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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS


DEPARTAMENTO DE ARQUEOLOGIA
SEMINÁRIO DE PESQUISA
PROF. RICARDO PINTO
ALUNO: ANDERSON LUIZ SILVA DE OLIVEIRA

RECIFE, 2018.
INTRODUÇÃO
▪ Qualquer estudo do passado remoto do homem incide no interesse dos pré-historiadores, assim como as manifestações artísticas
desenvolvidas na Pré-História tem sido postas como um enorme desafio investigativo, por estarem envoltas em um simbolismo
cuja apreensão nos escapa quase que por completo;

▪ A classificação das Pinturas Rupestres seguiu uma certa gradação teórica: inicialmente, era a “arte pela arte”; em seguida (1860/70),
existia a arte realizada pelo “homem das cavernas”, na qual o totemismo e a ligação com o meio natural era enfocada e, no início do
século XX, era feita uma diferenciação entre o totemismo e o animismo, como prática de obtenção de sucesso;

▪ Na segunda metade do século XX, ganha força a corrente estruturalista, com principais expoentes Leroi Gourhan e Annette Laming
Emperaire, na qual se propunha a uma análise sistemática do grafismo rupestre, onde os dados referentes a tal produção artística
deveriam ser tratados de forma estatística, baseando-se na generalização interpretativa de contextos, categorias e significações;

▪ Os Grafismos Puros podem ser compreendidos como representações gráficas inseridas no universo pictórico pré-histórico, estando
inclusos dentro da categoria de análise dos Registros Rupestres, sendo denominados e identificados na literatura arqueológica como
figuras de caráter geométrico ou sinais, podendo ou não ser reconhecidos (ou reconhecíveis);
JUSTIFICATIVA

▪ O Parque Nacional do Catimbau é uma área com preponderante significado para o estudo arqueológico da Tradição
Nordeste de Grafismos Rupestres, bem como o estudo migracional pré-histórico do Nordeste brasileiro. Por ser considerado,
em tempos pretéritos, uma área de passagem de grupos humanos, é possível que os grupos utilizassem a região de várias
formas (acampamento provisório, cemitério, locais de rito) e com isso, identificam-se as “fronteiras gráficas de passagem”
(BARBOSA, 2007), áreas as quais acreditam-se ter coexistido culturas e técnicas gráficas distintas e partindo deste princípio
de relevância, justifica-se este trabalho com a elaboração de uma delimitação e caracterização dos grafismos puros da
supracitada área, baseada em parâmetros e variáveis previamente elaborados.
PROBLEMÁTICA

▪ Diante da representação de representações rupestres em sítios, faz-se necessária uma ordenação prévia, caso ocorra o
reconhecimento ou o não reconhecimento das figuras. Com isso, parte-se de uma escala macro (Parque Nacional do
Catimbau) e adentramos na escala micro, segregando sítios para a partir destes, enfocar no seguinte problema: como
caracterizar os grafismos puros presentes no Parque Nacional do Catimbau, de forma analítica e que possa ser utilizada pela
Arqueologia?
HIPÓTESE

▪ Como a área do PARNA do Catimbau é formada por paredões de arenito, oriundos da Bacia Sedimentar do Jatobá e das
formações rochosas esculpidas pela ação erosiva dos ventos, há uma extensa variedade de registros rupestres, localizados
em numerosos sítios, localizados nos abrigos rochosos das serras, dotados de grande heterogeneidade gráfica e com
características que os identificam como pertencentes à classe de registros rupestres conhecidos como Tradição Nordeste e
Tradição Agreste, bem como a outras classes ainda pouco definidas, é provável que com a elaboração de parâmetros (ou
padrões) de análise para os Grafismos Puros encontrados, os mesmos possam ser segregados, estudados, dentro de suas
similaridades e diferenças.
OBJETIVOS

 GERAL

O trabalho exposto tem por finalidade analisar os grafismos puros do Parque Nacional do Catimbau, privilegiando o sistema
tecnológico e comunicativo, pois estes grafismos representam um conjunto particular no universo gráfico dos grupos pré-
históricos, cujo significado não é imediato e são geralmente representados de forma isolada ou em restritas composições
herméticas.

▪ ESPECÍFICOS

A partir da identificação dos perfis gráficos e a distinção de similaridades e diferenças das representações gráficas, vai ser
desenvolvido um procedimento analítico para análise, onde, de acordo com as informações cognitivas e mensuráveis obtidas
entre as diferentes apresentações gráficas da área de estudo, desenvolver-se-á subsídios e informações acerca das diferentes
apresentações gráficas, dos grafismos isolados (ou não) identificadas na área da pesquisa, para que sejam utilizados como fonte
documental.
METODOLOGIA

 Delimitação da área da pesquisa;

 Levantamento bibliográfico e imagético da área e dos sítios do PARNA do Catimbau, para segregação dos sítios
que contém registros gráficos de Grafismos Puros;

 Realização de prospecções nos sítios arqueológicos identificados com Grafismos Puros;

 Elaboração de Parâmetros, com o estabelecimento de variáveis de análise de estudo dos grafismos puros da
região: Integridade, Morfologia, Composição, Coloração e Técnica.
CRONOGRAMA
BIBLIOGRAFIA

 BASÍLIO, Margarida M. P. Morfologia: uma entrevista com Margarida Basílio. ReVEL. Vol. 7, n.12, março de 2009.
http://www.revel.inf.br/files/entrevistas/revel_12_margarida_basilio.pdf. Acessado em 11 de junho de 2017.

 FUMDHAM. Disponível em: <http://www.fumdham.org.br/pinturas.asp> Acesso em 15 de março de 2018

 GASPAR, Madu. A Arte Rupestre No Brasil. São Paulo: Ed. Zahar.

 IBAMA. Decreto, s/n, de 13 de dezembro de 2002. Dispõe sobre a criação do Parque Nacional do Catimbau, nos
Municípios de Ibimirim, Tupanatinga e Buíque, no Estado de Pernambuco, e dá outras providências. Brasília, 2002.

 LUQUET, G.H.: L´art et la religion des hommes fossiles. Ed. Masson, Paris, 1926.

 MAPEAMENTO E ANÁLIISE ESPECTRO-TEMPORAL DAS UNIIDADES DE CONSERVAÇÃO DE PROTEÇÃO


IINTEGRAL DA ADMIINIISTRAÇÃO FEDERAL NO BIOMA CAATIINGA – Parque Nacional do Catimbau. Recife,
FUNDAJ. 2015.
BIBLIOGRAFIA

 __________. Lista das Unidades de Conservação Federais. Disponível em <http://www.ibama.gov.br/siucweb/listaUc.php>.


Acesso em 21 de abril de 2018.

 MARTIN, Gabriela. Pré-história do Nordeste do Brasil. 5. ed. Recife: Ed. Universitária da UFPE, 2008. 434 p.

 PESSIS, Anne-Marie. Imagens da Pré-história. Parque Nacional da Serra da Capivara, FUMDHAM/PETROBRAS, 2003.

 ________________. Identidades e Classificações dos registros gráficos pré-históricos do nordeste do Brasil. Clio
Arqueológica. Recife, v.1, n.8, 1992.

 PINKER, Steven, 1954-. Como A Mente Funciona. São Paulo: Companhia das Letras, 1998. 666 p.

 ______________. Tábula Rasa: A Negação Contemporânea da Natureza Humana. São Paulo: Companhia das Letras, 2004.
684 p.
BIBLIOGRAFIA

 SANCHIDRÍAN, J.L. Manual de Arte Prehistórico. Ariel Prehistoria: Barcelona, 2014.

 TURRIÓN, Juan Francisco Pascua. El arte paleolítico: Historia de la Investigación, escuelas interpretativas, y problemática
sobre su significado. ArqueoWeb - Revista sobre Arqueología en Internet.

 http://ambientes.ambientebrasil.com.br/unidades_de_conservacao/parques_nacionais/parque_nacional_de_catimbau.html.
Acesso em 20/04/2018.

 TYLOR, E.B.: Cultura primitiva. Reed. Ayuso, 1977.

 UCKO, P. y ROSENFELD, A. 1967: Arte Paleolítico. Ed. Guadarrama, Madrid, 1967.

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