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Metalurgia da Soldagem
Introdução
A aplicação localizada de calor e/ ou
deformação plástica pode gerar
alterações nas propriedades do
material na região da junta, nem
sempre aceitáveis. A maioria destas
alterações estão relacionadas às
etapas de solidificação e
resfriamento do cordão de solda.
Relação estrutura - propriedades
Uma característica fundamental dos
metais é a dependência de suas
propriedades com sua estrutura. Por sua
vez, sua estrutura é determinada por seu
processo de fabricação.
Ex: Para um aço contendo 0,8% C após tt
9000C e posterior resfriamento, notar a
influência da taxa de resfriamento na
propriedade mecânica δescoamento.
A soldagem como tratamento
termomecânico (violento!!)
O processo de soldagem provoca
alterações nas propriedades do
material devido às alterações micro e
macroestruturais que podem
comprometer seu desempenho em
serviço.
Como minimizar as alterações?
AC3
( a solubilidade do carbono é maior nesta fase).
MARTENSITA
Elementos de liga
Além da velocidade de resfriamento da
austenita, a presença de elementos de liga
podem atrapalhar o processo difusional,
levando a formação das outras estruturas
(perlita fina, bainita ou martensita) de um
modo mais fácil.
Para temperaturas de transformação = ou
< que 500oC a estrutura não será mais
perlítica.
A Influência dos Elementos de Liga
Elementos de liga atuam nos aspectos fundamentais da
estrutura dos de ligas metálicas: TERMODINÂMICO E
CINÉTICO
Podem alterar a estabilidade relativa das fases ou tornar
estável outras fases. Ex: Ni como estabilizador da austenita
na temperatura ambiente; Nb, V e Ti (menos de 0,1% em
aços baixo carbono)formando carbetos estáveis na
austenita mesmo à 10000C nos aços de alta resistência e
baixa liga.
A maioria aumenta a temperabilidade dos aços, o que
significa diminuir a velocidade de transformação da
austenita.
Ao entrar em uma fase, geralmente aumenta sua
resistência mecânica (além de poder alterar propriedades
elétricas, magnéticas, térmicas e etc).
Mecanismos de Aumento de
Resistência Mecânica
A deformação plástica depende
diretamente do movimento das
discordâncias. Quanto maior a facilidade
de movimento, menos resistente é o
material.
Para aumentar a resistência, procura-se
restringir o movimento das discordâncias.
Os mecanismos básicos para isso são:
• Redução de tamanho de grão;
• Solução sólida;
• Deformação a frio (encruamento, trabalho a
frio, strain hardening, cold working).
A Redução de Tamanho de Grão
As fronteiras de grão funcionam como barreiras
para o movimento de discordâncias. Isto
porque :
- Ao passar de um grão com uma certa orientação para
outro com orientação muito diferente (fronteiras de
alto ângulo) a discordância tem que mudar de
direção, o que envolve muitas distorções locais na
rede cristalina;
- A fronteira é uma região desordenada, o que faz com
que os planos de deslizamento sofram
descontinuidades.
Como um material com grãos menores tem
mais fronteiras de grão, ele será mais
resistente (melhoria simultânea da
tenacidade).
Fronteiras de grão e interfaces
Latão
(70Cu-30Zn)
d-1/2 (mm-1/2)
Solução Sólida
Nesta técnica, a presença de impurezas
substitucionais ou intersticiais leva a um
aumento da resistência do material.
Metais ultra puros são sempre mais
macios e fracos do que suas ligas.
Deformação a Frio
O aumento de resistência por deformação
mecânica (strain hardening) ocorre porque
o número de discordâncias aumenta com a deformação;
isto causa maior interação entre as discordâncias
o que, por sua vez, dificulta o movimento das
discordâncias, aumentando a resistência.
Como este tipo de deformação se dá a
temperaturas muito abaixo da temperatura de
fusão, costuma-se denominar este método
deformação a frio (cold work).
Trabalho a frio
Aço 1040
Limite de esc.(kpsi)
latão
cobre
% trabalho a frio
Fluxo de Calor
Na maioria dos processos de soldagem
ocorre uma aplicação concentrada de
energia que leva até a fusão:
- São geradas temperaturas elevadas
(>20000C) e altos gradientes térmicos
(102 a 103 0C/mm);
- Como conseqüência ocorrem variações de
microestrutura e propriedades no entorno
da região soldada.
Etapas Básicas do Fluxo de Calor:
a) Fornecimento de calor à junta;
b) Dissipação deste calor pela peça.
Os parâmetros
mais facilmente
controláveis
São:
A Energia de
Soldagem e a
Temperatura
Inicial da Peça.
O controle sobre a velocidade de
resfriamento da região soldada irá permitir
melhor controle de microestrutura gerada e
propriedades.
Macroestrutura de Soldas Por
Fusão
As curvas de T = f(x, t) para uma solda por fusão
permitem definir três regiões básicas:
ZF;
Região onde as temperaturas de pico foram superiores
à temperatura de fusão (Tf) do metal de base.
ZTA ou ZAC (zona afetada pelo calor);
Região não fundida. As temperaturas desta região
foram superiores à temperatura crítica do material e
inferiores à de fusão.
MB.
É a região mais afastada e não afetada. Suas
temperaturas são sempre inferiores à crítica do
material.
O Ciclo Térmico de Soldagem
Exemplo de reações e alterações esperadas na soldagem a arco
de um aço baixo carbono para um certo ponto da zona fundida:
Características da Poça de Fusão
Nos processos de fusão a ZONA FUNDIDA pode
ser formada nas mais diversas condições. Para a
situação comum de soldagem a arco + eletrodo
consumível, tem-se que:
1 – O metal de adição é transferido na forma de
gotas acima de 20000C (caso dos aços);
2 – O metal de adição é misturado ao metal de
base sob intensa agitação logo abaixo do arco,
nas partes mais quentes da poça;
3 – A solidificação dá-se na parte posterior da poça
de fusão, onde a temperatura já caiu para valores
abaixo da linha solidus da liga gerada;
E nas Regiões Superaquecidas da
Poça de Fusão ???
Logo na região do arco, onde as
temperaturas estão muito acima da
temperatura de fusão de ambos
(metal base e adição) ocorre uma
intensa interação entre:
METAL FUNDIDO, GASES E ESCÓRIA
SOBRENADANTE
Interações
Absorção de gases (H, O, etc);
Oxidação de metal que interage com o
oxigênio e sua transferência para a
escória;
Transferência de impurezas do metal
fundido para a escória;
Transferência de elementos de liga para a
poça de fusão;
Volatilização de alguns elementos de mais
baixo ponto de fusão (ex. Zn, Cd, Cr, Al).
Composição química Final da ZF
Dependerá da intensidade das
interações, da composição química
do metal de base e de adição e da
participação relativa destes na
formação da ZF (“coeficiente de
diluição” δ ou “diluição”):
δ = (massa fundida do metal de
base)/ (massa total do cordão de
solda) x100 (%)
Diluição
Pode ser medida em macrografias da seção transversal de soldas e
pode variar de 100 – 0% (brasagem).
- Limite de escoamento;
- Ductilidade;
- Dureza;
- Resistência ao impacto.