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SUMÁRIO

1. Introdução
2. Noções de fabricação da ferramenta
3. Características gerais
4. Classes ou tipos de metal duro
5. Seleção e classificação
6. Processos de reciclagem

Referências bibliográficas
Introdução
Processo de usinagem:
Modificação da matéria prima com a
retirada de material (cavaco);

Ferramentas de corte:
Auxilia na remoção do material;
Sua evolução permitiu o aperfeiçoamento dos
processos de fabricação;

R
Introdução
Materiais para ferramentas:
Aço carbono, aço rápido, liga fundida, metal duro,
materiais cerâmicos;

METAL DURO
Mais importante utilizado na indústria moderna;

-combina dureza (temperatura ambiente


e a quente), resistência ao desgaste e
tenacidade;

R
Introdução
METAL DURO
Produto da metalurgia do pó;

-processo de sinterização;
-resistência mecânica, dureza e tenacidade;

Formado por um carboneto (que confere alta


resistência ao desgaste) e um elemento aglomerante
(usualmente cobalto);

R
Noções de fabricação da ferramenta

A fabricação do metal duro compreende, em


princípio, as seguintes fases:

-obtenção dos pós metálicos;

-mistura dos pós;

-compressão das pastilhas ou briquetes;

-sinterização;

-controle físico final do material sinterizado;

R
Noções de fabricação da ferramenta
Obtenção dos pós metálicos:
São utilizados pó de tungstênio, de tântalo ou titânio;
O pó de tungstênio é obtido a partir dos principais
minérios (scheelita e a volframita);

Scheelita (esquerda) e volframita (direita), com


aproximadamente 60 a 70% de WO3.
R
Noções de fabricação da ferramenta

Submetido à tratamento químico por ácido


clorídrico, posteriormente, dissolvido em amoníaco
e calcinado ao ar, transformando-se em WO3 ;

O WO3 sofre redução, obtendo-se W puro, que


deverá ser carbonetado, formando-se o carboneto
de tungstênio;

Pó preto de carboneto de tungstênio


R
Noções de fabricação da ferramenta

Os outros pós, de tântalo e de titânio são obtidos


por aquecimento dos minerais com o carbono;

O pó de cobalto é obtido pela redução de óxido


preto (teor de 70% de cobalto);

Minério de cobalto (esquerda) e óxido de cobalto (direita).


R
Noções de fabricação da ferramenta

Mistura dos pós:

A mistura dos pós depende da classe desejada;

Pode ser por via úmida o seca, durante 60 a 100 horas,


de modo a se obter uma dispersão muito fina;

Misturador dos pós


R
Noções de fabricação da ferramenta

Compressão das pastilhas ou briquetes:

Remove-se o líquido por dispersão, por


decantação ou filtragem a vácuo;

Mistura-se com parafina (ou ligas orgânicas)


para melhorar a compressão do pó e evitar
trincas durante o processo;

Promove-se a compressão e, em seguida, o


processo de pré-sinterização;
Prensa hidráulica

R
Noções de fabricação da ferramenta

Sinterização:
Temperatura entre 1600° a 1700°C;
Durante o processo, a mistura de WC e Co, a 1350°C,
forma uma fase líquida;
No resfriamento, o WC dissolvido,
agrega-se e se deposita sobre o
WC não dissolvido;

Cobalto atua como elemento


promotor do crescimento do grão;
Forno de sinterização

R
Noções de fabricação da ferramenta

Controle físico final do material sinterizado:

Durante o processo de sinterização, ocorre


contração da pastilha ou briquetes;

O controle final do
processo requer, por
vezes, uma operação
final de retificação para
atingir as tolerâncias
desejadas.
Ferramentas acabadas

R
Noções de fabricação da ferramenta

Esquema do processo de sinterização


Vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=mxAisb_p-Lo
R
Características gerais
Dureza em relação a altas temperaturas;
Tenacidade;

Controle de porosidade e micro estrutura


(capacidade de corte)

T
Características gerais
Relembrando:
Dureza

T
Características gerais
Relembrando:
Tenacidade: energia mecânica, ou seja, o
impacto necessário para levar um material à
ruptura;

T
Características gerais
Relembrando:

- Fragilidade é o inverso de ductilidade


- Dureza está ligado ao módulo de elasticidade.
- Distribuição da energia (gradual ou de uma só vez)
- Como interpretar na prática?
Características gerais
Aplicação em usinagem:

São divididos em dois grandes grupos baseado nos


cavacos:
1. Materiais com cavacos duros e quebradiços: (~)
2. Materiais com cavacos longos e dúcteis: (~)

T
Características gerais
Especificando o primeiro grupo:

Materiais: WC + Co

-Fatores de fabricação influenciam no produto final


(ferramenta).
-Tamanho de grão, porosidade e temperatura de
sinterização.

T
Características gerais

WC

Co

Fotomicrografia mostrando carbeto de


tungstênio associado ao cobalto (WC - 20%Co)

T
Características gerais

Na prática:
• Análise de possíveis situações da ferramenta de corte
• Ferramenta sempre em contato com a peça a ser
usinada ou muitas paradas e retomadas?
• Como conectar a teoria para a escolha de materiais,
para ferramenta de corte?
Características gerais

Quanto maior teor de cobalto, maior a resistência a ruptura


transversal, porém menor a densidade e dureza.
T
Características gerais
Demonstrando:

Ensaio de compressão no Wc – 6Co


Características gerais
Demonstrando:

Ensaio de compressão no Wc – 6Co


Características gerais
Dureza em função da temperatura:

T
Características gerais

TiC é um material cerâmico refratário


extremamente duro (Mohs 9–9.5)

A adição do TiC resulta em:


• Diminuição da densidade;
• Aumento da dureza;

Uma característica que deve ser


considerada na aplicação do metal duro é
o seu coeficiente de dilatação térmica.

R7
Características gerais
* Valores médios

Composição e propriedades de metal duro dos tipo WC + TiC + Co

R7
Características gerais

A importância do conhecimento da
porosidade do metal duro está ligada
com a densidade do material;
Quanto mais denso o material, melhores
serão suas características mecânicas.
- ASTM recomenda que se observe em
amostras convenientemente polidas,
através de aumentos relativamente
pequenos (200 vezes), o tipo de
porosidade.

R7
Características gerais

Quando se introduz também TaC (com ou


sem Nb), há uma melhora da tenacidade.

- Formar soluções sólidas puras exercendo ao


mesmo tempo um efeito no sentido de
impedir crescimento de grão da fase
carboneto;

A substituição do TiC pelo TaC


aparentemente não traz vantagens sob o
ponto de vista de melhora da capacidade de
corte.
R7
Características gerais

Composição química e características físicas


principais de metal duro segundo a norma ISO
R7
Lembrando que:

Dureza dos principais grupos de materiais em


função da temperatura.

G
Classes ou tipos de metal duro
Lembrando que:
A letra de designação dos metais duros é
sempre acompanhada de um número que
representa a tenacidade e a resistência ao
desgaste da ferramenta;

Quanto maior o número, que normalmente


varia entre 1 e 50, maior a tenacidade e menor a
resistência ao desgaste.

G
Classes ou tipos de metal duro
A subdivisão dentro de cada classe depende
principalmente de:
• Composição química do material da
ferramenta, incluindo qualidade e
quantidade de carbonetos. A presença de
carbonetos de títânío (TiC), por exemplo,
garante maior resistência ao desgaste. Uma
maior quantidade de cobalto, porém, garante
maior tenacidade.

G
Classes ou tipos de metal duro
A subdivisão dentro de cada classe depende
principalmente de:
• • Tamanho dos grãos de carboneto.Quanto
mais tinos os carbonetos, maior a tenacidade
da ferramenta, aliada a uma maior dureza
média.

G
Classes ou tipos de metal duro
Segundo a Norma ISO-153-1975:
P - Aço, aço fundido, FoFo maleavel, nodular, ou ligado,
“classe dos cavacos longos”;

M - Aço, aço fundido, aço ao Mn, FoFo ligado, aços


inoxidáveis austeniticos, Fofo maleavel e nodular, aços
de corte livre, (uso universal) “ classe do grupo
intermediario”;

K - Fofo comum e coquilhado, FoFo maleavel de cavaco


curto, aços temperados, não ferrosos, não metalicos,
pedra e madeira, “classe dos cavacos curtos”.
G
Classes ou tipos de metal duro

Classificação das pastilhas de metal


duro segundo a norma ISO.
G
Classes ou tipos de metal duro
Segundo a Norma ISO-513-2004:
• Não exclusivo dos metais duros, abrangem também
ceramicas e os materiais ultraduros;

N - Metais e ligas não ferrosos (principalmente cobre e


aluminio);

S - Superligas ou ligas resistentes ao calor (ferro,


titânio, níquel e cobalto)

H - Aços endurecidos aços fundidos e ferros fundidos


tmperados.
G
Classes e seleção ISO 513-2004:

Grupos principais de aplicação conforme ISO 513-2004

G
Classes e seleção ISO 513-2004:

Identificação de clada classe de acordo com sua cor


segundo Norma ISO 513-2004
G
Seleção dos metais duros:
Classificação ISO :
Considera principalmente a composição química e
as propriedades de dureza (ou resistência ao
desgaste) e tenacidade;

É muitas vezes, substituída pela classificação


específica de um fabricante de ferramentas de
metal duro;

Assim, um determinado produto pode cobrir uma


vasta faixa da classificação ISO com resultados
muito próximos.
G
Processos de reciclagem
Eram descartados em caçambas de cavaco.
O que mudou?

Questão da sustentabilidade;
Em 2005: medidas de controle
das exportações chinesas;
-preço triplicou em pouco mais
de 12 meses.
Evolução tecnológica;
Detalhe das pastilhas
-permitiu a recuperação dos descartadas.
materiais presentes.
I
Processos de reciclagem

Atualmente o processo de reciclagem permite


recuperar o tungstênio com um grau de pureza
suficiente para retornar ao processo de
sinterização.

-muitos acreditavam que esse material


reciclado viraria materiais menos nobres,
como calços, bicos de jateamento,
ferramentas de desgaste.

I
Processos de reciclagem
GANHOS AMBIENTAIS:

70% menos de energia;


40% menos emissão de dióxido de carbono;

-95% de uma pastilha de metal duro


pode ser reciclada.

I
Processos de reciclagem

“Sempre fico orgulhoso quando nossos


clientes descobrem que somos os líderes
mundiais em reciclagem de metal duro”,
diz o engenheiro de produção da Sandvik
Coromant.

I
Processos de reciclagem

I
Processos de reciclagem
Processo de Zinco (reciclagem direta)

I
Processos de reciclagem
VANTAGENS:
A minimização do consumo de energia;
Redução de CO2;
Eliminação do uso de químicos;
Processamento em potencial em
instalações pequenas.

I
Processos de reciclagem
Processo químico (reciclagem indireta)

VANTAGENS:
- qualidade equivalente ao refinamento de minério;
- maior disponibilidade (granularidade).

I
BIBLIOGRAFIA
- CHIAVERINI, V. Materiais para ferramenta. Metalurgia ABM, São
Paulo, 22 (107): 839-166.
- FERRARESI, D. Usinagem dos metais. São Paulo, Edgard Blücher, 1977,
(7): 330-350.
- Sandvik Coromant, acessado em 06.10.2019 em
<https://www.sandvik.coromant.com/pt-pt/services/sustainability/>

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