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Circulação nos

ecossistemas hídricos.
1

Disciplina: Limnologia
Equipe: Armando Freitas
Isadora Macedo Martins
2 1- Introdução à Circulação das águas

 1.1 Penetração de Energia Radiante na Água

1.1.1 A intensidade da radiação que chega à superfície de lagos, oceanos e


continentes varia de acordo com a latitude, a estação, a hora do dia e o estado de
cobertura das nuvens;

1.1.2 A absorção dessa energia radiante depende de vários fatores, como: a


própria água, os compostos dissolvidos nela, os organismos fotossintetizantes, e o
material particulado;

1.1.3 Existem processos que acompanham a penetração da energia radiante no


meio aquático.
3 1- Introdução à Circulação das águas

 1.2 Tipos de fluxos

1.2.1 Existem várias formas da água se movimentar, por isso, existem três tipos de
fluxos;

Fluxo Laminar : regular e horizontal;

1.2.2 : Fluxo Turbulento: velocidade varia no sentido vertical e horizontal;

Zona de transição: depende, essencialmente, da temperatura da


água.
4 2- Turbulência, Reynolds e Richardson, efeitos da
densidade e estratificação
 2.1 Número de Reynolds: relação entre forças inerciais e forças de viscosidade do
líquido.
• Re< 500 : fluxo laminar;
• 500<Re<2000: fluxo turbulento.
 2.2 Relação entre gradiente de densidade, número de Richardson e estratificação.
• Ri>0 : estratificação estável;
• Ri<0: estratificação instável;
• Ri=0: líquido homogêneo;
• Ri<0.25: estratificação é destruída e aumenta a turbulência;
• Ri>0.25: camadas de água apresentarão um fluxo sem turbulência, ficando
superpostas.
 2.3 Efeitos da diferença de densidade em lagos e represas
As correntes de densidade têm importância pelo processo de fluxo de água, sobre,
abaixo ou dentro de uma massa de água.
5 2- Turbulência, Reynolds e Richardson, efeitos da
densidade e estratificação
 2.4 Ondas Internas

• Aumento da turbulência no epilímnio, com deslocamento, também, do metalímnio.

 2.5 Efeito da força de Coriolis

• Efeitos rotacionais;

• Força Coriolis:

- No hemisfério norte: sentido anti-horário( para direita)

- No hemisfério sul: sentido horário(para esquerda)

• Efeitos rotacionais atingem as ondas internas;

• Força Coriolis + efeitos dos ventos + funções de força e pressão atuam nas grandes
massas de água, produzindo oscilações de grande importância ecológica.
6 2- Turbulência, Reynolds e Richardson, efeitos da
densidade e estratificação
 2.6 Circulação de Langmuir

• Formação de correntes de convecção por ação dos ventos 3m/s.

• Movimento descendente de massas de água que formam células verticais


(estrias);

• Importância das estrias.

 2.7 Espirais de Ekman

• Direção das massas de água nas camadas inferiores a superfície.

• Deslocamento horizontal de massas de água pode ocasionar movimentos


circulares com um centro de estagnação(giros) e são importantes na

distribuição de organismos planctônicos e poluentes.


7 3- Estratificação Térmica e Circulação Vertical e
Horizontal em Ecossistemas Aquáticos Continentais

1. Termoclinas temporárias: ligadas ao epilímnio;


2. Termoclina planar: ligada ao metalímnio,
divide o o lago em duas camadas.

• As diferenças térmicas no gradiente vertical e suas respectivas densidades são


processos que determinam características básicas para o funcionamento dos lagos.

• Pequenas alterações na temperatura já podem formar estratificações estáveis.

• Fatores que podem alterar a densidade da água.


8 3- Estratificação Térmica e Circulação Vertical e Horizontal
em Ecossistemas Aquáticos Continentais
 Os padrões de estratificação da coluna d’água são muito variáveis, mesmo em
ecossistemas localizados numa mesma região, porque além dos fatores climatológicos,
fatores inerentes ao próprio ecossistema como, por exemplo, a sua morfometria, têm papel
importante.

• Região de Clima Temperado;

• Regiões Tropicais.
9 3- Estratificação Térmica e Circulação Vertical e
Horizontal em Ecossistemas Aquáticos Continentais
10 3- Estratificação Térmica e Circulação Vertical e
Horizontal em Ecossistemas Aquáticos Continentais
11 4- Classificação dos lagos quanto ao número e tipo de
circulação
 4.1 Lagos halomíticos: circulação atinge toda a coluna d’água, podem ser:

4.1.1 Dimíticos: duas circulações por ano

4.1.2 Monomíticos: uma circulação por ano, podem ser:

4.1.2.1 Quentes: circulação, somente, no inverno.

4.1.2.2 Frios: circulação, somente, no verão.

 4.2 Lagos Oligomíticos e Polimíticos: lagos com poucas e muitas circulações durante o
ano, respectivamente.

4.2.1 Oligomíticos: profundos, localizado nos trópicos úmidos, pequena variação


sazonal de temperatura.

4.2.2 Polimíticos: rasos e de grande extensão, circulações frequentes.


12 4- Classificação dos lagos quanto ao número e tipo de
circulação
 4.3 Lagos Meromíticos: Circulação não alcança toda a coluna d’água, podem
ocorrer dois tipos de meromixia:

4.3.1 Geomorfológica: Ocorre em lagos profundos e protegidos do vento;

4.3.2 Química ou Ectogênica: Ocorre em lagos onde a camada profunda é mais


densa do que a camada superior, devido a maior concentração de sais dissolvidos.

• Monimolímnio e Mixolímnio.
13 5- Estratificação e Desestratificação Térmica em
Represas

 5.1 Os processos físicos em represas são os mesmos que ocorrem nos lagos.
Entretanto, em represas, quase sempre submetidas a um fluxo unidirecional e a
variações nesse fluxo, podem ocorrer processos adicionais. São eles:
• Estratificação Hidráulica: Ocasionada pela altura da saída de água a diferentes
profundidades. É característica de represas com grande profundidade.
• Gradientes verticais acentuados: Causados pela advecção produzida pela entrada de
rios ou fontes com temperatura mais baixa.
• Estratificação causada pela altura da saída de água dos vertedouros. Podem causar
também gradientes horizontais.
 5.2 Em represas com padrões dendrídico, a estratificação pode ser mais
acentuada nos compartimentos do que no canal principal.
 5.3 Em represas com excesso de macrófitas ou vegetação não cortada o efeito
do vento é reduzido e consequentemente a estratificação.
14 5- Estratificação e Desestratificação Térmica em
Represas

 5.4 Existem muitas diferenças no comportamento térmico e na estratificação


vertical em represas de grande e de pequeno porte e com diferentes padrões
morfométricos.
 5.5 Tundisi (1984) classificou os reservatórios do estado de São Paulo de acordo
com a estratificação e a Desestratificação térmica.
• Longos períodos de estratificação: 8 a 10 meses e Desestratificação no inverno
(monomíticos quentes);
• Reservatórios polimíticos com períodos ocasionais de estratificação;
• Reservatórios com “estratificação hidráulica” resultantes das características de
funcionamento na saída de água.
15 6- Variações Nictemerais de Temperatura

 6.1 Estudos sobre as variações térmicas diurnas e a desestratificação


durante o período noturno foram realizados em muitos lagos,
pincipalmente em regiões tropicais.
 6.2 Estas variações estão diretamente associadas a concentração de
gases dissolvidos (O2 e CO2), nas várias profundidades e na distribuição
vertical de organismos planctônicos.
 6.3 Atelomixia (por Lewis – 1973): Consequências físicas, químicas e
biológicas.
 6.4 Barbosa e Tundisi (1980) e Barbosa (1981) na Lagoa Carioca.
• Amplitude da variação da termoclina no epilímno, durante o dia, dependia da
época do ano;
• Mesmo em períodos de isotermia total ocorre uma estratificação com a
formação de termoclina secundárias até 2 metros.
16 6- Variações Nictemerais de Temperatura

 6.5 Haze e Carter (1984) no Lago Opi – Guiné (África)


• Ciclo de estratificação diurna e resfriamento noturno;
• Estação seca – Circulação vertical completa
Estação chuvosa – Desestratificação parcial do lago
• Os resultados evidenciam uma circulação lateral, por entrada de água de
chuva nos lagos.
 6.6 Ganf e Horne (1975) no Lago George – Unganda (África)
• Três fases distintas no ciclo térmico: isotermia, intensa estratificação e mistura
total;
• Durante a estratificação: Temperatura na superfície – 36ºC
Temperatura no fundo – 25ºC
• Por ser uma lago de baixa profundidade (2,5 m) e com 250km², essas variações
diurnas representam intensos pulsos de oxigênio dissolvido, pH e clorofila.
17 7- Importância do Processo de Estratificação e
Desestratificação Térmica e dos Ciclos Diurnos
e Noturnos de Temperatura da água
 Distribuição vertical dos gases dissolvidos na água;
 Distribuição vertical de nutrientes com acúmulo de substâncias e elementos químicos
no hipolimnio;
 Concentrações verticais mais homogêneas na coluna de água, ou precipitação e
recirculação totais;
 Modificações na distribuição dos organismos fito e do zooplâncton;
 Acúmulo de componentes da comunidade, como bactérias nos gradientes de
temperatura e densidade;
 Concentrações mais elevadas de gases na região do hipolimnio;
 A temperatura da água estabelece padrões fisiológicos, limita ou acelera o
crescimento de organismos e interfere nos processos reprodutivos;
 Em lagos salinos, a variação nictemeral de temperatura tem importância em relação
às tolerâncias à salinidade de organismos característicos desses lagos;
18 7- Importância do Processo de Estratificação e
Desestratificação Térmica e dos Ciclos Diurnos
e Noturnos de Temperatura da água

 7.1 – Classificação dos Lagos pelo Padrão Térmico.


• Lagos Dicotérmicos: Aumento de temperatura no monimolímnio em lagos
meromíticos (Atividades biológicas ou fontes geotérmicas);
• Lagos Mesotérmicos: Aumento de temperatura em profundidades
intermediárias.
• Lagos Poiquilotermos: São salinos e apresentam complexas estruturas térmicas
devido a existência de várias camadas.
19 8- Significado Ecológico do Metalímnio e Importância
da Meromixia

 O gradiente térmico que se estabelece no Metalímnio de lagos


monomíticos ou meromíticos determina importantes condições ecológicas
no gradiente vertical;
 Diminuição da velocidade de sedimentação de partículas orgânicas
(maior viscosidade)
• Aumento na concentração de nutrientes na zona eufótica;
• Aumento do tempo de residência de nutrientes no matalímnio e no epilímnio;
• Aumento da concentração de fitoplâncton no epilímnio e no Metalímnio.
20 9- Principais Interações de Processos de Circulação,
Difusão, Composição Química da água e as
Comunidades em Lagos, Represas e Rios.

 Responsáveis pelos transportes vertical e horizontal;


 Movimentos diurnos – variações climatológicas em curto período de
tempo;
 Movimentos com escala estacional – efeitos periódicos do vento e a
formação de termoclina;
 A interação estacional entre os fluxos de energia, o aquecimento térmico
e a ação do vento produz padrões estacionais de circulação e
deslocamento horizontal e vertical das massas de água;
 Fatores climatológicos como radiação solar, ventos e precipitação e os
eventos no lago: estrutura térmica, circulação vertical e horizontal.
21 10- Circulação em lagos, Represas e Rios
 Retirada seletiva de água a diferentes profundidades na represa;
 Uso da represa para produção de energia elétrica interfere na circulação
horizontal e vertical;
 Circulação horizontal e vertical em lagos contribui para dispersão de
concentração de metais pesados e substâncias tóxicas nos diversos
compartimentos espaciais.
22 11- Difusão

 Os processos de difusão correspondem a movimentos caóticos e ao


acaso. É o movimento líquido de substâncias ou elementos, contra sua
concentração.
• Difusão molecular: Difusão dentro de uma única fase de seus constituintes
atômicos (átomos, íons ou moléculas);
• Difusão Vertical e Horizontal Turbulenta: Ocorrem na superfície, na termoclina de
lagos.
23 12- Intrusão em Lagos e Represas

 A intrusão em lagos e represas representa o transporte de material em


suspensão, carga de nutrientes ou organismos que são transportados às
várias profundidades.
24 Referências

 ESTEVES, Francisco de Assis. Fundamentos de Limnologia. 2. ed. Rio de


Janeiro: Interciência, 1998.
 TUNDISI, José Galizia; TUNDISI, Takako Matsumura. Limnologia. São Paulo:
Oficina de Textos, 2008.

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