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Universidade Federal do Ceará (UFC)

Professor: Anderson Borghetti Soares

Curso: Engenharia Civil

Disciplina: Barragens
Proteção do Talude
Talude de Montante
1. “rip-rap” lançado;
2. “rip-rap” arrumado ;
3. Solo-cimento;
4. Revestimento de concreto;
5. Pedras arrumadas;
Proteção do Talude

“rip-rap” lançado
Proteção do Talude

“rip-rap” arrumado
Proteção do Talude
Coeficiente C em função da densidade do material e inclinação do rip-rap
Talude ᵹ=2,50 ᵹ=2,65 ᵹ=2,80
12:1 0,024 0,022 0,020
4:1 0,027 0,024 0,022
3:1 0,028 0,025 0,023
2:1 0,031 0,028 0,026
1,5:1 0,036 0,032 0,030
1:1 0,047 0,041 0,038
Projeto: Inclinação dos taludes
 Taludes de barragens homogêneas → podem ser definidos a partir da tabela abaixo
Proteção do Talude
Talude de jusante
a. Plantio de espécies vegetais (grama, salsa, etc) - regional.
b. Camada de pedra (regiões muito secas, 0,30 m de brita ou seixos rolados).
c. Drenagem superficial.

Proteção do coroamento:
Para pequenas barragens:
 Camada de pedrisco,
 Camada de piçarra (0,30 m), etc.
Declividade de 1 % a 2% a partir do eixo na direção dos paramentos
. Para barragens maiores: (com passagem de rodovia)
 Pavimentação, meio-fio, guarda-corpo, acostamento, iluminação, etc.
Projeto: Dimensionamento do sistema pluvial

 Dimensionamento do sistema construído à jusante → deve fazer face às descargas


decorrentes das precipitações pluviométricas (tomando-se por base fórmulas
empíricas da hidrologia). Ex:

Fórmula de Burkli-Ziegler:

Q  0,003.a.b.h. A

Q= descarga em m³/s
a = coeficiente de escoamento superficial
b = coeficiente de retardamento
A = área de contribuição em hectares
h = intensidade pluviométrica, em mm/h

Ex: Para superfície com forte declividade, com cobertura de grama: a=0,15 e b=6
Projeto: Dimensionamento do sistema pluvial

 Plantação de grama no paramento jusante → constrói-se um sistema drenante


constituído por calhas coletoras que descarregam em bermas, que por sua vez
descarregam novas calhas e assim por diante, até um dreno de pé, sendo aí
encaminhadas para o leito do rio.

 As ombreiras da barragem são protegidas por calhas constituídas de pedras


rejuntadas com argamassa de cimento (1:3)

 As canaletas de drenagem são construídas com concreto simples e devem ter


espessura de 5 a 10 cm e largura definidas em função da área drenada e da
intensidade das precipitações

Calhas coletoras são construídas de concreto ou pedras rejuntadas.


Projeto: Dimensionamento do sistema pluvial
Projeto: Sistemas de drenagem interna

 São projetados com a finalidade de evitar a saturação do talude de jusante e possível


erosão → elemento vital para segurança de uma barragem. Ex.: enrocamento de pé

 Finalidades → captar e levar para jusante todas as águas de infiltração pelo maciço
da barragem e pelas fundações, proteger o aterro contra o “pipping”, contra
gradientes de percolação elevados, junto ao pé de jusante da barragem, evitar a
saturação do talude de jusante (redução das pressões intersticiais)

 Exemplos de sistemas de drenagem interna

 Tapete drenante:
Fundação relativamente uniforme, não são
eficientes para maciços estratificados, ocorre a
saturação do pé, maciço com kh=9kv
Projeto: Sistemas de drenagem interna

 Filtro vertical com tapete


Intercepta qualquer fissuração do maciço, espessura de 0,9 a 2,0m (areia compactada)

 Filtro inclinado
Elimina o risco de trincas longitudinais na crista da barragem apoiada em fundações
rígidas, porém com a desvantagem de ser de difícil execução
Projeto: Sistemas de drenagem interna

 Dreno de pé (rockfill)
Projeto: Sistemas de drenagem interna

 Exemplo: metodologia para dimensionamento do enrocamento de pé

a) Traçar a superfície freática:


i) Desenhar a seção máxima da barragem
ii) Determinar a equação da parábola básica de Kozeny
iii) Traçar a parábola básica na seção máxima (com correção de entrada e saída)
iv) Desenhar a superfície freática
b) Calcular a descarga através do maciço
c) Definir a altura do enrocamento de pé
Projeto: Tomada de água

 Tomadas de água → São aberturas através das quais se retira água acumulada na
barragem para fins previstos em seu projeto (normalmente constituída por uma
tubulação que atravessa o maciço no sentido de montante - jusante)

 Pequenos açudes → A tomada de água pode ser projetada em sifão, com a


tubulação disposta sobre o maciço da barragem. Estima-se a vazão com a
seguinte fórmula (IFOCS):
Q  0,8 A

Q=vazão em L/s. Se Q for menor que 30 l/s, tomar vazão de cálculo = 30l/s

A= área a irrigar em hectares → depende da capacidade do açude na cota da


sangria (m³), do volume morto (m³), da altura média de evaporação anual e da
dose bruta de irrigação e da cultura a ser irrigada
Estudo das cheias

Objetivo

Definir a cheia de projeto para dimensionar o vertedouro, obras de desvio e cheia crítica
para verificação contra galgamento

Conceitos Básicos:

 Cheia Afluente  é a vazão que chega a barragem devido as chuvas e escoamento


(acumulação)
 Cheia Efluente  é a vazão que passa pelo vertedouro
 Amortecimento de cheias  é a capacidade que o reservatório tem de amortecer
uma cheia afluente
Estudo das cheias

QAFLUENTE
QEFLUENTE

BARRAGEM
Estudo das cheias

Quando atingem o reservatório de uma barragem, os volumes transportados pela


cheia aumentam a quantidade de água nele acumulada, elevando seu nível, em
função, também, do controle exercido pelo vertedouro. A saída de água para jusante,
no retorno ao leito natural do rio, ocorrerá através do vertedouro implantado junto do
barramento. Portanto, o vertedor deve ser dimensionado para viabilizar a passagem da
vazão máxima efluente durante a cheia de projeto, com o reservatório chegando a seu
nível máximo.
Amortecimento de Ondas de Cheia Simplificado
objetivo da análise do amortecimento de uma onda de cheia passando pelo
reservatório de uma barragem é definir a vazão máxima (QSmáx ) que terá de ser
veiculada pelo vertedor (ou estruturas de descarga), para o seu dimensionamento.

Com essa finalidade utiliza-se o valor da vazão de cheia de projeto (QEmáx )


definido pela Hidrologia, verificando-se quanto do volume transportado pela
enchente de projeto ficará armazenado no reservatório temporariamente.
Hidrograma de Enchente

Hidrogramas (afluente e efluente) típicos de uma cheia passando por um reservatório que
permitem a observação do efeito do armazenamento no pico da cheia. Hipótese admitida: no
início da precipitação o N.A. do reservatório coincidia com a cota da crista da soleira do
vertedor.
Curva Cota-Volume

A fim de melhor compreender os princípios do amortecimento de ondas de


cheias em reservatórios, deve-se analisar o conceito de volume de amortecimento.
Uma das conseqüências da implantação de um barramento é a formação de volumes
de acumulação.
A cada cota ou nível atingido pelo lago corresponde um valor de volume de água
armazenado, contido pelas várzeas, encostas e pelo maciço da barragem.
Vertedouro (ou Sangradouro)

Estrutura hidráulica que permite a passagem das vazões do reservatório para o leito
natural a jusante em canal aberto.
É dimensionado para possibilitar o escoamento das vazões de cheias de projeto, após o
amortecimento (se houver) pelo reservatório. Dessa forma, evita-se o galgamento do
maciço da barragem pela onda de cheia, o que comprometeria a estabilidade da obra.
CLASSIFICAÇÃO

Quanto ao controle
 Com comportas
 Sem controle

Quanto a espessura da parede


 Delgada
 Espessa

Quanto a forma da soleira


Retangular
Não retangular
 Quanto ao controle
Sem comporta (livre)

Vertedouro com comporta


Vertedouro côncavo Vertedouro labirinto

Vertedouro Tulipa
Quanto a espessura da parede

Vertedor de parede delgada


(espessura do vertedouro é menor
Que a lâmina vertente)

Vertedor de parede espessa


(Lâmina vertente é menor que a
Espessura da lâmina vertente)
Perfil do Muro de Concreto:

 Soleira delgada  é sinônimo de muro de concreto

 Soleira espessa  é sinônimo de canal natural escavado em rocha


Dimensionamento de Vertedouro:

i. Cheia de Projeto
Dados:
ii. Tipo de vertedouro

iii. Equação Básica

3
Q  Cd  L  H 2
0

Onde:

Q  descarga de projeto (m3/s) 1


Cd  coeficiente de descarga, que depende do tipo de vertedouro ( m 2 / s ou m /s )
L  largura do vertedouro (m)
H0  lâmina mínima de sangria (m)
Tipos de soleiras usadas normalmente

Perfil Tipo Creager


onde:
Q = vazão sobre a soleira em m³/s;
μ = coefi ciente de descarga;
H = lâmina d’água sobre a soleira do
vertedor em m;
g = aceleração da gravidade, de
valor igual a 9,81 m/s²;
L = largura do vertedor (comprimento
da soleira) em m.

Soleira Espessa
DESCARREGADOR DE FUNDO

Estrutura hidráulica importante e indispensável para qualquer pequena barragem,


o descarregador de fundo é utilizado na fase de construção do barramento como
desvio para o escoamento das vazões do curso d’água. Após a implantação da obra,
permite a operação do reservatório quando necessário em qualquer nível, tornando
possível a manutenção de vazões mínimas para jusante. Preferencialmente deve
funcionar hidraulicamente como conduto livre, para segurança da própria estrutura.
Bacias de Dissipação de Energia
Essas estruturas hidráulicas são projetadas a jusante de trechos de canais, dutos ou
galerias com declividades acentuadas onde as altas velocidades ocasionam erosão e
instabilidade no escoamento no encontro com trechos de menor declividade.

Perfi l longitudinal típico, adotado no projeto, para a estrutura de vertimento superficial que
faz a transição entre o reservatório e o curso d’água.
Dimensionamento do Vertedouro:

Vertedouro de Soleira Delgada  Fundação em rocha de boa qualidade em cota


abaixo da cota da soleira

Solução  Muro Vertedouro em Perfil “Creager”

Cd  2,18 m / s

Vertedouro de soleira espessa  Fundação em Rocha de boa qualidade em cota


acima da cota da soleira

Solução  Canal natural escavado em Rocha

Cd  1,45 m / s
Geometria do Perfil Creager

1 2 ha

H0 Q Cota da soleira do
h0
sangradouro (CS)
C O

P Q P

Topo rochoso (z = 0)
Geometria do Perfil Creager

P  CS  CTR
Cota do topo rochoso
Cota da soleira
Altura do Muro

Equação da continuidade  Q  vA (constante )

Pv2
Equação de Bernoulli  H  z (constante )
 2g
Seção 1  Dentro do reservatório

Seção 2  Imediatamente a montante do Muro

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