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Trabalho realizado por: Guilherme Almeida Alegria

(1) Primeiro grande dramaturgo português. (2) Considerado, de uma forma geral, o pai do
Alguns identificam-no com ourives, autor da teatro português, ou mesmo do teatro ibérico,
Custódia de Belém, com o mestre de retórica visto que escrevia em castelhano. Era também
do rei Dom Manuel. músico, ator e incenador.

GIL
VICENTE
(3)A sua obra é vista como um reflexo da
mudança dos tempos, da passagem da Idade
(4) Considerado o principal representante da
Média para o Renascimento. As hierarquias e
literatura, a sua escrita influenciou a cultura
regras rígidas eram tidas em consideração em
popular portuguesa.
cada obra, salientando assim o facto da
mudança para uma sociedade.
Gil Vicente é o pai do teatro português.
Considerado um autor de transição entre a idade média e o Renascimento.
Nasceu por volta do ano de 1466 e faleceu por volta do ano de 1536. Não
se sabe ao certo a data nem o local do seu nascimento nem o da sua
VIDA morte, mas diz-se que nasceu em Guimarães e mais tarde fixou-se em
Lisboa.
Retratou a sociedade portuguesa do séc. XVI com
uma capacidade muito apurada ao observar e
A obra de Gil Vicente segue os padrões do teatro
traçar o perfil das personagens. Considerado um
ibérico popular e religioso, mas de uma maneira
dos mais importantes autores satíricos da língua
muito mais profunda, tendo uma grande variedade
portuguesa, usa uma quantidade de personagens
OBRA
de formas: o auto pastoril, a alegoria religiosa,
extraídos do fantasma social português
narrativas bíblicas, farsas episódicas e autos
(marinheiros, ciganos, camponeses, fadas e
narrativos.
demónios) e também referencias a dialetos e
linguagens populares.

 Aspetos positivos: imaginação e originalidade;


 Sentido dramático e o conhecimento do meio onde vive.
 A sua originalidade e sentido crítico perde em requinte.
 Gil Vicente exprime-se de forma simples e direta, sem rodeios.
 A sua versatilidade é apreciada.
 Pode considerar-se uma alma rebelde, impiedosa e malévola e no outro, um tolo bobo da corte
QUE OBRAS ESCREVEU DURANTE A SUA VIDA?

· Monólogo do vaqueiro ou Auto da Visitação (1502)


· Auto dos Reis Magos (1503)

OBRA · Auto da Alma (1508)


· Farsa da Inês Pereira (1523)
· Auto da Barca do Inferno (1517)
· Auto da Barca do Purgatório (1518)
· Auto da Barca da Glória (1519)
· Floresta de Enganos (1536)
Inês Pereira é uma moça bonita e solteira que se vê obrigada a passar o dia todo com as
tarefas domésticas. Inês sempre fica se queixando e vê no casamento a chance de se livrar dessa
vida. Ela idealiza o noivo como sendo um moço bem educado, cavalheiro, que soubesse cantar e
dançar, enfim, que fosse um fidalgo capaz de lhe dar uma vida feliz.
Um dia, Lianor Vaz, a casamenteira, chega à casa de Inês dizendo que havia sido atacada por
um clérigo, mas que conseguira escapar. Lianor, porém, foi à casa da moça para relatar que Pero
Marques, um rico camponês, quer se casar com Inês. A moça, então, lê a carta que Pero escreveu com
suas intenções de casamento, mas ela não se conforma com a rusticidade do moço e concorda em
recebe-lo só para rir da cara dele.
Lianor vai então buscar Pero e, enquanto isso, a mãe de Inês a aconselha a receber bem o
pretendente. Quando o moço chega, ele se comporta de modo ridículo e demonstra não ter nenhum
traquejo social. Vendo-se a sós com Pero, Inês o desencoraja quanto ao casamento e o moço vai
embora. Nisso, ela informa à mãe que havia contratado dois judeus casamenteiros para encontrar um
noivo que tivesse boas maneiras.
Entra em cena Latão e Vidal, os dois judeus casamenteiros, que vieram oferecer Brás da Mata,
um escudeiro. Armado o encontro entre os dois jovens, Brás da Mata planeja ir à casa de Inês
acompanhado de seu criado, o Moço, e os dois combinam contar uma série de mentiras para enganar
a moça e conseguirem dar o “golpe do baú”. Já na casa de Inês, Brás da Mata age conforme ela
queria: a trata de modo distinto com belas palavras, pega a viola e canta. Ele a pede em casamento,
mas a mãe diz que a moça não deve fazê-lo, ao que os judeus contra-argumentam elogiando Brás de
todas as formas.
Os dois se casam e a mãe presenteia os noivos com a casa. À sós com Brás, Inês começa a
cantar de felicidade, mas ele se irrita e manda que ela fique quieta. Brás começa, então, a impor
uma série de regras e exige que a moça fique trancada o dia inteiro em casa, proibindo-a até
mesmo de olhar pela janela e de ir à missa. Pouco tempo depois, Brás informa ao Moço que
partiria para a guerra, ordenando que ele vigiasse Inês e que ela deveria ficar trancada à chaves
dentro de casa. Trancada em casa e não fazendo nada além de costurar, Inês lamenta e sua
sorte e deseja a morte do marido para que pudesse mudar seu destino.
Passado algum tempo, Moço aparece com uma carta do irmão de Inês onde ele informa que
Brás havia morrido covardemente tentando fugir do combate. Feliz, Inês despede Moço, que vai
embora lamentando seu azar. Então, sabendo que Inês havia ficado viúva, Lianor Vaz retorna
oferecendo novamente Pero Marques como novo marido. Dessa vez Inês aceita e os dois se casam.
Com a ampla liberdade que o marido lhe dava, Inês parecia levar a vida que sempre
desejou. Um dia, chega em sua casa um Ermitão a pedir esmola e Inês vai atende-lo. Porém, este é
um falso padre e o deus que ele venerava, na realidade, ela o Cupido. Inês reconhece o moço, que
havia sido um antigo namorado seu. Ele diz que só havia se tornado ermitão porque ela o havia
abandonado e começa a se insinuar para Inês, acariciando-a e pedindo um encontro entre os dois.
Ela aceita e os dois marcam um encontro.
No dia marcado, Inês pede a Pero Marques que a levasse à ermida dizendo que era por
devoção religiosa. O marido consente e os dois partem de imediato. Para atravessar um rio que
havia no meio do caminho, Pero Marques carrega a mulher nas costas e essa vai cantando uma
canção alusiva à infidelidade dela ao marido e à mansidão dele. Pero segue cantando o refrão,
terminando como um tolo enganado.
Inês Pereira
 Representa a moça casadoira, fútil, muito preguiçosa e interesseira, que se casa
duas vezes, apenas para se livrar do tédio da vida de solteira. Não conseguindo
casar-se na primeira tentativa, garante-se na segunda, com o marido ingénuo.
Apesar de seu comportamento impróprio, consegue até mesmo a simpatia do
público pela inteligência com que planeia os seus passos.
Lianor Vaz
 É a alcoviteira, mulher na época assim chamada que arrumava casamentos,
revelando que a base da família está corrompida.
Mãe
• Apesar de dar conselhos à filha, acha importante que ela não fique solteira e
torna-se cúmplice das atitudes dela.
Pero Marques
• É o marido bobo mas um lavrador abastado. Apesar de ser ridicularizado por Inês, ele casa-se
como ela e deixa que ela o maltrate e o traía.
Escudeiro
 Preocupado em encontrar uma esposa, finge, e engana, criando uma imagem de "bom moço" que
depois se revela um tirano, e deixa Inês presa na sua casa mas ele é morto por um mouro.
Moço
 Era um amigo do primeiro marido de Inês, que o ajuda a mentir para se casar com ela.

Ermitão
 Era o amante de Inês que depois se torna num padre.

Latão e Vidal
• Judeus casamenteiros.
Através das várias personagens da peça são criticadas as mais diversas características da
nossa sociedade.
O tipo de moça casadouro, leviana, com uma ambição desmedida, sem escrúpulos, é criticado
através de Inês Pereira.
A mãe representa uma geração pragmática, materialista, que quer ver a filha com um bom
marido que lhe possa garantir estabilidade económica.
O papel da mulher no século XVI, está assim representado na peça, por Inês, pela Mãe, e por Lianor Vaz.
Em Pêro Marques é criticado o simplório camponês, deselegante e boçal, com boas intenções de que nada servem.
Até mesmo o clérigo é criticado nesta peça através da história contada por Leonor Vaz: um elemento da Igreja tenta violá-la. Esta passagem
ataca toda a classe eclesiástica e todos os falsos religiosos cuja vida não se adapta aos votos sagrados.
Quanto ao Escudeiro dar ares de grande personalidade mas não passa de um vagabundo que pretende uma melhor de posses.
Os Judeus são criticados pelo seu interesse monetário operando sempre por interesse económico.
“FARSA DE INÊS PEREIRA”

 Desta ação pode extrair-se que o que Inês mais queria, acabou por

conseguir: a sua liberdade, encontrada junto de Pero

Marquez. A unidade da ação é dada pelo tema e pela

personagem principal, Inês Pereira.

 Não há dúvida de que Gil Vicente demonstrou aos contemporâneos que

nele não acreditavam, e com esta peça, ser de facto, o grande

criador das obras que fazia representar.


 https://www.notapositiva.com/old/pt/trbestbs/portugues/09biogrgilvic.htm
 https://prezi.com/a9hfo4apzoyi/a-farsa-de-ines-pereira/
 http://www.carloscorreia.net/citi2/cultura/teatro/dramaturgos/gil_vicente/int_cri_
ines.html
Luís de Camões (1524-1580) foi um poeta português. Autor
do poema Os Lusíadas, uma das obras mais importantes da
literatura portuguesa, que celebra os feitos marítimos e
guerreiros de Portugal. É o maior representante do Classicismo
Português.
Filho de Simão Vaz e Ana de Sá, Luís Vaz de Camões nasceu em Lisboa
por volta de 1524. Provavelmente teve uma boa e sólida educação, na qual
aprendeu sobre história, línguas e literatura.
Estudos indicam que ele era indisciplinado e que supostamente teria ido
à Coimbra para estudar. No entanto, não há registros de que ele tenha sido
aluno da Universidade.
Ainda jovem, interessou-se pela literatura iniciando sua carreira literária
como um poeta lírico na corte de Dom João III. Muitos historiadores dizem que
nesse período Camões teve uma vida muito boémia. Na altura, também passou
por uma desilusão amorosa, momento em que decidiu tornar-se um soldado.

Assim, ingressou no Exército da Coroa Portuguesa em 1547 e, no mesmo ano, embarcou como soldado para a África, onde combateu
na guerra contra os celtas, no Marrocos. Foi ali que Camões perdeu o olho direito.
Em 1552 volta a Lisboa e continua com sua vida boêmia e de promiscuidade. No
ano seguinte embarca para as Índias, onde participa de várias expedições militares.
Estudos apontam que ele foi preso tanto em Portugal, quando no Oriente. Foi
durante uma de suas prisões que ele escreveu sua obra mais conhecida: Os Lusíadas.
Quando retornou a Portugal, resolveu publicar sua obra. No momento, recebeu uma
pequena quantia em dinheiro do Rei Dom Sebastião. Muitas vezes incompreendido pela
sociedade, Camões se queixou pelo pouco reconhecimento que teve em vida. Foi
somente após sua morte que sua obra passou a ser foco das atenções.

Hoje é considerado um dos maiores escritores de língua portuguesa e ainda, um dos maiores representantes da literatura mundial.
Seu nome é conhecido em todo o mundo e é usado em diversas praças, avenidas, ruas e instituições.
Camões faleceu dia 10 de junho de 1580 em Lisboa
provavelmente vítima de peste. No final da sua vida, passou por
grandes problemas financeiros morrendo pobre e infeliz, uma vez que
não teve o reconhecimento que merecia.
O Dia de Portugal é celebrado em 10 de junho em comemoração
à data de sua morte.

Túmulo de Camões no Mosteiro dos Jerónimos em Lisboa


Camões Dramático – O teatro camoniano
Camões deixou três peças teatrais, sob a forma de autos, a saber:
•El-Rei Seleuco (1545), peça de teatro;
•Filodemo (1556), comédia de moralidade;
•Anfitriões (1587), comédia escrita em forma de auto
As duas primeiras derivam da tradição medieval, e a última
inspira-se na comédia latina Amphitruo, de Plauto.
Camões Lírico – As rimas de Luis de Camões

A lírica de Camões compreende duas vertentes principais:


•a lírica tradicional, composta em redondilhos (medida velha), nos moldes da poesia
palaciana do Cancioneiro Geral de Garcia de Resende, nos gêneros característicos da poesia
peninsular do século XV e início do XVI: os motes glosados, cantigas, vilancetes, esparsas e
trovas;
•a lírica clássica, composta em decassílabos (medida nova), vazada nas formas fixas de
influência italiana: sonetos, éclogas, odes, sextinas, oitavas, elegias e canções.
Camões Épico – Os Lusíadas
O poema Os Lusíadas é a maior epopeia da língua portuguesa.
Submetido à censura inquisitorial, não houve cortes na primeira edição. Pouco depois, com o
recrudescimento da Santa Inquisição, alguns episódios passaram a ser considerados “contrários à Fé e aos
Costumes”, especialmente o “Consílio dos Deuses” e a “Ilha dos Amores”.
Há, datadas de 1572, duas edições de Os Lusíadas. Não se pode assegurar qual delas é a edição princeps. Admite-se que uma delas
tenha sido impressa posteriormente, de forma clandestina, para evitar novo exame da censura inquisitorial. Há diferenças ortográficas,
pequenas, mas numerosas. Supõe-se que a edição “autêntica” seja a que tem na folha de rosto um pelicano com a cabeça voltada para a
esquerda. Na edição supostamente clandestina, a cabeça do pelicano está voltada para a direita.
As redondilhas de Camões comumente são composições contruídas de um
mote (motivo a ser desenvolvido; trata-se de um ou mais versos, até cinco, que
servem de introdução , inspiração e tema), seguido de uma ou mais estrofes
chamadas glosas, ou voltas.
A redondilha, conforme a sua organização, pode receber designações
específicas: trova, cantiga, vilancete, etc. Essas formas foram inventadas por Camões,
que as aprendeu da tradição poética luso-castelhana do século XV.. Não obstante
isso, o grande poeta deu vida nova a essas formas antigas, conferindo-lhes graça,
força, leveza e profundidade, poucas vezes alcançadas pelos predecessores.
O soneto clássico (que é o que Camões segue) segue a forma de
duas quadras e dois tercetos, e nestes, a chave do poema geralmente se
encontra no último verso do segundo terceto. Os versos são decassílabos e
a rima segue o esquema abba / abab. Camões seguiu esta forma e
adicionou certos aspetos que verificamos em vários dos seus sonetos. Ele
usa nas duas primeiras quadras o exemplo da natureza, nos dando um
exemplo concreto, e logo depois, nos dois tercetos ele interioriza (para o
eu lírico) os sentimentos implícitos nas quadras. Usando muitas figuras de
estilo, ele finaliza o soneto, classicamente, com a chave de ouro.
 O amor - amor físico vs amor platónico; a divisão interior do sujeito poético causada pelo conflito amoroso; o poder transformador
do amor e os seus efeitos contraditórios.
 A mulher - retrato da mulher perspetivada na conceção de Petrarca e Dante; a amada surge umas vezes como ser angélico, outras
como ser maléfico; a mulher ideal é inacessível e intocável.
 A Natureza - encarada como fonte de recursos expressivos, sempre ligada à poesia amorosa; o locus amoenus.
 A saudade - faz sofrer mas inspira; a ausência da amada é insuportável e divide o sujeito poético.
 O tempo e a mudança - a mudança é cíclica e o tempo anula qualquer esperança.
 O destino - é sobretudo na sua vida amorosa que Camões sente a presença maléfica do destino: tentando lutar contra a má
fortuna, o sujeito poético recorda, muitas vezes, o bem passado.
O tempo acaba o ano, o mês e a hora
O tempo acaba o ano, o mês e a hora,
A força, a arte, a manha, a fortaleza;
O tempo acaba a fama e a riqueza,
O tempo o mesmo tempo de si chora;

O tempo busca e acaba o onde mora


Qualquer ingratidão, qualquer dureza;
Mas não pode acabar minha tristeza,
Enquanto não quiserdes vós, Senhora.

O tempo o claro dia torna escuro


E o mais ledo prazer em choro triste;
O tempo, a tempestade em grão bonança.

Mas de abrandar o tempo estou seguro


O peito de diamante, onde consiste
A pena e o prazer desta esperança.

Luís de Camões
 Nº de estrofes: 4 estrofes
 Esquema Rimático:
 Nº de versos: 14 versos
A
 Classificação de estrofes quando ao número de
B Rima Interpolada
versos: duas quadras e dois tercetos, ou seja, um
B
soneto
C
A
 Tipo de Rima: Rima Interpolada e seis versos soltos
D Versos soltos
E
 Tema do poema: Tempo
 Divisão do poema: Em todo o poema, o poeta fala sobre o tempo, mas a certa altura surge uma figura
importante no texto que é “Senhora”. O tempo é considerado o elemento principal do poema, mas percebe-se que
o último verso da segunda estrofe, tempo e eu-lírico estão subordinados.
 Com este trabalho percebi a importância da obra de Luís de Camões, uma vez que este é um dos grandes símbolos

de Portugal e um dos maiores poetas portugueses.


 Fiquei a saber que Camões viveu no auge do império português e através da sua obra de maior destaque.

 Os Lusíadas, o poeta enalteceu a narão.

 Aprendi que Luís de Camões dedicou-se não só a poesia mas também a outras áreas da literatura como por exemplo

a comédia e a epopeia.
 Espero que o poeta seja relembrado por muitos séculos.
 https://pt.slideshare.net/Telles3224/luis-vaz-de-cames-50227981
 https://www.todamateria.com.br/luis-de-camoes/
 https://pt.slideshare.net/HMECOUT/camoes-vidaeobra
 https://www.coladaweb.com/biografias/luis-de-camoes
 https://notapositiva.com/luis-vaz-de-camoes/#

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