos, fraturas faciais, mandibulares ou
tráqueo-laríngeas)

Duas manobras podem ser inicialmente


executadas: CHIN LIFT e JAW TRUST
CHIN LIFT JAW TRUST
Proteção da coluna cervical.

COLAR CERVICAL
B. Ventilação e Respiração
• Funcionamento adequado dos
pulmões.

• Avaliar a expansibilidade do tórax.

• Busca de lesões que possam


comprometer a ventilação.
C. Circulação
Sinais que podem caracterizar
hemorragia:
-Taquicardia;
- Alteração do nível de consciência;
- Pulso fino;
- Hipotensão;
- Sudorese fria;
- Pele pálida ou cianótica.
D. Estado Neurológico

- Avaliar de maneira rápida o estado


de consciência do paciente.
- Avaliar o tamanho e a reatividade das
pupilas.
- Utilizar a Escala de Coma de
Glasgow para avaliar a consciência do
paciente.
E. Exposição e Controle de
Hipotermia
- Facilitar acesso fácil e exame completo.
- É necessário que ele seja protegido por
cobertores ou outros dispositivos para
evitar a hipotermia.

Reavaliação
X, A, B, C, D e E
• Se vomitar lateralizar a vítima.

• Administre oxigênio (se disponível).

• Não administre nada via oral.

• Imobilize a vítima.

• Transportar ao hospital.
MATERIAIS
Prancha longa

KED: Imobilizador de
coluna cervical,
torácica, lombar e
Sacral.
CINEMÁTICA DO TRAUMA
Na avaliação da cena observar:
- O grau de deformidade do veículo;
- A altura da queda;
- A velocidade dos corpos;
- O tipo e calibre das armas.
Permitem que se estabeleça uma
relação entre estes fatos e as
possíveis lesões apresentadas pela
vítima.
Uma colisão? Três colisões!

• Colisões:
1ª Ocorre entre o veículo e o objeto;

2ª Entre a vítima e o interior do veículo;

3ª entre os órgãos internos da vítima e


estruturas de seu próprio corpo.
PARADA
RESPIRATÓRIA

- É a interrupção súbita dos


movimentos respiratórios (pode
preceder uma parada cardíaca).
PARADA
CARDIORRESPIRATÓRIA
- É a interrupção da atividade
mecânica do coração e da
respiração. É confirmado pela falta
de responsividade, pela ausência
de pulso e por apnéia.
REANIMAÇÃO CARDIO
PULMONAR
- É a tentativa de restaurar a
circulação espontânea por meio
das técnicas de compressão da
parede torácica e da ventilação
pulmonar.
MORTE CARDÍACA SÚBITA
APÓS 4 MINUTOS:
INÍCIO DOS
DANOS CEREBRAIS

APÓS 10
MINUTOS :
MORTE CEREBRAL
EM QUASE 100%
DOS CASOS

OBS.: VÍTIMAS SEM ASSISTÊNCIA


AVALIAÇÃO PRIMÁRIA
 X, A, B, C, D e E.

CADEIA DE SOBREVIDA

ACESSO RCP USO DO DEA SUPORTE


RÁPIDO RÁPIDO RÁPIDO AVANÇADO
RÁPIDO
AVALIAÇÃO PRIMÁRIA

EI !
COMO O SENHOR ESTÁ?
3 VÊZES EM VOZ ALTA

SE A VÍTIMA
ESTIVER
INCONSCIENTE . . .
SOLICITE O ACIONAMENTO
DO SERVIÇO ESPECIALIZA-
DO (192 ou 193)

SOLICITE
UM D.E.A.
1.LIBERE AS VIAS AÉREAS (A)

TÉCNICA PARA
VÍTIMA SEM
SUSPEITA DE
TRAUMA.
1.LIBERE AS VIAS AÉREAS (A)

VÍTIMA C/
SUSPEITA
DE TRAUMA
CERVICAL

ANTERIORIZAÇÃO DA MANDÍBULA
¨JAW TRUST¨
VARREDURA DIGITAL (A)

RETIRE DA BOCA
APENAS OBJETOS
OU RESTOS DE
ALIMENTOS
QUE ESTEJAM
VISÍVEIS.
TRAVANDO A BOCA (A)
TÉCNICA
PARA ABRIR
A BOCA DA
VÍTIMA E
MANTÊ-LA
TRAVADA
ATÉ A
REMOÇÃO
DO corpo
estranho.
2.VERIFIQUE A RESPIRAÇÃO (B)
Ver, Ouvir e Sentir.

VERIFIQUE A
PRESENÇA DE:
• Respiração;
• Tosse;
• Movimentos; e
• Pulsação.
VENTILE 2 VEZES (B)

ATENÇÃO !
X
VENTILAÇÃO
BOCA-BOCA
SEM
MÁSCARA ! ! !
VENTILE 2 VEZES (B)

BOCA-MÁSCARA-BOCA
O QUE FAZER APÓS AS 2
VENTILAÇÕES?

VERIFICAR A
PRESENÇA OU
AUSÊNCIA DE PULSO
CENTRAL – CAROTÍDEO.
SE TEM PULSO MAS CONTINUA SEM
RESPIRAÇÃO. O QUE FAZER?

MANTENHA 1 VENTILAÇÃO A
CADA 5 SEGUNDOS EM
VÍTIMAS ADULTAS OU A CADA
3 SEGUNDOS EM CRIANÇAS
MENORES QUE 1 ANO.
CHEQUE OS SINAIS DE
CIRCULAÇÃO
PERIODICAMENTE (A CADA 10
VENTILAÇÕES OU A CADA 2
MINUTOS)
E ... SE APÓS AS 2
VENTILAÇÕES
PERCEBERMOS QUE A
VÍTIMA ALÉM DA
PARADA RESPIRATÓRIA
ESTÁ EM PARADA
CARDÍACA (PCR)?
APÓS AS VENTILAÇÕES, SE PULSO
AUSENTE. REALIZE AS COMPRESSÕES
TORÁCICAS. VÍTIMA ADULTA.

1 LOCALIZE 2 COLOQUE 3“CALCANHAR”


APÊNDICE 2 DEDOS DA MÃO
XIFÓIDE ACIMA ACIMA
POSICIONAMENTO ADEQUADO

• Posicione a vítima em decúbito


dorsal em superfície plana e rígida;

• Comprima o tórax do adulto cerca


de 5 a 6 cm numa frequência de 100
a 120 vezes por minuto;

• Mantenha os braços esticados e


perpendiculares em relação as
pernas.
Posição correta para massagem
Ressuscitação Cardiopulmonar
• 30 COMPRESSÕES
• 2 VENTILAÇÕES

- OBS.:
• A CADA 5 CICLOS
(30x2)
• REAVALIE A VÍTIMA
QUANDO INTERROMPER OS
PROCEDIMENTOS DE
REANIMAÇÃO?
• Quando houver reanimação;
• Quando o ambiente se tornar
inseguro;
• Fadiga intensa do “socorrista”;
• Recusa de familiares em prosseguir;
• Chegada do serviço especializado;
• Substituição por pessoa treinada.
Nova regra de
ressuscitação dá
prioridade à massagem
cardíaca
Aliança Internacional
dos Comitês de
Ressuscitação

A massagem cardíaca
deve ser realizada por “leigos”
sem a respiração boca a boca.
Não fazer respiração boca a boca.
Porque?
A taxa de sobrevivência com alta
hospitalar foi de 5,2% para quem não
recebeu RCP, de 7,8% para os
submetidos à RCP convencional e de
13,3% para quem obteve apenas
massagem cardíaca.
Socorrista não profissional
Para salvar uma pessoa com parada
cardíaca siga 7 passos:

1- Garanta a sua
segurança. E avalie
o nível de consciência
da vítima.
2-Peça ajuda. Ligar
para o resgate e
pede para trazer
um DEA.

3-levantar levemente o
queixo. Ver, Ouvir e Sentir.
Se não houver respiração
comece a massagem.
4-A massagem cardíaca
deve ser realizada no
meio do peito (entre
os dois mamilos),
que devem fazer
ao menos cem
movimentos
de compressão por
minuto, de forma
rápida e forte.
5-ligue o aparelho e siga as coordenadas do
sinalizador de voz. Ele pedirá para colocar um
eletrodo (são dois) em cada lado do tórax
(esquerdo e direito).
6-Depois de alguns segundos, "a voz" dirá
se será necessária a descarga elétrica e
pedirá que todos se afastem da vítima.
7-Após o choque, continue a
massagem cardíaca até outra
sinalização da máquina.
S.T.A.R.T.
SIMPLES TRIAGEM E
RÁPIDO TRATAMENTO

Possibilita o atendimento e
o transporte rápido do maior
número possível de vítimas.
TRIAGEM
Seleção das vítimas por prioridades.
A emergência ultrapassa a
capacidade de socorro.
Direcionar os esforços

Para salvar o maior número de


vítimas possíveis, escolhendo
aquelas que apresentam maiores
possibilidades de sobrevivência.

Não deter no atendimento a uma


única vítima.
PRIMEIRO PASSO
Separar as vítimas que podem andar.
Verde.
SEGUNDO PASSO
Avaliar quem ficou na cena. Não respira.
Preto.
TERCEIRO PASSO.
Vítima inconsciente.
Vermelho.
QUARTO PASSO
Vítima executa corretamente as ordens.
Amarelo.
CÓDIGO DE CORES NO
PROCESSO DE TRIAGEM
COR VERDE:
Terceira prioridade.
COR AMARELA:
Segunda prioridade.
COR VERMELHA:
Primeira prioridade.
COR PRETA:
Sem prioridade (morte clínica).
IMOBILIZAÇÕES
E TÉCNICAS DE
TRANSPORTE DE VÍTIMAS
Rolamento de 90º.
Rolamento de 180º.
Vítima em pé.
RETIRAR
DO VEICULO
TRANSPORTE
DE VÍTIMAS
CADEIRA TIPO BOMBEIRO
NOS BRAÇOS

ARRASTAMENTO
TRANSPORTE NA PRANCHA.
TRANSPORTE VERTICAL
CORPOS ESTRANHOS NAS VIAS
DIGESTIVAS E AÉREAS
Pode provocar dores fortes, vômitos,
dispnéia, asfixia e sinais de
hemorragia. Além de pânico e
desespero.

O que fazer?
Se a vítima tosse.
Reclinar a vítima e deixá-la tossir.

Se não tosse e não respira.


Realizar “manobra de Heimlich”.

Acima de 1 ano consciente:


Posicionar atrás do acidentado,
comprimir a região abdominal
para dentro e para cima.
Com a mão fechada colocada
um dedo acima do umbigo
fazer 5 compressões abdominais.
Se necessário repita a manobra.
PRIMEIROS SOCORROS EM
AFOGAMENTOS
Evitar:
-Nadar depois de beber;
-Saltar de pedras altas;
-Nadar em água
corrente;
-Água acima do
Umbigo (questão de perigo).
O QUE FAZER:
- Jogar objetos que flutue para
ajudar a vítima. Não tocá-la;
- Ao sair da água respirando,
posicione na lateral direita;
- Em parada
cardiorespiratória,
realizará massagem.
ACIDENTES COM ANIMAIS PEÇONHENTOS
ACIDENTES OFÍDICO:
CARACTERÍSTICA VENENOSA NÃO-VENENOSA
CABEÇA TRIANGULAR ARREDONDADA
OLHOS PEQUENOS GRANDES
FOSSETA LOREAL TEM NÃO TEM
ESCAMAS PEQUENAS EM PLACA
CAUDA CURTA E AFINA LONGA E AFINA
BRUSCAMENTE GRADATIVAME
NTE
DENTES PRESAS DENTES
PEQUENOS E
IGUAIS
PICADA 1 OU + ORIFÍCIOS + MARCAS PEQ. +
PROFUNDOS OU - IGUAIS.
FOSSETA LOREAL

PRESAS

CAUDAS
Manifestações locais:
Dor, edema, equimose e bolhas
Manifestações sistêmicas:
Hipotensão Arterial, choque, hemorragias
intensas, mal-estar, prostração, sudorese,
vômito, sonolência ou inquietação podem
aparecer precocemente.
Neurológicas: Ptose palpebral uni ou bilateral,
flacidez da musculatura da face, alteração
do diâmetro pupilar e incapacidade de
movimentação.
i
ESCORPIONISMO:
Tipos mais comuns na Amazônia:
Tityus cambridgei

Tityus metuendus

Tityus serrulatus
SINTOMAS:
a) Gerais: hipo ou hipertermia e sudorese.
b) Digestivas: náuseas, vômitos, sialorréia e,
mais raramente, dor abdominal e diarréia.
c) Cardiovasculares: arritmias cardíacas,
hipertensão ou hipotensão arterial, insuficiência
cardíaca congestiva e choque.
d) Respiratórias: taquipnéia, dispnéia e edema
pulmonar agudo.
e) Neurológicas: agitação, sonolência, confusão
mental, hipertonia e tremores.
OUTROS ANIMAIS:

ARRAIAS

LAGARTAS
CUIDADOS NO PRÉ-HOSPITALAR:

1 – Efetuar avaliação rápida da vítima;


2 – Abrir vias aéreas se vítima estiver
inconsciente;
3 – Avaliar a circulação;
4 – Manter a vítima deitada
e em repouso;
5 – Imobilizar a
extremidade onde
ocorreu a picada e
mantê-la a 0º;
CUIDADOS NO PRÉ-HOSPITALAR:

6 – Limpar o ferimento. NÃO aplicar


torniquete ou gelo sobre a picada, pode
resfriar. NÃO fazer incisões na ferida
para sugar veneno;
7 – Afrouxar roupas,
remover anéis,
pulseiras, braceletes.
CUIDADOS NO PRÉ-HOSPITALAR:

8 – NÃO assumir riscos desnecessários, NÃO


manipular animais;
9 – Monitorizar o paciente, estando
atento para desenvolvimento de
choque ou parada respiratória
secundária ao efeito do veneno;
10- Remover a vítima o mais
rápido possível para hospital.
PRÁTICA.

OBRIGADO!

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