Você está na página 1de 27

INTRODUÇÃO À FILOSOFIA

O QUE É A FILOSOFIA?
A FILOSOFIA É ATIVIDADE DE CONHECER O PORQUÊ DAS COISAS
A FILOSOFIA EM PERÍODOS

Filosofia Antiga: VII a.C – IV d.C.


Filosofia Medieval: IV d.C – XIV.
Filosofia Moderna: XV – XIX.
Filosofia Contemporânea: XIX até hoje.
A FILOSOFIA EM ÁREAS
Metafísica ou Ontologia: estuda o ser, o que é a existência.
Epistemologia ou Teoria do Conhecimento: é a investigação do conhecimento,
como obtemos certeza, verdade.
Lógica: é análise da argumentação.
Antropologia: é o questionar daquilo que nos define como humanos.
Ética: é a avaliação das ações humanas, o que define o ser humano enquanto agente.
Política: é o julgamento de nossa dimensão social.
Estética: é a pergunta acerca da beleza e da arte.
AS ORIGENS DA FILOSOFIA

Local: Grécia, século VII a.C.


Pensamento pré-filosófico: Mitologia, que é a explicação da
natureza por meio forças divinas e sobrenaturais.
Primeiro filósofo: Tales de Mileto (623 – 546 a.C.). Propôs uma
explicação natural para a origem as coisas.
Fatores para o surgimento da Filosofia:
1. Estrutura paradoxal do mito.
2. Localização geográfica: intercâmbio cultural e comercial
3. Surgimento da escrita
EXERCÍCIOS
Zeus ocupa o trono do universo. Agora o mundo está ordenado. Os deuses disputaram entre si, alguns
triunfaram. Tudo o que havia de ruim no céu etéreo foi expulso, ou para a prisão do tártaro ou para a terra
entre os mortais. E os homens, o que acontece com eles? Quem são eles?
VERNANT, Jean-Pierre. O universo, os deuses, os homens. São Paulo: Companhia das Letras, 2000. p. 56.
O texto acima é parte de uma narrativa mítica. Considerando que o mito pode ser uma forma de
conhecimento, assinale uma alternativa correta:
A) a verdade do mito obedece a critério empíricos e científicos de comprovação.
B) o conhecimento mítico segue um rigoroso procedimento lógico-analítico para estabelecer suas
verdades.
C) as explicações míticas se constroem de maneira argumentativa e autocrítica.
D) o mito busca explicações definitivas acerca do homem e do mundo, e sua verdade independe de prova.
E) A verdade do mito obedece a regras universais do pensamento ocidental, tais como a lei de não-
contradição.
EXERCÍCIOS
“[…] Assim, a magia e a mitologia ocupam a imensa região exterior do desconhecido, englobando o
pequeno campo do conhecimento concreto comum. O sobrenatural está em todas as partes, dentro ou
além do natural; e o conhecimento do sobrenatural que o homem acredita possuir, não sendo da
experiência direta comum, parece ser um conhecimento de ordem diferente e superior. É uma revelação
acessível apenas ao homem inspirado ou (como diziam os gregos) ‘divino’ — o mágico e o sacerdote, o
poeta e o vidente”.
CORNFORD, F.M. Antes e Depois de Sócrates. São Paulo: Martins Fontes, 2001. pp.14-15.

A partir do texto acima, é correto afirmar que


A) o campo do conhecimento mítico limita-se ao que se manifesta no campo concreto comum.
B) a magia e a mitologia não se confundem com o conhecimento concreto comum.
C) o conhecimento no mito, por ser uma revelação, é acessível igualmente a todos os homens.
D) o mito não distingue o plano natural do sobrenatural, sendo o conhecimento do sobrenatural superior.
EXERCÍCIOS
“Mais que saber identificar a natureza das contribuições substantivas dos primeiros filósofos é fundamental
perceber a guinada de atitude que representam. A proliferação de óticas que deixam de ser endossadas
acriticamente, por força da tradição ou da ‘imposição religiosa’, é o que mais merece ser destacado entre as
propriedades que definem a filosoficidade”.
OLIVA, Alberto; GUERREIRO, Mario. Pré-socráticos: a invenção da filosofia. Campinas: Papirus, 2000. p. 24.

Assinale a alternativa que apresenta a “guinada de atitude” que o texto afirma ter sido promovida pelos
primeiros filósofos.
A) a aceitação acrítica das explicações tradicionais relativas aos acontecimentos naturais.
B) a discussão crítica das ideias e posições, que podem ser modificadas ou reformuladas.
C) a busca por uma verdade única e inquestionável, que pudesse substituir a verdade imposta pela religião.
D) a confiança na tradição e na “imposição religiosa” como fundamentos para o conhecimento.
E) a desconfiança na capacidade da razão em virtude da “proliferação de óticas” conflitantes entre si.
LÓGICA E FILOSOFIA
A lógica tem por objetivo estudar e sistematizar a validade ou invalidade da
argumentação, ou seja, a lógica estuda argumentos.

Mas porque estudamos isso em filosofia?

A argumentação é o coração da filosofia. Na filosofia temos a liberdade de


defender as nossas ideias, mas temos que fazer isso usando bons
argumentos.
O QUE É UM ARGUMENTO?

Um argumento é um conjunto de proposições que utilizamos para


justificar (provar, dar razão, suportar) algo.

Como frases diferentes podem expressar o mesmo significado (ou sentido),


denomina-se proposição como sendo o conteúdo significativo de frases
declarativas: “A neve é branca” e “Snow is white” são frases diferentes,
porém expressam a mesma proposição.
O QUE É UM ARGUMENTO?

Uma proposição pode ser verdadeira ou falsa. Veja alguns


exemplos de proposições:
 O vermelho é uma cor.
 O Canadá está na América do Sul.
 Deus não existe.
 O aborto é moralmente errado.
O QUE É UM ARGUMENTO?

1. A proposição que queremos justificar recebe o nome de


conclusão;
2. As proposições que pretendem apoiar a conclusão recebem o
nome de premissas;
3. A passagem das premissas para conclusão se chama inferência.
O QUE É UM ARGUMENTO?
Exemplo:
Os preços na lanchonete da escola subiram; com a mesada que ganho
atualmente não mais conseguirei lanchar todos os dias.

Nem todo conjunto de proposições é um argumento.Veja:

O Pedro e eu lanchamos na lanchonete da escola.


A Larissa foi ao cinema ver Star Wars I.
O Fernando faltou à aula hoje.
O QUE É UM ARGUMENTO?

Exemplo:
Seres humanos possuem coração. ← Premissa 1
Ora, bebês são seres humanos. ← Premissa 2
↓ Inferência
Logo, bebês possuem coração. ← Conclusão
O QUE É UM ARGUMENTO?

Porém, na maior parte das vezes os argumentos não se apresentam dessa


forma. Observe:
“Ele [Malthus], por exemplo, diz que os lucros e salários podem subir ao mesmo
tempo, e, como frequência, é o que acontece. Isto, digo eu, jamais pode ser verdade.
Por quê? Porque valor é medido em proporções, e um valor elevado significa uma
grande proporção de todo o produto. Deste modo, quando a proporção de um todo
aumenta, a outra tem de diminuir.
DAVID, Ricardo. Notes on Malthus.
Indicadores de premissa Indicadores de conclusão
pois por isso
porque por conseguinte
dado que implica que
como foi dito logo
visto que portanto
devido a então
a razão é que daí que
segue-se que
admitindo que
pode-se inferir que
sabendo-se que
consequentemente
assumindo que

O QUE É UM ARGUMENTO?
TIPOS DE ARGUMENTOS:
ARGUMENTOS DEDUTIVOS
As premissas e as conclusões se estruturam de uma forma que, uma vez
aceito que as premissas são verdadeiras, você tem de aceitar a conclusão
como verdadeira também, independentemente do conteúdo do argumento.
Premissas: Premissas:
Todos os homens são mortais. Todos os palhaços são assustadores.
(proposição universal) (proposição universal)
Sócrates é homem. Bozo é um palhaço.
(proposição particular) (proposição particular)
Conclusão: Conclusão:
Sócrates é mortal. Bozo é assustador.
TIPOS DE ARGUMENTOS:
ARGUMENTOS DEDUTIVOS
Um argumento do tipo dedutivo se inicia com uma proposição que abarca
um conjunto de coisas em sua universalidade (ex.: todas as mesas, todas
pessoas, todas as estrelas), e termina com uma proposição mais restrita
(ex.: as mesas desta sala, as pessoas desta sala, as estrelas da Via Láctea).

Seres humanos possuem coração. ← Premissa 1


Ora, bebês são seres humanos. ← Premissa 2
↓ Inferência
Logo, bebês possuem coração. ← Conclusão
TIPOS DE ARGUMENTOS:
ARGUMENTOS DEDUTIVOS
Pode-se representar graficamente os argumentos dedutivos por meio dos
diagramas de Venn utilizados na teoria dos conjuntos:
Animais que
possuem
coração

Seres
Humanos

Bebês
ARGUMENTOS DEDUTIVOS:
VERDADE E VALIDADE
• De uma proposição, dizemos que ela é verdadeira ou falsa.
• De um argumento, dizemos que ele é válido se a conclusão se segue
das premissas, caso contrário ele é inválido.
• Mesmo as premissas e as conclusões sendo falsas, o argumento pode
ser válido.

Todo mamífero é ser humano. ← Premissa falsa


Ora, todo cachorro é mamífero. ← Premissa verdadeira
↓ Inferência válida
Logo, todo cachorro é um ser humano. ← Conclusão falsa
ARGUMENTOS DEDUTIVOS:
VERDADE E VALIDADE
Podemos ter as seguintes configurações para os argumentos dedutivos:
• Argumentos válidos, com premissas verdadeiras e conclusão verdadeira;
• Argumentos válidos, com premissas falsas e conclusão falsa;
• Argumentos válidos, com premissas falsas e conclusão verdadeira;
• Argumentos inválidos, com premissas verdadeiras e conclusão verdadeira;
• Argumentos inválidos, com premissas verdadeiras e conclusão falsa;
• Argumentos inválidos, com premissas falsas e conclusão falsa; e
• Argumentos inválidos, com premissas falsas e conclusão verdadeira.
Mas não podemos ter:
• Argumentos válidos, com premissas verdadeiras e conclusão falsa.
TIPOS DE ARGUMENTOS:
ARGUMENTOS INDUTIVOS
• O argumento indutivo é um tipo de raciocínio no qual as premissas
buscam fornecer uma evidência forte para a verdade da conclusão.
• A indução parte de uma proposição que conta com alguns membros para
uma proposição que conta com mais membros que as premissas
afirmavam:
Belo Horizonte é uma cidade perigosa. ← Premissa 1
São Paulo é uma cidade perigosa. ← Premissa 2
Rio de Janeiro é uma cidade perigosa. ← Premissa 3
Ora, todas essas cidades são capitais brasileiras. ← Premissa 4
↓ Inferência
Logo, todas as capitais brasileiras são perigosas. ← Conclusão
TIPOS DE ARGUMENTOS:
ARGUMENTOS INDUTIVOS
• Enquanto a conclusão do argumento dedutivo é tida como verdadeira, a
verdade da conclusão de um argumento indutivo é apenas provável.
• Argumentos indutivos não são considerados válidos ou inválidos, mas são
classificados como fortes ou fracos, com base na probabilidade da
conclusão ser verdadeira.

Uma proporção Q, da população P, possui o atributo A. ← Premissa 1


Um indivíduo X é um membro de P. ← Premissa 2
↓ Inferência
Portanto, há uma probabilidade y, com base em Q, que X possua A. ← Conclusão
FALÁCIAS
1. O termo falácia deriva do verbo latino fallere, que significa “enganar”.

2. Designa-se por falácia um raciocínio errado com aparência de verdadeiro.

3. Na lógica e na retórica, uma falácia é um argumento logicamente


inconsistente, sem fundamento, inválido ou falho na tentativa de provar
eficazmente o que alega.

4. Argumentos que se destinam à persuasão podem parecer convincentes para


grande parte do público apesar de conterem falácias, mas não deixam de ser
falsos por causa disso.
FALÁCIAS:
APELO A MOTIVOS
Apelo à força
Utilização de algum tipo de privilégio, força, poder ou ameaça
para impor a conclusão.

Acredite no que eu digo, não se esqueça de quem é


que paga o seu salário.

O oponente pode perder a coragem de enfrentar seu chefe


porque pode perder o emprego.
FALÁCIAS:
APELO A MOTIVOS
Apelo à emoção
Recorrer à emoção para validar o argumento.

Apelo ao júri para que contemple a condição do réu,


um homem sofrido, que agora passa pelo transtorno
de ser julgado em um tribunal.

O advogado quer que o júri absolva o réu por compaixão. É


semelhante ao apelo à misericórdia.
FALÁCIAS:
FALÁCIAS DA EXPLICAÇÃO
Petitio principii (petição de princípio)
Demonstrar uma tese partindo do princípio de que já é válida.

É fato que a Bíblia é verdadeira, portanto todos devem


buscar nela a verdade.

Trata-se de usar uma premissa que é igual à conclusão e formar


com ela um raciocínio circular. A Bíblia é verdadeira porque
contém a verdade e contém a verdade porque é verdadeira.

Você também pode gostar