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COORDENADORIA DE MEDICINA LEGAL

PEFOCE

TANATOLOGIA FORENSE

Estuda a morte e suas repercussões


na esfera jurídico-social

Helena Carvalho, 2010


TANATOLOGIA FORENSE
MORTE

 Cessação total e permenente das


funções vitais;

 Parada total e irreversível das atividades


encefálicas – MORTE ENCEFÁLICA
(Resolução CFM n.º 1.480/97);

 Medicina Legal - fenômenos cadavéricos.


TANATOLOGIA FORENSE
AUTÓPSIA OU NECRÓPSIA

EXAME EXTERNO E INTERNO DO CADÁVER

 Causa mortis;

 Causa jurídica da morte;

 Qualificadoras;

 Tempo decorrido da morte;

 Identificação do corpo.
TANATOLOGIA FORENSE
TIPOS DE NECRÓPSIA

 CLÍNICA – MORTE NATURAL -realizada


por médico patologista;

 FORENSE – MORTE VIOLENTA/SUSPEITA


realizada por médico legista (Art. 162 CPP).
NECRÓPSIA FORENSE
QUESITOS OFICIAIS

1. Houve morte?

2. Qual a causa da morte?

3. Qual o instrumento ou meio que produziu a


morte?

4. Se a morte foi produzida por meio de


veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou
por outro meio insidioso ou cruel (resposta
especificada)
TANATOLOGIA FORENSE
LEGISLAÇÃO

Código Nacional de Saúde

Art. 13. Em caso de óbito suspeito de ter sido causado


por DOENÇA TRANSMISSÍVEL, a autoridade sanitária
competente promoverá o exame cadavérico, podendo
realizar viscerotomia, necropsia e tomar outras
medidas que se fizerem necessárias à elucidação do
diagnóstico.
TANATOLOGIA FORENSE
LEGISLAÇÃO

Necropsia e Ensino - Lei 8.501/1992

Art. 1º. Disciplina a destinação de cadáver não


reclamado junto às autoridades públicas, para
fins de ensino e pesquisa.
TANATOLOGIA FORENSE
LEGISLAÇÃO

Necropsia e Ensino - Lei 8.501/1992

Art. 2º. O cadáver não reclamado junto às


autoridades públicas, no prazo de trinta dias,
poderá ser destinado às escolas de medicina
para fins de ensino e pesquisa de caráter
científico.
TANATOLOGIA FORENSE
LEGISLAÇÃO

Necropsia e Ensino - Lei 8.501/1992

Art. 3º Será destinado para estudo, na forma


do artigo anterior, o cadáver:
I. sem qualquer documentação;

II. Identificado, sobre o qual inexistem informações


relativas a endereços de parentes ou responsáveis
legais.
TANATOLOGIA FORENSE
LEGISLAÇÃO

Necropsia e Ensino - Lei 8.501/1992

Art. 3º Será destinado para estudo, na forma


do artigo anterior, o cadáver:

3º É defeso encaminhar o cadáver para fins de


estudo, quando houver indício de que a morte
tenha resultado de ação criminosa.
TANATOLOGIA FORENSE
PERINECROSCOPIA

 É o exame do cadáver no ESPAÇO onde foi


encontrado e de tudo o que o rodeia.

 É o exame do local e o exame do corpo no


local.

 Deve ser realizada por perito criminal,


datiloscopista e fotógrafo e presidida pelo
delegado.
TANATOLOGIA FORENSE
FENÔMENOS CADAVÉRICOS

Determinam o diagnóstico da morte:

 Imediatos ou de presunção;

 Consecutivos;

 Transformadores;

 Conservadores.
FENÔMENOS CADAVÉRICOS

Imediatos – presentes durante a morte e se


seguem a ela; são:

 Perda da consciência;

 Insensibilidade;

 Imobilidade e abolição do tônus muscular;

 Parada respiratória e parada cardíaca.


FENÔMENOS CADAVÉRICOS

CONSECUTIVOS – seguem-se à morte:

 Evaporação tegumentar – desidrata a pele

 Resfriamento do corpo – varia com


temperatura do ambiente;

 Livores hipostáticos – decúbito;

 Rigidez cadavérica – cessação da circulação.


FENÔMENOS CADAVÉRICOS

TRANSFORMADORES – cessação dos


fenômenos vitais, lise e decomposição.

 Autólise – desintegração de células por


ação de suas próprias enzimas;

 Putrefação – prosseguimento da autólise;


ocorre pela ação dos microrganismos.
FENÔMENOS CADAVÉRICOS

CONSERVADORES – falta a ação bacteriana, os tecidos se


conservam por processos físicos ou químicos.

 Mumificação – ocorre desidratação intensa, impede a


ação bacteriana; meio quente, seco e arejado (verão).

 Maceração – somente ocorre em morte fetal; cavidade


asséptica e cheia de líquido; litopédio.

 Saponificação – corpo transforma-se em massa


amolecida e amarelada; depende de condições especiais
do corpo, da umidade ambiental e de enzimas
microbianas
PROVAS DE VIDA EXTRA-UTERINA

 DOCIMÁSIAS:

 Constata se houve vida extra-uterina


(Infanticídio);

 Verificam volume, cor, consistência, peso


(GALENO), presença de ar e alterações
histológicas
CRONOTANATOGNOSE
Resfriamento do corpo

 Temperatura retal - demora até 4 h


para voltar ao valor da hora da morte;

 sofre influência de vários fatores –


posição, vestuário, estado nutricional,
ambiente, idade;
CRONOTANATOGNOSE
Rigidez cadavérica

 Ocorre de cima para baixo;

 Depende fatores - idade, nutrição,


vestes, temperatura corpo e ambiente,
causa mortis;

 Regra de Flamínio - inicia na 1ª hora,


generaliza com 2-3 horas, máximo 5-8
horas.
CRONOTANATOGNOSE
Livores Cadavéricos

 Surgem nas 3 primeiras horas;

 Tornam-se fixos por volta da 12ª hora;

 Atingem a máxima intensidade na 14ª h;

 Não se formam mais depois de 24 horas.


CRONOTANATOGNOSE
Putrefação

 FASE DE COLORAÇÃO – início entre 18ª e 24ª


hora, com a mancha verde abdominal;

 FASE GASOSA – início ~ 24ª hora, com distensão


das vísceras ocas; máximo ~ 96 horas;

 FASE COLIQUATIVA – inicío - fim da 1ª semana e


prolonga indefinidamente (pele rompe, orifícios abrem)

 FASE DE ESQUELETIZAÇÃO – inicío ~ 3ª semana


(ossos expostos)
RELATÓRIO DE NECRÓPSIA

 HISTÓRICO;
 IDENTIFICAÇÃO;
 TANATGNOSE;
 EXAME EXTERNO;
 EXAME INTERNO;
 DISCUSSÃO;
 CONCLUSÃO;
 RESPOSTAS AOS QUESITOS.
RELATÓRIO DE NECRÓPSIA

 HISTÓRICO: deve orientar a


necrópsia e pode ser complementado
com informações adicionais
(familiares, peritos criminais,
auxiliares de perícia, prontuário).
RELATÓRIO DE NECRÓPSIA

IDENTIFICAÇÃO:

 Das vestes – devem ser descritas


minuciosamente; se despidos, referir.

 Identificação – sexo, cor, idade aparente,


compleição física, estatura, cabelos, olhos,
dentes, barba e bigode em homens, defeitos e
sinais particulares.
RELATÓRIO DE NECRÓPSIA

 TANATOGNOSE: é baseada nos


fenômenos cadavéricos, devendo constar
pelo menos três;

 EXAME EXTERNO: descrição minuciosa


de todas as lesões e alterações (ilustrar);
RELATÓRIO DE NECRÓPSIA

 EXAME INTERNO: as três cavidades


devem ser exploradas, as lesões descritas e
os ferimentos mortais apontados;

 DISCUSSÃO: o perito expõe seu


raciocínio embasado nos achados, norteando
a conclusão;
RELATÓRIO DE NECRÓPSIA

CONCLUSÃO: transmite a opinião pericial


final

 RESPOSTA AOS QUESITOS:


1. Deflagra os demais;
2. Incluir antecedentes que culminaram na
morte;
3. Apontar ação externa ou instrumento que
produziu a morte;
4. Especificar os agravantes.
LAUDO NECROSCÓPICO - destino

www.sspds.ce.gov.br

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IML – Registro de ocorrências

Relação dos laudos já encaminhados às


Delegacias requisitantes, desde julho/99.

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