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Segundo a Organização Mundial da Saúde uma grande parte dos atos de violências sofridos
antes dos 14 anos são cometidos por pessoas próximas, como pais, irmãos, tios, padrastos etc. As
consequências do abuso sexual prejudicam a saúde física e mental da vítima e no futuro, como adultas,
podem cometer a mesma violência sofrida quando precoce.
O que a diz a lei?
O código civil é bem claro no artigo 127 diz que qualquer ato libidinoso
com menores de 14 anos, independentemente da prática ter sido forçada ou não é
CRIME, caracterizado por estupro de vulnerável.
O abuso sexual gera um alto grau de tensão na vida do indivíduo que, por
sua vez, influencia nos padrões de respostas deste, implicando em uma grande
probabilidade de desenvolvimento de algum tipo de desordem psiquiátrica.
Atualmente, a abordagem da Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) vem
apresentando interesse e resultados positivos no estudo de vítimas de abuso
sexual. Essa forma de terapia configura-se como uma abordagem estruturada,
que visa trabalhar os aspectos do presente do individuo, assim como suas
distorções cognitivas.
Essas distorções cognitivas são desenvolvidas ao longo de sua vida em decorrência de
experiências, modelos ou mesmo eventos estressores, os quais podem estar presentes no
desenvolvimento do indivíduo (BECK, 1997). Assim, as intervenções referentes ao abuso sexual
na TCC centram-se no trauma decorrente da experiência de abuso. Isso baseia-se em dois
pressupostos básicos:
A principal diferença entre esses dois tipos de crimes é o interesse financeiro que
está por traz da exploração.
É o uso de crianças e adolescentes em atividades sexuais remuneradas (ou seja, em troca de dinheiro). Alguns
exemplos são a exploração no comércio do sexo, a pornografia infantil e a exibição em espetáculos sexuais públicos ou
privados.
Nesse tipo de violação aos direitos infanto-juvenis, o menino ou menina explorado passa a ser tratado como um
objeto sexual ou mercadoria. Assim, ficam sujeitos a diferentes formas de violência, como o trabalho forçado.
Em outras palavras, a exploração ocorre quando a criança ou adolescente vende seu corpo porque foi induzida a
essa prática, seja pela situação de pobreza absoluta, pelo abuso sexual familiar ou pelo estímulo ao consumo.
Uma criança não tem poder de decisão para se prostituir, mas pode ter seu corpo explorado por terceiros, que obtêm
algum tipo de lucro com isso. Portanto, não existe “prostituição infantil”, e sim exploração sexual comercial de crianças e
adolescentes.
Com que idade mais são exploradas e em que
condições?
Uma análise feita pelo Disque Denúncia Nacional de Combate ao
Abuso e à Exploração Sexual Contra Crianças e Adolescentes entre
fevereiro e setembro de 2005, fornece mais dados sobre o perfil das vítimas:
62% são do sexo feminino e 56,5% envolvem crianças de 0 a 6 anos.
- “emocionalmente a vítima sofre um grande trauma que só será percebido depois. Resgatar a dignidade
das vítimas é uma tarefa difícil e demorada. Algumas meninas começam o processo psicoterapêutico de apoio,
mas não resistem. É um trabalho que demanda tempo, de idas e vindas, de recaídas. Devemos ter paciência para
esperar resultados efetivos. Além disso, parte das crianças resiste a ter uma vida diferente. A liberdade, a falta
de regras e limites são sedutores, principalmente ao adolescente em fase de descoberta e aventuras. Para um
adolescente que passa longos períodos em boates, o abrigo foge completamente à realidade que estava vivendo”
Artigo 127 do Estatuto da Criança e do Adolescente: “é dever
de todos, da família, da comunidade e do Estado colocar a criança a
salvo de qualquer tipo de constrangimento, de violência, de
discriminação, garantindo-lhes todos os direitos fundamentais
inerentes à pessoa humana”.
DISQUE 100
REFERENCIAS
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