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ANTERIORIDADE DA LEI
PENAL
CONCEITO DE LEGALIDADE
Tem
o significado político de constituir uma garantia
individual, prevista na CF, bem como quer dizer
no campo jurídico, que ninguém é obrigado a
fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em
virtude de lei (sentido amplo)e não há crime sem
lei que o defina, nem pena sem lei que a comine
(snetido estrito ou jurídico).
ORIGEM HISTÓRICA
Princípio da legalidade esta na carta magna de
1215:
“nenhum homem pode ser preso ou privado de sua
propriedade a não ser pelo julgamento de seus
pares ou pela lei da terra.
A formulação do princípio propriamente dita do
princípio da legalidade coube a Beccaria, em sua
obra dos delitos e das penas, com influencia de
Montesquieu e Rosseau.
Há também a consagração do princípio nullum
crime, nulla poena sene previa lege. Que é a
consagração do princípio da tipicidade, ou seja, a
elaboração científica do príncípio.
LEGALIDADE E GARANTISMO
LEGAL
Legalidade = mera legalidade = norma dirigida
aos juízes, aos quais prescreve a aplicação das
leis tais como são formuladas.
Estrita legalidade= a reserva absoluta de lei, que
é uma norma dirigida ao legislador, a quem
prescreve a taxatividade e a precisão empírica
das formulações legais.
Houve uma época em que a justiça era feita com
as próprias mãos, ou seja, a pena era de acordo
com o crime praticado, se matasse, deveria
morrer, de se roubasse, teria suas mãos
amputadas, se blasfemasse, sua língua seria
arrancada, atos como essa eram praticados pelo
Código de Hammurabi, que demonstra como a
justiça retributiva era aplicada naquela época, ou
seja, a punição era baseada no crime cometido, do
mais grave ao mais leve, para assim não só punir
como prevenir que outra pessoa viesse mais tarde
a cometer outro crime igual ou parecido.
Tais punições não levavam em conta justificativas
ou desculpas, apenas o fato importava. As
penalidades aplicadas eram inspiradas no princípio
do Talião, de inspiração bíblica, como está descrito
no Capítulo XXI do Êxodo, versículos 23 a 25, “Mas
se houver morte, então darás vida por vida, olho por
olho, dente por dente, mão por mão, pé por pé,
queimadura por queimadura, ferida por ferida,
golpe por golpe”. A retributividade era vista como a
única maneira de se manter a ordem social, de
punir pessoas que cometeram condutas
reprováveis, demonstrando para o próximo que um
ato reconhecido como ilícito deveria ser punido de
maneira a não mais acontecer, a morte era vista
como meio coercitivo de prevenção e punição mais
adequado aos crimes cometidos. Eram penas cruéis,
nas quais não se respeitava os direitos humanos.
O garantismo surgiu como uma maneira de se
fazer valer os direitos fundamentais elencados
nas constituições criadas após tantas barbáries e
desrespeitos para com o ser humano em especial
aos mais desfavorecidos e desprotegidos. Os
direitos fundamentais elencados na Constituição
Federal são de suma importância para se manter
a ordem de um país. E o princípio da legalidade é
um dos princípios no qual Ferrajoli diz como
essencial para ser manter a cordialidade e
respeito entre a justiça e o cidadão.
Santo Tomás de Aquino ensina profusamente que punir é ato de
justiça, no sentido de restaurar a ordem pervertida pelo crime.
Diz o mestre da ordem: “Através da pena a igualdade da justiça
é reparada”. “A igualdade da justiça é reintegrada pela
compensação da pena”. “a pena é necessária para reintegrar a
igualdade da justiça”. O fim recompensador visa restabelecer,
portanto, a igualdade da justiça. Do desequilíbrio provocado
pela injustiça, passase à equipendência da própria
justiça, assentada em dois supostos fundamentais: a
correlação entre culpa e pena e a proporcionalidade na
representação jurídicopenal. [...] A sanção penal deve ser
proporcionada a cada tipo legal de crime (princípio da
proporcionalidade), e à gravidade da culpa (princípio da
individualização da pena), conforme dita a Constituição e o
Código Penal. É de sentido comum que a reação não pode ser
desproporcionada à ação. Por razões de justiça e pelo próprio
sentido de equidade, o Estado, em qualquer política punitiva,
não pode privar os condenados de um bem maior para promover
um bem menor. (OLIVEIRA, 2001, P 62)
O garantismo, juridicamente cria um sistema de proteção aos
direitos do cidadão que seria imposto ao Estado. Ferrrajoli
afirma que uma norma seria inválida se não estivesse de acordo
com os direitos fundamentais elencados na Constituição Federal,
afirmando ser equivocado o conceito de Kelsen.
Basicamente os princípios que fundam o garantismo são, o da
retributividade, da necessidade, da lesividade, da materialidade,
da culpabilidade, da juridicidade, do acusatório, do encargo da
prova, do contraditório e o da legalidade, princípio esse que
diz ser inviável cogitar a condenação de alguém e a
imposição de respectiva penalidade, se não houver
expressa previsão legal, guardando esta a devida
compatibilidade com o sistema constitucional vigente.
De acordo com os princípios idealizados por Ferrajoli,
"não há espaço para imposição de pena, sem antes
verificar a comissão de um delito e que este esteja
tipificado em lei”. O princípio da legalidade é a base do
Estado de Direito.
LEGALIDADE MATERIAL E
LEGALIDADE FORMAL
Legalidade material ou substancial = é
impossibilidade de se considerar uma conduta
criminosa, se não for considerada lesiva a interesse
juridicamente tutelado, merecedora de pena, de
acordo com a visão da sociedade independente da
existência de lei. Prendese, pois ao conceito material
de crime. Adotase em países de direito
consuetudinário.
Legalidade formal = a impossibilidade de se
considerar criminosa determinada conduta se esta
não for considerada lesiva a um interesse
juridicamente protegido, merecedora de pena, desde
que esteja devidamente prevista em lei. Adotado pelo
Brasil.
ANTERIORIDADE
A lei penal incriminadora deve ser criada antes
da prática da conduta que busca se punir,
assegurando eficácia ao princípio da legalidade
EXTENSÃO DA PALAVRA CRIME
Quando se cuida da anterioridade e da
legalidade, o texto constitucional menciona a
penas a palavra crime (sem que se fale em
contravenção penal). Tal ocorre por força da
tradição do princípio esculpido há séculos com a
expressão nullum crimen sine previa lege. Seria
incompreensível para muitos inserir na
constituição a expressão infração penal no lugar
do conhecido termo rime. Fazse no entanto, uma
interpretação extensiva, podendo certamente
abranger a contravenção penal, afinal, o crime
quanto a contravenção são espécies de infração
penal.
A APLICAÇÃO DO DISPOSITIVO
PARA PENA E MEDIDA DE DE
SEGURANÇA
Pena = maior de 18 anos
Medida de segurança = maior de 12 e menor de
18, insanos, desenvolvimento mental incompleto,
os chamados inimputáveis.
EFICÁCIA DOS PRINCÍPIOS DA
LEGALIDADE E DA ANTERIORIDADE
Adotase no Brasil, a legalidade formal, somente
constituindo crime a conduta descrita em lei
como tal, devendose exigir que os tipos penais
sejam redigidos de maneira clara e minuciosa,
evitandose tipos demasiadamente abertos, que
poderiam abranger qualquer atitude tomada por
um indivíduo, tornando insegura a aplicação da
lei penal.
NO CÓDIGO PENAL
Anterioridade da Lei
Art. 1º Não há crime sem lei anterior que o
defina. Não há pena sem prévia cominação legal.
NA CONSTITUIÇÃO:
Artigo 5º :
XXXIX não há crime sem lei anterior que o
defina, nem pena sem prévia cominação legal;
VAI CAIR NA PROVA
1. direito penal, política criminal e criminologia;
2. evolução histórica do Direito penal e Escolas
Penais;
3. Princípios do Direito Penal
4. Fontes do Direito Penal e Interpretação das
Leis penais;
5. Legalidade e anterioridade da lei Penal.
(na xerox apostila da página 71 a 114