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SISTEMA ANGLO

- AMERICANO
Sistema anglo americano
O Sistema Anglo-Americano,igualmente conhecido como
Sistema da Common Law, por sua vez, é o sistema
jurídico,atualmente vigente no Reino Unido, EUA, Nova
Zelândia, Austrália e Canadá, entre outros Estados,
caracterizado fundamentalmente pela menor importância
do direito legislado (a lei) em face da jurisprudência como
fonte regular e normal do direito. A peculiaridade que
confere ao Common Law uma continuidade histórica
contrasta com as fases da família romanista, marcadas por
profundas rupturas. Não que não tenha havido qualquer
ruptura no sistema em análise, ao contrário do que
afirmam certos doutrinadores.
As rupturas, neste caso, apresentam-se mais como períodos de transição, sendo justamente o
que ocorre quando a equity aparece para redefinir a atividade do Common Law, ou mesmo
quando o papel legiferante do parlamento age de modo a reformular a organização judiciária
inglesa. Convém deter-nos neste aspecto histórico do Direito Inglês, que é motivo de orgulho
para os juristas e historiadores ingleses, e que capacita juízes, nos nossos dias, a evocarem
precedentes que remontam ao período anglo-saxônico de seu Direito. O Direito Inglês divide-
se em dois períodos históricos bem característicos, quais sejam: O período de criação e
desenvolvimento do Common Law, o período de coexistência dualista entre equity e Common
Law.
COMMON LAW
Desenvolveu-se originalmente sob o sistema inquisitório da Inglaterra durante os séculos XII e XIII como
conjunto das decisões judiciais que se baseavam na tradição, no costume e no precedente . Criado para
compensar alguém por atos ilícitos chamados torts, quer dolosos quer culposos, e desenvolveu o ramo do
direito que reconhece e regula os contratos. O procedimento adotado pelos tribunais de Commom Law é
chamado adversarial System (algo como “sistema do contraditório”), também criado por esse sistema jurídico.
COMO FUNCIONA O SISTEMA
COMMON LAW
Quando se menciona Common Law, está se referindo
ao sistema em que o direito é criado pelo juiz. É o que
também se chama de judge-made law. Assim, o juiz,ao
dar a sentença, cria o direito. Nesse sistema, quando
não existe um precedente, os juízes possuem a
autoridade para criar o direito, estabelecendo um
precedente.O conjunto de precedentes é chamado de
common law e vincula todas as decisões futuras.
Quando as partes discordam quanto o direito aplicável,
um tribunal idealmente procuraria uma solução dentre
as decisões precedentes dos tribunais competentes.
Se uma controvérsia semelhante foi resolvida no
passado, o tribunal é obrigado a seguir o raciocínio
usado naquela decisão anterior (princípio conhecido
como stare decisis). Entretanto, se o tribunal concluir
que a controvérsia em exame é fundamentalmente
diferente de todos os casos anteriores, decidirá como
"assunto de primeira impressão" (matter of first
impression, em inglês). Posteriormente, tal decisão se
tornará um precedente e vinculará os tribunais futuros
com base no princípio do stare decisis. Cada Centena
tinha seu próprio tribunal que, via de regra, se reunia a
cada quatro semanas.
As questões litigiosas eram trazidas perante a corte que iria então citar o réu
para comparecimento perante o tribunal. A declaração de inocência,
suportada por juramentos de pessoas da comunidade, favoráveis ao réu,
eram suficientes para inocentá-lo. Caso não fosse possível suportar a
alegação de inocência com o juramento de outrem, o réu estava fadado a
passar pelo Trial by Ordeal, os famosos Juízos de Deus, onde seria, então,
submetido a certas e determinadas provações que atestariam sua culpa ou
inocência, de acordo com o decorrer dos fatos. Os casos que passavam
pelos Tribunais de Centenas, podiam, extraordinariamente, subir a
uma instância superior, mas isso só ocorreria quando um
determinado Tribunal de Centena não alcançasse um julgamento, ou
caso o julgamento de um conflitasse com a competência do outro,
surgindo um eventual conflito de jurisdições no espaço.
As sentenças variavam entre a multa, a mutilação e a
morte, e geralmente se limitavam a primeira. o
common law produzido pelos juízes perdurou por
séculos como a principal fonte do direito penal e civil
do reino. Posteriormente, quando o parlamento
adquiriu poderes legislativos, as leis por ele
promulgadas começaram a limitar em algumas áreas o
escopo do common law, que, todavia, ainda hoje
mantém seu papel como um elemento essencial do
sistema jurídico britânico.
FRAQUEZA DO
COMMON LAW E
SURGIMENTO DA
EQUITY
Como sói acontecer com sistemas excessivamente
formais, o Common Law não pode acompanhar o ritmo
do desenvolvimento da sociedade inglesa.
O formalismo rigoroso e o conteúdo puramente
processual do Direito inglês não tinha uma capacidade
cambiante que lhe impusesse o ritmo necessário para se
por a frente dos tempos. Dessa forma aparece a equity
cujo principal intento era corrigir eventuais falhas
existentes nos julgamentos dos juízes dos Tribunais
Reais. Este recurso alternativo que surge de forma
pretensiosa a partir do século XV,
Pode ser definido como um sistema jurídico paralelo
que visava, através do recurso a um Tribunal específico,
o julgamento do caso com base no processo de Direito
Canônico, e na capacidade supletiva do Direito
Romano, à semelhança do que ocorria no continente. O
julgamento era feito pelo Chanceler do rei, que em
geral era um jurista, e suas decisões, a princípio, eram
plenamente aceitas pelos tribunais de Common Law. O
problema maior da equity como sistema rival é que seu
surgimento coincide com uma gradativa concentração
do poder real, e uma indisposição cada vez maior entre
o rei e o parlamento. Ora, tanto o parlamento como os
tribunais reais faziam parte do que era chamado de
Curia regis.
Gradativamente essa ligação, resultante do tipo
peculiar de feudalismo aplicado na Inglaterra e já
mencionado aqui, foi se desfazendo.
O primeiro grande sinal de tal afastamento foi a feitura
da Magna Carta, pelos barões ingleses, que tanto
impõe limitações ao poder real, como a atividade
jurisdicional dos Tribunais de Westminster. A peleja
continuou indefinidamente até justamente o século XV,
quando numa série de dois reinados, o do Rei James I, e
o do Rei Carlos I, a Inglaterra entra numa vertiginosa
série de acontecimentos que levará à primeira
revolução burguesa da história. A razão do parlamento
se insurgir contra a monarquia tem origens socio-
econômicas.
A razão do parlamento se insurgir contra a monarquia
tem origens socio-econômicas. O deslocamento do
poder econômico, passando da aristocracia para as
camadas médias da população, notadamente aquela
que sofrera maior influência da ideologia reformista
calvinista, impõe a necessidade de semelhante
deslocamento do poder político. Assim a Câmara dos
Comuns, principal expoente da defesa dos ideais anti-
absolutistas no parlamento, passa a ser o maior entrave
na autoridade real. Justamente em razão dessa disputa
cada vez maior pelo poder político, o rei tenta trazer
mais uma vez a capacidade jurisdicional para o seu
campo de atuação.
Dessa forma, a equity torna-se um instrumento de expressão do absolutismo real, pois a atividade jurisdicional era exercida pelos
tribunais reais, e ainda que o nome denotasse algum tipo de comprometimento com o monarca, a atividade dos tribunais do
Common Law eram completamente independentes. Não nos esqueçamos, porém, que o surgimento do novo sistema jurídico
supletivo é oportuno para eventuais correções na rigidez formal e na essência processual do Common Law.
A conotação absolutista da equity vai desaparecer definitivamente quando a Inglaterra embarca na sua revolução burguesa que
culmina com a Revolução Gloriosa.
A solução encontrada para harmonizar os dois
sistemas, depois de violentos embates entre os dois
tribunais, é uma coexistência dualista entre ambos.
Com o passar do tempo, no entanto, a equity vai
perdendo o conteúdo supletivo e a sistematização de
suas normas vai se tornando tão rígida quanto a que
ocorre com o Common Law. O que há de interessante
neste período de ruptura do Common Law , é que o
instrumento utilizado para neutralizar a ação da equity
como ferramenta do poder absolutista, que é o
parlamento, vai dar ensejo a produção e ênfase de uma
nova ruptura que remodelará o Common Law, nos
séculos XIX e XX: a lei.
EQUITY
A equity é um ramo do direito não escrito, fundado na
justiça e no equilíbrio entre as partes. Por meio da
equity, visava-se solucionar os litígios de uma forma
mais justa que a solução prevista pelos common law
courts ou a dar uma solução aos litígios para os quais a
common law não previa solução devido à máxima
'remedies precede rights' (i.e. em primeiro lugar o
processo). Uma das principais características da
common law, foi a de que se desenvolveu com base em
um determinado número de ações1 (forms of action).
Em outras palavras, caso não houvesse uma ação
específica, a common law não poderia ser acionada e a
principal dificuldade enfrentada pelas partes em
acessar o judiciário residia em fazer com que os
tribunais reais admitissem sua competência.
Devido a ausência de ações específicas e a insatisfação
com as soluções nos juízos de common law, a equity
teve origem na Inglaterra medieval. As partes
insatisfeitas com a solução dada pelo judiciário,
passaram a recorrer ao rei que, por sua vez,
encaminhava as petições ao chanceler ou chanceller
(autoridade religiosa). Assim, quando o chanceler
considerava a causa justa, ele aplicava soluções com
base nos princípios de equidade, cujos fundamentos
estão essencialmente no direito canônico e romano.
Devido à crescente demanda por intervenção do poder
real e à insatisfação da população com as soluções das
law courts,
os remédios aplicados pelo chanceler se multiplicaram
e passaram a compor um novo conjunto de princípios
até dar origem a uma outra divisão do judiciário: os
chamados equity courts ou chancery courts .

AS MÁXIMAS FUNDAMENTAIS DA EQUITY


Os tratadistas americanos traduzem as máximas
fundamentais do direito-equidade e doze, as quais são:
1º o direito-equidade não admite agravo algum sem
reparação. Esta máxima não significa que todo dano
material ou moral deva ser ressarcido. Mais sim que
todo direito corresponde a uma ação. Aos direitos
disciplinados e amparados pala equity, correspondem
ações processais próprias, das quais são:
- Mandado de Injunction

- Ação destinada a cumprir especificamente que diz no contrato (specific performace);

-Ação para prevenir ou reparar danos provocados por atos ilísitos.

- Ação relativa ao trust ou fideicomisso.

- Ações de nulidade, rescisão ou reforma das obrigações;

- Ação da divisão a coisa comum e de revalidação ou aperfeiçoamento de títulos;


- Ação referente a hipoteca e algumas e a outras garantias reais, para a remissão ou resgate de bens;

-Ação de processos referentes a prelação de créditos, reparações pecuniárias, prestação de contas e a todos
os processos preparatórios ou incidentes.

--Ação destinada a cumprir especificamente que diz no contrato (specific performace);

-Ação para prevenir ou reparar danos provocados por atos ilísitos.

-Ação relativa ao trust ou fideicomisso.


-Ações de nulidade, rescisão ou reforma das obrigações;

- Ação da divisão a coisa comum e de revalidação ou aperfeiçoamento de títulos;

- Ação referente a hipoteca e algumas e a outras garantias reais, para a remissão ou resgate de bens;

-Ação de processos referentes a prelação de créditos, reparações pecuniárias, prestação de contas e a todos os processos preparatórios ou incidentes.

2º O direito-equidade aplica-se as pessoas e não as coisas. Este direito também. Este direito também alcançou os direitos reais, mesmo que em diverso
do contemplado pela common Law.
Os tributos da equidade escapam por competência as
suas decisões, e passam a agir por via indiret, impondo
penas pecuniárias, ou pessoais a quem desrespeitasse
suas decisões. A ação destes tribunais sempre reveste
forma pessoal por meio injution, ou mandado ativo
negativo, ordenando a pratica ou abstenção de um ato.
3º O direito-equidade presume já consumado aquilo
que no futuro deve se realizar. No caso desta máxima o
proprietário tem a obrigação de transferir a
propriedade para outro, ou a conservá-la para uso ou
benefício de terceiro. O direito-equidade considera o
comprador desde a existência do compromisso, como
proprietário-equitativo do lhe deverá ser vendido,
e considera o promitente vendedor como proprietário equitativo do preço. Por foca dessa ação opera-se
juridicamente, uma converção-equitativa, transformando o dinheiro em imóvel e o imóvel em dinheiro.
4º O direito-equidade é mais essência do que forma, o que visa suprir as emissões que resultam por conta
do formalismo do Commom Law.

5º O direito-equidade presume que cada um deve ter a intenção de cumprir suas obrigações. Sendo assim,
o credor deve agir de maneira como que o devedor tivesse a real intenção de cumprir sua obrigação.
A principal aplicação desta máxima surge quando
alguém recebe o dinheiro para adquirir para outro
alguém bens ou direitos, a exemplo dos casos de
administração, mandato, tutela etc. E se esse alguém
compra em seu nome pouco importa pois a
propriedade deve ser reconhecida e pertencente
aquele que forneceu o dinheiro.

6º Igualdade a equidade, significa que nada falta de lei,


ou convenção em contrário, os direitos e obrigações
devem ser divididos igualmente em partes.

7º O direito-equidade protege o diligente, não o


negligente. Este máxima refere-se a uma forma de
prescrição particular que busca o atraso injustificado
do autor em propor ou continuar uma ação.
Não se trata de prescrição verdadeira e própria, mais da conduta subjetiva do titular do direito, qual segundo a equity os juízes podem proferir uma renuncia.

8º Quem invoca a equidade deve se portar de maneira correta, não pode invocar a equidade quem violou a mesmo matéria, os princípios equitativos. Exemplo: Ser
for provocado que o autor do processo judicial tem sua patente enganosa, em juízo de publico, ele não pode invocar e equidade.

9º Quem reclama equidade deve proceder. Cada um


das partes deve cumprir sua obrigação, havendo
assim a reciprocidade. Ninguém é permitido
por exemplo cumprir a sua prestação por modo
equatativo e exigir o comprimento da prestação da
outra parte, segundo a lei.

10º Quando os principais da equidade favorecem as


duas partes, fica prevalecendo a lei em sentido escrito.
Por via desta máxima se estabelece em equilíbrio entre
a equity e o direito legal, quando está é a situação das
partes e existe disposição legal aplicável a espécie.

11º Se os preceitos do direito-equidade favorecem as


partes por igual, dá-se preferência a primeira, em
ordem de tempo, desde que não existe disposição de
lei, nem solução do direito comum.
12º O direito-equidade deve respeitar a lei. Esta máxima
equivale a confirmação das duas anteriores. O objeto
equidy, ou próprio não previsto pela Commom Law nem
pela statute Law, ou recai sobre certos e particulares
aspectos, ou partes dos institutos comtemplados, sob
outros aspectos, pelo direito escrito.
A MODERNIZAÇÃO DO
COMMOM LAW
...

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