política com base na propriedade privada dos meios de produção. procura explicar a persistência do modo de produção capitalista enfatiza o papel do Estado na reprodução das relações de exploração capitalista a “autonomia” do Estado frente às determinações econômicas é um dos eixos centrais do debate O estruturalismo O estruturalismo é uma corrente metodológica contemporânea cujo núcleo teórico está definido pelo conceito de estrutura “um todo que só pode ser compreendido a partir da análise de seus componentes e da função que estes cumprem dentro do todo. A estrutura tem o caráter de uma totalidade na qual qualquer modificação de alguma das suas relações afeta o conjunto, já que a estrutura mesma está definida por suas relações, sua auto-regulação e suas possíveis transformações.
O conceito de estrutura parte da noção elaborada pela
lingüística de F. de Saussure e é baseada no estudo da linguagem como sistema de signos. Daí estendeu-se a outras ciências sociais.
Como consequência de sua posição anti-historicista e anti-
subjetivista e da própria concepção de estrutura, o estruturalismo é uma forma de anti-humanismo metodológico. L. ALTHUSSEUR, 1918/1990 Defendeu a importância da superestrutura nenhum modo de produção será capaz de sobreviver se não criar mecanismos de reprodução das relações de produção Dois tipos de mecanismos assumem importância destacada: os aparelhos repressivos do Estado (ARE) e os aparelhos ideológicos do Estado (AIE); O papel do ARE está em garantir, por meio da força, as condições políticas para a reprodução dessas relações de exploração. Além disso, o ARE assegura pela repressão as condições políticas do exercício dos AIE. Nesse sentido, é a ideologia dominante que garante a harmonia entre o aparelho repressivo e os aparelhos ideológicos do Estado. A unidade do ARE está assegurada por sua organização centralizada, enquanto a unidade entre os diferentes AIE está assegurada pela ideologia dominante, da classe dominante. L. ALTHUSSEUR, 1918/1990 Aparelhos ideológicos do Estado (AIE): são instituições distintas e especializadas, responsáveis por contribuir para a manutenção do modo de produção capitalista, legitimando-o. A maioria dos Aparelhos Ideológicos do Estado remete ao domínio privado (igrejas, escolas, família, partidos, sindicatos, imprensa, o sistema jurídico e cultural). Todos os aparelhos ideológicos do Estado possuem o mesmo fim: reproduzir as relações de exploração capitalista.
Nenhuma classe controla o poder do Estado sem fazer uso dos
aparelhos ideológicos do Estado para exercer sua hegemonia. Por isso, os AIE são os meios e o lugar da luta de classes. A classe dominante monopoliza os ARE e é ativa nos AIE. A violência e da ideologia estão presentes nos dois tipos de aparelho. A diferença é a dosagem aplicada. N. POULANTZAS: 1936/1979, Atenas/Paris Contribuições Fundamentais : Em contraste com a visão funcionalista, POULANTZAS desenvolve uma teoria política do Estado Capitalista.
Identifica duas diferentes visões do Estado dentro da
Teoria Marxista, uma que toma o Estado como um “sujeito” e a outra que o toma como uma “coisa”.
Parte da concepção de autonomia relativa do Estado,
rejeitando ao mesmo tempo a visão do Estado-Coisa (concepção instrumentalista ) e a do Estado-Sujeito (autonomia absoluta).
Nestas duas visões as classes são concebidas como
agindo de fora do Estado. N. POULANTZAS Contribuições Fundamentais
POULANTZAS o Estado é na verdade uma
“relação” com contradições internas. As contradições da luta de classes expressam-se nas contradições internas do Estado”.
Onde o pluralismo vê uma realidade POULANTZAS
vê uma das variações aa luta de classes: o “Estado, sua política, suas formas, suas estruturas, traduzem portanto os interesses da classe dominante não de modo mecânico, mas através de uma relação de forças que faz dele uma expressão condensada da luta de classes em desenvolvimento”. N. POULANTZAS Contribuições Fundamentais:
O aspecto burocrático, relativamente autônomo do Estado,
consiste em deliberações, com barganhas em vários níveis entre grupos de pressão representativos de diversos interesses.
A autonomia relativa seria evidenciada pelas diversas
medidas contraditórias, em termos de políticas estatais, resultantes dos interesses diversos das classes e frações hegemônicas no poder.
A derrota política da classe dominante não implica sua
derrota enquanto classe própria desorganização da classe dominante implica um esforço por parte do Estado em reorganizá-la. N. POULANTZAS Contribuições Fundamentais : Identificação do Estado capitalista como parte das relações de classe na produção: a)De um lado, no processo de produção capitalista promove a socialização das forças produtivas e a concentração do capital.
b)De outro, o Estado redefine os trabalhadores e os
capitalistas, politicamente, como “sujeitos individuais” (e não coletivos), dificultando a emergência dA consciência de classe. A especialização e centralização em um estado capitalista e seu caráter eletivo envolvem uma atomização do corpo político no que se conhece por “indivíduos”. As relações capitalistas de produção e o processo de trabalho criam um “quadro material de referência” no qual organizações e indivíduos devem funcionar. N. POULANTZAS Elementos do Estado capitalista: (i) relativa autonomia do Estado: caráter verdadeiramente político, composto por estruturas objetivas específicas, autônomas em relação à estrutura econômica, muito embora a autonomia seja relativa;
(ii) distinção entre sociedade civil e Estado
(iii) valores universalizados: autonomia é
constituída pelo caráter de universalidade assumido por um conjunto de valores centrados na idéia de liberdade e igualdade formais. POULANTZAS O Estado se insere nas e se define pelas relações de classe, ao mesmo tempo em que é um fator de coesão e regulamentação do sistema social no qual funciona (CARNOY, p.129).
O Estado constitui a unidade política das classes
dominantes, mas também possui autonomia relativa em relação a tal ou qual fração e componente do bloco e em relação a certos interesses particulares. Sua autonomia (relativa) se destina a assegurar a organização do interesse geral da burguesia. O Estado deve representar o interesse político, de longo prazo, do conjunto da burguesia. POULANTZAS:o papel do Estado
O Estado tem um papel de organização da burguesia
ou da classe dominante e representa o interesse político do bloco no poder. Bloco no poder: agrega as diferentes frações da classe dominante em torno de uma ideologia que legitime seu domínio. Bloco no poder é a expressão política das diferentes frações da classe dominante, que traduz a ideologia dominante em ação concreta, como práticas materiais, costumes e valores que agem como cimento das relações sociais, políticas e econômicas. POULANTZAS: as Massas O Estado não é um bloco monolítico, mas um campo estratégico. O fato de a esquerda assumir o poder não significa que controla alguns aparelhos do Estado e nem que controla os que detêm papel dominante no Estado.
O papel do Estado frente às classes
dominadas Os aparelhos do Estado organizam e unificam o bloco no poder e, ao mesmo tempo, desorganizam e dividem as classes dominadas.