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GOVERNO
Sistema é a maneira como procede o Governo, tendo a relação entre o
Poder Executivo e o Poder Legislativo como base principal.
Consiste na relação existente entre os Poderes constituídos do Estado,
sobremaneira da organização dos Poderes Executivo e Legislativo, e das
relações entre um e outro Poder, o que, ao final, vai dar origem aos sistemas
conhecidos.
Pode-se classificar os sistemas de governo tomando por base o princípio da
separação dos poderes, tendo-se, então, o sistema de confusão dos poderes
(DITADURA) – que não é considerado um Sistema de Governo em si -, o de
concentração de poderes ( quando não existe independência ou divisão entre
os Poderes – SISTEMA SOVIÉTICO) – que já não mais existe, quando o Soviet
Supremo concentrava todos os poderes -, o de colaboração de poderes
(PARLAMENTARISMO) e o de separação de poderes (PRESIDENCIALISMO).
SISTEMA DIRETORIAL: (COLEGIADO)
É aquele em que o Poder Executivo é confiado a um grupo ou comissão de pessoas, todas
eleitas pelo Legislativo, que têm a tarefa de dirigir o Estado.
Dentre estas pessoas, anualmente, uma será designada presidente do colegiado.
Este Sistema teve aplicação na França, em sua Constituição Convencional de 1795, quando o
Poder Executivo era então dirigido por 24 membros designados pela Assembléia Federal, e
também no Uruguai.
O exemplo clássico é o d a Suíça, que até hoje assim se constitui. O Sistema Diretorial Suíço
assim se divide:
Conselho Nacional = câmara baixa
ASSEMBLÉIA FEDERAL: Conselho dos Estados (dos Cantões) = câmara alta
A Assembléia Federal é o órgão supremo do Poder Legislativo.
SEPARÃÇÃO DOS PODERES
A teoria da separação dos poderes de Montesquieu, na qual se baseia a maioria dos Estados
ocidentais modernos, afirma a distinção dos três poderes (executivo, legislativo e judiciário) e
suas limitações mútuas. Por exemplo, em uma democracia parlamentar, o legislativo
(Parlamento) limita o poder do executivo (Governo): este não está livre para agir à vontade e
deve constantemente garantir o apoio do Parlamento, que é a expressão da vontade do povo.
Da mesma forma, o poder judiciário permite fazer contrapeso a certas decisões
governamentais (especialmente, no Canadá, com o poder que a Carta dos Direitos e
Liberdades da Pessoa confere aos magistrados).
O conceito da separação dos poderes, também referido como princípio de trias politica, é um
modelo de governar cuja criação é datada da Grécia Antiga. A essência desta teoria se firma
no princípio de que os três poderes que formam o Estado (poder legislativo, executivo e
judiciário) devem atuar de forma separada, independente e harmônica, mantendo, no
entanto, as características do poder de ser uno, indivisível e indelegável.
SEPARAÇÃO DOS PODERES
O objetivo dessa separação é evitar que o poder se concentre nas mãos de uma única pessoa,
para que não haja abuso, como o ocorrido no Estado Absolutista, por exemplo, em que todo
o poder concentrava-se na mão do rei. A passagem do Estado Absolutista para o Estado
Liberal caracterizou-se justamente pela separação de Poderes, denominada Tripartição dos
Poderes Políticos.
No estudo da etimologia do conceito, Vile demonstrou que, simplesmente enquanto teoria
do governo, a "separação de poderes" falhou abruptamente em proporcionar a estabilidade
do sistema político. Sendo assim, a esse conceito — e com o passar dos anos – foram
combinadas outras ideias da área política, tais como a teoria do "governo misto", "ideia de
balanço" e a concepção de pesos e contrapesos (checks and balances, em inglês); culminando
no complexo de teorias constitucionais que dão o substrato teórico para os modernos
sistemas políticos do Ocidente.
SEPARAÇÃO DOS PODERES
Na visão Clássica do conceito, proposta pelo Barão de Montesquieu:
Há em cada estado três tipos de poderes, o poder legislativo, o poder executivo das coisas que
dependem do direito das nações e o poder executivo daqueles que dependem do direito civil.
Pelo primeiro, o príncipe ou o magistrado faz leis por um tempo ou para sempre, e corrige ou abroga
aqueles que são feitos. Pelo segundo, ele faz paz ou guerra, envia ou recebe embaixadas, estabelece
segurança, evita invasões. Pelo terceiro, punha os crimes ou julga os diferentes indivíduos. Este último
será chamado de poder judicial; e o outro, simplesmente o poder executivo do estado.
Quando na mesma pessoa ou no mesmo corpo de magistratura o poder legislativo está unido ao
poder executivo, não há liberdade; porque pode-se temer que o mesmo monarca ou senado possa
fazer leis tiranistas, executá-las tiranicamente.
Ainda não existe liberdade, se o poder judicial não for separado do poder legislativo da executivo. Se
fosse unido ao poder legislativo, o poder sobre a vida e a liberdade dos cidadãos seria arbitrário; pois
o juiz seria legislador. Se ela se juntasse ao poder executivo, o juiz poderia ter a força de um opressor.
tudo estaria perdido se o mesmo homem ou o mesmo corpo dos principais ou dos nobres, ou do
povo, exercesse esses três poderes: o de fazer leis, o de executar as resoluções públicas, e o de julgar
os crimes ou as divergências dos indivíduos".
SEPARAÇÃO DOS PODERES
Esta visão específica da "separação dos poderes" pode ser conceituada como uma definição
"formalista" do conceito; denominando, por conseguinte, seus adeptos de formalistas.
Analisando-se a questão sob a perspectiva histórica, percebe-se que foi a experiência do absolutismo
e a desconfiança nos magistrados do rei que deram causa a dogmatização e ao endurecimento do
princípio da "separação de poderes".
Talvez por essa desconfiança, não prosperou a concepção hegeliana. Na Filosofia do Direito de Hegel,
o poder executivo abrange a esfera judiciária. Coerente com a tensão entre universal e particular que
perpassa sua filosofia, o poder Legislativo produz a universalidade (as leis), a partir do jogo das
demandas particulares dos grupos de interesse sociais. O poder executivo é guiado pelo universal (o
conjunto de leis) para atuar na particularidade dos acontecimentos sociais, incluindo-se aí a resolução
dos conflitos judiciais. O monarca é o terceiro poder, representando o singular, sancionando as leis do
legislativo e demandando alterações nas leis existentes, quando julgadas defasadas ou incompatíveis
com a realidade particular da época.
Contudo, vivemos hoje uma consolidação do Estado de Direito (rule of Law), no qual se tem
demonstrado eficaz o sistema de checks and balances.
SEPARAÇÃO DOS PODERES
A composição dos poderes do Estado brasileiro, que adotou a teoria de Montesquieu em sua
Constituição, funciona da maneira tripartite: o Legislativo, o Executivo e o Judiciário,
independentes e harmônicos entre si.
Cada um desses Poderes tem sua atividade principal e outras secundárias. Por exemplo, ao
Legislativo, cabe, principalmente, a função de produzir leis e fiscalizá-las, e administrar e
julgar em segundo plano. Ao Judiciário, cabe a função de dizer o direito ao caso concreto,
pacificando a sociedade, em face da resolução dos conflitos, sendo, sua função atípica, as de
administrar e legislar. Ao Executivo, cabe a atividade administrativa do Estado, é dizer, a
implementação de o que determina a lei, atendendo às necessidades da população, como
infraestrutura, saúde, educação, cultura. Sendo sua função secundária as de legislar e julgar.
PODER LEGISLATIVO
É o poder do Estado ao qual, segundo o princípio da separação dos poderes, é atribuída a função legislativa. Por poder
do Estado, compreende-se um órgão ou um grupo de órgãos pertencentes ao próprio Estado porém independentes
dos outros poderes.
Nos Estados modernos, o poder legislativo é formado por:
um parlamento em nível nacional;
parlamentos dos estados federados, nas federações;
eventuais órgãos análogos ao parlamento, de regiões e outras entidades territoriais às quais se reconhece autonomia
legislativa.
O poder executivo (representado, por exemplo, pelo Presidente da República) fica encarregado de sancionar ou vetar o
projeto de lei.
No sistema de três poderes proposto por Montesquieu, o poder legislativo é representado pelos legisladores, pessoas
que devem elaborar as leis que regulam o Estado. O poder legislativo na maioria das repúblicas e monarquias é
constituído por um congresso, parlamento, assembleias ou câmaras.
O objetivo do poder legislativo é elaborar normas de direito de abrangência geral ou individual que são aplicadas a
toda a sociedade, objetivando a satisfação dos grupos de pressão ou da administração pública em causa própria.
Em regimes ditatoriais, o poder legislativo é exercido pelo próprio ditador ou por câmara legislativa nomeada por ele.
Entre as funções elementares do poder legislativo, está a de fiscalizar o poder executivo, votar leis orçamentais e, em
situações específicas, julgar determinadas pessoas, como o Presidente da República ou os próprios membros da
assembleia. No Brasil, os legisladores são escolhidos por meio da eleição (votação).
PODER EXECUTIVO
O Poder Executivo tem a função de governar o povo e administrar os interesses públicos, de acordo
com as leis previstas na Constituição Federal. No Brasil, país que adota o sistema presidencialista, o
líder do Poder Executivo é o Presidente da República, que tem o papel de chefe de Estado e de
governo. O Presidente é eleito democraticamente para mandato com duração de quatro anos e
possibilidade de uma reeleição consecutiva para igual período.
Ao tomar posse, o chefe do Executivo tem o dever de sustentar a integridade e a independência do
Brasil, apresentar um plano de governo com programas prioritários, projeto de lei de diretrizes
orçamentárias e as propostas de orçamento. Cabe, ao Poder Executivo, executar as leis elaboradas
pelo Poder Legislativo, mas o Presidente da República também pode iniciar esse processo. Em caso de
relevância e urgência, adota medidas provisórias e propõe emendas à Constituição, projetos de leis
complementares e ordinárias e leis delegadas.
O Presidente da República também tem o direito de rejeitar ou sancionar matérias e, ainda, decretar
intervenção federal nos Estados, o estado de defesa e o estado de sítio; manter relações com Estados
estrangeiros e acreditar seus representantes diplomáticos; celebrar tratados, convenções e atos
internacionais, sujeitos a referendo do Congresso Nacional. Compete, ao cargo, a concessão de indulto
e a comutação de penas, ou seja, substituir uma pena mais grave, imposta ao réu, por outra mais
branda.
PODER EXECUTIVO
Para concorrer ao cargo, o candidato ou candidata deve cumprir alguns requisitos:
ser brasileiro nato.
ter a idade mínima de 35 anos, completos antes do pleito
ter o pleno exercício de seus direitos políticos
ser eleitor e ter domicílio eleitoral no Brasil
ser filiado a uma agremiação ou partido político
não ter substituído o atual presidente nos seis meses antes da data marcada para a eleição.
Em caso de viagem ou impossibilidade de exercer o cargo, o primeiro na linha sucessória a
ocupar o cargo de presidente é o seu vice. Em seguida, vêm o presidente da Câmara dos
Deputados, o presidente do Senado Federal e o presidente do Supremo Tribunal Federal,
sendo a sucessão exclusividade do vice-presidente da república.
PODER JUDICIARIO
A estrutura do Poder Judiciário é baseada na hierarquia dos órgãos que o compõem,
formando, assim, as instâncias. A primeira instância corresponde ao órgão que irá
primeiramente analisar e julgar a ação apresentada ao Poder Judiciário. As demais instâncias
apreciam as decisões proferidas pela instância inferior a ela, e sempre o fazem em órgãos
colegiados, ou seja, por um grupo de juízes que participam do julgamento.
Devido ao princípio do duplo grau de jurisdição, as decisões proferidas em primeira instância
poderão ser submetidas à apreciação da instância superior, dando oportunidade às partes
conflitantes de obterem o reexame da matéria.
Às instâncias superiores, cabe, também, em decorrência de sua competência originária,
apreciar determinadas ações que, em razão da matéria, lhes são apresentadas diretamente,
sem que tenham sido submetidas, anteriormente, à apreciação do juízo inferior. A
competência originária dos tribunais está disposta na Constituição Federal.
PODER JUDICIARIO
A organização do Poder Judiciário está fundamentada na divisão da competência entre os vários órgãos que o
integram nos âmbitos estadual e federal.
À Justiça Estadual, cabe o julgamento das ações não compreendidas na competência da Justiça Federal comum
ou especializada.
A Justiça Federal comum é aquela composta pelos tribunais e juízes federais. É responsável pelo julgamento de
ações em que a União, as autarquias ou as empresas públicas federais forem interessadas. Já a Justiça Federal
especializada é aquela composta pelas Justiças do Trabalho, Eleitoral e Militar.
No que se refere à competência da Justiça Federal especializada, tem-se que, à Justiça do Trabalho, compete
conciliar e julgar os conflitos individuais e coletivos entre trabalhadores e empregadores. É formado por Varas do
Trabalho, pelos Tribunais Regionais do Trabalho (composto por juízes nomeados pelo Presidente da República) e
pelo Tribunal Superior do Trabalho (composto por vinte e sete ministros, nomeados pelo Presidente da
República, após aprovação pelo Senado Federal).
À Justiça Eleitoral, compete, principalmente, a organização, a fiscalização e a apuração das eleições que ocorrem
no país, bem como a diplomação dos eleitos. É formada pelas Juntas Eleitorais, pelos Tribunais Regionais
Eleitorais, compostos por sete juízes e pelo Tribunal Superior Eleitoral, também composto por sete ministros.
E, à Justiça Militar, compete processar e julgar os crimes militares definidos em lei. É compostaː pelos juízes-
auditores e seus substitutos; pelos Conselhos de Justiça, especiais ou permanentes, integrados pelos juízes-
auditores; e pelo Superior Tribunal Militar, que possui quinze ministros nomeados pelo Presidente da República,
após aprovação do Senado Federal do Brasil.
REGIMES POLITICOS ANTIGOS
Absolutismo
Absolutismo é uma teoria política que defende que alguém (em geral, um monarca) deve ter
o poder absoluto, isto é, independente de outro órgão. Os teóricos de relevo associados ao
absolutismo incluem autores como Nicolau Maquiavel, Jean Bodin, Jaime VI da Escócia e I de
Inglaterra, Jacques-Bénigne Bossuet e Thomas Hobbes. Esta ideia tem sido algumas vezes
confundida com a doutrina do Direito Divino dos Reis, que defende que a autoridade do
governante emana diretamente de Deus, e que não podem ser depostos a não ser por Deus,
defendido por alguns absolutistas como Jean Bodin, Jaime I e Jacques Bossuet.
A monarquia absolutista nasce com Luís XIV de França, conhecido como "Rei-Sol", logo após a
morte do seu primeiro-ministro, em 9 de março de 1661, o cardeal Jules Mazarin. E que, nessa
altura, terá se voltado para o seu chanceler e declarado solenemente:
Senhor, eu lhe pedi que se reunisse com meus ministros e secretários de Estado para dizer que
até agora eu deixei o falecido senhor cardeal conduzir os assuntos de Estado; já é hora que eu
próprio governe. Vocês me auxiliarão com seus conselhos, quando eu lhes pedir.
Em seguida, proibiu os ministros de expedir qualquer coisa sem sua ordem.
REGIMES POLITICOS ANTIGOS
Caciquismo
Mandonismo é um brasileirismo, usado em ciência política, filosofia e sociologia, para definir
uma das características do exercício do poder por estruturas oligárquicas e personalizadas, ao
longo da História do Brasil e que equivale, na literatura hispânica, ao chamado caciquismo.[1]
O mandão - um potentado, chefe, ou coronel - é o indivíduo que, de posse do controle de
recurso estratégico, como a propriedade da terra, adquire tal domínio sobre a população do
território sob seu domínio que a impede de exercer livremente a política e o comércio.[1]
Historicamente o mandonismo está presente no Brasil desde os primórdios da colonização
como caractere da política tradicional, com tendência a desaparecer à medida que as
conquistas da cidadania avançam;[1] apesar da atual "convivência antagônica[2] de dois modos
de exercício de poder", registrada academicamente.
REGIMES POLITICOS ANTIGOS
Czarismo
Czarismo foi um sistema político que imperou na Rússia desde 1547 até a Revolução de 1917.
Czar era o título que se dava ao Imperador Russo e que, durante esse período, governava de
forma absoluta, na qual se confundia com o Estado. Agiam politicamente em função da
grandeza imperial e da ampliação de seu poder como déspota.
O czarismo era um regime bastante parecido com o absolutismo.
A falta de liberdade, no regime czarista era quase absoluta, mesmo para a nobreza, classe
social teoricamente livre mas que vivia subjugada pelo czar.
Por último, o czar Nicolau II, mesmo transformando o país numa monarquia constitucional,
incluindo um parlamento, não conseguiu travar o socialismo que se instalou.
REGIMES POLITICOS ANTIGOS
Ditadura
Ditadura é um dos regimes não democráticos ou antidemocráticos, ou seja, governos regidos
por uma pessoa ou entidade política onde não há participação popular, ou em que a
participação ocorre de maneira muito restrita. Na ditadura, o poder está em apenas uma
instância, ao contrário do que acontece na democracia, onde o poder está em várias
instâncias, como o legislativo, o executivo e o judiciário.[1] Ditadura é uma forma de
autoritarismo.
Diz-se que um governo é democrático quando é exercido com o consentimento dos
governados, e ditatorial, caso contrário. Diz-se que um governo é totalitário quando exerce
influência sobre amplos aspectos da vida e comportamento dos cidadãos, e liberal caso
contrário. Ocorre, porém, que, frequentemente, regimes totalitários exibem características
ditatoriais, e regimes ditatoriais, características totalitárias. O estabelecimento de uma
ditadura moderna normalmente se dá via um golpe de estado.
DITADURA
Nesse sentido pode-se também entender ditadura como um regime onde o governante aglutina os
poderes executivo, legislativo e judiciário. Assim sendo o ditador busca controlar os setores mais
importantes de seu país, para legitimar sua posição. Importante lembrar que ao longo da História o
termo ditadura foi utilizado para caracterizar diferentes formas de organização política (Roma Antiga,
França Revolucionária). Segundo Karina Vanderlei Silva e Maciel Henrique Silva, podem-se apontar
como elementos comuns nas ditaduras contemporâneas: o cerceamento de direitos políticos
individuais, ampla utilização da força pelo Estado e o fortalecimento do poder executivo em
detrimento dos outros poderes.
Nos casos de perigo interno ou externo, proclamado o estado de tumultus (equivalente ao "estado de
sítio" dos tempos modernos), ficavam suspensas todas as garantias públicas, colocando-se todas as
classes à disposição do Estado. Em tal emergência, cabia a qualquer dos cônsules nomear um ditador,
pelo prazo máximo de seis meses; nomeação esta que, normalmente, recaía no outro cônsul. O
ditador ficava investido do poder de imperium, com autoridade ilimitada, inteiramente irresponsável,
sobrepondo-se de maneira absoluta a todas as magistraturas, respeitadas apenas as prerrogativas
sagradas dos tribunos da plebe. A instituição da ditadura, como magistratura excepcional, justificava-se
em nome da salvação pública: salus publica suprema lex est. Conforme doutrina de Sahid Maluf, Teoria
Geral do Estado.
DITADURA
Ditadura romana
Na antiguidade, quando a República Romana se deparava com situações de emergência, era
designado, pelos cônsules, um ditador para assumir o poder até que a situação voltasse à
normalidade.[1]
Os poderes conferidos ao ditador eram totais, mas, ainda assim, o ditador respondia por seus
atos perante a lei, necessitando justificá-los depois de findo o período da ditadura. As
ditaduras não podiam durar mais de seis meses.[1]
Porém, após o século II a.C., as ditaduras romanas perderam esse caráter de legalidade,
adquirindo características similares ao que se entende por ditadura hoje.
DITADURA
A ditadura conceituada por Aristóteles, Platão e Maquiavel
Segundo Aristóteles e Platão, a marca da tirania é a ilegalidade, ou seja, "a violação das leis e regras
pré-estipuladas pela quebra da legitimidade do poder; uma vez no comando, o tirano revoga a
legislação em vigor, sobrepondo-a com regras estabelecidas de acordo com as conveniências para a
perpetuação deste poder". Exemplo disso são as descrições de tiranias na Sicília e Grécia antiga, cujas
características assemelham-se das ações tomadas pelas modernas ditaduras.
Segundo Platão e Aristóteles, "os tiranos são ditadores que ganham o controle social e político
despótico pelo uso da força e da fraude. A intimidação, o terror e o desrespeito às liberdades civis
estão entre os métodos usados para conquistar e manter o poder. A sucessão nesse estado de
ilegalidade é sempre difícil".
Aristóteles atribuiu a vida relativamente curta das tiranias "à fraqueza inerente dos sistemas que usam
a força sem o apoio do direito".
Maquiavel também chegou à mesma conclusão sobre as tiranias e seu colapso, quando das sucessões
dos tiranos, pois "este (a tirania) é o regime que tem menor duração, e de todos, é o que tem o pior
final", e, segundo as palavras deste, a queda das tiranias se deve às desventuras imprevisíveis da sorte.
DITADURA
Estabelecimento de um regime ditatorial moderno
O regime ditatorial moderno quase sempre resulta de convulsões sociais profundas,
geralmente provocadas por revoluções ou guerras. Também houve muitos regimes ditatoriais
que decorreram das disputas políticas da guerra fria Nem sempre as ditaduras se dão por
golpe militar: podem surgir por Golpe de Estado civil ou a partir de um grupo de governantes
democraticamente eleitos que usam a lei para preservar o poder, como aconteceu, por
exemplo, na ditadura imposta por Adolf Hitler na Alemanha nazista.
O golpe se desencadeou a partir das próprias estruturas de governo, com o estabelecimento
de um estado de exceção e posteriormente, a supressão dos outros partidos e da normalidade
democrática.
DITADURA
O caudilhismo
Sempre para achar legitimidade, as ditaduras se apoiam em teorias caudilhistas, que afirmam
muitas vezes do destino divino do líder, que é encarado como um salvador, cuja missão é
libertar seu povo, ou ser considerado o pai dos pobres e oprimidos etc.
A institucionalização do poder
Outras ditaduras se apoiam em teorias mais elaboradas, utilizando de legislação imposta,
muitas vezes admitindo uma democracia com partidos políticos, inclusive com eleições e
algumas vezes até permitindo uma certa oposição, desde que controlada. Os dispositivos
legais passam a ser institucionalizados e o são de tal forma funcionais, que sempre ganhará o
partido daqueles que convocaram .
DITADURA
Métodos de manutenção do poder
As ditaduras sempre se utilizam de força bruta para manterem-se no poder, sendo esta
aplicada de forma sistemática e constante. Outro expediente é a propaganda institucional,
propaganda política constante e de saturação, de forma a cultuar a personalidade do líder, ou
líderes, ou mesmo o país, para manter o apoio da opinião pública; uma das formas mais
eficientes de se impor à população um determinado sistema é a propaganda subliminar, onde
as defesas mentais não estão em guarda contra a informação que está a se introduzir no
inconsciente coletivo. Esta se faz por saturação em todos os meios de comunicação. A censura
também tem um papel muito importante, pois não deixa chegar as informações relevantes à
opinião pública que está a ser manipulada. Desta forma, ficam atados os dois extremos:
primeiro satura-se o ambiente com propaganda a favor do regime, depois são censuradas
todas as notícias ruins que possam vir a alterar o estado mental favorável ao sistema imposto.
DITADURA
Exemplos de ditaduras
Ditadura Militar
A Ditadura Militar é o modelo mais forte dessa corrente de governo, onde o poder político é
efetivamente controlado por generais e comandantes do exército do país. Foi muito utilizado na
América do Sul na segunda metade do século XX, quando um ou uma junta de militares assumia o
poder. Em qualquer caso, o líder da junta ou o único comandante pode muitas vezes pessoalmente
assumir mandato como chefe de estado.
Os regimes militares são formados após um golpe de Estado derrubando o governo anterior, seja qual
for o regime que ele assume, e não importa qual a tendência ideológica que ele segue. A ditadura
pode ser de cunho nacional-socialista, como Hitler, na Alemanha, fascista, como Mussolini, na Itália, ou
comunista como Fidel Castro, em Cuba.
Ditadura do proletariado
Karl Marx e Friedrich Engels, no Manifesto do Partido Comunista, utilizaram a expressão "ditadura do
proletariado", designando um estado de transição entre o capitalismo e o comunismo
Tal ditadura não seria, porém, um "estado de exceção", ou o governo de um ditador. Seria apenas o
domínio do proletariado sobre a política.
DITADURA
Ascensão das ditaduras nas regiões da Europa
Com a crise da bolsa de 29, houve uma perda de confiança no modelo liberal de governo. Com
isso, ganharam força os movimentos fascistas, e emergiram ditadores em diversos países da
Europa, como Mussolini, na Itália; Franco, na Espanha, Hitler, na Alemanha e Salazar, em
Portugal.
Portugal: o Golpe de 28 de Maio de 1926 gerou uma ditadura que só seria eliminada em
1933 com a criação da Segunda República Portuguesa ou Estado novo, criado por Salazar,
resultando numa república autoritária que viria a ser derrubada num golpe militar na Revolução
de 25 de Abril em 1974.
Itália, sob o fascismo (1922–1943);
Alemanha, sob o nazismo (1933–1945);
Alemanha Oriental, sob o comunismo (1949–1990);
Espanha, entre 1923 e 1930, e a de Francisco Franco, de 1939 a 1975;
França, do Marechal Pétain (1940–1944);
Albânia, de Enver Hoxha;
Roménia: a de Gheorghe Gheorghiu-Dej e, mais tarde, a de Nicolae Ceauşescu;
Bulgária: a de Georgi Dimitrov e, mais tarde, a de Todor Jivkov;
Grécia, de Ioánnis Metaxás (1936–1941), e mais tarde, sob a ditadura dos coronéis (1967–
1974);
Iugoslávia: a de Josip Broz Tito e, mais tarde, a de Slobodan Milošević.
União Soviética: a de Vladimir Lenin, e mais tarde, Josef Stalin, Nikita Khrushchov, Leonid
Brejnev e Mikhail Gorbachev (1917–1991).
DITADURA
Na Ásia
Irão: a ditadura de Mohamed Reza Pahlevi, derrubada em 1979 por uma revolução
fundamentalista muçulmana que introduziu um outro tipo de ditadura, a teocrática;
Cazaquistão, a do Nursultan Nazarbayev;
Uzbequistão, a do Islam Karimov;
Turquemenistão: a do Gurbanguly Berdimuhammedow;
Indonésia, a do general Sukarno, seguida pela do general Suharto;
Filipinas, a de Ferdinand Marcos, obrigado a abandonar o país em 1986
Camboja: ditadura militar do general Lon Nol, sucedida pelo governo do Khmer Vermelho
sob o comando de Pol Pot.
Iraque, durante o governo de Saddam Hussein.
Coreia do Norte, ditadura totalitária controlada atualmente por Kim Jong-un, após a morte
de seu pai Kim Jong-il.
China, ditadura totalitária maoista controlada por Mao Tsé-Tung.
DITADURA
Na África
Moçambique
Angola
Uganda: a ditadura do general Idi Amin
Sudão
Tunísia: a de Habib Bourguiba, seguida pela de Zine El Abidine Ben Ali
Egito: durante o governo de Hosni Mubarak
Líbia: durante o governo de Muammar al-Gaddafi
Zimbabwe
Gabão
Argélia
Guiné Equatorial
Burkina Faso
Eritreia: Ditadura unipartidária governada desde 1993 por Isaias Afewerki e pela Frente
Popular por Democracia e Justiça (FPDJ).
DITADURA
Na América do Sul e América Central