Você está na página 1de 45

Caso Clínico

Caso clínico
 Histórico materno
 Mãe relata ter tido 3 gestações a 1° gestação foi tudo normal e a criança nasceu saudável e veio a óbito com 7 dias de vida
a criança nasceu com uma válvula cardíaca funcionando mal e com problemas respiratórios , na 2° gestação tudo ocorreu
bem hoje tem 13 anos, a 3° gestação não houve nenhuma intercorrência a criança nasceu saudável RNT, parto Cesária, 9
consultas de pré-natal
 Internada até o 2º dia de vida, onde segundo relato da mãe sofreu a primeira convulsão que somente ela presenciou e
informou aos médicos responsáveis e os mesmos não acreditaram e deram alta para ela e o bebê.
 3º dia de vida voltou a ser internado devido a uma convulsão sem controle, ficou internado para adaptação medicamentosa
aproximadamente por 70 dias.
 No 3° mês de vida a medicação parou de fazer efeito e o bebê teve uma crise mais forte onde segundo a mãe relata, os
médicos falaram ter havido varias lesões neurológicas em diversas regiões cerebrais.
 A partir desse momento a criança passava 30 dias em casa e 70 dias internada até o 7° mês de vida
 Com 7 meses de vida realizou uma cirurgia para colocar uma sonda gástrica para se alimentar e válvula antirefluxo.
 Paciente se alimenta por via oral com comida pastosa e pela sonda apenas liquido pois por via oral afoga
 Frequentou a ARIL até os 5 anos de idade onde recebeu alta
 Hoje frequenta a clínica da Faculdade Anhanguera de segunda-feira e de quarta-feira, e a clínica da faculdade UNIP de terça-
feira e quinta-feira.

 OBS: Segundo a mãe foram feito vários exames para descobrir o porque de todas as crises epiléticas, se teria ligação com
alguma síndrome ou outras patologias mais nada foi encontrado.
Antecedentes pessoais

 MSL, 11 anos, sexo masculino, residente Limeira – SP

 Diagnóstico Clínico
 Epilepsia e Paralisia Cerebral

 Diagnóstico Fisioterapêutico
 Tetraplegia Espastica Grave
Epilepsia e Paralisia
Cerebral(PC)
Caso clínico
Epilepsia

 É uma alteração temporária e reversível do funcionamento do cérebro.


 Durante alguns segundos ou minutos uma parte do cérebro emite sinais
incorretos que podem ficar restritos a esse local ou espalhar-se
 As crises convulsivas podem ser, elas próprias o gatilho dos distúrbios
associados a epilepsia. O mais comum deles é a dor de cabeça. Nos
últimos instantes do surto, para aumentar o aporte de oxigênio ao cérebro,
os vasos sanguíneos se dilatam. O aumento de volume de sangue, no
entanto, comprime a região mais afetada, ativando os circuitos da dor
Causas

 Muitas vezes, são desconhecidas mas podem ter origem em ferimentos


sofridos na cabeça, traumas na hora do parto, abuso de álcool e drogas,
tumores e outras doenças neurológicas.

Sintomas
 Podem ser desde crises parciais simples, como distorções de percepção
ou movimentos descontrolados, até as tônico - clónicas em que o
paciente perde a consciência, fica com o corpo rígido e as extremidades
contraídas
Tipos de Epilepsia
Tratamentos

 O tratamento é com antiepilético e, em alguns casos, cirurgia. Algumas


crises desaparecem com o tempo e a medicação pode ser suspensa.
 Na cirurgia retira-se a parte do cérebro afetada pela doença.
 No caso do paciente ele toma medicações associadas para evitar novas
crises desde seus 3 mês de vida.
Paralisia Cerebral (PC)
Paralisia cerebral

 O termo paralisia cerebral (PC) é usado para definir qualquer desordem


caracterizada por alteração do movimento secundária a uma lesão não
progressiva do cérebro em desenvolvimento. Ocorrem durante o
desenvolvimento fetal ou no momento próximo ao nascimento
 O desenvolvimento do cérebro tem início logo após a concepção e
continua após o nascimento. Ocorrendo qualquer fator agressivo ao
tecido cerebral antes, durante ou após o parto, as áreas mais atingidas
terão a função prejudicada e dependendo da importância da agressão,
certas alterações serão permanentes caracterizando uma lesão não
progressiva
 Dentre os fatores potencialmente determinantes de lesão cerebral irreversível, os mais
comumente observados são infecções do sistema nervoso, hipóxia (falta de oxigênio) e
traumas de crânio. O desenvolvimento anormal do cérebro pode também estar relacionado
com uma desordem genética, e nestas circunstâncias, geralmente, observa-se outras
alterações primárias além da cerebral.
 A etiologia da paralisia cerebral é multifatorial. Dividem-se os vários fatores em três grupos:
 Etiologia: pré-natais, perinatais, pós-natais 85% dos casos 15% dos casos Perslstein, 1952. 12% dos
casos Niswander & Gordon, 1972.

 ETIOLOGIA PRÉ-NATAIS:
 Genéticas Ataxia congênita
 Paralisia espástica familiar
 Vírus Herpes,
 Rubéola e CMV
 Infecções toxoplasmose
 Fármacos e drogas
 ETIOLOGIA PERI-NATAIS:
 Prematuridade
 Baixo peso ao nascimento
 Icterícia grave
 Hemorragia intraventricular
 Desnutrição
 Asfixia
 Trabalho de parto demorado
 Apresentação de nádegas
 Prolapso do cordão umbilical
 Trauma no parto
 Incompatibilidade Rh entre mãe e feto
 ETIOLOGIA PÓS-NATAIS:
 Infecção (meningite, encefalite) 60% dos casos
 Traumatismo craniano
 Espancamento infantil
 Síndrome do bebê sacudido
 Asfixia
 Parada cardíaca
 AVC
 Tumor cerebral
 Anemia falciforme
 Epilepsia
Paralisia Cerebral

Anormalidades do Tônus Muscular

Desenvolvimento Motor Anormal

Prejuízos na Capacidade Funcional Paralisia


Cerebral
Classificação:
 1. TIPO ESPÁSTICO - Lesão no Sistema Piramidal
Manifestação Clínica: Hipertonia espástica, Hiperreflexia,
Sinal de liberação piramidal Tipos clínicos: Tetraparesia,
Hemiparesia, Diparesia crural .
 2. TIPO ATETÓSICO - Lesão do Sistema Extrapiramidal -
Núcleo da Base e Putâmen Manifestação Clínica:
Hipertonia, Hipercinesias Difusas (Movimentos
involuntários).
 3. TIPO ATÁXICO - Lesão do Sistema Cerebelar
Manifestação Clínica: Hipotonia, Incoordenação geral e
distúrbios do equilíbrio estático e dinâmico.
 4. TIPO MISTO - Associação dos tipos anteriores, com
predominância de uma deles. Atetose + tetraparesia,
Ataxia + diparesia.

Espástica caso clinico

 Hemiplégica(19%) - Deficiência motora unilateral de predominância distal


Sintomas aos 4 a 9 meses de vida Assimetria no uso das mãos Atraso para
sentar e engatinhar Flacidez – Hiporreflexia – Hiperreflexia.
Desenvolvimento neuropsicomotor é levemente retardado.
Desenvolvimento cognitivo frequentemente normal
 Diplégica(41%) - Mais frequente Predomina em MMII (Base anatômica da
lesão) Relação com prematuridade Leucomalácia Peri ventricular
Aumento no Tônus em MMII aos 2 a 3 meses de vida (Extensão + Adução =
Tesoura)
 Tetraplégica(13%) - mais grave Comprometimento motor bilateral Relação
com microcefalia, retardo mental acentuado e epilepsia Malformações
extensas e processos destrutivos do SNC (caso do paciente aqui estudado)
Tipos de Paralisias

 O tipo de alteração do movimento observado está relacionado com a localização da


lesão no cérebro e a gravidade das alterações depende da extensão da lesão.
 A PC é classificada de acordo com a alteração de movimento que predomina. Formas
mistas são também observadas.
 Espástica - Quando a lesão está localizada na área responsável pelo início dos
movimentos voluntários, trato piramidal, o tônus muscular é aumentado, isto é, os
músculos são tensos e os reflexos tendinosos são exacerbados.
 Atáxica – A paralisia cerebral atáxica está relacionada com lesões cerebelares ou das
vias cerebelares. Como a função principal do cerebelo é controlar o equilíbrio e
coodenar os movimentos Com Movimentos Involuntários - Quando a lesão está
localizada nas áreas que modificam ou regulam o movimento, trato extrapiramidal, a
criança apresenta movimentos involuntários, movimentos que estão fora de seu controle
e os movimentos voluntários estão prejudicados.
 Na PC, a forma espástica é a mais encontrada e frequente em 75% dos casos.
Objetivos caso clínico

1. Modular tônus inibindo as atividade reflexa anormal normalizando o tônus


muscular e facilitar o movimento normal
2. Evitar contraturas e deformidades
3. Melhorar posicionamento postural em cadeira de rodas
4. Trabalho de propriocepção
Condutas caso
Clínico
1) Modulação de tônus com o método de
bobath com a utilização do rolinho,
mobilização passiva de flexores de cotovelo,
punho, dedos, quadril e joelho.
Inibir as atividades reflexas com as facilitações de
bobath
Facilitações de Bobath

 FACILITAÇÃO - A facilitação dos movimentos é feita através de técnicas


de manuseio do paciente com os ponto-chave de controle. - Através das
técnicas de facilitação podemos obter movimentos específicos e
modificar uma resposta, se necessário.
2. Evitar contraturas e deformidades
 Com alongamentos passivos com metodo de bobath flexores de cotovelo,
punho, dedos, quadril e joelho.
3. Melhorar posicionamento postural em cadeira de rodas
 para postura correta demos posicionar o quadril de forma correta, alinhar os
joelhos em 90º de flexão, assim neutralizando a pelve.
 Para conseguirmos posicionar o paciente na cadeira adequadamente
precisamos fazer alguns exercícios de estabilização em toda a coluna
4. Trabalho de propriocepção
 Para que a criança tenha novas percepções do corpo e do ambiente em que
vive, podemos trabalhar com a bola de propriocepção, com uma bola cravo
nas regiões mais sensíveis, e até mesmo com massageado que tem diversas
ponteiras de texturas diferentes ganhando assim uma criança mais socializada
com o próprio corpo e ambiente
Método de Bobath
Definição

 É uma técnica de reabilitação neuromuscular que utiliza os reflexos e os


estímulos sensitivos para inibir ou provocar uma resposta motora sempre
respeitando os princípios da normalização de tônus e da experimentação
de um movimento ou de um controle estático normal.
 Surgiu na década de 40 com a fisioterapeuta Berta Bobath e o
neuropediatra Karel Bobath, com o tratamento de crianças com paralisia
cerebral. Enfoque na reabilitação de pacientes que sofrem de lesão
neuromotora de origem cerebral.
Princípios do tratamento

 Inibir a atividade reflexa e padrões de movimento anormais;


 Facilitar os padrões motores normais;
 Fornecer o máximo de informações proprioceptivas e esternoceptivas
 Realizar um atendimento individual;
 Tratar o paciente de forma global.
 SNC é um órgão de reação e não de ação, ou seja, ele responde a partir
de estímulos internos e externos ao corpo que lhe são oferecidos.
 As células do SNC – excitar ou inibir – facilitando atividades úteis e
impedindo movimentos indesejados. Reabilitação e a aprendizagem=
estimulação, inibição ou facilitação.
Objetivos

 Edificar reações posturais normais


 Opor-se as reações posturais anormais
 Ajustar padrões funcionais
 Reduzir espasticidade
 Favorecer movimentos automáticos e voluntários pré- funcionais
 Evitar ou minimizar contraturas e deformidades
Técnica

 Pontos- Chaves
 Padrões de inibição reflexa
 Estimulação proprioceptiva e tátil
 Padrões de movimento ativo
 Desenvolvimento neuromotor
Indicações e Principais enfoques

 Indicações:
 Melhorar controle postural e simetria corporal
 Alongar músculos
 Dar maior propriocepção articular
 Adequar o tônus muscular
 Estimular reações de proteção e equilíbrio
 Realizar dissociações de cinturas
 Aprimorar a deambulação
 Principais enfoques:
 Perturbações de SNC de crianças e adultos.
 Pacientes flácidos ou espásticos (AVE,TCE,TRM,EM).
 Pacientes incoordenados (cerebelopatas).
 Lesões extrapiramidais(Doença de Parkinson e outros).
Materiais utilizados

 Bola Bobath
 Rolo
 Espelho
 Tatame
 Escada/Rampa
 Prancha de equilíbrio
 Brinquedos
TRATAMENTO ÀLUZ DO MÉTODO NEURO
EVOLUTIVO BOBATH

• Os objetivos do tratamento são influenciados por : idade, gravidade da


condição do paciente e motivação.
TRATAMENTO BOBATH EM CRIANÇAS

• Posturas funcionais para facilitar as AVD;


• Alinhamento biomecânico para normalização do tônus muscular;
• Exercícios (com bola suíça, rolo, banco, rampa e escada) para favorecer a
propriocepção, coordenação, equilíbrio e fortalecimento muscular;
• Alongamentos passivos para prevenção de contraturas e deformidades;
• Postura ortostática no estabilizador para prevenir osteoporose e sub -
luxação de quadril;
• Crioterapia para analgesia local ou lesões músculo-tendinosas para efeito
cicatrizante e anti-inflamatório;
• Aprimoramento da marcha independente para desviar, ultrapassar e pular
obstáculos, correr, jogar bola com os pés e com as mãos;
Espasticidade Flexora
evidenciada pelo
recolhimento dos braços ao Redução da a criança
ser levantada espasticidade flexora
segurando a criança de
cabeça para baixo
Redução da espasticidade Redução da espasticidade
extensora com a criança extensora com a criança em
sentada segurando os pés supino e segurando-se pelos
pés. segurando-se as mãos e os
pés juntos.
Facilitação, pelo levantamento dos ombros
para a Extensão Protetora do Braço

A facilitação das reações posturais se torna muito importante, por que toda
atividade voluntária normal
Facilitação das Reações de
Retificação
 Reação cervical de retificação
Reação Corporal de Retificação
Facilitação de
extensão de quadril
e do tronco em pé

Inibição do padrão de
rotação interna e flexão
de membros superiores

Inibição da rotação interna e


da adução de membros
inferiores
Quadriplégica espástica

 Organização do tônus em cintura escapular


“Nós não ensinamos movimento,
nós os tornamos possíveis...”
Berta Bobath
Aluna: Joyce dos Santos Chanchetti
RA: 6201186802

Você também pode gostar