• Engenheiro Mecânico – PUC-MG • Engenheiro de Segurança – ICMG • Mestre em Engenharia Industrial – Unileste • sabino.lima@ig.com.br FLUIDO REFRIGERANTE O bom refrigerante é aquele que reúne o maior número possível de boas qualidades, relativamente a um determinado fim. As principais propriedades de um bom refrigerante são: • Condensar-se a pressões moderadas; • Evaporar-se a pressões acima da atmosférica; • Ter pequeno volume específico (menor trabalho do compressor); • Ter elevado calor latente de vaporização; • Não ser corrosivo; • Não ser tóxico; • Deve permitir fácil localização de vazamentos; • Não ser combustível ou explosivo nas condições normais de funcionamento; • ... • Ter miscibilidade com óleo lubrificante e não deve atacá-lo ou ter qualquer efeito indesejável sobre os outros materiais da unidade; • Em caso de vazamentos, não deve atacar ou deteriorar os alimentos, não deve contribuir para o aquecimento global e não deve atacar a camada de ozônio. • Ser estável, sem tendência a se decompor nas condições de funcionamento; • Não apresentar efeito prejudicial sobre metais, lubrificantes e outros materiais utilizados nos demais componentes do sistema; • Ter um odor que revele a sua presença; • Ter um custo razoável; • Existir em abundância para seu emprego comercial. Principais tipos e características de fluidos refrigerantes:
1. CFC - São moléculas formadas pelos elementos
cloro, flúor e carbono. (Exemplos: R-11, R-12, R-502, etc.). Utilização: ar condicionado automotivo, refrigeração comercial, refrigeração doméstica (refrigeradores e freezers) etc. Estes estão fora de uso por atacarem a camada de ozônio. 2. HCFC - Alguns átomos de cloro são substituídos por hidrogênio (Exemplos: R-22, R-141b, etc.). Utilização: ar condicionado de janela, split, self, câmaras frigoríficas, etc.
3. HFC - Todos os átomos de cloro são substituídos por
hidrogênio (Ex: R-134a, R-404a, R-407c, etc.). Utilização: ar condicionado automotivo, refrigeração comercial, refrigeração doméstica (refrigeradores e freezers), etc. Nomenclatura dos refrigerantes segundo a ASHRAE: 1. Número de átomos de Carbono menos 1 (omitir o zero); 2. Número de átomos de Hidrogênio mais 1; 3. Número de átomos de Flúor. o Diclorodifluormetano (CCl2F2) = R-12; o Tetrafluoretano (C2H2F4) = R-134a. Para um Hidrocarbono usa-se a mesma regra com o zero no final. o Propano (CH3CH2CH3) = R-290; o Metano (CH4) = R-50. Para os compostos inorgânicos a nomenclatura começa com o número 7 seguido do seu peso molecular. o Amônia (NH3) = R-717; o Água (H2O) = R-718; o Dióxido de carbono (CO2) = R-744. Durante os últimos anos, vários refrigerantes alternativos foram avaliados e o R134a, por apresentar propriedades físicas e termodinâmicas relativamente semelhantes às do R12 e por não conter Cloro, tem sido considerado o substituto do R12 nas suas aplicações. Mais recentemente, outro fator ambiental, não menos importante que a destruição da camada de ozônio, tem sido considerado: o potencial de aquecimento global, mais conhecido como efeito estufa. Na refrigeração a palavra Retrofit (abreviatura da expressão inglesa “retroactive refit” que significa “readaptação posterior”) vem sendo empregada para designar as adaptações que são realizadas em equipamentos que trabalham com CFC’s para que esses possam trabalhar com os fluidos alternativos, tornando-os eficientes, modernos e econômicos.
A linha de fluidos alternativos, também chamada de
“blends”, é uma boa alternativa para a conversão de equipamentos que estão em operação no campo, pois exigem mínimas alterações no sistema original e na maioria dos casos não é necessária a substituição do compressor. Primeira Lei da Termodinâmica. A primeira lei da termodinâmica também é conhecida como o “Principio de Conservação de Energia”, o qual estabelece que a energia não pode ser criada nem destruída, mas somente transformada, entre as várias formas de energia existentes. Transferência de Calor. Quando existe uma diferença de temperatura entre dois sistemas (duas regiões), a mesma tende a desaparecer espontaneamente, pelo aparecimento da forma de energia calor. Ao conjunto de fenômenos que caracterizam os mecanismos da transmissão de energia na forma de calor denomina-se Transferência de Calor. Teoricamente a transferência de calor pode ocorrer isoladamente por condução, convecção ou radiação. No entanto, as três formas citadas ocorrem simultaneamente, ficando a critério do interessado a possibilidade de serem desprezadas uma ou duas das formas, em função do problema analisado. Transferência de calor por condução. A transferência de calor por condução se dá através da interação entre moléculas adjacentes de um material, e é diretamente proporcional ao potencial da “força motriz” (que para o caso é a diferença de temperatura) e inversamente proporcional à resistência do sistema, que por sua vez é dependente da natureza e da geometria do mesmo. Transferência de calor por convecção A convecção é o processo de transferência de calor executado pelo “escoamento” de um fluido, que atua como transportador de energia, a qual por sua vez é transferida de uma superfície (ou para uma superfície). A convecção é intensamente influenciada pelas características o escoamento do fluido, tais como: perfil de velocidades, turbulência, etc. Transferência de calor por radiação A transferência de calor por radiação se dá como resultado do deslocamento de fótons de uma superfície para outra. Ao atingir uma superfície, esses fótons podem ser absorvidos, refletidos ou transmitidos. A energia irradiada por uma superfície é definida em termos do seu poder emissivo, o qual é comparado com um radiador perfeito (corpo negro).