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BOM DIA!

ACIDENTE CASTRO 2009


ACIDENTE CASTRO 2009
As normas da ABNT são normas técnicas,
enquanto as leis são norma jurídicas ou legais.
As diferenças entre as duas passam pelos seus
distintos objetivos e campos de competência e
diferentes linguagens, entre outros aspectos.
Disso resulta que às normas técnicas cabe,
exclusivamente, interpretação e aplicação
técnica pelos técnicos qualificados, enquanto
que à norma legal cabe, exclusivamente,
interpretação e aplicação jurídica pelos juízes
de Direito. As normas da ABNT são normas
técnicas, enquanto as leis são norma jurídicas
ou legais. As diferenças entre as duas passam
pelos seus distintos objetivos e campos de
competência e diferentes linguagens, entre
outros aspectos. Disso resulta que às normas
técnicas cabe, exclusivamente, interpretação e
aplicação técnica pelos técnicos qualificados,
enquanto que à norma legal cabe,
PROPOSTA LEGISLATIVA SOBRE

INSTALAÇÕES PROVISÓRIAS
Objetivo
- Tornar visível a importância de um Programa de Segurança em
Parques de Diversões, Áreas de Lazer e Reuniões Públicas, como
forma de estruturar uma consciência prevencionista;
- Sugerir instrumentos para este controle, principalmente para
aquelas empresas que em geral ainda não estão integradas a esta
nova visão;
- O controle efetivo dos riscos em máquinas, equipamentos e
instalações de reunião pública ;
- Implantação dos programas de proteção à saúde dos usuários da
indústria de diversões;
- Proporcionar assim maior conforto e segurança a todos os
envolvidos;
2. JUSTIFICATIVA

-Falta de um enquadramento legal para todos os equipamentos que


são instalados em parques de diversões seja de natureza fixa ou
itinerante ;
-Dificuldade de uma fiscalização que contemplasse testes de
segurança.
- Uma vez que não existe uma obrigação legal, o dono não tem de
sujeitar o seu equipamento a perícias técnicas, que deveriam ser
feitas por laboratórios vocacionados para este tipo de inspeções.
-Proporções ainda mais graves porque estas estruturas são cada vez
mais sofisticadas. O risco aumenta à medida que estes
equipamentos evoluem.
JUSTIFICATIVA

Surge então a necessidade de desenvolvimento de um projeto de lei


que obrigue os responsáveis pelos parques de diversões a
preocuparem-se mais com a segurança de seus usuários. E as
prefeituras têm papel fundamental neste processo educativo de
conscientização da importância de se assegurar a segurança do
usuário e também na questão de fiscalização da segurança das
instalações questão esta de suma importância. A formação de uma
equipe técnica multidisciplinar para o trabalho de identificação de
áreas de risco é de interesse da comunidade, e pode contribuir
para a boa imagem do município, já que este se preocupa com a
segurança de seus cidadãos e de suas instalações.
FUNDAMENTAÇÃO LEGAL

Primordialmente segue os princípios do Código de Defesa do


Consumidor (Lei 8.078/90). Ele garante a proteção da vida, saúde
e segurança contra os riscos provocados por práticas no
fornecimento de produtos e serviços considerados perigosos ou
nocivos e o direito à informação adequada e clara sobre os
diferentes produtos e serviços, com especificação correta de
quantidade, características, composição, qualidade e preço, bem
como sobre os riscos que apresente.
Essas empresas devem ser consideradas como prestadores de
serviço, já que cobram pela utilização de suas instalações e
aparelhos, pelos consumidores.
FUNDAMENTAÇÃO LEGAL

Deliberação Normativa 1/1995-CEEMM e CEEE, do CREA-PR,


fixa critérios relativos à obrigatoriedade de responsável técnico
pelas instalações e manutenções de parques de diversões a fim de
preservar a segurança e conforto dos usuários e funcionários de
parques de diversões.
FUNDAMENTAÇÃO LEGAL

Outras Legislações sobre o assunto:


- Código do Consumidor;
- Normas Regulamentadoras (NRs) – Consolidação das Leis do
Trabalho relativas à Segurança e Medicina do Trabalho;
- Código de Obras;
- CREA – Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e
Agronomia;
- ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas;
-
FUNDAMENTAÇÃO LEGAL
COSCIP – Código de Segurança contra Incêndio e
Pânico;
- Novo CÓDIGO CIVIL – Lei Federal 10.406/2002;
- Reconhecimento e Utilização de Normas
Internacionais pela IAAPA
(International Association of Amusement Parks and
Attractions);
- ADIBRA – Associação das Empresas de Parques de
Diversões do Brasil.
ESTRATÉGIA DE IMPLEMENTAÇÃO PARA OS
MUNICÍPIOS
A concessão de alvará para funcionamento de parques de diversões
em todo o município, em caráter permanente ou temporário, fica
condicionada à apresentação de anotação de responsabilidade
técnica de montagem e livro de ocorrências que ateste a
segurança dos engenhos mecânicos e elétricos, com o histórico de
manutenção dos equipamentos a serem utilizados pelo público –
de acordo com as normas do Conselho Regional de Engenharia,
Arquitetura e Agronomia do Paraná (CREA-PR) e de suas
Câmaras Especializadas, bem como das respectivas ARTs -
Anotação de Responsabilidade Técnica.
ESTRATÉGIA DE IMPLEMENTAÇÃO PARA OS
MUNICÍPIOS

Parágrafo 1 – A Anotação de Responsabilidade Técnica de


montagem deverá ser acompanhada do Livro de Ocorrências dos
equipamentos, levando em consideração o tempo de permanência
das instalações do parque de diversões no Município, sendo
exigida a partir do primeiro dia de funcionamento Ne enquanto
durar sua estadia naquele local, não devendo ser acrescentados ou
alterados os equipamentos da vistoria inicial, sob pena de (...);
ESTRATÉGIA DE IMPLEMENTAÇÃO PARA OS
MUNICÍPIOS
Art. 4º. O Livro de Ocorrências deverá conter os seguintes registros:
I – Nota Fiscal do Equipamento, Projeto ou Laudo de empresa ou
profissional idôneo que se
responsabilize pela estrutura e fabricação do equipamento com
devida Anotação de Responsabilidade Técnica,
II – Termos de Abertura e Encerramento lavrados pelo CREA,
conforme modelo;
III – defeitos ou falhas detectados pelo profissional responsável
técnico, bem como a indicação
das respectivas providências tomadas ou necessárias à liberação e
permanência em atividades;
e
ESTRATÉGIA DE IMPLEMENTAÇÃO PARA OS
MUNICÍPIOS

IV – relação de equipamentos e instalação em uso, de


propriedade da empresa, bem como de terceiros,
alugados, cedidos ou emprestados, contendo cópia
dos contratos e documentação inerente ao
equipamento se houver, e respectivos laudos
técnicos, por equipamento e instalação, sobre as
condições de operacionalidade;
V – irregularidades constatadas pelos usuários quanto
ao funcionamento dos equipamentos;
ESTRATÉGIA DE IMPLEMENTAÇÃO PARA OS
MUNICÍPIOS
VI – nome da empresa, endereço onde se encontra instalada, período
provável de funciona mento, número da Anotação de
Responsabilidade Técnica – ART do(s) profissional(is) das
áreas mecânica e elétrica, e a data de sua efetivação, assinatura do(s)
responsável(eis) técnico(s) e do contratante.
Art. 2º. O Livro de Ocorrências será de guarda e posse da empresa e
de livre acesso ao(s) profissional (is) e aos usuários, podendo ser
exigido a qualquer momento.
Art. 3º. Quando houver subestação de energia elétrica no parque de
diversões, os cabos elétricos Mpara alimentação dos
equipamentos devem ser colocados em canaletas apropriadas.
Art. 4°. Na entrada dos parques de diversões, em local
visível ao público e às autoridades, o profissional,
responsável técnico pelas instalações dos
equipamentos do parque de diversões ou
empreendimentos
similar, para viabilizar o seu funcionamento, deverá
providenciar a afixação de placa no local, indicativa
de sua responsabilidade técnica, contendo a data de
sua expedição, sua validade, o nome do profissional
responsável e o número de sua carteira do CREA nos
termos do art. 16 da Lei 5.194, de 1966.
ESTRATÉGIA DE IMPLEMENTAÇÃO PARA OS
MUNICÍPIOS

Art. 5°. A entrada em funcionamento de parques de


diversões sem atendimento ao disposto nesta Lei
implicará multa de 100 (cem) Valores de Referência
(VR), por cada dia em que haja funcionado de forma
irregular, independentemente de sua imediata
interdição.
Parágrafo único. A infracão da obrigação instituída por
esta lei sujeita ao infrator, além da multa, Mà
interdição do brinquedo ou do equipamento pelo não
cumprimento do art. 1°, suspensão temporár da
atividade, podendo culminar em interdição total ou
parcial do estabelecimento.
ESTRATÉGIA DE IMPLEMENTAÇÃO PARA OS
MUNICÍPIOS

Art. 6. As instalações deverão passar por vistorias pelo


Corpo de Bombeiros, para liberacao quanto as saídas
de emergência e instalação de extintores.
Art. 7°. As sanções previstas neste artigo serão
aplicadas pela autoridade administrativa competente
para fiscalizar a exploração de parque de diversão.
Art. 8°. No âmbito de competência da Administração
municipal, o descumprimento desta Lei por parte de
servidor público será considerada falta de natureza
grave.
ESTRATÉGIA DE IMPLEMENTAÇÃO PARA OS
MUNICÍPIOS

Art. 9°. - Os parques de diversões poderão ser fiscalizados a


qualquer tempo, a fim de ser verificada a continuidade das
condições que possibilitaram o licenciamento.
Art. 10. No prazo de noventa dias, contados da publicação desta Lei,
perderão a validade os alvarás de autorização para
estabelecimento de parques de diversões já concedidos, devendo
os interessados, na continuação daquelas atividades, providenciar
o atendimento aos ditames desta Lei.
Art. 11. As empresas que explorem os serviços de parques de
diversão no município ficam obrigadas a instalar, em local
apropriado e nas proximidades, serviço de primeiros socorros
médicos, composto por no mínimo um médico, um enfermeiro,
materiais de primeiros socorros e uma ambulância, para
atendimento em casos emergenciais.
Parágrafo único. Somente será autorizado o
funcionamento, por parte da Administração
Municipal, se as empresas comprovarem o
cumprimento das exigências contidas no artigo
anterior.
O Corpo de Bombeiros deverá adotar como normas
subsidiárias ao cumprimento deste parecer, no que se
aplicar aos parques de diversões e similares, os
pareceres técnicos (que estabelecem as condições
mínimas necessárias à realização de EVENTOS DE
REUNIÃO PÚBLICA (EVENTOS
TEMPORÁRIOS), bem como as providências a
serem tomadas por seus organizadores,
indispensáveis à segurança do público).
Devem ser estabelecidas orientações para Laudo de
Estabilidade e Resistência Mecânica das Estruturas
de Arquibancadas.
Em Castro, no Paraná, já existe lei recentemente
publicada e que trata sobre a segurança em
instalações provisórias. A Lei nº 2146/10 foi
colocada em anexo neste trabalho para que sirva de
exemplo aos demais municípios paranaenses.
CONCLUSÃO

Vimos através desta proposta, vislumbrar a falta de mecanismos


legais que regulamentem e busquem garantir a segurança e saúde
dos munícipes que participam de atividades de lazer em
festividades públicas onde existam instalações provisórias.
Entre elas, os parques de diversões, que possuem máquinas com
movimentos radicais, sem ter mecanismos que garantam por
completo o bom estado de segurança das máquinas em
funcionamento, pois estes equipamentos muitas vezes são
fabricados sem projeto ou acompanhamento profissional.
Por meio da implementação das medidas sugeridas neste estudo,
como a exigência da participação de profissional habilitado -
tanto no projeto dos equipamentos como nas montagens - e a
exigência de laudos e nota fiscal do equipamento, podemos ter
finalmente a diversão com segurança.
RE FERÊNCI AS
ARAÚJO, J. F. Esboço do Manual de Segurança e Manutenção em
Parques de Diversões. ADIBRA - Associação das Empresas de
Parques de Diversões do Brasil, 1993.
AS ATITUDES PRÓ-ATIVAS DE SEGURANÇA. Manual
Educativo. COASTAL do Brasil Ltda; 1995. Tradução.
CDC – Código de Defesa do Consumidor. São Paulo: Revista dos
Tribunais, 1999.
COSCIP – Código de Segurança Contra Incêndio e Pânico –
Decreto 897, de 21 de setembro de 1976.
COSTA, Mauro, Nunes e Silva. Um Estudo das Normas,
Procedimentos e Recomendações Prescritivas para a Prevenção
de Acidentes em Parques de Diversões. Monografia de Pós-
graduação em Engenharia de Segurança do Trabalho. Niterói:
Latec/UFF, 1999.
RE FERÊNCI AS
MTb. Manuais de Legislação sobre Segurança e
Medicina do Trabalho. São Paulo: Atlas, 1998.
NETTO, R. et al. Controle de perdas: Alternativa
Estratégica para Redução dos Custos de Acidentes.
Tese Pós-graduação em Gestão pela Qualidade.
PORTARIA 3.214, de 08 de junho de 1978. Aprovação
das NR–Normas Regulamentadoras. Capítulo V,
Título II, da Consolidação das Leis do Trabalho,
relativas à Segurança e Medicina do Trabalho. 38ed.
São Paulo: Atlas,1998.
REFERÊNCI AS
ASTM – American Society for Testing and Materials.
http://www.astm.org.
IAAPA – International Association of Amusement
Parks and Attractions http://www.iaapa.org.
WISNER, Alain. A Inteligência no Trabalho. Tradução
de Roberto Leal Ferreira. São
Paulo:Fundacentro,1994.
NR12 APLICADA A PARQUES DE
DIVERSÃO
Arranjo físico e instalações.
12.9. Os pisos dos locais de trabalho onde se instalam máquinas e
equipamentos e das áreas de circulação devem:
a) ser mantidos limpos e livres de objetos, ferramentas e quaisquer
materiais que ofereçam riscos de acidentes;
b) ter características de modo a prevenir riscos provenientes de
graxas, óleos e outras substâncias e materiais que os
tornem escorregadios; e
c) ser nivelados e resistentes às cargas a que estão sujeitos.
12.10. As ferramentas utilizadas no processo produtivo devem ser
organizadas e armazenadas ou dispostas em locaisespecíficos para
essa finalidade.

12.13. As
12.11. As máquinas estacionárias devem possuir medidas preventiva
quanto à sua estabilidade, de modo que nãobasculem e não se desloquem
intempestivamente por vibrações, choques, forças externas previsíveis
forças dinâmicasinternas ou qualquer outro motivo acidental.
12.11.1. A instalação das máquinas estacionárias deve respeitar os requisito
necessários fornecidos pelos fabricantes ou,
na falta desses, o projeto elaborado por profissional legalmente habilitado
em especial quanto à fundação, fixação,
amortecimento, nivelamento, ventilação, alimentação elétrica, pneumática e
hidráulica, aterramento e sistemas de refrigeração.
12.12. Nas máquinas móveis que possuem rodízios, pelo menos dois dele
devem possuir travas.
12.11. As máquinas estacionárias devem possuir medidas
preventivas quanto à sua estabilidade, de modo que nãobasculem e
não se desloquem intempestivamente por vibrações, choques,
forças externas previsíveis, forças dinâmicasinternas ou qualquer
outro motivo acidental.
12.11.1. A instalação das máquinas estacionárias deve respeitar os
requisitos necessários fornecidos pelos fabricantes ou,
na falta desses, o projeto elaborado por profissional legalmente
habilitado, em especial quanto à fundação, fixação,
amortecimento, nivelamento, ventilação, alimentação elétrica,
pneumática e hidráulica, aterramento e sistemas de refrigeração.
12.12. Nas máquinas móveis que possuem rodízios, pelo menos
dois deles devem possuir travas.
12.13. As
Instalações e dispositivos elétricos.
12.14. As instalações elétricas das máquinas e equipamentos
devem ser projetadas e mantidas de modo a prevenir, por
meios seguros, os perigos de choque elétrico, incêndio,
explosão e outros tipos de acidentes, conforme previsto na
NR 10.
12.15. Devem ser aterrados, conforme as normas técnicas
oficiais vigentes, as instalações, carcaças, invólucros,
blindagens ou partes condutoras das máquinas e
equipamentos que não façam parte dos circuitos elétricos,
mas que possam ficar sob tensão.
12.16. As instalações elétricas das máquinas e equipamentos
que estejam ou possam estar em contato direto ou indireto
com água ou agentes corrosivos devem ser projetadas com
meios e dispositivos que garantam sua blindagem,
estanqueidade, isolamento e aterramento, de modo a prevenir
a ocorrência de acidentes.
12.17. Os condutores de alimentação elétrica das máquinas e
equipamentos devem atender aos seguintes requisitos mínimos de
segurança:
a) oferecer resistência mecânica compatível com a sua utilização;
b) possuir proteção contra a possibilidade de rompimento mecânico,
de contatos abrasivos e de contato com lubrificantes, combustíveis e
calor;
c) localização de forma que nenhum segmento fique em contato com
as partes móveis ou cantos vivos;
d) facilitar e não impedir o trânsito de pessoas e materiais ou a
operação das máquinas;
e) não oferecer quaisquer outros tipos de riscos na sua localização; e
f) ser constituídos de materiais que não propaguem o fogo, ou seja,
autoextinguíveis, e não emitirem substâncias tóxicas em caso de
aquecimento.
12.18. Os quadros de energia das máquinas e equipamentos
devem atender aos seguintes requisitos mínimos de segurança:
a) possuir porta de acesso, mantida permanentemente fechada;
b) possuir sinalização quanto ao perigo de choque elétrico e
restrição de acesso por pessoas não autorizadas;
c) ser mantidos em bom estado de conservação, limpos e livres
de objetos e ferramentas;
d) possuir proteção e identificação dos circuitos. e
12.21. São proibidas nas máquinas e equipamentos:
a) a utilização de chave geral como dispositivo de partida e parada;
b) a utilização de chaves tipo faca nos circuitos elétricos; e
c) a existência de partes energizadas expostas de circuitos que
utilizam energia elétrica.
12.22. As baterias devem atender aos seguintes requisitos mínimos
de segurança:
a) localização de modo que sua manutenção e troca possam ser
realizadas facilmente a partir do solo ou de uma plataforma de
apoio;
b) constituição e fixação de forma a não haver deslocamento
acidental; e
c) proteção do terminal positivo, a fim de prevenir contato acidental
e curto-circuito.
Dispositivos de partida, acionamento
e parada.
1 2.24. Os dispositivos de partida, acionamento e parada das
máquinas devem ser projetados, selecionados e instalados
de modo que:
a) não se localizem em suas zonas perigosas;
b) possam ser acionados ou desligados em caso de emergência por
outra pessoa que não seja o operador;
c) impeçam acionamento ou desligamento involuntário pelo
operador ou por qualquer outra forma acidental;
d) não acarretem riscos adicionais; e
e) não possam ser burlados.
12.25. Os comandos de partida ou acionamento das máquinas
devem possuir dispositivos que impeçam seu funcionamento
automático ao serem energizadas.
Meios de acesso permanentes.
12 .64. As máquinas e equipamentos devem possuir acessos
permanentemente fixados e seguros a todos os seus pontos
de operação, abastecimento, inserção de matérias-primas e retirada
de produtos trabalhados, preparação, manutenção e intervenção
constante.
12.64.1. Consideram-se meios de acesso elevadores, rampas,
passarelas, plataformas ou escadas de degraus.
12.64.2. Na impossibilidade técnica de adoção dos meios previstos
no subitem 12.64.1, poderá ser utilizada escada fixa tipo
marinheiro.
12.64.3. Nas máquinas e equipamentos, os meios de acesso
permanentes devem ser localizados e instalados de modo a
prevenir riscos de acidente e facilitar o seu acesso e utilização
pelos trabalhadores.
ser adotado o uso de plataformas
12.65. O emprego dos meios de acesso deve considerar o ângulo
de lance conforme Figura 1 do Anexo III.
12.66. Os locais ou postos de trabalho acima do nível do solo em
que haja acesso de trabalhadores, para comando ou
quaisquer outras intervenções habituais nas máquinas e
equipamentos, como operação, abastecimento, manutenção,
preparação e inspeção, devem possuir plataformas de trabalho
estáveis e seguras.
12.66.1. Na impossibilidade técnica de aplicação do previsto no
item 12.66, poderá
12.67. As plataformas móveis devem ser estáveis, de modo a não permitir sua movimentação ou tombamento durante a

realização do trabalho.

12.68. As passarelas, plataformas, rampas e escadas de degraus devem propiciar condições seguras de trabalho,

circulação, movimentação e manuseio de materiais e:

a) ser dimensionadas, construídas e fixadas de modo seguro e resistente, de forma a suportar os esforços solicitantes e

movimentação segura do trabalhador;

b) ter pisos e degraus constituídos de materiais ou revestimentos antiderrapantes;

c) ser mantidas desobstruídas; e

d) ser localizadas e instaladas de modo a prevenir riscos de queda, escorregamento, tropeçamento e dispêndio

excessivo de esforços físicos pelos trabalhadores ao utilizá-las.

12.69. As rampas com inclinação entre 10º (dez) e 20º (vinte) graus em relação ao plano horizontal devem possuir peças

transversais horizontais fixadas de modo seguro, para impedir escorregamento, distanciadas entre si 0,40 m (quarenta

centímetros) em toda sua extensão quando o piso não for antiderrapante.

12.69.1. É proibida a construção de rampas com inclinação superior a 20º (vinte) graus em relação ao piso.

12.70. Os meios de acesso, exceto escada fixa do tipo marinheiro e elevador, devem possuir sistema de proteção contra

quedas com as seguintes características:

a) ser dimensionados, construídos e fixados de modo seguro e resistente, de forma a suportar os esforços solicitantes;

b) ser constituídos de material resistente a intempéries e corrosão;


12.72. Para o sistema de proteção contra quedas em plataformas utilizadas em operações de abastecimento ou que

acumulam sujidades, é permitida a adoção das dimensões da Figura 5 do Anexo III.

12.73. As passarelas, plataformas e rampas devem ter as seguintes características:

a) largura útil mínima de 0,60 m (sessenta centímetros);

b) meios de drenagem, se necessário; e

c) não possuir rodapé no vão de acesso.

12.74. As escadas de degraus sem espelho devem ter:

a) largura de 0,60 m (sessenta centímetros) a 0,80 m (oitenta centímetros);

b) degraus com profundidade mínima de 0,15 m (quinze centímetros);

c) degraus e lances uniformes, nivelados e sem saliências;

d) altura máxima entre os degraus de 0,25 m (vinte e cinco centímetros);

e) plataforma de descanso com 0,60m (sessenta centímetros) a 0,80 m (oitenta centímetros) de largura e comprimento

a intervalos de, no máximo, 3,00 m (três metros) de altura;

f) projeção mínima de 0,01 m (dez milímetros) de um degrau sobre o outro; e

g) degraus com profundidade que atendam à fórmula: 600≤ g +2h ≤ 660 (dimensões em milímetros), conforme Figura

2 do Anexo III.

12.75. As escadas de degraus com espelho devem ter:

a) largura de 0,60 m (sessenta centímetros) a 0,80 m (oitenta centímetros);


Componentes pressurizados.
12.77. Devem ser adotadas medidas adicionais de proteção das mangueiras, tubulações e demais componentes

pressurizados sujeitos a eventuais impactos mecânicos e outros agentes agressivos, quando houver risco.

12.78. As mangueiras, tubulações e demais componentes pressurizados devem ser localizados ou protegidos de tal forma

que uma situação de ruptura destes componentes e vazamentos de fluidos, não possa ocasionar acidentes de trabalho.

12.79. As mangueiras utilizadas nos sistemas pressurizados devem possuir indicação da pressão máxima de trabalho

admissível especificada pelo fabricante.

12.80. Os sistemas pressurizados das máquinas devem possuir meios ou dispositivos destinados a garantir que:

a) a pressão máxima de trabalho admissível nos circuitos não possa ser excedida; e

b) quedas de pressão progressivas ou bruscas e perdas de vácuo não possam gerar perigo.

12.81. Quando as fontes de energia da máquina forem isoladas, a pressão residual dos reservatórios e de depósitos

similares, como os acumuladores hidropneumáticos, não pode gerar risco de acidentes.

12.82. Os recipientes contendo gases comprimidos utilizados em máquinas e equipamentos devem permanecer em

perfeito estado de conservação e funcionamento e ser armazenados em depósitos bem ventilados, protegidos contra

quedas, calor e impactos acidentais.

12.83. Nas atividades de montagem e desmontagem de pneumáticos das rodas das máquinas e equipamentos não

estacionários, que ofereçam riscos de acidentes, devem ser observadas as seguintes condições:

a) os pneumáticos devem ser completamente despressurizados, removendo o núcleo da válvula de calibragem antes da

desmontagem e de qualquer intervenção que possa acarretar acidentes; e


Manutenção, inspeção, preparação,
ajustes e reparos.
12.111. As máquinas e equipamentos devem ser submetidos à manutenção preventiva e corretiva, na forma e

periodicidade determinada pelo fabricante, conforme as normas técnicas oficiais nacionais vigentes e, na falta destas, as

normas técnicas internacionais.

12.111.1. As manutenções preventivas com potencial de causar acidentes do trabalho devem ser objeto de planejamento

e gerenciamento efetuado por profissional legalmente habilitado.

12.112. As manutenções preventivas e corretivas devem ser registradas em livro próprio, ficha ou sistema informatizado,

com os seguintes dados:

a) cronograma de manutenção;

b) intervenções realizadas;

c) data da realização de cada intervenção;

d) serviço realizado;

e) peças reparadas ou substituídas;

f) condições de segurança do equipamento;

g) indicação conclusiva quanto às condições de segurança da máquina; e

h) nome do responsável pela execução das intervenções.


12.112.1. O registro das manutenções deve ficar disponível aos trabalhadores envolvidos na operação, manutenção e

reparos, bem como à Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA, ao Serviço de Segurança e Medicina do

Trabalho - SESMT e à fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego.

12.113. A manutenção, inspeção, reparos, limpeza, ajuste e outras intervenções que se fizerem necessárias devem ser

executadas por profissionais capacitados, qualificados ou legalmente habilitados, formalmente autorizados pelo

empregador, com as máquinas e equipamentos parados e adoção dos seguintes procedimentos:

a) isolamento e descarga de todas as fontes de energia das máquinas e equipamentos, de modo visível ou facilmente

identificável por meio dos dispositivos de comando;

b) bloqueio mecânico e elétrico na posição “desligado” ou “fechado” de todos os dispositivos de corte de fontes de

energia, a fim de impedir a reenergização, e sinalização com cartão ou etiqueta de bloqueio contendo o horário e a

data do bloqueio, o motivo da manutenção e o nome do responsável;

c) medidas que garantam que à jusante dos pontos de corte de energia não exista possibilidade de gerar risco de

acidentes;

d) medidas adicionais de segurança, quando for realizada manutenção, inspeção e reparos de equipamentos ou

máquinas sustentados somente por sistemas hidráulicos e pneumáticos; e

e) sistemas de retenção com trava mecânica, para evitar o movimento de retorno acidental de partes basculadas ou

articuladas abertas das máquinas e equipamentos.

12.113.1. Para situações especiais de regulagem, ajuste, limpeza, pesquisa de defeitos e inconformidades, em que não
Sinalização.

12.116. As máquinas e equipamentos, bem como as instalações em que se encontram, devem possuir sinalização de

segurança para advertir os trabalhadores e terceiros sobre os riscos a que estão expostos, as instruções de operação e

manutenção e outras informações necessárias para garantir a integridade física e a saúde dos trabalhadores.

12.116.1. A sinalização de segurança compreende a utilização de cores, símbolos, inscrições, sinais luminosos ou

sonoros, entre outras formas de comunicação de mesma eficácia.

12.116.2. A sinalização, inclusive cores, das máquinas e equipamentos utilizadas nos setores alimentícios, médico e

farmacêutico deve respeitar a legislação sanitária vigente, sem prejuízo da segurança e saúde dos trabalhadores ou

terceiros.

12.116.3. A sinalização de segurança deve ser adotada em todas as fases de utilização e vida útil das máquinas e

equipamentos.

12.117. A sinalização de segurança deve:

a) ficar destacada na máquina ou equipamento;

b) ficar em localização claramente visível; e

c) ser de fácil compreensão.


12.123. As máquinas e equipamentos fabricados a partir da vigência desta Norma devem possuir em local visível as

informações indeléveis, contendo no mínimo:

a) razão social, CNPJ e endereço do fabricante ou importador;

b) informação sobre tipo, modelo e capacidade;

c) número de série ou identificação, e ano de fabricação;

d) número de registro do fabricante ou importador no CREA; e

e) peso da máquina ou equipamento.


Manuais.
12.125. As máquinas e equipamentos devem possuir manual de instruções fornecido pelo fabricante ou importador, com

informações relativas à segurança em todas as fases de utilização.

12.126. Quando inexistente ou extraviado, o manual de máquinas ou equipamentos que apresentem riscos deve ser

reconstituído pelo empregador, sob a responsabilidade de profissional legalmente habilitado.

12.127. Os manuais devem:

a) ser escritos na língua portuguesa - Brasil, com caracteres de tipo e tamanho que possibilitem a melhor legibilidade

possível, acompanhado das ilustrações explicativas;

b) ser objetivos, claros, sem ambiguidades e em linguagem de fácil compreensão;

c) ter sinais ou avisos referentes à segurança realçados; e

d) permanecer disponíveis a todos os usuários nos locais de trabalho.

12.128. Os manuais das máquinas e equipamentos fabricados ou importados a partir da vigência desta Norma devem

conter, no mínimo, as seguintes informações:

a) razão social, CNPJ e endereço do fabricante ou importador;

b) tipo, modelo e capacidade;

c) número de série ou número de identificação e ano de fabricação;

d) normas observadas para o projeto e construção da máquina ou equipamento;

e) descrição detalhada da máquina ou equipamento e seus acessórios;

f) diagramas, inclusive circuitos elétricos, em especial a representação esquemática das funções de segurança;
Capacitação.
12.135. A operação, manutenção, inspeção e demais intervenções em máquinas e equipamentos devem ser realizadas

por trabalhadores habilitados, qualificados, capacitados ou autorizados para este fim.

12.136. Os trabalhadores envolvidos na operação, manutenção, inspeção e demais intervenções em máquinas e

equipamentos devem receber capacitação providenciada pelo empregador e compatível com suas funções, que aborde os

riscos a que estão expostos e as medidas de proteção existentes e necessárias, nos termos desta Norma, para a prevenção

de acidentes e doenças.

12.137. Os operadores de máquinas e equipamentos devem ser maiores de dezoito anos, salvo na condição de aprendiz,

nos termos da legislação vigente.

12.138. A capacitação deve:

a) ocorrer antes que o trabalhador assuma a sua função;

b) ser realizada pelo empregador, sem ônus para o trabalhador;

c) ter carga horária mínima que garanta aos trabalhadores executarem suas atividades com segurança, sendo distribuída

em no máximo oito horas diárias e realizada durante o horário normal de trabalho;

d) ter conteúdo programático conforme o estabelecido no Anexo II desta Norma; e

e) ser ministrada por trabalhadores ou profissionais qualificados para este fim, com supervisão de profissional

legalmente habilitado que se responsabilizará pela adequação do conteúdo, forma, carga horária, qualificação dos

instrutores e avaliação dos capacitados.

12.139. O material didático escrito ou audiovisual utilizado no treinamento e o fornecido aos participantes, devem ser
Norma Técnica: documento, estabelecido por consenso e aprovado por um organismo reconhecido, que fornece, para um uso
comum e repetitivo, regras, diretrizes ou características para atividades ou seus resultados, visando à obtenção de um grau
ótimo de ordenação em um dado contexto.

Nota: Convém que as normas sejam baseadas em resultados consolidados pela ciência, pela tecnologia e pela experiência
acumulada, visando à obtenção de benefícios para a comunidade.
12.147.1. O curso de capacitação deve ser específico para o tipo máquina em que o operador irá exercer suas funções e

atender ao seguinte conteúdo programático:

a) histórico da regulamentação de segurança sobre a máquina especificada;

b) descrição e funcionamento;

c) riscos na operação;

d) principais áreas de perigo;

e) medidas e dispositivos de segurança para evitar acidentes;

f) proteções - portas, e distâncias de segurança;

g) exigências mínimas de segurança previstas nesta Norma e na NR 10;

h) medidas de segurança para injetoras elétricas e hidráulicas de comando manual; e

i) demonstração prática dos perigos e dispositivos de segurança.

12.147.2. O instrutor do curso de capacitação para operadores de injetora deve, no mínimo, possuir:

a) formação técnica em nível médio;

b) conhecimento técnico de máquinas utilizadas na transformação de material plástico;

c) conhecimento da normatização técnica de segurança; e

d) capacitação específica de formação.


Regulamento: documento que contém regras de caráter obrigatório e que é adotado por uma autoridade.

Regulamento Técnico: Regulamento que estabelece requisitos técnicos, seja diretamente, seja pela referência ou incorporação do
conteúdo de uma norma, de uma especificação técnica ou de um código de prática.

Normalização: atividade que estabelece, em relação a problemas existentes ou potenciais, prescrições destinadas à utilização
comum e repetitiva com vistas à obtenção do grau ótimo de ordem, em um dado contexto.
A ABNT e seu papel na Normalização Brasileira

A partir das considerações anteriores e para contextualizar o caso brasileiro, vale conhecer um pouco da estrutura, da história2 e do
trabalho da ABNT, que podem ser consultados no site da entidade. Por ora, cumpre salientar que a ABNT:

é uma entidade privada, sem fins lucrativos, fundada em 1940;


foi reconhecida como de utilidade pública pelo governo brasileiro em 1962;
é o foro nacional único de normalização, tendo sido reconhecida pelo CONMETRO em 1992 pela Resolução de no.7;
representa o Brasil nos foros regionais e internacionais de normalização;
responde pela gestão do processo de elaboração das normas brasileiras.

Algumas dúvidas frequentes são aqui esclarecidas, como, por exemplo, o fato de a ABNT não ser um órgão do governo, mas uma
associação privada, reconhecida pelo governo brasileiro.
Assim como seus congêneres, a ABNT não elabora Normas Técnicas, mas estabelece as diretrizes, reconhecidas nacional e
internacionalmente para seu desenvolvimento e aprovação, gerencia esse processo e homologa os documentos normativos.
5. Ser ou não ser: eis a questão

Ainda sobre o Código de Defesa do Consumidor, é bastante conhecida a Seção IV, que trata das Práticas Abusivas, e seu Artigo 39,
que no inciso VIII estabelece:

“É vedado ao fornecedor de produtos e serviços colocar, no mercado de consumo, qualquer produto ou serviço em desacordo com as
normas expedidas pelos órgãos oficiais competentes ou, se normas específicas não existirem, pela Associação Brasileira de
Normas Técnicas – ABNT, ou outra Entidade credenciada pelo Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade
Industrial – CONMETRO.”

Ora, se não há Regulamentação Técnica específica sobre um produto ou serviço e se a ABNT é a única entidade reconhecida pelo
CONMETRO, as Normas ABNT passam a ser a referência para a qualidade destes itens, quando comercializados no País.
No entanto, note-se que a citação é genérica a toda e qualquer Norma ABNT, assim como também se verifica na Lei 8.666, das
Licitações Públicas3, que traz o seguinte texto:

“O conjunto dos elementos necessários e suficientes à execução completa da obra deve estar de acordo com as normas pertinentes
da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT.”

Diferem, portanto, essas formas de citação, daquela verificada na Resolução nº157 CONATRAN, onde no Artigo 6º tem-se o seguinte:

“Os extintores de incêndio deverão ser fabricados em conformidade à NBR 10.721 da Associação Brasileira de Normas Técnicas –
ABNT.”
Ou o que consta da Instrução Técnica de no. 8 do Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo (item 2.1, de sua aplicação), em
atendimento à Lei nº 684, de 30.09.1975, Regulamentada pelo Decreto 47.076, de 31.08.2001:

“Adota-se a NBR 14432:2000 – Exigência de resistência ao fogo de elementos de construção de edificações - Procedimento, com as
inclusões e adequações de exigências constantes nesta instrução.”

Ou ainda o que se verifica com relação às questões de acessibilidade, que são estabelecidas em Leis Federais, que referenciam de
forma geral as Normas ABNT, mas são complementadas por Leis Estaduais e Municipais, muitas das quais referenciam de forma
específica a ABNT NBR 9050.
O entendimento internacional, transmitido pelo Secretário Geral da ISO em sua visita ao Brasil em maio/2011, é a seguir transcrito,
com comentários de minha interpretação entre parêntesis:

“Quando o conteúdo de uma Norma Técnica é transcrito em uma Lei, então essa Norma (especificamente essa) passa a ter caráter
legal.”

“Quando uma ou mais normas são citadas em uma Lei (como ocorre nos casos das Leis 8078 e 8666, por exemplo), a Norma não é
considerada lei, mas apenas um instrumento utilizado pelo poder público como uma prática adequada, que deve ser seguida na
ausência de outra comprovadamente melhor ou igual.”
As Normas Regulamentadoras (conhecidas por NR's) tratam de diversos temas relacionados com a segurança e a medicina do
trabalho em todo o território nacional.

Elas são publicadas única e exclusivamente pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) com base no texto do Capítulo V da CLT e
entraram em vigor pela primeira vez por meio da Portaria n.° 3.214, de 08 de Junho de 1978.

Existe um total de 34 NR's em vigor em Janeiro de 2013 (são apenas 34 pois a NR-27 foi revogada pela Portaria n.º 262, de 29 de
maio de 2008), sendo elas denominadas da NR-01 à NR-35 e o seu conteúdo revisado de tempos em tempos pelo MTE.

Sobre as exigências das normas regulamentadoras, a CLT diz:

Art. 157 - Cabe às empresas:

I - cumprir e fazer cumprir as normas de segurança e medicina do trabalho;

...

Portanto, é obrigatório o cumprimento de todas as NR's e a não obediência sujeita a empresa às penalidades previstas na Seção XVI
da CLT, multas previstas na NR-28 e em último caso embargo ou interdição.

 Normas Técnicas
 Já as Normas Técnicas (conhecidas por NBR's) são documentos estabelecidos por consenso e aprovados
por um organismo reconhecido, que fornece, para um uso comum e repetitivo, regras, diretrizes ou
características para os produtos ou processos, e cuja observância não é obrigatória.
 Elas podem estabelecer requisitos de qualidade, de desempenho, de segurança (seja no fornecimento de
algo, no seu uso ou mesmo na sua destinação final), como também podem estabelecer procedimentos,
padronizar formas, dimensões, tipos, usos, fixar classificações ou terminologias e glossários, símbolos,
marcação ou etiquetagem, embalagem, definir a maneira de medir ou determinar as características, como
os métodos de ensaio (definição da ABNT).
 As normas técnicas são emitidas no Brasil pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). É uma
entidade privada, sem fins lucrativos, reconhecida como único Foro Nacional de Normalização através da
4.1 Eventos: São todos os acontecimentos previamente planejados, organizados e coordenados de forma a
contemplar o maior número de pessoas expectadoras em um mesmo espaço físico e temporal e em locais que
possam oferecer risco a pessoas e bens, por ocasião da própria atividade a ser desenvolvida e/ou pela
aglomeração do público. Podendo ser categorizados como:
a) Circos: organizado em uma espécie de arena ou picadeiro, com assentos em seu entorno, podendo ser
itinerantes, e costumam se apresentar sob uma tenda ou lona.
b) Competições Esportivas: é o desenvolvimento de atividade desportiva com público expectador,
podendo ser com ou sem utilização de equipamentos, motorizados ou não, em locais previamente
construídos ou adaptados a realização da competição.
c) Desfiles: é um evento comemorativo onde pessoas ou objetos móveis atravessam determinado caminho,
sucedendo-se uns aos outros de forma coordenada, com a presença de expectadores.
d) Espetáculos e Shows Artísticos e Culturais: ainda chamado de show ou concerto é uma
representação pública que impressiona e é destinada a entreter a plateia. Pode ser uma apresentação
teatral, musical, cinematográfica, circense, ou até mesmo uma exibição de trabalhos artísticos.
e) Eventos Religiosos: composto e produzido para expressar a crença religiosa, individual ou comunitária
que o promotor tem por objetivo.
f) Exposições: é uma apresentação de objetos ao público, podendo ser de caráter comercial, industrial,
cultural, tecnológico ou recreativo.
g) Feiras: é um evento em local e período pré-determinado em que pessoas expõem e vendem
mercadorias.
h) Festas Típicas Populares: São manifestações realizadas e baseadas em fatos e atos populares,
podendo ser oficializadas pelo poder público com intenção de homenagear datas, hábitos, fatos ou
personalidades marcantes de determinada região.
i) Festas Universitárias: eventos em geral com temas definidos pelas faculdades promotoras (comissões
de formatura, centros acadêmicos ou semelhantes), com execução de música ao vivo ou mecânica,
comercialização/fornecimento de bebidas incluídas ou não no valor do ingresso, objetivando angariar
recursos financeiros para as formaturas das turmas promotoras.
j) Parque de Diversões: é um centro de entretenimento, que visa trazer aos seus visitantes momentos de
lazer, podendo ser itinerante ou fixo. Constituído por uma variedade de atrações, que tem como objetivo
proporcionar ao visitante novas experiências e diferentes sensações. Um parque de diversão pode ser
conhecido também como parque temático. Neste, o parque define um tema específico, e reproduz um
ambiente baseado em uma realidade ou irrealidade. A característica comum está na grande quantidade de
estruturas mecânicas utilizadas na montagem das atrações.
k) Rodeios: é uma prática recreativa que consiste em permanecer por um tempo sobre um animal,
usualmente um cavalo ou boi. O local em geral possui cercas definindo áreas destinadas ao público
(arquibancadas fixas ou móveis, taludes ou similares), área de competição e de manejo/trato dos animais.
4.2 Responsável técnico pelo evento temporário: profissional legalmente habilitado perante o órgão de
fiscalização profissional, responsável pela segurança contra incêndio e pânico no evento.
4.3 Responsável pelo evento: pessoa física ou jurídica responsável pela organização e realização do evento,
respondendo diretamente perante os órgãos públicos, podendo ser denominado organizador de evento.
4.4 Coordenador geral: pessoa responsável pela coordenação e execução das ações de emergência de
todas as edificações que compõem o plano, devendo ser uma pessoa com capacidade de liderança, com
respaldo da organização do evento ou faça parte dela ou responsável técnico.
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
15.1 As instalações elétricas devem atender aos requisitos previstos na NBR-5410. Deverá ser observada em
locais de eventos temporários a NBR-13570 (Instalações elétricas em locais de afluência de público -
Requisitos específicos).
15.2 Quando houver sistema de proteção contra descargas atmosféricas, deve ser atendida a NBR 5419.
15.3 Os disjuntores não podem ser afixados sobre materiais combustíveis, devendo ser instalados em local
adequado e fora do alcance do público.
17 PARQUES DE DIVERSÕES
17.1 Os parques de diversão devem ser projetados de forma a garantir a saída segura dos espectadores,
devendo ainda atender às exigências técnicas da NBR 15926.
17.2 Os parques de diversões deverão possuir Laudo Técnico circunstanciado, emitido por profissional
habilitado, acerca das condições de operacionalidade e de qualidade técnica de montagem e instalação.
17.3 Nos parques de diversões onde houver subestação de energia elétrica, deverá haver um Responsável
Técnico por sua manutenção, sendo este serviço objeto de Anotação de Responsabilidade Técnica – ART,
firmada por profissional habilitado e registrado no conselho profissional.
17.4 Os parques deverão possuir atestado técnico de sistema de proteção contra descargas atmosféricas com
valores ôhmicos dentro da normalidade.
18 CIRCOS E PARQUES ITINERANTES
Para circos e parques de diversão, será permitido o seguinte procedimento:
18.1 Deverá protocolar o respectivo projeto no setor responsável para análise.
18.2 Após primeira liberação em vistoria, quando não houver mudança no projeto para evento temporário, o
responsável pelo circo ou parque poderá apresentar cópia do PSCIP-IOT/OTEP aprovado no CB/PMPR, na
próxima localidade de destino, sendo necessária apenas a solicitação da vistoria.
18.3 Para a solicitação de subsequentes vistorias, o responsável pelo evento deverá protocolar o Pedido de
Vistoria e a Anotação de Responsabilidade Técnica pela montagem das estruturas.
18.4 A responsabilidade de manter as características aprovadas no projeto e garantir a segurança dos
espectadores é do organizador do evento.
18.5 Quando em vistoria de liberação for constatado que as características do local diferem daquelas
aprovadas em PSCIP-IOT/OTEP, comprometendo a segurança dos usuários, o organizador deverá protocolar
novo PSCIP-IOT/OTEP, de acordo com esta NPT.
Eventos de risco médio, alto e especial: Na implementação das medidas de segurança contra incêndio
e pânico, quando da apresentação do Plano de Segurança Contra Incêndio e Pânico – PSCIP, nas
modalidades Instalação e Ocupação Temporária – IOT e Ocupação Temporária em Edificação Permanente –
OTEP, os eventos devem apresentar as medidas de segurança consideradas obrigatórias conforme abaixo.
a) Acesso de Viatura na Edificação
b) Controle de Materiais de Acabamento
c) Saídas de Emergência
d) Plano de Emergência (somente para locais com público acima de 1.000 pessoas)
e) Brigada de Incêndio
f) Iluminação de Emergência
g) Sinalização de Emergência
h) Extintores

Disposições gerais sobre as medidas de segurança contra incêndio e pânico para qualquer evento:
7
NPT 041 – REGULARIZAÇÃO DE EVENTOS
a) As instalações elétricas e o SPDA devem estar em conformidade com as normas técnicas oficiais.
b) Para subsolos ocupados ver Tabela 7 do CSCIP.
c) Estruturas com altura superior a 6 metros será submetida à Comissão Técnica para definição das
medidas de Segurança contra incêndio.
d) Observar ainda as exigências para os riscos específicos das respectivas NPT's, em especial a NPT-
012.
9
As normas da ABNT não são leis!
A ABNT, apesar de ser uma sociedade civil (portanto não-oficial), é a entidade reconhecida como competente, em nosso país, para
enunciar as normas técnicas, e as suas normas constituem-se referência e exigência em algumas normas jurídicas, tais como a
Lei n° 8.078, de Proteção e Defesa do Consumidor e a Lei n° 4.150, que regulamenta as obras públicas. Com base no acima
exposto, concluo que as normas da ABNT, apesar de técnicas, possuem em juízo, sob a luz das leis acima, força de lei jurídica,
devendo sua observância constituir-se não apenas um dever ético-profissional, mas também uma obrigação legal.

Entendo, no entanto, que, pelas diferenças acima apontadas entre as normas técnica e as jurídicas, a interpretação da observância
ou não de uma norma técnica é uma atribuição exclusiva e intransferível dos próprios técnicos. Desse fato resulta a necessidade
indispensável da participação dos “assistentes técnicos”, dos quais se utilizam os juízes nas questões judiciais que envolvem
interpretação de norma técnica. Aquela velha estória de que justiça bem feita exige cada macaco em seu próprio galho! Ao Juiz
não caberá a interpretação da norma técnica, mas sim a interpretação das informações e conclusões prestadas pelos
assistentes técnicos às questões formuladas pelo próprio juiz e pelos advogados das partes envolvidas no processo.

Julgo pois que não será demais destacar a fundamental importância que tem a assistência técnica - constituída pelos próprios
técnicos - em qualquer julgamento de mérito, pois a vontade das tormas - técnicas ou jurídicas - são, em última análise, a
vontade de quem as interpreta. Por isso mesmo, caberão sempre os recursos judiciais, pois os intérpretes, engenheiros e juízes,
não se colocam acima das normas a título de interpretá-las e aplicá-las, mas sim estão a serviço de um bem maior que são a
Segurança e a Justiça.

Vem então a segunda e importante pergunta:

É possível contrariar as normas com projetos justificados, como sempre foram, sem cometer pecados graves?

Preliminarmente, distingo entre a situação grave de “contrariar”, contrapor-se, insubordinar-se à norma tecnica e a situação sem
gravidade de afastar-se dos procedimentos recomendados nas norma, pela adoção de outros igualmente válidos e justificáveis.

“Contrariar” a norma é desobedecê-la onde ela é impositiva, como, por exemplo, se o assistente técnico é capaz de convencer, em
seu Parecer, que o projetista da estrutura não atendeu ao requisito básico de garantia de resistência ou de comportamento
adequado em serviço ou de durabilidade da mesma.

Afastar-se da norma, ao contrário, é utilizar procedimentos alternativos aos recomendados em seu texto, sem prejuízo do atendimento
aos requisitos básicos. Esses procedimentos alternativos - que podem envolver hipóteses, critérios, modelos, métodos,
processos, etc. - devem ser plenamente justificáveis (caso arguídos). Esses procedimentos alternativos com essas
Máquinas um conjunto de peças mecânicas ou orgânicas que executam tarefas ou ajudam na realização destas, necessitando de uma fonte de enrgia externa.

Máquina e equipamento: para fins de aplicação desta Norma, o conceito inclui somente
máquina e
equipamento de uso não doméstico e movido por força não humana.

Profissional habilitado para a supervisão da capacitação: profissional que comprove conclusão de


curso específico na área de atuação, compatível com o curso a ser ministrado, com registro no
competente
conselho de classe, se necessário.
Profissional legalmente habilitado: trabalhador previamente qualificado e com registro no
competente
conselho de classe, se necessário.
Profissional ou trabalhador capacitado: aquele que recebeu capacitação sob orientação e
responsabilidade de profissional habilitado.
Profissional ou trabalhador qualificado: aquele que comprove conclusão de curso específico na sua
área de atuação e reconhecido pelo sistema oficial de ensino.
NPT 41
Código de Segurança Contra Incêndio e Pânico do Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Paraná.
NBR 15926 – Equipamentos de parque de diversões.
NBR 13570 – Instalações elétricas em locais de afluência de público – requisitos específicos.
NBR 9050 – Acessibilidade a Edificações, Mobiliário, Espaços e Equipamentos Urbanos.

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