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“Entes de cooperação são pessoas jurídicas de

direito privado que colaboram com o Estado


exercendo atividades não lucrativas e de
interesse social.” (Mazza, Alexandre)

ENTES DE COOPERAÇÃO

Entidades Terceiro
paraestatais setor
Serviços sociais do Sistema “S”
ENTIDADES PARAESTATAIS
Serviços sociais autônomos

a) são criados mediante autorização legislativa;


b) não pertencem ao Estado;
c) estão sujeitos a controle estatal, inclusive por
meio dos Tribunais de Contas;
d) não precisam contratar pessoal mediante
concurso público (RE 789.874)107;
e) estão obrigados a realizar licitação (art. 1º,
parágrafo único, da Lei n. 8.666/93).
f) são imunes a impostos incidentes sobre
patrimônio, renda e serviços (art. 150, VI, c, da
CF).
(Procurador da República)
“Os serviços sociais autônomos destinam-se a
prestar serviços públicos”.
(Procurador da República)
“Os serviços sociais autônomos destinam-se a
prestar serviços públicos”.

INCORRETA
(Magistratura Federal)
“O Estado compõe o primeiro setor, ao passo
que o mercado configura o segundo setor”.
(Magistratura Federal)
“O Estado compõe o primeiro setor, ao passo
que o mercado configura o segundo setor”.

CORRETA
TERCEIRO SETOR

“Composto por entidades privadas da


sociedade civil que exercem atividades de
interesse público sem finalidade lucrativa.”
(MAZZA, Alexandre)
(Procuradoria da Fazenda Nacional/FCC/2006)

“As pessoas jurídicas que integram o


chamado Terceiro Setor têm regime
jurídico predominantemente de Direito
Privado, parcialmente derrogado por
normas de Direito Público”.
(Procuradoria da Fazenda Nacional/FCC/2006)

“As pessoas jurídicas que integram o


chamado Terceiro Setor têm regime
jurídico predominantemente de Direito
Privado, parcialmente derrogado por
normas de Direito Público”.

CORRETA
Qualificações
(Terceiro setor)

Organizações Sociais (OS) Organizações da Sociedade Civil


(Lei n. 9.637/98) de Interesse Público (OSCIP’s)
Ex: Associação de Pais e (Lei n. 9.790/99)
Amigos dos Excepcionais Ex: "Instituto Gustavo Borges“,
-APAE, Associação Instituto Xuxa Meneghel
Beneficente Hospital
Universitário - ABHU
Art. 3o A qualificação instituída por esta Lei
-Áreas de atuação ( atividade interesse (...) somente será conferida às pessoas jurídicas
público): ensino, pesquisa científica, de direito privado, sem fins lucrativos, cujos
desenvolvimento tecnológico, proteção objetivos sociais tenham pelo menos uma das
e preservação do meio ambiente, cultura seguintes finalidades:
e saúde. (art. 1º) I - promoção da assistência social;
II - promoção da cultura, defesa e conservação
do patrimônio histórico e artístico;
III - promoção gratuita da educação ...
(Ministério Público/RN)
“A organização social é pessoa jurídica de direito privado,
sem fins lucrativos, que pode receber do Poder Público,
através de contrato de gestão, verbas e bens públicos,
com dispensa de licitação, bem como a cessão de
servidores públicos para o cumprimento de suas metas”.
(Ministério Público/RN)
“A organização social é pessoa jurídica de direito privado,
sem fins lucrativos, que pode receber do Poder Público,
através de contrato de gestão, verbas e bens públicos,
com dispensa de licitação, bem como a cessão de
servidores públicos para o cumprimento de suas metas”.

CORRETA
DIREITO ADMINISTRATIVO I
SEMANAS 9 E 10
ATOS ADMINISTRATIVOS
1. Introdução
2. Conceito
3. Elementos
4. Características
5. Mérito Administrativo
6. Formas e Efeitos
7. Classificação
8. Espécies de atos
9. Motivação dos atos: Teoria dos Motivos Determinantes
10. Controle da discricionariedade
11. Procedimento administrativo
12. Extinção dos atos administrativos
a) Invalidação ou anulação
b) Revogação
c) Teoria da convalidação
INTRODUÇÃO
Conceitos fundamentais
Têm repercussão na Administração.
Podem ser naturais e voluntários.
Fatos administrativos Também são compreendidos como
realizações materiais da
Administração.

Todos aqueles praticados pela


Atos da Administração
Administração Pública

Negócios jurídicos bilaterais,


regidos pelo Direito Público,
Contratos administrativos
celebrados entra Administração e
administrado.
INTRODUÇÃO
 Existem atos regidos pelo Direito Público que estão
fora da Administração?
 Quando a concessionária corta o fornecimento do
serviço por falta de pagamento, esse ato é ato
administrativo?
 Sim, são atos administrativos, mas não são atos da
Administração. São os atos praticados por
concessionárias, permissionárias, sob regime de
direito público.
ATO ADMINISTRATIVO

CONCEITO
“a exteriorização da vontade de agentes da
Administração ou de seus delegatários, nessa
condição, que, sob regime de direito público, vise à
produção de efeitos jurídicos, com o fim de atender
ao interesse público.”
José dos Santos Carvalho Filho
ATO ADMINISTRATIVO

CONCEITO
ato administrativo é a “declaração do Estado ou quem lhe
faça as vezes (pode ser praticado pelo Poder Executivo,
Poder Legislativo e Poder Judiciário), expedida em nível
inferior à lei – a título de cumpri-la (distingue o ato
administrativo da lei), sob regime de direito público
(distingue do ato administrativo do ato de direito privado)
e sujeita a controle de legitimidade por órgão jurisdicional
(distingue o ato administrativo do ato jurisdicional)”.
Fernanda Marinela
Silêncio administrativo
2. Silêncio administrativo
• Não configura manifestação de vontade
o Exceções legais: Lei 9.478/1997, art. 26, § 3°
o Omissão administrativa é ilegítima: dever de praticar o ato

Lei 9.784/1999: ”Art. 48. A Administração tem o dever de


explicitamente emitir decisão nos processos administrativos e
sobre solicitações ou reclamações, em matéria de sua
competência”. Prazo: art. 49. 30 (trinta) dias.
Silêncio administrativo
Lei nº 9.478 de 06 de Agosto de 1997
Dispõe sobre a política energética nacional, as atividades
relativas ao monopólio do petróleo, institui o Conselho Nacional
de Política Energética e a Agência Nacional do Petróleo e dá
outras providências.
Art. 26. A concessão implica, para o concessionário, a obrigação
de explorar, por sua conta e risco e, em caso de êxito, produzir
petróleo ou gás natural em determinado bloco, conferindo-lhe a
propriedade desses bens, após extraídos, com os encargos
relativos ao pagamento dos tributos incidentes e das
participações legais ou contratuais correspondentes.
§ 3º Decorrido o prazo estipulado no parágrafo anterior sem que
haja manifestação da ANP, os planos e projetos considerar-se-ão
automaticamente aprovados.
Exceção
ELEMENTOS OU REQUISITOS DO
ATO ADMINISTRATIVO
1. Competência (sujeito)
2. Finalidade
3. Forma
4. Motivo
5. Objeto (conteúdo)
Art. 2º São nulos os atos lesivos ao patrimônio
das entidades mencionadas no artigo anterior,
nos casos de:
a) incompetência; Fundamento:
b) vício de forma; Art. 2º, Lei 4.717/75
c) ilegalidade do objeto;
d) inexistência dos motivos;
e) desvio de finalidade.
COMPETÊNCIA/SUJEITO
1. Quem pode ser sujeito do ato administrativo?
O agente público, que pode estar dentro ou fora da
Administração, com ou sem remuneração, com
vínculo permanente ou temporário.
2. Qualquer agente pode praticar ato administrativo?
Desde que pratique ato compatível com a regra de
competência. Ele precisa ser o agente competente para
a prática do ato.
COMPETÊNCIA/SUJEITO
1. Características da competência
 Depende de previsão na lei ou na CF,
 de exercício obrigatório,
 irrenunciável,
 imodificável,
 não admite transação,
 Imprescritível,
 Improrrogável,
 Delegação e avocação, por exceção e com
justificativa (arts. 11 a 17, da Lei 9.784/99 - PAF)
COMPETÊNCIA/SUJEITO
 A lei proíbe delegação de competência em três
circunstâncias:

Lei nº 9.784/99 (PAF)


Art. 13. Não podem ser objeto de delegação:
I - a edição de atos de caráter normativo;
II - a decisão de recursos administrativos;
III - as matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade.
FORMA
 Somente a prevista em lei, sendo em regra por
escrito, admitindo-se de outra maneira quando a lei
assim autorizar.
 O ato administrativo está sujeito ao princípio da
solenidade, exigindo-se:
a) formalidades específicas,
b) procedimento administrativo prévio e
c) motivação (é diferente de motivo, é a correlação
lógica entre os elementos do ato e a lei; em regra
obrigatória e deve ser realizada antes ou durante a
prática do ato).
MOTIVO
 razões de fato e de direito que justificam a edição do
ato.
 Para que esse motiva seja legal e não comprometa a
validade do ato ele deve ser:
a) verdadeiro,
b) estar compatível com a previsão legal e
c) compatível com o resultado do ato.
TEORIA DOS MOTIVOS
DETERMINANTES
 relaciona-se com o motivo do ato administrativo,
 é aquela que prende o administrador no momento da
execução do ato aos motivos que ele alegou no momento
de sua edição, sujeitando-se à demonstração de sua
ocorrência, de tal modo que, se inexistentes ou falsos,
implicam em sua nulidade.
 O Poder Público pode desapropriar um imóvel para
construir um hospital, e depois resolver construir uma
escola, ou um fórum?
 Sim, TREDESTINAÇÃO – mudança de motivo
autorizada, legal, desde que mantida a razão de interesse
público.
OBJETO/CONTEÚDO
 o resultado prático do ato.
 Exige-se que seja
a) lícito (previsto em lei),
b) possível e
c) determinado.
FINALIDADE
 só pode ser uma razão de interesse público que será
definido por lei.
 O desrespeito ao interesse público compromete o ato
com o vício de desvio de finalidade (é vício
ideológico, vício subjetivo).

 “Desvio de finalidade é vício no motivo e na


finalidade”
ELEMENTOS VINCULADOS E
DISCRICIONÁRIOS

 COMPETÊNCIA, FORMA E FINALIDADE


a) São elementos sempre vinculados, seja nos atos
vinculados, seja nos atos discricionários.

 MOTIVO E OBJETO
a) Nos atos vinculados - são elementos vinculados;
b) Nos atos discricionários – são elementos
discricionários.
MÉRITO ADMINISTRATIVO
 O que é o mérito do ato administrativo?
Mérito é a liberdade, é juízo de valor, é a discricionariedade
do administrador.
 Onde está a discricionariedade do ato discricionário?
Está no motivo e no objeto (elementos discricionários).
 Mérito administrativo é o motivo e o objeto do ato?
Não.
 Poder Judiciário pode rever o mérito do ato
administrativo?
Não, em regra. Mas o Judiciário de vez em quando atinge o
mérito administrativo – por controle de legalidade em
sentido amplo.
CARACTERÍSTICAS/ATRIBUTOS
DO ATO ADMINISTRATIVO
 presunção de legitimidade ou de veracidade;
 autoexecutoriedade (executoriedade e exigibilidade),
 imperatividade e,
 para alguns autores, a tipicidade.
PRESUNÇÃO DE LEGITIMIDADE OU
DE VERACIDADE
 Essa presunção é absoluta ou relativa? Presume-se o
quê?
 LEGITIMIDADE + LEGALIDADE + VERACIDADE
 Presunção de legitimidade - obediência às normas
morais
 Presunção de legalidade –obediência à lei
 Presunção de Veracidade – corresponde com a
verdade.
PRESUNÇÃO DE LEGITIMIDADE OU
DE VERACIDADE
 É relativa ou iuris tantum.
 De quem é o ônus da prova?
 O ônus da prova é do administrado, ele que tem que
provar.
 O administrado é obrigado a provar ato negativo?
Ex. comprovar que não recebeu a notificação?
 Pacífico no STJ e STF, de que não é possível exigir do
administrado a prova de fato negativo. É a
Administração que tem que comprovar que
notificou o administrado.
AUTOEXECUTORIEDADE
 A Administração executando diretamente os seus
atos. Sem precisar de autorização judicial.
 Só é possível quando expressamente previsto em lei,
ou quando se trata de medida urgente.
 Todo ato administrativo é executável?
Falso, obrigações pecuniárias não são autoexecutáveis.
Exemplo: pagamento de um imposto, multas e outras
penalidades administrativas. As obrigações pecuniárias
são exigíveis, mas não são autoexecutáveis, pois
necessitam o Poder do Judiciário.
IMPERATIVIDADE (OU
COERCIBILIDADE)
 significa que os atos administrativos são cogentes,
obrigando a todos quantos se encontrem em seu
círculo de incidência (ainda que o objetivo a ser por
ele alcançado contrarie interesses privados), na
verdade o único alvo da Administração é o interesse
público.
 Fundamento?
 Princípio da supremacia do interesse público sobre o
privado.
TIPICIDADE
 O ato administrativo deve corresponder às figuras
previamente definidas em lei ou pelo Direito.
 Ele está fundamentado no Princípio da Legalidade
que afasta a possibilidade da Administração praticar
atos inominados;
 além disso representa uma garantia para o
administrado pois impede a Administração de
praticar atos imperativos e autoexecutáveis sem que
haja previsão legal.
CLASSIFICAÇÃO
QUANTO AOS DESTINATÁRIOS:
 Atos gerais - servem para regular determinada
situação, por isso têm destinatários indeterminados.
Exemplo: decreto que regulamenta o imposto de
renda.
 Atos individuais – regulam situações concretas e
destinam-se a pessoas específicas, mesmo
coletivamente. Exemplo: portaria de nomeação para
cargo em comissão; licença para construção; um
decreto expropriatório.

 Ato individual singular (um)


 Ato individua plúrimo (mais de um)
CLASSIFICAÇÃO
QUANTO AOS DESTINATÁRIOS:
 Observações:
 Atos individuais podem ser impugnados
diretamente pelos interessados quanto à
legalidade, quer na via administrativa, quer na
via judicial.
 É necessário contraditório e ampla defesa apenas
no caso de anulação de ato individual.
 O ato individual que dê origem a direitos
adquiridos torna-se irrevogável, o que não
acontece com o ato geral.
CLASSIFICAÇÃO
QUANTO AO GRAU DE LIBERDADE:
 Ato vinculado – sem liberdade
 Ato discricionário – com liberdade
CLASSIFICAÇÃO
QUANTO AO ALCANCE:
 Ato interno – produz efeitos somente dentro da
Administração.
 Ato externo – produz efeitos dentro e fora da
Administração.
CLASSIFICAÇÃO
QUANTO À VONTADE ADMINISTRATIVA:
 Atos simples – têm apenas uma manifestação de vontade, mesmo que
seja emitida por órgão coletivo. Ex. regimento interno de um tribunal,
que é aprovado pela maioria absoluta dos desembargadores. A
decisão é coletiva, mas expressa uma vontade única.
 Atos complexos – são formados por duas ou mais manifestações de
vontade, provenientes de órgãos diversos. Exemplo: investidura de
cargo público, que depende da nomeação realizada pelo Chefe do
Poder Executivo e da posse, feita pelo chefe da repartição.
 Atos compostos – são os que resultam da vontade de um
órgão(vontade autônoma), mas dependem da verificação por parte de
outro (verificação de legitimidade do ato de conteúdo próprio), para
se tornarem exequíveis. O segundo ato pode ser aprovação,
ratificação, visto ou homologação. Exemplo: uma autorização que
dependa de visto de uma autoridade superior. Em tal caso, a
autorização é o ato principal, e o visto é o ato complementar que lhe
dá exequibilidade.
Competência
conjunto das atribuições de um agente,
Conceito
órgão ou entidade pública.
texto expresso da CF, lei e normas
Determinada por
administrativas.
Irrenunciável, inderrogável, intransferível,
Caracteres mas pode ser delegada ou avocada (arts.
11 a 17, Lei 9.784/99)
Quanto ao regramento Elemento vinculado
Executar ato para o qual não tem
Infração administrativa atribuição (excesso de poder) ou deixar de
executar as atribuições (omissão).
Abandono de função (art. 323, CP);
exercício funcional ilegalmente
Crimes
antecipado ou prorrogado (art. 324, CP); e
usurpação de função pública (art. 328, CP).
Convalidação de ato com vício Denominada ratificação. É possível se a
na competência competência não for exclusiva.
Finalidade
Definição objetivo a ser alcançado pelo ato.

finalidade genérica (satisfação do


Espécies interesse público) e específica
(própria de cada ato).

Quanto ao regramento elemento vinculado


desvio de finalidade ou desvio de
Infração administrativa
poder
peculato-desvio (art. 312, CP);
emprego irregular de verbas públicas
Crimes (art. 315, CP); prevaricação (art.
319, CP); e advocacia administrativa
(art. 321, CP).
Convalidação vedada.
Forma
Definição revestimento do ato administrativo
conjunto dos ritos que devem ser
Formalidade obedecidos para que o ato tenha
validade.
ênfase exacerbada da forma em
Formalismo
detrimento do conteúdo.
Forma normal escrita
Princípio do paralelismo das deve ser utilizada a mesma forma
formas (ou da homologia) para criar e extinguir o ato.
Base legal Lei 9.784/99, art. 22
Classificação quanto ao
elemento vinculado
regramento
Convalidação de ato com vício permitida quando a forma não é
na forma essencial.
Motivo
fundamentos de fato e de direito do ato
Definição
administrativo.
todo ato administrativo deve ter um motivo
Obrigatoriedade
lícito.
nos atos discricionários, é elemento
Classificação quanto ao regramento
discricionário.
inexistência de motivo e incompatibilidade
Vícios relativos ao motivo
com o objeto do ato.
Convalidação não é possível.

Motivação
Definição exposição do motivo
Obrigatoriedade apenas nos casos expressos em lei.
a motivação deve ser explícita, clara,
Requisitos
congruente, prévia ou posterior ao ato.
o ato administrativo somente é válido se
Teoria dos Motivos Determinantes
sua motivação for verdadeira.
inexistência, quando obrigatória; e
Vícios relativos à motivação
desobediência aos requisitos.
Objeto

efeitos jurídicos imediatos do ato


Definição
administrativo.

O objeto deve ser lícito, possível e determinado.

Classificação quanto ao nos atos discricionários, é


regramento elemento discricionário.

bem ou relação jurídica atingida


Objeto
pelo ato administrativo.

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